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Manual de Atendimento - Pediatria 2016 (1)

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Universidade de Brasília – UnB 
Faculdade de Ciências da Saúde – FS 
Departamento de Nutrição – NUT 
 
MANUAL DE ATENDIMENTO CLÍNICO-NUTRICIONAL EM 
PEDIATRIA 
 
AMBULATÓRIO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO (CD) 
 
 
 
 
Disciplina: Nutrição e Ciclos de Vida – Prática Ambulatorial. Código: 176478 
Local: Ambulatório de Pediatria (CD) - HUB 
Responsáveis: Profa. Regina Coeli de Carvalho Alves 
 Profa. Stefanie Coelho 
 E-mail de contato: rccalves1@gmail.com/stefaniecoelho@hotmail.com 
 
Brasília 
2016 
mailto:rccalves1@gmail.com
mailto:stefaniecoelho@hotmail.com
 
2 
AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO – Orientações gerais 
DIAS/ HORÁRIO/ LOCAL 
 Segunda e quarta das 8 – 12h. 
 Ambulatório I do HUB – Pediatria – Corredor Laranja 
OS ALUNOS DEVEM: 
 Comparecer ao ambulatório com jaleco e crachá de identificação. 
 Levar caneta e calculadora 
 Trazer uma pasta contendo o material necessário e cópias suficientes para o 
atendimento, tendo o prazo de uma semana para confeccioná-la. Providenciar 
todo material de atendimento é responsabilidade do aluno. 
 
Material mínimo que deve ser lido e deve constar na pasta de atendimento - 
PEDIATRIA 
 Manual de Atendimento Clínico-Nutricional em Pediatria; 
 Curvas de crescimento até 2 anos de idade para meninos e meninas da OMS 
(WHO, 2006); 
 Orientações para Alimentos Flatulentos, Laxantes, Constipantes, Dieta sem 
Glúten, Intolerância à Lactose, Amamentação e para a alimentação da nutriz; 
 Receitas básicas como arroz papa, caldo de feijão grosso, papa de vegetais e 
carne etc; 
 Ficha Clínico – Nutricional de Atendimento Individual da Criança de 0 a 2 
anos (1º Consulta) (MANTER SEMPRE 3 CÓPIAS NA PASTA) 
 Ficha Clínico – Nutricional de Atendimento Individual da Criança de 0 a 2 
anos (Retorno) (MANTER SEMPRE 3 CÓPIAS NA PASTA) 
 Prescrição Dietética – Plano Alimentar (MANTER SEMPRE 3 CÓPIAS NA 
PASTA) 
 
Materiais complementares – leitura obrigatória: 
 Caderneta da criança (MS, 2013); 
 Estratégia ENPACS (MS, 2010) e capítulo sobre Fórmula infantil 
(WEFFORT, 2009). 
 Artigos; 
 Álbum seriado de antropometria de crianças do SISVAN (MS, 2004). 
 
LEMBRAR: 
 A ficha clínico nutricional deverá ser anexada no prontuário. Sem faltar 
nenhum dado, deverá ser assinada e carimbada pela professora e pelo aluno 
responsáveis pelo atendimento. 
 Tudo que o que é anexado no prontuário é considerado como documento. 
Portanto, evite rasuras e corretivos. Caso haja algum erro gráfico, coloque 
uma vírgula logo em seguida ao erro e escreva “digo”, para continuar a 
escrever. E se você esquecer de algum item, coloque um asterisco e escreva 
“em tempo”, especificando o dado omitido anteriormente. Coloque a data de 
retorno, assine em seguida. 
 Todo o material que será utilizado está sob a responsabilidade do aluno. 
 
3 
ATENDIMENTO PASSO A PASSO - CRIANÇAS 
 
a) Leitura do prontuário: propicia conhecer a razão do encaminhamento da criança, 
sua história social e clínica pregressa; 
 
b) Verificação da caderneta da criança. Dados do recém-nascido (pág. 39) como idade 
gestacional, peso e comprimento ao nascer, aleitamento materno na primeira hora de 
vida, data de nascimento, peso e comprimento da última consulta, peso e comprimento 
atuais são alguns dos dados que deverão ser resgatados no instrumento; 
 
c) Preenchimento completo da Ficha Clínico Nutricional 
 Avaliação antropométrica da criança: classificação de acordo com a 
Organização mundial de Saúde (WHO, 2006). O aluno responsável pela 
antropometria das crianças naquele dia deverá ter lido e observado os 
procedimentos contidos no manual de antropometria do SISVAN; 
 Anamnese alimentar. Detalhar horários, refeições, alimentos (se 
industrializado, anotar a marca), forma de preparo, no caso da preparação de 
mamadeiras observar a diluição, quantidade e frequência dos alimentos. Não 
se esquecer dos líquidos e o tempo que a criança fica no peito. Este momento 
destina-se a ouvir o relato da mãe, devendo QUALQUER ORIENTAÇÃO 
SOMENTE SER FEITA AO FINAL DA CONSULTA, APÓS 
APRESENTAÇÃO DA CONDUTA MÉDICA. 
 Verificação do uso de suplementos vitamínico/minerais (tipo, horário e 
dosagem); 
 Função intestinal (frequência, coloração e consistência das fezes); 
 Verificação de resultado de exames e dados complementares; 
 Impressão diagnóstica: descrever a avaliação antropométrica, avaliação do 
consumo alimentar e presença de intercorrências. Discutir com o aluno da 
medicina e com a professora; 
 
d) Conhecimento das intercorrências no momento da consulta e evolução da criança 
desde a última consulta no serviço; 
 
e) Conduta: descrever a orientação alimentar realizada, fornecendo detalhes 
relevantes para modificações dietéticas futuras, e descrever prescrição de suplementos 
nutricionais, quando for o caso. A conduta deverá ser bem explicada à mãe ou 
acompanhante. Sua compreensão deverá ser avaliada através de perguntas, solicitando 
que ela explique o que entendeu. Caso a criança estiver só com leite materno 
exclusivo, entregar à mãe a prescrição em receituário escrevendo LEITE MATERNO 
EXCLUSIVO EM LIVRE DEMANDA. Caso esteja em alimentação complementar 
entregar formulário próprio da nutrição com a prescrição recomendada. NESTE 
FORMULÁRIO, NÃO ESCREVER NOME DE MARCAS E SIM O NOME DO 
ALIMENTO (ex: farinha de arroz), assim como orienta o Código de Ética do 
Nutricionista (CFN, 2004). Não esquecer de orientar higiene bucal com gaze. 
 
 
4 
7º PASSO: Fazer a intervenção adequada, para cada situação. 
AVAL. ANTROPOMÉTRICA SEGUNDO O INDICADOR PESO AO NASCER 
CLASSIFICAÇÃO DO RN PELO PESO DE NASCIMENTO (PN) 
 Peso adequado: ≥ 2.500 g 
 Baixo peso ao nascer (BPN) < 2.500 g 
 Muito Baixo Peso ao Nascer: ≤ 1.500 g 
 
CLASSIFICAÇÃO DO RN POR PN X IG 
 AIG (adequado para a idade gestacional)  entre 10º e 90º 
 PIG (pequeno para a idade gestacional)  abaixo 10º 
 GIG (grande para a Idade gestacional)  acima 90º 
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTICA 
 
RESUMO DOS PASSOS PARA O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DA 
CRIANÇA: 
 
1º PASSO: Calcular a idade em meses (diferenciando aqueles com 28, 29, 30 ou 31 
dias). Fazer as aproximações que seguem. 
Padronização para a idade: 
 Fração de idade até 15 dias: aproxima-se a idade para baixo, isto é, para o mês 
já completado. 
 Fração de idade igual ou superior a 16 dias: aproxima-se a idade para cima, ou 
seja, para o mês a ser completado. 
 
Ex: Criança nasceu em 25/09/2012, e veio ao HUB para uma consulta de rotina no dia 
10/08/2013. Idade que deve ser procurada no Cartão de saúde da Criança para fazer o 
diagnóstico nutricional = 10 meses e 16 dias = 11 meses 
 
2º PASSO: Verificar o peso e a estatura, anteriormente aferidos na sala de 
antropometria. 
 
3º PASSO: Anotar os dados na ficha clínico nutricional e no prontuário. 
 
4º PASSO: Marcar o ponto no gráfico de crescimento do Cartão de Saúde da Criança 
e avaliar a curva quando possível. 
 
 
Curva ascendente: velocidade de ganho de peso adequada. 
 
Curva de peso reta: diminuição da velocidade de ganho de peso. 
 
Curva de peso descendente: criança perdeu peso, o que pode significar 
mudança brusca na prática alimentar ou estado patológico. 
 
5º PASSO: Fazer e registrar o diagnóstico nutricional, utilizando também a inclinação 
da curva de crescimento para complementar o diagnóstico nutricional. 
 
6º PASSO: Compartilhar com a mãe/responsável o diagnóstico nutricional da criança. 
 
 
5 
OBSERVAÇÃO: Lembrar que na primeira semana de vida pode haver perda de cerca 
de 3-10% (perda fisiológica) com recuperação em 8-10 dias. 
 
CORREÇÃO DA IDADE 
CLASSIFICAÇÃO DO RN PELA IDADE GESTACIONAL (IG) 
 IG  37 semanas  RN pré-termo (RNPT) 
 IG entre 37 e 42 semanas  RN de termo (RNT) 
 IG  42 semanas  RN pós-termo 
 
1º Método: Para efetuar essa correção considera-se: 
1- A IG ao nascimento; 
2- O no de dias até o nascimento a termo (considerar 40 semanas) subtraído daIG 
de nascimento em dias; 
3- Subtrair a idade cronológica do bebê (em dias) pelo resultado encontrado no 
item 2. 
Ex: Criança nasceu de 36 semanas e hoje completa 1 mês de nascimento 
cronológico. (40semanas x7) – (36 semanas x7) = 28 dias antes 
Idade corrigida = 30 – 28 = 2 dias. O peso a ser marcado na curva do Cartão da 
Criança será de um RN. 
 
2º Método: Este método é muito útil até que o bebê alcance idade pós-natal corrigida 
suficiente para “entrar” no GRÁFICO adotado pelo MS – caderneta de saúde da 
criança. 
O ganho de peso esperado, que deve ser associado ao GRÁFICO, após a correção 
da idade cronológica do bebê para a IG. 
 
IDADE PÓS-NATAL 
CORRIGIDA 
GANHO DE PESO 
DIÁRIO MÉDIO 
ESPERADO 
GANHO DE PESO 
DIÁRIO MÍNIMO 
ESPERADO 
Até 3 meses 30g/dia 20g/dia 
3 a 6 meses 25g/dia 15g/dia 
6 a 9 meses 15g/dia 10g/dia 
9 a 12 meses 10g/dia 5g/dia 
EUCLYDES, 2005 
GANHO DE PESO PÓS NATAL (criança a termo): 
Período 
Ganho de Peso Pós Natal (g) 
Diário Mensal 
0 a 6 meses (1
o
 e 2
o
 
trimestres) 
20 600 
6 a 12 meses (3
o 
e 4
o
 
trimestres) 
15 450 
VÍTOLO, 2008 
 
 
6 
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL - Crianças de 0 a < 5 anos 
(OMS, 2006) 
ESTATURA PARA IDADE 
VALORES CRÍTICOS DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL 
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixa estatura para a idade 
> Percentil 0,1 e 
< Percentil 3 
> Escore-z -3 e 
< Escore-z -2 
Baixa estatura para a idade 
≥ Percentil 3 ≥ Escore-z -2 Estatura adequada para a idade 
 
PESO PARA IDADE 
VALORES CRÍTICOS DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL 
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixo peso para a idade 
> Percentil 0,1 e 
< Percentil 3 
> Escore-z -3 e 
< Escore-z -2 
Baixo peso para a idade 
> Percentil 3 e 
< Percentil 97 
> Escore-z -2 e 
< Escore-z +2 
Peso adequado para a idade 
> Percentil 97 > Escore-z +2 Peso elevado para a idade* 
* Observação para relatório: Este não é o índice antropométrico mais recomendado para a 
avaliação do excesso de peso entre crianças. Avalie esta situação pela interpretação dos índices de 
peso-para-estatura ou IMC-para-idade. 
 
PESO PARA ESTATURA 
VALORES CRÍTICOS DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL 
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada 
> Percentil 0,1 e 
< Percentil 3 
> Escore-z -3 e 
< Escore-z -2 
Magreza 
> Percentil 3 e 
< Percentil 85 
> Escore-z -2 e 
< Escore-z +1 
Eutrofia 
> Percentil 85 e 
< Percentil 97 
> Escore-z +1 e 
< Escore-z +2 
Risco de sobrepeso 
> Percentil 97 e 
< Percentil 99,9 
> Escore-z +2 e 
< Escore-z +3 
Sobrepeso 
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade 
 
IMC PARA IDADE 
VALORES CRÍTICOS 
DIAGNÓSTICO 
NUTRICIONAL 
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada 
> Percentil 0,1 e 
< Percentil 3 
> Escore-z -3 e 
< Escore-z -2 
Magreza 
> Percentil 3 e 
< Percentil 85 
> Escore-z -2 e 
< Escore-z +1 
Eutrofia 
> Percentil 85 e 
< Percentil 97 
> Escore-z +1 e 
< Escore-z +2 
Risco de sobrepeso 
> Percentil 97 e 
< Percentil 99,9 
> Escore-z +2 e 
< Escore-z +3 
Sobrepeso 
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade 
 
 
 
7 
CONDUTA NUTRICIONAL - CRIANÇAS DE 0 A 6 MESES 
 
Em aleitamento materno, segundo Lacerda (2002) e ENPACS (MS, 2010): 
 Observar se a técnica de amamentação está correta (caso necessário, pedir à 
mãe que oferte o peito a criança). 
 Verificar a irritabilidade da criança; 
 Frequência de mamadas, o esvaziamento e alternância das mamas. 
 Nº de fraldas molhadas (8 a 10 fraldas/dia); 
 Realizar a promoção do Aleitamento Materno (AM) informando seus 
benefícios à mãe e a criança; 
 Conduta nutricional: Aleitamento materno exclusivo até 6 mês, sem oferecer 
água, chás ou qualquer outro alimento, e em livre demanda. 
 
ORDENHA 
Caso a mãe precise retornar ao trabalho, estimular a ordenha. 
 
CONSERVAÇÃO DO LEITE MATERNO 
 Para realizar a ordenha escolher um lugar limpo e tranquilo. Preparar uma 
vasilha (de preferência um frasco de vidro de boca larga com tampa plástica) 
fervida por aproximadamente 20 minutos (MS, 2010). 
 A aparência do leite pode mudar ao ser conservado, pois os componentes com 
frequência se separam. 
 Guardar mais ou menos as quantidades que o bebê recebe em cada mamada. 
 Se for congelar, deixar espaço no recipiente para algum aumento de volume. 
Marcar cada rótulo com o nome, data, hora e quantidade. 
 
TEMPO DE CONSERVAÇÃO 
 O leite ordenhado e armazenado em um frasco de vidro, com tampa plástica de 
rosca, pode ser estocado na geladeira por 12 horas, no congelador ou freezer 
por no máximo 15 dias (MS, 2010). 
 
 
OFERTA DO LEITE ORDENHADO 
 Lavar bem as mãos antes de manipular o leite. 
 Usar sempre o leite mais antigo. 
 Para descongelar e aquecer o leite materno, colocá-lo em banho maria. Não é 
recomendado o calor excessivo porque este destrói enzimas e proteínas. 
 
Tempo de conservação 
 
MÉTODO BEBÊ SADIO 
BEBÊ PREMATURO OU 
DOENTE 
Temperatura ambiente 40 minutos Não se recomenda 
Refrigerador 48 horas 24 horas 
Congelador (refrig. 1 porta) Não se recomenda Não se recomenda 
Congelador (refrig. 2 portas) 3 meses 3 meses 
Congelador profundo (-20º) 1 ano 1 ano 
 
8 
 Utilizar todo o volume do recipiente, pois as gorduras separam-se no 
congelamento. Agitar o recipiente em água quente (não fervendo). Não usar 
micro-ondas e nem fervê-lo. Utilizar dentro de 24 horas (MS, 2010). 
EM ALEITAMENTO ARTIFICIAL, SEGUNDO LACERDA (2002), DEVE-SE: 
 Observar a duração do aleitamento materno; 
 Ver a possibilidade de promover a relactação e se houver interesse buscar 
auxílio da enfermagem ou banco de leite; 
 Verificar o número e composição das mamadeiras. 
 Conferir o tipo de leite utilizado, a sua diluição, a técnica de preparo e se 
necessário o tipo de CHO (complexo ou simples); 
 Instruir a mãe quanto ao preparo e reconstituição do leite; 
 Verificar as condições de higiene; 
 Observar o consumo de outros alimentos (tipo, início da introdução, 
consistência); 
 Verificar a ingestão hídrica; 
 Levantar o padrão alimentar da criança por meio de inquérito de ingestão 
habitual e frequência alimentar. 
 Observar os critérios para a seleção do tipo de leite ou fórmula (renda e local 
de moradia da família - urbana ou rural; acesso ao produto; condição de 
conservação; idade; maturidade e saúde da criança). 
 
ALEITAMENTO ARTIFICIAL COM FÓRMULA INFANTIL 
Caso a criança já esteja em leite diferente de leite humano e NÃO HAJA 
POSSIBILIDADE DE RELACTAÇÃO 
 
VOLUME E NÚMERO DE REFEIÇÕES LÁCTEAS POR FAIXA ETÁRIA NO 
PRIMEIRO ANO DE VIDA 
MS, 2009.Volume/Refeição Número de refeições/dia 
 
 > 12 meses – 200 – 300 ml. (VITOLO, 2008) 
 OU 30 A 40 ML / KG PESO: CAPACIDADE GÁSTRICA. 
 
 
 
 
 
IDADE VOLUME POR REFEIÇÃO/ nº 
de medidas 
NÚMERO DE 
REFEIÇÕES POR DIA 
Do nascimento a 30 
dias 
60 – 120 ml/ 2-4 medidas 6 a 8 
30 a 60 dias 120 - 150 ml/ 4-5 medidas 6 a 8 
2 a 3 meses 150 - 180 ml/ 5-6 medidas 5 a 6 
3 a 4 meses 180 - 200 ml/ 6-7 medidas 4 a 5 
>4 meses 180 - 200 ml/ 6-7 medidas 2 a 3 
 
9 
DILUIÇÃO DAS FÓRMULAS ARTIFICIAIS INDUSTRIALIZADAS – 
LEITES MODIFICADOS 
 
A diluição das fórmulas infantis é padronizada, sendo 1 medida nivelada para cada 30 
ml de água. Orientar a mãe a seguir o modo de preparo indicado no rótulo e não 
acrescentar açúcar ou farinhas ao leite modificado. 
 
INTRODUÇÃO DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR 
 
Alimentação complementar: a criança recebe além do leite materno, alimentos 
sólidos e semi-sólidos, incluindo o leite não humano. 
 Introduzir gradativamente um alimento novo por dia; 
 Orientar quanto à higiene dos alimentos e utensílios; 
 Utilizar condimentação suave e natural. Evitar o sal antes de um ano; 
 Usar colher, prato e copo no lugar de mamadeiras; 
 Preparações que não atinjam a densidade energética mínima, tais como sucos, 
sopas e mingaus, e leite muito diluídos devem ser desaconselhadas. 
 Aumentar gradativamente a consistência dos alimentos (semi-líquido,pastoso, 
sólido), segundo o aparecimento da dentição. 
 Não forçar a criança a comer. Oferecer o mesmo alimento entre 08 (oito) a 10 
(dez) vezes para verificar sua aceitação. Preferencialmente, avalie a aceitação 
fazendo variadas formas de apresentação do mesmo alimento. Respeitar a 
quantidade aceita pela criança. 
 Respeitar horários. Não dar alimentos nos intervalos (nem Leite Materno). 
 
ESQUEMA ALIMENTAR PARA OS DOIS PRIMEIROS ANOS DE VIDA DAS 
CRIANÇAS AMAMENTADAS 
 
APÓS COMPLETAR 
06 MESES 
APÓS COMPLETAR 
07 MESES 
APÓS COMPLETAR 
12 MESES 
Leite Materno sob livre 
demanda 
Leite Materno sob livre 
demanda 
Leite Materno e fruta ou 
cereal ou tubérculo 
Papa de Fruta Papa de Fruta Fruta 
Papa de Vegetais com 
Carne 
Papa de Vegetais com 
Carne 
Refeição básica de 
família 
Papa de Fruta Papa de Fruta 
Fruta ou pão simples ou 
tubérculo ou cereal 
Leite Materno 
Papa de Vegetais com 
Carne 
Refeição Básica de 
Família 
ENPACS (MS, 2010); MS, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
ESQUEMA ALIMENTAR PARA OS DOIS PRIMEIROS ANOS DE VIDA 
PARA CRIANÇAS NÃO AMAMENTADAS 
ENPACS (MS, 2010); MS, 2009. 
 
REFERÊNCIA DE QUANTIDADES ADEQUADAS DE ALIMENTOS 
SEGUNDO IDADE DA CRIANÇA 
 
Algumas crianças aceitaraõ volumes maiores ou menores , sendo importante 
respeitar os sinais de fome e saciedade da criança. 
 
IDADE TEXTURA QUANTIDADE 
A partir de 6 
meses 
Alimentos bem amassados 
Iniciar com 2 a 3 colheres de 
sopa e aumentar a quantidade 
conforme aceitação* 
A partir dos 7 
meses 
Alimentos bem amassados 
2/3 de uma xícara ou tigela de 
250ml 
9 a 11 meses 
Alimentos bem 
cortados ou levemente 
amassados 
3⁄4 de uma xícara ou tigela de 
250ml 
12 a 24 meses 
Alimentos bem cortados ou 
levemente amassados 
1 xícara ou tigela de 250ml. 
Fonte: MS, 2010. 
* Pode-se iniciar com uma quantidade menor , por exemplo, com 1 a 2 colheres de chá 
(SBP, 2012) 
 
Grupos de alimentos e número de porções /dia segundo pirâmide de alimentos para 
crianças (MS, 2010) 
De 6 a 11 meses (850 kcal) 
 Pães e cereais: 3 porções 
 Verduras e Legumes: 3 porções 
 Frutas: 3 porções 
 Leguminosas: 2 porções 
 Carnes e ovos: 2 porções 
 Leite e produtos lácteos: 3 porções 
 Óleo e gorduras: 2 porções 
 
MENORES 
DE 4 MESES 
DE 04 A 08 MESES 
APÓS COMPLETAR 
08 MESES 
APÓS COMPLETAR 
12 MESES 
 
 
 
 
 
Alimentação 
Láctea 
Leite Leite 
Leite e fruta ou cereal ou 
tubérculo 
Papa de Fruta Fruta Fruta 
Papa de Vegetais 
com Carne 
Papa de Vegetais com 
Carne 
Refeição básica de 
família 
Papa de Fruta Fruta 
Fruta ou pão simples ou 
cereal ou tubérculo 
Papa de Vegetais 
com Carne 
Papa de Vegetais com 
Carne 
Refeição Básica de 
Família 
Leite Leite Leite 
 
11 
 
De 12 a 24 meses (1300 kcal) 
 Pães e cereais: 5 porções; 
 Verduras e Legumes: 3 porções 
 Frutas: 4 porções 
 Leguminosas: 2 porções 
 Carnes e ovos: 2 porções 
 Leite e produtos lácteos: 3 porções 
 Óleo e gorduras: 2 porções 
 
Os grupos de alimentos com suas respectivas porções estão na ENPACS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
SAÚDE DA NUTRIZ 
 
A saúde da nutriz é um dos pontos importantes a serem observados durante a 
consulta de pediatria, portanto é preciso ter atenção à perda de peso e orientá-la para 
ter uma alimentação saudável: 
ATENÇÃO: A perda de peso é maior nos primeiros três meses e em aleitamento 
materno exclusivo. 
 
PERDA DE PESO RECOMENDADA APÓS O PARTO 
ÍNDICE DE MASSA 
CORPORAL (IMC)- 
KG/M2* 
META 
PERDA DE PESO 
RECOMENDADA 
<18,5 (Baixo peso) 
Alcance do IMC saudável 
(eutrofia) 
- 
≥18,5 e ≤ 25 (Eutrofia) 
Manutenção do peso dentro 
da faixa de eutrofia 
- 
≥25 e < 30 (Sobrepeso) 
Perda de peso até atingir IMC 
dentro da faixa de eutrofia 
0,5 a 1kg/mês 
≥ 30 (Obesidade) 
Perda de peso até atingir IMC 
dentro da faixa de eutrofia 
0,5 a 2kg/mês 
ACCIOLY, 2009 
*Classificação do IMC segundo WHO, 2002. 
Perda de peso: Para a perda de cada kg/mês usa-se uma redução de aproximadamente 
217kcal (ACCIOLY, 2009). 
 
. 
 
Sucesso no atendimento! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
ACCIOLY, E. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 2ª edição. Rio de Janeiro: 
Guanabara, 2009. 
 
CONSELHO FEDERAL DOS NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 334, de 10 
de maio de 2004: Dispõe sobre o Código de Ética do Nutricionista e dá outras 
providências. Acesso em: Março de 2015. Disponível em: 
<http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/codigoetica/819.pdf> 
 
EUCLYDES, M.P. Nutrição do Lactente: base científica para uma alimentação 
saudável. Viçosa: UFV, 2005. 550p. 
 
LACERDA E.M.A., ACCIOLY, E. Alimentação do lactente com fórmulas lácteas. 
IN: ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E.M.A. Nutrição em Obstetrícia e 
Pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2002. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância Alimentar e Nutricional. Antropometria: 
como pesar e medir. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 62p. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica n. 23 – Saúde da 
Criança: Nutrição Infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 112p. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Alimentos Regionais para crianças de 6 a 24 meses. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 27p. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dez passos para uma alimentação saudável: guia 
alimentar para crianças menores de dois anos: um guia para profissional de 
saúde na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 72p. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas 
infantis em estabelecimentos de saúde e legislação. Brasília: Ministério da Saúde, 
2012. 28p. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de Saúde da Criança. 8
a
 edição. Brasília: 
MS, 2013. Acesso em: Março de 2015. Disponível em: < 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf> 
 
VÍTOLO, M.R. Nutrição da Gestação ao Envelhecimento. 1ª edição. Editora Rubio, 
2008. 
 
WEFFORT, V.R.S. Fórmulas infantis. In: WEFFORT, V.R.S., LAMOUNIER, J.A. 
Nutrição em pediatria: da neonatologia à adolescência. Barueri: Manole, 2009. 
 
WORLD HEALTH ORGANISATION. The WHO Child Growth Standards. 
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