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Tratamento Odontológico de Pacientes com Doença Renal Funções dos Rins Excreção de produtos residuais do metabolismo: uréia, creatinina, ácido úrico; Regulação do equilíbrio hídrico e eletrolítico; Regulação da pressão arterial; Regulação do equilíbrio ácido-base; Produção de hormônios. Doença Renal Aguda Declínio lento e progressivo; Geralmente irreversível e bilateral; Mortal se não tratada; Perda da função e massa renal; Pode apresentar causas pré-renais (sepse), intra- renais ou pós-renais. Doença Renal Crônica Rápido comprometimento; Reversível; Grave uremia; Mortal se não tratada; A adequação bucal é fundamental; Tem como principais causas hipertensão, diabetes, glomerulonefrite e pielonefrite. Taxa de Filtração Glomerular A função renal pode ser aferida através da identificação e cálculo da taxa de filtração glomerular. O glomérulo é responsável por filtrar o plasma do sangue que irriga os rins, formando uma substância chamada de filtrado. A quantidade de filtrado formada em determinado tempo é chamada de taxa de filtração glomerular. A mesma é medida em mL/min, sendo considerado uma taxa normal de 120 mL/min. Terapias de Substituição Temporária da Função Renal Estadiamento da IRC: discreta, leve, moderada, severa ou falha renal. Na situação de falha renal, além do paciente estar utilizando alguma terapia substitutiva temporária de função renal, já é importante programar-se para que esse paciente receba uma terapia permanente, que seria o transplante de rim. Diálise Hemodiálise: através de cânulas, o sangue do paciente é direcionado para um equipamento, onde o mesmo será filtrado, como uma tentativa de se aproximar da filtração que ocorre nos rins. Por fim, o sangue volta para o paciente. O acesso em pacientes com doença aguda pode ser feito pela femoral ou subclávia do paciente, já em situações de doença crônica que o acesso será permanente geralmente o acesso é feito no braço. Normalmente é feito acesso em apenas um local, mas em caso de infecção é necessário fazer um novo acesso. Diálise peritoneal: é feita a introdução de um liquido na cavidade peritoneal do paciente, que irá entrar em contrato com o sangue e demais fluidos funcionando como filtro e substituto da função renal, e posteriormente sendo drenado. Transplante de Órgãos e Tecidos Procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, fígado) ou tecido (ossos, córneas, medula óssea), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto. Atendimento Odontológico Importante respeitar o passo a asso de anamnese, exame físico, exame clínico e tratamento. Yanca Tavares Anamnese Histórico médico: IRC há quanto tempo?, Qual a provável causa?, Quais as comorbidades?, Observação dos sistemas envolvidos (neurológico, hematológico, cardiovascular, dermatológico, endócrino, respiratório e gastrointestinal. 1ª consulta: realiza diálise? Qual tipo? Quantos dias? Profilaxia antibiótica: é indicada principalmente para pacientes que tem algum grau de cardiopatia (endocardite prévia, prótese valvular). Alguns especialistas recomendam a profilaxia para pacientes nefropatas por receio de bacteremia. Quais as medicações em uso?: anticoagulantes, hipertensão, hiperlipidemia, hipercalemia, anemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia Histórico odontológico: última visita? Teve alguma complicação? Avaliação física: a aferição de pressão arterial e pulso deve ser evitada no braço onde está o acesso. Avaliação clínica extraoral: anemia, palidez da mucosa, máculas avermelhadas, petéquias, pele amarelada, estrias. Avaliação clínica intraoral: avaliação de tecidos moles, odor de amônia, xerostomia (desequilíbrio eletrolítico, restrição na ingestão de líquido, medicações anti- hipertensivas), candidíase, estomatite aftosa, estomatite urêmica, petéquias e equimoses (defeito na adesão plaquetária, defeito na ativação plaquetária). Tais distúrbios ocorrem pelas repetidas ativações durante a diálise, redução dos receptores de adesão, diminuição do fator 3 plaquetário. Além disso, esses pacientes podem ter uma maior prevalência de doença periodontal, apresentando alguns fatores de risco como diabetes, xerostomia, imunodeficiência, coagulopatia, malnutrição, destruição alveolar, status psicológico. Com relação à cárie, há controvérsias, pois alguns estudos demonstram baixa prevalência de cárie, enquanto outros dizem que a prevalência é igual a da população normal, ou que a prevalência aumenta com o tempo de diálise. Pacientes com doença renal congênita podem apresentar erosão dentária, retardo na erupção dentária e hipoplasia do esmalte. Avaliação óssea: solicitação de radiografias panorâmica e periapicais de todos os dentes. Pode ocorrer a distrofia, onde notam-se áreas radiolúcidas associadas a lesões periapicais que não tem relação com processo carioso. Isso ocorre porque há um desequilíbrio eletrolítico, aumento da concentração de fosfato sérico, diminuição da ativação da vitamina D. Nesse caso, é importante a solicitação do PTH. Avaliação hematológica: solicitar glicemia em jejum, hemoglobina glicada, hemograma completo, tempo de protrombina (TP, INR), tempo de tromboplastina parcial (TTP), tempo de sangramento (TS), ureia e creatinina, sorologia para doenças infecciosas. Consultas seguintes Aferição da P.A.; Verificar se o paciente está alimentado; Verificar se o paciente tomou suas medicações; Ter atenção para 3º molares semierupcionados, dentes com lesão de furca e lesões periapicais. Prescrição medicamentosa Deve-se evitar drogas nefrotóxicas e catabólicas (glicocorticóides e tetraciclina); Os AINES são drogas que diminuem o fluxo sanguíneo renal de forma significativa, podendo agravar a disfunção renal do paciente. Além disso, reduzem o efeito de drogas anti-hipertensivas; Como relação a outras drogas, pode ser indicado a redução da dose, o intervalo da dose ou ambos; Analgésico: codeínas/tramadol; Paracetamol Paracetamol: utilizar a dosagem de 500 mg e aumentar o intervalo para 6h se TFG entre 10 e 50 mL/min, e 8h se TGF < 10 mL/min. O mesmo é removido pela hemodiálise, mas não é removido pela diálise peritoneal; Dipirona: 500 mg e utilizar intervalo de 6h. Amoxicilina TGF > 50 mL/min: sem ajuste de dose; TGF entre 10 e 5 mL/min: 12/12h; TGF < 10 mL/min: 24/24h. Cefalexina TGF > 50 mL/min: 8/8h; TGF entre 10 e 5 mL/min: 12/12h; TGF < 10 mL/min: 24/24h. Metronidazol Se utilizado sozinho não necessita de ajuste para períodos curtos, se utilizado com outras medicações reduz-se 50% da dose. Clindamicina, azitromicina, eritromicina e ansiolíticos não necessitam de ajuste de dose. Yanca Tavares
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