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MM JUÍZO DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO GERSON, brasileiro, solteiro, médico, portadora do RG nº ..... e do CPF nº ....., residente e domiciliada na Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade Vitória, Estado do Espirito Santo, por intermédio de seu advogado e bastante procurador, com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO ANULATÓRIA contra BERNARDO, nacionalidade, viúvo, profissão, portadora do RG nº ..... e do CPF nº ....., residente e domiciliado na Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade Salvador, Estado da Bahia e JANAÍNA, menor, representada ou assistida por sua genitora ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir expostas: DA OPÇÃO PELA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO / MEDIAÇÃO (art. 319, VII, CPC) Opta por não realizar a audiência de conciliação/mediação do art. 319, VII do CPC, uma vez que já tentou por outros meios a solução do caso concreto, sem obter, contudo, sucesso. DOS FATOS a) O RÉU deve ao AUTOR o valor de R$ 80.000,00 firmado em uma nota promissória com data de vencimento em 10/10/2016 que não foi paga até o momento da propositura da ação. b) Após o vencimento da nota promissória e do seu não pagamento, o RÉU realizou uma doação de dois imóveis próprios para sua filha JANAINA que mora com sua genitora. c) Os dois imóveis são avaliados em R$ 300.000,00 e caracterizados da seguinte forma: i. O primeiro situado à Rua ..., nº...., da cidade de Aracruz-ES, registrado na matrícula nº. ...., do Cartório de Registros de Imóveis da Cidade. ii. O segundo imóvel situado à Rua ..., nº...., da cidade de Linhares - ES, registrado na matrícula nº. ...., do Cartório de Registros de Imóveis da Cidade. d) No contrato de doação consta ainda uma cláusula de incomunicabilidade e uma cláusula de usufruto vitalício a favor de BERNARDO. O imóvel doado para a sua filha está alugado para terceiros. e) Adicionalmente, o RÉU possui dividas somadas em R$ 400.000,00. DO DIREITO Indiscutivelmente trata-se de uma fraude à credores, prevista no art. 158 do Código Civil, onde o RÉU transferindo seu patrimônio para familiares tenta evitar a execução pelo credor. O AgInt no AREsp 158.358, STJ ilumina os requisitos para que se configure a fraude à credores, sendo eles: a anterioridade do crédito e o prejuízo ao credor. Além disso, foi feita uma doação gratuita conforme art. 158, caput. O primeiro requisito pode ser visto que se trata de um título vencido e que a doação foi feita após o vencimento do título. Já o segundo requisito pode ser visto pela própria ausência do pagamento trazendo sobremaneira prejuízo ao demandante. Além disso, as clausulas de incomunicabilidade e de uso fruto vitalício deixam ainda mais transparentes a intenção de manter os bens na família e sobre a sua tutela para poder utilizar deles no seu melhor proveito. Nesse caso, a anulação do negócio jurídica, previsto no art. 171, II do código civil é plena de direito do AUTOR da demanda para evitar que o patrimônio do RÉU seja indevidamente esvaziado para não honrar compromissos já vencidos. DOS PEDIDOS a) Citação dos RÉUS para comparecer à audiência inicial sob pena de reconhecimento de revelia e confissão ficta. b) Seja julgado procedente o pedido para anular o negócio jurídico celebrado entre os RÉUS ou, subsidiariamente que o título seja pago com multa e correção monetária. c) Condenação dos RÉUS nos ônus da sucumbência (custas processuais e honorário advocatícios) DAS PROVAS Indica a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, na amplitude do art. 369, CPC, em especial a prova testemunhal e documental. DO VALOR DA CAUSA (ART. 292, II, CPC) Dá-se à causa o valor de R$ 300.000,00 Nesses Termos, Pede Deferimento. Local, Data Assinatura do Advogado Número de Inscrição na OAB