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Curso Técnico em Química – Integrado Disciplina de Análise Instrumental II Professor Pedro José Sanches Filho Potenciometria: Determinação da concentração de HCl por titulação potenciométrica Ananda Dóra David Lopes Evelin Gonçalves Vitor Studzinski Pelotas, 28 de março de 2022. 2 1. Introdução Os métodos eletroanalíticos são um grupo de métodos analíticos quantitativos baseados nas propriedades elétricas das soluções de um analito em uma célula eletroquímica, sendo a potenciometria um destes. A potenciometria baseia-se na medida do potencial de uma célula eletroquímica na ausência de corrente. (FILHO, 2022) Esse método se caracteriza por ser um método instrumental que se utiliza dos valores de potencial medidos em um eletrodo indicador em função da quantidade de volume do titulante utilizado. Esse tipo de titulação utiliza o registro dos potenciais da célula medidas em valores de pH que irá mudar constantemente à medida que se adiciona o titulante, esse deve ser adicionado primeiramente em grandes quantidades e a medida que o se aproxima do ponto final essa vai sendo reduzida. (SKOOG, 2007) A excepcional importância do controle da atividade do íon H+ em soluções e o fato do equipamento necessário para realização das análises potenciométricas ser simples, possuindo apenas dois eletrodos, um de referência e outro indicador e um dispositivo de medida de potencial, o potenciômetro, viabiliza o método financeiramente. O processo comumente usado é a medida com o eletrodo de membrana de vidro, que é altamente seletivo e tem boa sensibilidade na detecção desse íon. O bulbo, formado por essa membrana, é seletivamente permeável a íons H+ e separa a solução do analito de uma solução de referência com determinada acidez e, ao mergulhá-lo na solução do analito, se desenvolve uma diferença de potencial elétrico que é registrada pelo aparelho. O problema essencial da potenciometria é a determinação da concentração de uma espécie iônica através da medida do potencial. A base teórica para a relação entre potencial e concentração se encontra através da equação de Nernst, representada abaixo: 3 Segundo Skoog, as titulações potenciométricas apresentam resultados mais confiáveis em comparação com métodos clássicos que se utilizam de indicadores químicos, pois esse método pode ser empregado na titulação de soluções coloridas e turvas além do tempo de duração do procedimento ser reduzido e estar menos exposto a determinadas fontes de erro. 2. Objetivo O objetivo desta prática foi determinar a concentração de HCl através da variação do pH, utilizando do método de titulação potenciometrica com NaOH 0,1 mol L-1. 3. Materiais e Métodos 3.1. Materiais 3.1.1. Equipamentos: • Pera • Garra • Haste • Pipeta volumétrica de 20 mL • Béquer de 50 mL • Béquer de 100 mL • Bureta 50 mL • Potenciômetro 3.1.2. Reagentes: • Solução de NaOH 0,1 mol L-1 • Solução de HCl • Água destilada • Solução Tampão pH 7,0 • Solução Tampão pH 4,0 4 3.2. Métodos 3.2.1. Montagem da estrutura Para iniciarmos a análise da amostra, usou-se um suporte universal para montar a estrutura para fixação da bureta com uso de pinça para bureta, usou- se o suporte para fixação de eletrodos de pH, nesta etapa foi apenas realizado a montagem para a titulação potenciométrica. 3.2.2. Pipetagem e preparação da bureta e pHmetro Para a prática foi necessário o uso de NaOH 0,1 mol L-1, que foram transferidos do frasco para um béquer de 50mL em capela. Na preparação da bureta, foi inserido uma quantidade de água destilada na bureta para verificar qualquer possibilidade de vazamento, após a confirmação, foi transferido todo volume de H2O para um béquer, completou-se a bureta com solução de NaOH 0,1 mol L-1 até a marca do menisco. Para o nosso titulado, foi medido em pipeta volumétrica 20mL de HCl com concentração desconhecida e transferidos para um béquer de 50mL. Para a calibração do pHmetro transferiu-se volume de solução tampão pH 4,00 suficiente para um béquer de 100mL, realizou-se o mesmo procedimento para a outra solução controle com pH tamponado em pH 7,00. 3.2.3. Calibração do pHmetro O equipamento foi alimentado com energia elétrica, após ligar, foi selecionado a opção para calibração, após, realizou a liberação do bulbo do eletrodo, com o a seguir, foi realizado a lavagem do corpo do eletrodo com água destilado e com auxílio de um béquer de 100mL, coletou-se os resíduos, realizou- se a secagem do bulbo com papel toalha macio. Selecionou-se no equipamento a leitura do primeiro controle com pH 4,0, então, inseriu-se o corpo do eletrodo com altura superior ao do bulbo e suficiente para cobrir a junção líquida do eletrodo de vidro dentro da solução controle, confirmou a inserção da solução tampão e aguardou-se o equipamento realizar a calibração, após retirou-se o eletrodo, lavou-se com água destilada e feita a 5 secagem com papel toalha macio. O mesmo procedimento foi a outra solução tampão pH 7,00. 3.2.4. Leitura, adição de NaOH e ponto de viragem Assim que concluído a calibração do equipamento, inseriu-se os eletrodos no béquer contendo a solução de HCl com concentração desconhecida. Para iniciarmos foi necessário a inclinação do béquer devido a pouco volume de amostra, após então realizou-se a primeira leitura sem adição do titulante. Na análise foi realizado a adição do volume de NaOH, em etapas, em cada volume adicionado foi realizado a agitação e registradas a leitura do pH com o uso de pHmetro. A adição de NaOH deu-se conforme a tabela abaixo: Nº de adições Volume adicionado de NaOH 0,1 mol/L 1 0 2 5 3 5 4 5 5 1 6 1 7 1 8 0,5 9 0,5 10 0,5 11 0,5 12 0,5 13 0,5 14 3 15 5 16 5 17 5 18 5 6 19 0,5 20 0,5 21 0,5 (Tabela 1 – Tabela volume de NaOH 0,1 mol L-1 adicionado durante a titulação) 4. Resultados e discussão A titulação foi realizada com o objetivo de avaliar a concentração do ácido clorídrico na solução preparada. Isso foi feito a partir da construção das respectivas curvas de titulação e da aplicação dos métodos de primeira e segunda derivada sobre os gráficos, obtendo assim o volume do ponto de equivalência das titulações. Com a adição do NaOH a 0,1 mol L-1 na solução de HCl, a base começa a neutralizar o ácido, obtendo como produto água juntamente com o respectivo sal. Com a progressão da reação, o pH do meio começa a aumentar lentamente até que se atinja o ponto de equivalência onde há uma variação brusca, após isso o pH volta a variar lentamente. Abaixo observa-se a reação do ácido clorídrico com o hidróxido de sódio. HCl + NaOH → NaCl + H2O A relação volume e pH dos resultados da titulação da solução de HCl e NaOH 0,1 mol L -1 estão a seguir na tabela 2. Nº de adições Volume de NaOH na titulação pH 0 0 0,98 1 5 1,18 2 10 1,39 3 15 1,72 4 16 1,9 5 17 2 6 18 2,15 7 18,5 2,35 8 19 2,52 9 19,5 2,78 10 20 4,28 7 Gráfico 1 - pH da titulação 14 12 10 8 6 4 2 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 11 20,5 7,23 12 21 10,15 13 24 11,81 14 29 12,21 15 34 12,39 16 39 12,49 17 44 12,55 18 44,5 12,6 19 45 12,62 20 45,5 12,62 (Tabela 2 – Tabela dos resultados da titulação com solução de HCl com NaOH 0,1 mol L-1) A curva de titulação consiste em um gráfico da variação do pH de acordo com o volume de base adicionado, na gráfico 1 é mostrado o gráfico referente a titulação do HCl com NaOH. (Gráfico 1 – Gráfico da titulação da solução de HCl com NaOH 0,1 mol L-1) Na curva de titulação verifica-se que o volume de base adicionado no ponto de equivalência representado pela inflexãono gráfico está em torno de 20 mL mas, não se pode afirmar isso com toda a certeza pois a inflexão tem uma leve inclinação. Para eliminar as incertezas com relação a esse volume é feito o cálculo da primeira derivada do gráfico (ΔpH/Δv), com isso surge um pico na 8 região da inflexão da curva, o que facilita a observação do ponto de equivalência como é visto no gráfico 2. (Gráfico 2 – Gráfico da primeira derivada da solução de HCl com NaOH 0,1 mol L-1) O volume obtido a partir do valor máximo do gráfico de primeira derivada da curva de titulação é de 20,00 mL, ainda assim é possível se obter maior exatidão através da aplicação da segunda derivada (Δ(ΔpH/ ΔV)/Δv) sobre o gráfico, este é resultado mostrado na gráfico 3. Observa-se que há uma mudança de sinal no ponto de inflexão, o ponto onde a segunda derivada passa por zero em “y” é tomado como o ponto final da titulação. Gráfico 2 - Primeira Derivada 7 6 5 4 3 2 1 0 0 -1 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 9 Gráfico 4 - Volume de NaOH para viragem 7 6 5 4 3 2 1 0 -1 2 -2 -3 (Gráfico 3 – Gráfico da segunda derivada da titulação da solução de HCl com NaOH 0,1 mol L-1) Ampliando o gráfico da segunda derivada para interpretar melhor onde a derivada passa no ponto zero, representado pelo gráfico 4. 0,5 20, 7 20, 9 21, 1 21, 3 21, 5 21, 7 21, 9 (Gráfico 4 – Ampliação do gráfico da segunda derivada da titulação da solução de HCl com NaOH 0,1 mol L-1) O volume obtido do ponto de equivalência a partir da aplicação da segunda derivada foi de 20,9 mL, a partir desse valor foi feito o cálculo da concentração da amostra de HCl que pode ser visto a seguir. Gráfico 3 - Segunda derivada 7 6 5 4 3 2 1 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 -1 -2 -3 10 Dados que temos: • NaOH: 0,1 mol L-1 Fator de correção: 0,9090 Volume do ponto de equivalência: 20,9 mL • HCl 20 mL de amostra Com isso, temos que: N = n.eq / v V x N = n. eq Na x Va = Nb x Vb x F (fator de correção) Na x 0,20 L = 0,1 mol L-1 x 0,0209 L x 0,9090 Na = 0,095 mol L-1 Esse resultado pode ser aproximadamente, pois aconteceram alguns erros durante a prática e alguns resultados tiveram que ser excluídos. 5. Conclusão Conclui-se que a titulação potenciométrica é um método que apresenta resultados de confiança, pois é possível obter o volume do ponto de final da titulação com uma maior precisão. A titulação potenciométrica para a solução de HCl com NaOH 0,1 mol/L-1 demostrou bons resultados, encontrando a concentração do HCl em 0,095 mol/L-1. 11 6. Referências KENNEDY, John H., Analytical Chemistry-Principles, Harcout Brace Jovanovitch, 1984. LESSA, Tairone. O uso da potenciometria na análise clínica. PET QUÍMICA, [S. l.], p. 1, 25 jul. 2020. Disponível em: http://www.petquimica.ufc.br/o-uso-da- potenciometria-na-analise-clinica/. Acesso em: 24 mar. 2022. Química analítica. 8. ed. 999 p.. São Paulo: Thomson, 2007. SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; STANLEY, R. C. Fundamentos de química analítica. 8 ed. São Paulo: Thomson, 2007. SKOOG, HOLLER, NIEMAN, Princípios de Análise Instrumental, 5º ed. São Paulo: Editora Bookman, 2002. http://www.petquimica.ufc.br/o-uso-da-
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