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Livro Digital CAP1 - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA

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13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=1 1/52
BIOQUÍMICA E
METABOLISMO DE
NUTRIENTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apontar as considerações a respeito do metabolismo de nutrientes,
enfatizando a estrutura e função biológica dos nutrientes.
Descrever a digestão e absorção dos nutrientes que contribuirão
para o fornecimento de substrato no metabolismo energético.
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
Esquematizar os conteúdos apresentados como forma de �xação e
apreensão dos temas relacionados à bioquímica e ao metabolismo de
nutrientes que compõem o processo de aprendizagem signi�cativa em
nutrição esportiva. 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Você já se perguntou o que acontece com o alimento que você ingere
após a mastigação e a deglutição? Pois bem, vamos abordar o processo
de digestão, o qual se inicia na boca, sendo o lugar por onde passa o
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=1 2/52
conteúdo que você ingeriu e que, a partir desse ponto, não é mais
chamado de alimento.
O que ocorre ao longo do trato digestório com todas as transformações,
o que são e quem são as enzimas e os hormônios envolvidos no percurso
de digestão e absorção até que os nutrientes estejam disponíveis para
nosso corpo utilizá-los e desempenharem as funções que cabem a cada
um deles, principalmente em relação ao fornecimento de energia,
indispensável à nossa sobrevivência.
Você sabia que o nosso cérebro funciona basicamente a partir da glicose
que ingerimos diariamente? Nosso raciocínio, por exemplo, para
compreender o que você está lendo neste momento necessita da
ingestão de carboidratos. Por isso, vamos esclarecer a importância da
ingestão dos diferentes tipos de carboidratos ao organismo humano.
Nosso metabolismo funciona com o auxílio de enzimas e hormônios na
regulação e equilíbrio das funções vitais, sendo formados por proteínas e
lipídeos, portanto, é indispensável a ingestão adequada desses
nutrientes.
Quanto às vitaminas e minerais? À água? E às �bras? Todos estão
envolvidos no metabolismo sim, auxiliando cada um em determinada
etapa do processo para que, como uma máquina, cada parte
desempenhe seu papel e quando juntas as engrenagens
interdependentes trabalhem para o bom um desempenho. Nesse caso, a
máquina é o corpo humano que precisa estar saudável. Então vamos lá, a
partir de agora veremos o conteúdo dividido entre capítulos para facilitar
a compreensão e através dos quais você irá construir o seu saber com os
conhecimentos adquiridos em cada momento.
2 BIOQUÍMICA E METABOLISMO DE NUTRIENTES 
2.1 ESTRUTURA E FUNÇÃO BIOLÓGICA DOS NUTRIENTES
O corpo humano é formado por bilhões de células que desempenham
inúmeras funções biológicas e estão interligadas entre os órgãos e
sistemas. Os nutrientes são substâncias presentes nos alimentos que
desempenham cada um deles funções especi�cas que contribuem para o
normal funcionamento do organismo (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005;
CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=1 3/52
Os nutrientes são divididos em macronutrientes e
micronutrientes. Os macronutrientes são assim chamados por
serem necessários em maiores quantidades no nosso organismo
(g/dia). Os micronutrientes são os que necessitamos em menores
proporções (mg ou mcg/dia), contudo, não são menos importantes.
As proteínas, os lipídeos, os carboidratos e as �bras são
macronutrientes que fornecem energia ao organismo; as vitaminas
e minerais são micronutrientes que não fornecem valor calórico
quando ingeridos (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
a) Carboidratos
Os carboidratos têm a fórmula geral [C(H O)] e também são chamados
de “hidratos de carbono”. Alguns carboidratos possuem em sua estrutura
Nitrogênio (N), Fósforo (P) ou Enxofre (S). São moléculas que
desempenham várias funções no organismo humano, entre elas: fonte de
energia; reserva de energia, estrutural e matéria-prima para a biossíntese
de outras moléculas.
2 n 
 
São classi�cados pelo número de subunidades: monossacarídeos,
dissacarídeos e polissacarídeos. A principal função desse nutriente é
fornecer energia (4kcal/g), além de ser uma  das moléculas orgânicas
mais abundantes da natureza (WHITNEY; ROLFES, 2008).
De acordo com sua estrutura química, os carboidratos são classi�cados
como complexos (polissacarídeos) ou simples (mono e dissacarídeos). São
Monossacarídeos: glicose, frutose e galactose; Dissacarídeos: lactose,
maltose e sacarose; Polissacarídeos: amido, glicogênio e celulose.
Como já comentei, o principal carboidrato é a glicose, pois atua como
combustível exclusivo para o funcionamento do sistema nervoso central,
o equivalente a 6g/glicose/hora é utilizado no metabolismo. Conhecida
comumente como glicose do sangue, ela serve como fonte essencial de
energia para todas as células do corpo humano. A glicose está presente
em todos os dissacarídeos e é a unidade que forma os polissacarídeos,
sendo o amido a principal fonte de energia contida nos alimentos. Além
Capítulo 1 
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do amido, o glicogênio é outro polissacarídeo importante, pois é a forma
de armazenamento de energia no corpo.
Os quadros 1 e 2 a seguir apresentam as estruturas químicas dos
carboidratos (CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
QUADRO 1 – ESTRUTURA QUÍMICA DE MONO E DISSACARÍDEOS
FONTE: Adaptado de Cardoso (2006) e Whitney e Rolfes (2008)
QUADRO 2 – ESTRUTURA QUÍMICA DOS POLISSACARÍDEOS
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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FONTE: Adaptado de Cardoso (2006) e Whitney e Rolfes (2008)
b) Frutose
A frutose, também chamada de levulose, é o mais doce dos açúcares.
Possui estrutura química igual à glicose, diferenciando-se apenas na
posição do grupamento OH no C3 (Quadro 3). É conhecida como o
“açúcar das frutas”, podendo ser utilizado como adoçante e está presente
no mel que possui frutose e glicose em proporções iguais. O xarope de
milho também contém frutose, que é utilizado em altas concentrações
em bebidas industrializadas (sucos, xaropes, licores etc.) (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
QUADRO 3 – ESTRUTURA QUÍMICA DA GLICOSE E FRUTOSE
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FONTE: Adaptado de Gibney, Vorster e Kok (2005)
c) Galactose
A galactose tem a estrutura química semelhante à frutose, aparecendo
poucas vezes livremente na natureza e faz parte da lactose, que é um
dissacarídeo. A galactose possui os mesmos números e tipos de átomos
que a glicose e a frutose, mas em uma posição diferente da hidroxila
(OH), em posição alfa e beta quando �ca abaixo ou acima do plano do
anel furanosídico.
QUADRO 4 – ESTRUTURA QUÍMICA DA GALACTOSE EM COMPARAÇÃO À
GLICOSE
FONTE: Adaptado de Gibney, Vorster e Kok (2005)
d) Lactose
Capítulo 1 
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A lactose é a combinação de galactose e glicose, um dissacarídeo que
produz o principal carboidrato do leite, contribuindo com 5% do peso do
leite e, dependendo da quantidadede gordura presente no leite, a
lactose pode contribuir com até 50% da energia fornecida pelo leite
(WHITNEY; ROLFES, 2008).
A lactose tem o poder adoçante menor do que a glicose, sendo 1/6 da
mesma. É exclusivamente presente nas glândulas mamárias de animais
em estado de lactação, portanto, não é encontrada naturalmente em
produtos de origem vegetal (ARAÚJO et al., 2012; ABATH, 2013).
e) Maltose
A maltose consiste em duas unidades de glicose, sendo produzida com a
quebra do amido e também na germinação das plantas e fermentação
que produz o álcool. A maltose está presente basicamente na cevada e
em grãos em germinação (WHITNEY; ROLFES, 2008).
f) Sacarose
A sacarose é composta por glicose e frutose, responsável por uma parte
da doçura natural das frutas, hortaliças e grãos. O açúcar branco de mesa
é produzido com o re�namento da sacarose a partir da cana de açúcar ou
de beterraba (WHITNEY; ROLFES, 2008).
g) Amido
O amido é formado por várias unidades de glicose ligadas entre si por
ligações alfa (1,4) e alfa (1,6), ou pontos de rami�cação ao longo da cadeia
de carbonos chamados de amilopectina. Quando a cadeia não possui
rami�cações, é denominado de Amilose, que pode ser visualizada no
quadro 2. O amido é a forma de armazenamento de glicose ou energia
das plantas. A hidrolise total do amido produz moléculas de glicose,
enquanto a hidrolise parcial produzia a maltose já citada acima (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006).
Os cereais são as fontes alimentares mais ricas em amido e, portanto, os
melhores alimentos fornecedores de energia para o ser humano. Outras
fontes alimentares de amido são: cereais e grãos (arroz, trigo, aveia,
painço, centeio, cevada e milho); leguminosas (feijões, lentilha, soja e
ervilha); legumes (cenoura, abobrinha, chuchu), tubérculos (batatas,
aipim, inhame) e seu produtos/subprodutos (pães, biscoitos, tapioca,
Capítulo 1 
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farinha de mandioca, farinha de trigo, fubá, massas, farinha de arroz etc.)
(ORNELLAS; LIESELOTTE, 2001; PHILIPPI, 2006).
O amido é insolúvel em água fria, portanto, somente o calor realiza a
cocção dos grãos, que rompem as células, favorecendo o processo
digestivo enzimático, bem como a formação do gel característico do
cozimento dos grãos (ORNELLAS; LIESELOTTE, 2001).
h) Glicogênio
O glicogênio é um polissacarídeo composto por glicose, produzido e
armazenado no fígado e músculos como forma de depósito de glicose,
sendo a forma de armazenamento de energia no organismo animal e no
ser humano. O glicogênio pode estar presente nas carnes em pequenas
quantidades, contudo, não é contabilizado como fonte de carboidratos
complexos na alimentação (WHITNEY; ROLFES, 2008).
2.2 FIBRAS
As �bras são parte estrutural das plantas, são encontradas em hortaliças,
frutas, grãos, leguminosas, cereais e tubérculos. São compostas por
polissacarídeos que são diferentes do amido. Devido a ligações entre
suas moléculas, o organismo humano não possui enzimas para realizar a
hidrólise (quebra) das �bras, que não fornecem energia ao organismo.
Por este motivo são chamadas de “polissacarídeos não amiláceos”.
Dos polissacarídeos não amiláceos, têm-se a celulose, a hemicelulose, as
pectinas, as gomas e as mucilagens. Das �bras que não são
polissacarídeos, têm-se as lignanas, as cutinas e os taninos, que possuem
ligações diferentes entre si e os monossacarídeos que as compõem,
desempenhando, assim, diferentes funções (GIBNEY; VORSTER; KOK,
2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
A celulose é o principal constituinte das paredes celulares das plantas
compostas por moléculas de glicose em longas cadeias não rami�cadas.
Essas ligações não podem ser hidrolisadas pelas enzimas digestivas
humanas, conforme citado anteriormente e visto na estrutura química
apresentada no Quadro 2.
 A hemicelulose faz parte da estrutura dos cereais compostas por vários
esqueletos de monossacarídeos (xilose, manose e galactose) com cadeias
laterais rami�cadas.
Capítulo 1 
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As pectinas são compostas por monossacarídeos, alguns rami�cados,
alguns outros não e com esqueleto constituído por ácido hialurônico.
Geralmente, estão presentes nas hortaliças, frutas cítricas e maçãs.
Podem ser isoladas e utilizadas na indústria de alimentos pelo seu poder
de gelei�cação como espessante na fabricação de geleias e de temperos
para saladas, controlando a textura e consistência dos mesmos (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
As Gomas e mucilagens são compostas de vários monossacarídeos e seus
derivados. A goma guar e a arábica são usadas como aditivos na indústria
alimentícia como espessantes em alimentos industrializados. As
mucilagens são semelhantes às gomas, em sua estrutura incluem-se o
psyllium e a carragenina, que são utilizadas como estabilizantes em
produtos alimentícios industrializados (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005;
CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
A lignina é considerada um tipo de �bra com estrutura monossacarídea
tridimensional, que lhe dá mais resistência. Possui moléculas de fenol
com fortes ligações internas, o que as tornam indigeríveis pelas enzimas
humanas. Por causa de sua rigidez, a lignina está presente em apenas
alguns alimentos, nas partes mais rígidas de legumes como a cenoura e
nas sementes de frutas como morangos e kiwi (GIBNEY; VORSTER; KOK,
2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Os amidos resistentes são considerados �bras porque não sofrem
digestão e absorção pelo organismo humano. Estão presente na maioria
das leguminosas inteiras, batatas cruas e bananas verdes (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
As �bras, de maneira geral, desempenham funções importantes no
metabolismo, tais como o aumento do bolo fecal e a mudança na
composição das fezes, auxiliando em situações de constipação, sendo,
portanto, importante na função intestinal; na redução da absorção de
gorduras, reduzindo o risco de desenvolvimento de problemas
cardiovasculares e no excesso de peso; no aumento da saciedade,
reduzindo a ingestão de alimentos e contribuindo para a redução da
obesidade; na redução da glicemia, auxiliando no controle de diabetes de
pessoas que não são insulino dependente (CARDOSO, 2006; BERNAUD;
RODRIGUES, 2013).
As �bras não fornecem valor calórico quando ingeridas, pois o corpo
humano não possui enzimas para sua digestão. Contudo, por conter
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�tatos e outros compostos antinutricionais, o excesso de ingestão de
�bras reduz a biodisponibilidade de ferro, zinco e cálcio (BERNAUD;
RODRIGUES, 2013).
Biodisponibilidade de Ferro, Zinco e Cálcio
As �bras são divididas de acordo com suas características físicas e efeitos
no organismo, entre insolúveis ou solúveis; as �bras solúveis são viscosas
(formam gel) e são fermentáveis (de fácil digestão para as bactérias
intestinais). Essas �bras estão associadas a benefícios contra o
surgimento de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.
As �bras insolúveis não absorvem água, não são fermentáveis e não
formam gel. Elas são encontradas nos grãos e nos vegetais, e favorecem
os movimentos peristálticos intestinais, aliviando os sintomas de
constipação.
É importante citar dois temas relacionados aos carboidratos, o
índice glicêmico e os FODMAPS. Nos próximos capítulos
abordaremos a prescrição dietética e nela o IG dos alimentos e os
FODMAPs como tema atual, além de queixas frequentes de
desconforto gastrintestinal na prática clínica, coisas que são muito
importantes de serem considerados no planejamentodietético.
O Índice Glicêmico (IG) foi proposto pelo Dr. David Jenkins,
pesquisador da Universidade de Toronto, no Canadá, em 1981. O IG
representa o efeito sobre a glicemia de uma quantidade �xa de
carboidrato disponível de um determinado alimento em relação a
um alimento-controle, que normalmente é o pão branco ou a
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=1 11/52
glicose por meio da análise da curva glicêmica produzida por 50g de
carboidrato (disponível) de um alimento teste em relação à curva de
50g de carboidrato do alimento padrão. Atualmente, utiliza-se o pão
branco por ter resposta �siológica melhor que a da glicose.
https://www.diabetes.org.br
O Índice Glicêmico é a velocidade com que o açúcar de
determinado alimento chega na corrente sanguínea. Alimentos com
alto índice glicêmico elevam rapidamente a glicemia, favorecendo a
velocidade de reposição do glicogênio muscular. Deve-se evitar
alimentos de alto índice glicêmico para não ocasionar um pico de
açúcar no sangue. Quanto mais lentamente o açúcar do alimento
chegar à corrente sanguínea, menos insulina é produzida pelo
pâncreas, resultando em maior tempo de saciedade. Podem-se
alterar os efeitos IG, analisando por meio da carga glicêmica desses
alimentos (CARUSO; MENEZES, 2000).
O conceito de Carga Glicêmica (CG) foi proposto em 1997 pelo Dr.
Salmeron, pesquisador da Harvard School. A CG é um produto do IG
e da quantidade de carboidrato presente na porção de alimento
consumido quando comparado com o alimento padrão. Esse
marcador mede o impacto glicêmico da dieta, sendo calculado pelo
produto do IG do alimento e pela quantidade de carboidrato contido
na porção consumida do alimento.
Equação: CG = IG x teor de carboidrato disponível na porção /100.
Considerando a glicose como controlada (CG=100), os alimentos
podem ser classi�cados em baixa carga glicêmica (CG <10) e alta
carga glicêmica (CG>20).
Classi�cação do Índice Glicêmico nos alimentos:
Capítulo 1 
https://www.diabetes.org.br/publico/colunistas/96-dra-gisele-rossi-goveia/1267-indice-glicemico-ig-e-carga-glicemica-cg
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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Baixo índice Glicêmico (≤55): resposta glicêmica baixa após a
ingestão de alimentos.
Médio Índice Glicêmico (56 a 69): resposta glicêmica média.
Alto índice Glicêmico (70 ou mais): resposta glicêmica elevada
após a ingestão de alimentos.
O quadro a seguir apresenta alguns alimentos separados de
acordo com o IG.
QUADRO 5 – ÍNDICE GLICÊMICO DE ALGUNS ALIMENTOS
Índice
Glicêmico
Alimentos
Baixo
Maçã, pera, pêssego, feijão, lentilha, grão de
bico, macarrão, amendoim, iogurte, leite
desnatado.
Médio
Manga, mamão, abacaxi, abóbora, batata doce,
arroz integral, ervilha, pipoca, mel, leite
condensado, suco de uva.
FONTE: Adaptado de Sociedade Brasileira de Diabetes (2013-14)
FARIA, V. C. et al. In�uência do índice glicêmico na glicemia em
exercício físico aeróbico. Motriz: rev. educ. �s. (Online), Rio Claro, v.
17, n. 3, p. 395-405, Set. 2011.
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=1 13/52
GALACTANOS (feijões, lentilhas, soja): galactanos são
oligossacarídeos difíceis de serem absorvidos pelo nosso
organismo e é por isso que algumas pessoas relatam que após
comer feijão sentem-se “estufados”.
FRUTANOS (trigo, cebola, alho, brócolis, repolho): esses são
alguns dos alimentos que estão com frequência na mesa do
brasileiro que possuem frutanos, um outro oligossacarídeo. O
trigo é a maior fonte de frutanos da nossa dieta, mas eles
também estão presentes na cebola, no alho, brócolis, repolho,
nos aspargos, na beterraba e melancia.
LACTOSE (leite, creme de leite, iogurte e outros derivados de
leite): todos os alimentos lácteos, sejam eles de vaca, ovelha,
búfala ou outro animal, possuem lactose em sua composição. A
lactose é um dissacarídeo e faz parte da lista de FODMAPs.
Lácteos com redução de lactose pelo processo enzimático ou
pelo processo natural de redução da lactose (como é o caso de
manteiga e queijos maturados) são os mais indicados para uma
dieta isenta de FODMAPs.
FODMAPs (Fermentable Oligossacharides, Dissacharides,
Monossacharides And Poliols), sigla em inglês que se refere aos
tipos de carboidratos fermentáveis que são os oligossacarídeos,
dissacarídeos/monossacarídeos e polióis, carboidratos mal
absorvidos pelo nosso organismo que provocam sensações de
desconforto gastrintestinal. Por não serem absorvidos por
completo, eles acabam chegando ao intestino grosso onde as
bactérias começam o processo fermentativo.
Essa fermentação produz dióxido de carbono, hidrogênio e
metano, que acabam gerando os sintomas de intolerância
alimentar, como inchaço abdominal, gases, diarreia, constipação,
dores de cabeça, azia, má digestão, entre outros. Esses tipos de
carboidratos são comumente encontrados em frutas, legumes,
grãos, laticínios, açúcares e adoçantes (PENSABENE et al., 2019).
A dieta brasileira e os FODMAPs: alguns carboidratos de difícil
digestão fazem parte da alimentação dos brasileiros. Vejamos a
seguir tipos existentes de FODMAPs e em quais alimentos estão
presentes.
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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FRUTOSE (frutas e mel): a frutose está presente em teor mais
alto em algumas frutas e no mel. Ela é um monossacarídeo e
também faz parte do FODMAPs. As frutas com maior teor de
frutose são as maçãs, peras, mangas, frutas secas e sucos de
fruta concentrados. Se você consumir mais frutose do que seu
organismo consegue absorver, a frutose não absorvida vira
alimento para as bactérias do seu intestino.
POLIÓIS (xilitol, sorbitol, maltitol): esses adoçantes contêm
polióis, também chamados de álcoois de açúcar. Eles
funcionam como substitutos do açúcar e são comumente
encontrados em gomas de mascar. O xilitol virou febre neste
último ano, com os benefícios de ser um adoçante natural, que
não provoca cáries e possui baixo índice glicêmico (bastante
usado em dietas para emagrecimento e por diabéticos). Porém,
quando consumido em excesso, ele, assim como os demais
adoçantes listados, pode provocar sintomas de desconforto
gastrintestinal.
Veja a seguir um quadro com alimentos e seus respectivos teores
de FODMAPs.
QUADRO 6 – TEOR DE FODMAPs DE ALGUNS ALIMENTOS
ALTO TEOR DE
FODMAPs
VEGETAIS: aspargo, alcachofra, beterraba,
cebola, couve de bruxelas, brócolis, couve �or,
repolho, erva doce, alho, alho-poró, quiabo,
cogumelos, rabanete, cebolinha verde, nabo,
chicória, abóbora, batata em conserva e
batata yacon.
FRUTAS: maçã, pera, pêssego, manga,
melancia, melão, damasco, cereja, pitomba,
lichia, nectarina, ameixa, abacate, caqui, �go,
tomate, frutas enlatadas, frutas secas e suco
de frutas concentrados.
LEITE E DERIVADOS: leite animal (vaca, cabra,
ovelha), leite de soja, sorvetes, iogurtes,
queijos e leite condensado.
Capítulo 1 
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CEREAIS: trigo, centeio, cevada (pães, massas,
biscoitos, cereais matinais etc.).
LEGUMINOSAS: feijão, ervilha, grão de bico,
soja, lentilha e tremoço.
PROTEÍNAS: embutidos (salsicha, linguiça,
presunto, patês etc.), carnes vermelhas, aves e
frutos do mar marinados.
OLEAGINOSAS E SEMENTES: pistache e
castanha de caju.
ADOÇANTES: mel, xarope de milho, manitol,
sorbitol, xilitol e outros terminados com “ol”.
BAIXO TEOR DE
FODMAPs
VEGETAIS: cenoura, milho verde, berinjela,
alface, endívia, espinafre,abobrinha, acelga,
batata, broto de bambu, milho, chuchu, alfafa,
batata doce, inhame, pepino, agrião, almeirão,
jiló, palmito, vagem e mandioca.
FRUTAS: banana, uva, kiwi, laranja, mamão,
framboesa, morango, carambola, tangerina,
abacaxi, coco e goiaba.
LEITE E DERIVADOS: leite sem lactose, queijo e
iogurte sem lactose, e “leites vegetais”
(amêndoas e coco).
CEREAIS: massas e pães sem glúten, painço,
quinoa, arroz, tapioca e �ocos de milho.
PROTEÍNAS: frango, peixe e carne bovina.
OLEAGINOSAS E SEMENTES: nozes, amêndoas,
avelã, macadâmia, semente de abóbora,
gergelim, amendoim e semente de girassol.
ADOÇANTES: estevia e sucralose.
FONTE: Adaptado de Federação Brasileira de Gastroenterologia (2020)
Capítulo 1 
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A) Leite
B) Carnes
C) Pães
D) Legumes
Responder
A) Amido, glicogênio e �bra.
B) Amilose, pectina e dextrose.
C) Sacarose, maltose e lactose.
D) Glicose, galactose e frutose.
Responder
SILVA, M.D.O. Problemas gastrointestinais em desportos de
endurance. 2018.
Disponível em: https://repositorio-berto.up.pt
1 - Carboidratos são encontrados em todos os alimentos, EXCETO:
2 - Dissacarídeos contêm duas moléculas de carboidratos,
INCLUINDO:
Capítulo 1 
https://repositorio-berto.up.pt/bitstream/10216/115838/2/289928.pdf
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A) Insulina
B) Maltose
C) Sacarose
D) Glicogênio
Responder
3 - A forma de armazenamento da glicose no organismo é através
de:
2.3 PROTEÍNAS
Do grego protos: primeiro; signi�cado de “constituintes básicos da vida”.
As proteínas são moléculas orgânicas também formadas como os
carboidratos e os lipídeos constituídos por carbono (C), hidrogênio (H) e
oxigênio (O), mas, além destes, as proteínas contêm átomos de
nitrogênio (N) e enxofre (S) a partir de um conjunto de aminoácidos
ligados entre si (ligações denominadas de peptídicas).
As proteínas desempenham uma série de funções importantes,
destacando que não há um processo biológico sequer em que as
proteínas não participem, porque além de estarem envolvidas de forma
ativa no conjunto de reações químicas, muitas células são compostas por
proteínas.
São funções das proteínas: toda proteína é uma enzima que in�uencia
diretamente nas reações químicas; contração muscular (realizado pela
miosina e actina); composição hormonal; fazem parte dos anticorpos;
participam do processo da coagulação sanguínea e transporte de
oxigênio (hemoglobina).
Agora você deve estar se perguntando: é por isso que os praticantes de
exercícios se preocupam tanto em tomar suplementos de proteínas? Em
parte sim, por isso veremos nos capítulos 2 e 3 que em algumas situações
apenas a alimentação é o su�ciente para garantir as demandas
Capítulo 1 
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metabólicas que o indivíduo praticante de esporte e os atletas necessitam
(GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Pode-se dizer que a principal função das proteínas é estrutural, uma vez
que promovem a síntese e o crescimento dos tecidos do nosso corpo.
Carnes, ovos e laticínios são alimentos ricos em proteínas. Assim como os
carboidratos, as proteínas fornecem 4kcal/g ao organismo (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
2.4 AMINOÁCIDOS
Aminoácidos são substâncias orgânicas que apresentam em sua
constituição um grupo carboxila e um grupo amino, que você pode
observar no Quadro 7. É importante destacar que existem 20 (vinte)
tipos de aminoácidos, os quais se ligam de forma variada para originarem
diferentes proteínas. São eles: alanina, arginina, aspartato, asparagina,
cisteína, fenilalanina, glicina, glutamato, glutamina, histidina, isoleucina,
leucina, lisina, metionina, prolina, serina, tirosina, treonina, triptofano e
valina (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES,
2008).
QUADRO 7 – ESTRUTURA QUÍMICA DE UM AMINOÁCIDO
FONTE: <www.infoescola.com>. Acesso em: 19 mar. 2020
2.5 AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS E NÃO ESSENCIAIS
Capítulo 1 
http://www.infoescola.com/
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Alguns aminoácidos, o organismo humano não consegue sintetizar. Ao
todo são nove tipos: histidina, lisina, leucina, metionina, isoleucina,
fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Por essa razão, são chamados
de aminoácidos essenciais e são obtidos através da alimentação nas
proporções adequadas para que aconteça a realização das funções
metabólicas.
Há também outros 11 (onze) tipos, que são produzidos pelo organismo,
chamados de aminoácidos não essenciais; contudo, isto não signi�ca que
eles não são importantes para o metabolismo. Em algumas situações, o
organismo pode necessitar de alguns aminoácidos além da capacidade
de síntese, como na infância ou em situações de infecções. Por isso, eles
também são chamados de condicionalmente essenciais (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
.
QUADRO 8 – AMINOÁCIDOS E SUA CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A
NECESSIDADE BIOLÓGICA
Essenciais
Fenilalanina, triptofano, valina, leucina,
isoleucina, metionina, treonina e lisina.
Condicionalmente essenciais
Glicina, prolina, tirosina, serina,
cisteina, cistina, taurina, arginina,
histidina e glutamina.
Não essenciais
Alanina, ácido aspártico, ácido
glutâmico e asparagina.
FONTE: Adaptado de Cuppari (2014)
2.6 QUALIDADE DA PROTEÍNA
As proteínas de alta qualidade, ou biologicamente completas, contêm
todos os aminoácidos essenciais na quantidade adequada para a síntese
proteica. Dois fatores interferem na qualidade de uma proteína, são eles:
Capítulo 1 
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a digestibilidade da proteína e a sua composição de aminoácidos. A
digestibilidade depende de fatores como a fonte de proteína ingerida e
outros alimentos ingeridos ao mesmo tempo. As proteínas de origem
animal geralmente têm alta digestibilidade (90-99%), já as proteínas de
origem vegetal são menores (entre 70-90%), com alguma exceção para as
leguminosas, que são maiores (aprox. 90%).
O fígado pode produzir qualquer um dos aminoácidos não essenciais que
possam se ligar aos demais aminoácidos essenciais nos �lamentos de
proteína. Contudo, se algum aminoácido não estiver presente, ou estiver
em proporção insu�ciente, ele é então chamado de aminoácido limitante.
A qualidade das proteínas é determinada baseando-se nas necessidades
de aminoácidos essências de crianças em idade pré-escolar. Uma
proteína referência é a que atende a todas essas necessidades; o ovo e a
caseína são proteínas referências, pois têm o PDCAA (escore de
aminoácidos corrigido pela digestibilidade da proteína) igual a 1,00, que é
o escore máximo que uma proteína de um alimento pode receber
(CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
As proteínas de origem vegetal são consideradas complementares, ou
biologicamente incompletas, ou de baixo valor biológico (BVB), quando
contêm aminoácidos limitantes. São elas: Gliadina (trigo), Excelsina
(castanha do Pará), Legunina (ervilha), Faseolina (feijão), Glicinina e
Legumelina (soja), Zeína (milho – falta triptofano e tirosina), Gelatina (falta
triptofano e tirosina), Arroz (falta lisina, treonina e triptofano) e Feijão
(falta metionina) (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
As proteínas de origem animal são as biologicamente completas, oude
alto valor biológico (AVB), e estão presentes nos seguintes alimentos:
Caseína (leite), Ovoalbuminas e ovovitelinas (ovo), Lactoalbuminas (leite e
queijo), Albumina e miosina (carne) (CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES,
2008).
As Leguminosas são de�cientes em aminoácidos sulfurados (metionina +
cistina) e cereais são limitantes em lisina. Então, da combinação de
proteínas vegetais na proporção de 3:1 obtém-se uma proteína de alto
valor biológico. Por exemplo: Arroz (3 partes) + feijão (1 parte) = ptn
biologicamente completa.
Para você ter noção da qualidade da proteína na alimentação, o quadro a
seguir apresenta o PDCAA de alguns alimentos em comparação com a
Capítulo 1 
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proteína do soro do leite (whey protein).
QUADRO 9 – VALORES DE PDCAAS DE ALGUNS ALIMENTOS
Alimento PDCAA Alimento PDCAA
Caseína (proteína
do leite)
1,00
WPI (whey protein isolate
- isolado de proteína do
soro do leite)
1,00
Clara do ovo 1,00 Isolado proteico de soja 1,00
Soja (isolada) 0,99 Lentilhas 0,52
Bife 0,92 Amendoim 0,52
Farinha de ervilha 0,69 Trigo integral 0,40
FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
Em relação à estrutura e composição, quando há dois aminoácidos, ele é
chamado de dipeptídeo; quando há três, é chamado de tripeptídeos; e
quando há uma longa cadeia de aminoácidos, é chamada de polipeptídio,
sendo que toda proteína é constituída de uma ou mais cadeias de
aminoácidos, conferindo a ela características e funções diferenciadas
(CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
2.7 SÍNTESE PROTEICA
O processo que envolve RNA, enzimas, ribossomos e aminoácidos, é
chamado de  síntese proteica, um procedimento capaz de realizar a
produção de outras proteínas todas elas estabelecidas pelo DNA. O uso
dos Aas diz respeito à síntese de proteínas como enzimas, hormônios,
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A) Seu grupo lateral.
B) Seu grupo ácido.
vitaminas e proteínas estruturais. A síntese proteica requer todos os
aminoácidos essenciais. Os não essenciais devem ser fornecidos, ou pelo
menos o esqueleto de carbonos e grupos amino derivados de outros
aminoácidos disponíveis pelo processo de transaminação (CUPPARI,
2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Esse processo ocorre no citoplasma, e é dividido em duas etapas: a
transcrição e a tradução. O DNA funciona como um molde para a síntese
de várias formas de RNA que participaram na síntese proteica. A energia
é fornecida pelo ATP obtido do metabolismo celular (CUPPARI, 2014;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
FIGURA 1 – SÍNTESE PROTEICA E SUAS ETAPAS
FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
4 - Qual parte da estrutura química diferencia um aminoácido do outro?
Capítulo 1 
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C) Seu grupo amino.
D) Suas ligações químicas.
Responder
A) Enzimas proteicas.
B) Polipeptídios.
C) Aminoácidos essenciais.
D) Proteínas biologicamente incompletas.
Responder
A) Determinar a qualidade de proteínas.
B) Avaliar a desnutrição.
C) Calcular o percentual de calorias do alimento.
D) Determinar as necessidades energéticas.
Responder
5 - Isoleucina, leucina e lisina são:
6 - O PDCCA é usado para:
2.8 LIPÍDIOS
Capítulo 1 
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Do grego lipos, gordura são ésteres, isso quer dizer que são formados
pela associação de uma molécula de ácido (ácido graxo) e uma de álcool,
geralmente o glicerol. O ácido graxo é um ácido orgânico que apresenta,
mais comumente, dez átomos de carbono em sua molécula.
Os lipídeos são uma classe de macromoléculas compostas de C, H e O,
sendo que há uma proporção maior de carbonos e hidrogênios do que
de oxigênio. Desta forma, eles fornecem mais energia por grama (9kcal/g)
do que fornecem os carboidratos e as proteínas (CUPPARI, 2014;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
Os lipídios são substâncias químicas de baixa polaridade, por isso, são
insolúveis em água em temperatura ambiente, tendem a ser hidrofóbicos
e apolares, porém, solúveis em compostos ou solventes orgânicos, como
o álcool, o éter, o clorofórmio, a acetona. São representados pelos
triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol. O triacilglicerol é a forma mais
comum encontrada nos alimentos; os fosfolipídios são elementos
estruturais das membranas celulares e o colesterol é precursor de
hormônios e constituinte da bile (CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES,
2008).
2.9 ÁCIDOS GRAXOS
Um ácido graxo é composto por uma cadeia de átomos de carbono com
hidrogênio ligados a ela, que possui um grupo ácido (COOH) em uma
extremidade e um grupo metil (CH ) na outra. Os ácidos graxos de maior
ocorrência na natureza contêm números pares de carbonos em suas
cadeias com até 24 carbonos (CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
3
a) Ácidos graxos saturados
 
            Compostos de uma cadeia hidrocarbonada saturada (todas as
valências do C ligadas a átomos de H); quanto maior o tamanho da cadeia
maior o peso molecular, o ponto de fusão e a insolubilidade. Na dieta:
ácido esteárico (18:0) na manteiga de cacau e gordura animal; ácido
palmítico (16:1) e ácido láurico (12:0) (CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES,
2008).
b) Ácidos graxos insaturados
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Contém a cadeia hidrocarbonada com uma ou mais ligações duplas, tem
ponto de fusão mais baixos do que os ácidos graxos saturados; quando
os átomos de H ligados ao C da dupla ligação estão do mesmo lado da
cadeia, eles são chamados de cis (são os de importância biológica) e
quando estão em lados opostos é trans. Os ácidos graxos trans são
encontrados em produtos industrializados (gordura vegetal hidrogenada)
(CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
 
c) Ácido graxo monoinsaturado
 
Possui uma única dupla ligação. Constitui quase 50% da gordura do
toucinho e 75% do azeite de oliva. O ácido oleico (cis 18:1 n-9) é um
exemplo presente em vários alimentos (CUPPARI, 2014; WHITNEY;
ROLFES, 2008).
d) Ácidos graxos polinsaturados
 
Contêm mais de duas duplas ligações. São elas: ômega-6 (ácido linoleico,
18:2, n-6) presentes nos óleos vegetais (milho, canola, girassol e açafrão,
nozes) e o ômega-3, ambos derivados do ácido linolênico (linhaça e chia)
e no ácido alfa linolênico (ALA), o 18:3 n-3 (EPA - ácido eicosapentaenoico
e o DHA - ácido docosa-hexanóico (peixes e frutos do mar, carnes de peru
e em alguns óleos)), sendo a principal ação dos ômega-3, a inibição da
síntese de triglicerídeos no fígado (CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES,
2008).
2.3 COLESTEROL
Pertence ao grupo dos esteróis – grupo hidroxila ligado ao anel,
comportando-se como álcool. O colesterol é exclusivamente presente no
tecido animal, precursor do ácido cólico que é constituinte da bile;
hormônios (estrógenos, progesterona) e vitamina D. Pode estar livre ou
combinado com ácidos graxos. Fontes alimentares: gema do ovo,
laticínios, carnes, vísceras (fígado, coração e cérebro) (CUPPARI, 2014;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
 a) Ácidos graxos essenciais
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São os ácidos que o organismo humano não sintetiza, por isso precisam
ser ingeridos pela alimentação, pois desempenham funções essenciais.
São eles: ácido linoleico (18:2 n-6) eácido linolênico (18:3 n-3) são
polinsaturados (CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
O ácido esteárico (18C) é o mais abundante nos alimentos, é um ácido
graxo saturado (possui somente ligações simples na sua cadeia de
carbonos). Os ácidos graxos de cadeias longas (12 a 24C) estão presentes
nas carnes, peixes e óleos vegetais e são os mais abundantes na
alimentação e os ácidos graxos de cadeia média (6 a 10C) estão presente
nos laticínios.
Os ácidos graxos insaturados (contêm uma ou mais duplas ligações ou
insaturações na cadeia de carbonos) são chamados de monoinsaturados
e polinsaturados. Na �gura a seguir são apresentados os ácidos graxos e
as fontes alimentares (CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
FIGURA 2 – COMPARAÇÃO DE GORDURAS NA DIETA EM RELAÇÃO À
COMPOSIÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS, MONOINSATURADOS E
POLINSATURADOS
FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
Capítulo 1 
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Carotenoides: são pigmentos alaranjados presentes nas células de
todas as plantas que participam na fotossíntese junto com a cloro�la
além de trazerem benefícios para o sistema imunológico e atuarem
como anti-in�amatórios. Ex.: betacaroteno presente na cenoura que
se torna precursora da vitamina A, importante no metabolismo da
visão.
Ceras: são constituídas por uma molécula de álcool e um ou
mais ácidos graxos. Estão presentes nas superfícies das folhas de
plantas e nas ceras de abelhas.
Fosfolipídios: são os principais componentes das membranas das
células, é um glicerídeo (um glicerol unido a ácidos graxos)
combinado com um fosfato.
Glicerídeos: os glicerídeos podem ter de um a três ácidos graxos
unidos a uma molécula de glicerol (um álcool, com 3 carbonos
unidos a hidroxilas-OH). O exemplo mais conhecido é o triglicerídeo,
que é composto por três moléculas de ácidos graxos.
No Quadro 11 a seguir, você pode observar a estrutura química de um
fosfolipídio.
QUADRO 11 – ESTRUTURA QUÍMICA DOS LIPÍDIOS
FONTE: <https://www.khanacademy.org>. Acesso em: 12 mar. 2020
A seguir, você irá rever os tipos de lipídeos e exemplos destes no
organismo humano.
 
Capítulo 1 
https://www.todamateria.com.br/acidos-graxos/
https://www.khanacademy.org/
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Esteroides: são compostos por quatro anéis de carbonos
interligados, unidos a hidroxilas, oxigênio e cadeias carbônicas.
Como exemplos de esteroides, têm-se os hormônios sexuais
masculinos (testosterona), os hormônios sexuais femininos
(progesterona e estrogênio), outros hormônios e o colesterol
(CUPPARI, 2014; WHITNEY; ROLFES, 2008).
A) Têm sempre 18 carbonos na cadeia.
B) Possuem pelo menos, uma ligação dupla.
 
b) Funções dos lipídios
Reserva energética: o armazenamento de energia é importante para os
momentos em que o organismo necessitar de energia e não haver
carboidratos disponíveis.
 
Estrutural: alguns lipídios fazem parte da composição das membranas
celulares, sendo formadas pela associação de lipídios e proteínas
(lipoproteicas). Os mais importantes são: os fosfolipídios e o colesterol.
 
Isolante térmico: auxiliam na manutenção da temperatura dos animais
endotérmicos (aves e mamíferos) por meio da formação de uma camada
de tecido denominado hipoderme, a qual protege o indivíduo contra as
variações de temperatura.
 
Absorção de vitaminas: auxiliam na absorção das vitaminas A, D, E e K,
que são lipossolúveis e necessitam da presença dos lipídeos para serem
absorvidas e utilizadas pelo organismo. Como essas moléculas não são
produzidas no corpo humano, por isso é importante o consumo desses
óleos na alimentação (GIBNE; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
7 - Ácidos graxos saturados:
Capítulo 1 
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C) São inteiramente carregados com hidrogênios.
D) São sempre líquidos em temperatura ambiente.
Responder
A) Ácido esteárico e ácido oleico.
B) Ácido oleico e ácido linoleico.
C) Ácido palmítico e ácido linolênico.
D) Ácido linoleico e ácido linolênico.
Responder
A) Ácidos graxos monoinsaturados.
B) Ácidos graxos trans.
C) Ácidos graxos saturados.
D) Ácidos graxos polinsaturados.
Responder
8 - São tipos de ácidos graxos essenciais:
9 - O termo ômega-3 diz respeito a quais ácidos graxos?
3 ÁGUA
Capítulo 1 
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A água é a principal substância responsável pelo planeta em que vivemos.
Sem ela, nenhuma forma de vida conhecida atualmente existiria ou
sobreviveria. O corpo humano composto por mais de 70% de água e ela
exerce funções essenciais para garantir o equilíbrio e funcionamento
adequado do organismo como um todo. Dentre essas funções, destaca-
se o seu papel como solvente, garantindo um meio propício para a
realização da grande maioria das reações químicas.
A água também participa na eliminação de substâncias tóxicas através da
urina, que é composta 95% de água. Como um importante componente
do plasma sanguíneo, a água é responsável pelo transporte de
nutrientes, oxigênio e sais minerais para as células (GIBNEY; VORSTER;
KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Outra função da água é sua participação em processos �siológicos. Na
digestão, por exemplo, faz parte da composição dos sucos digestivos e da
saliva. Além da digestão, a água também atua na absorção e na excreção
dos nutrientes ingeridos, além de auxiliar nos movimentos peristálticos,
eliminando o conteúdo que não foi utilizado pelo organismo, as fezes
(GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
A água também garante a proteção de algumas estruturas do corpo: na
forma do líquido presente nas articulações que evita o atrito entre os
ossos; o líquido amniótico, que protege o embrião em desenvolvimento e
as lágrimas, que evitam o ressecamento das córneas (GIBNEY; VORSTER;
KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Durante a prática de exercícios, há um aumento da temperatura corporal,
perda de eletrólitos pelo suor e urina, com isso, a água desempenha
importante papel no equilíbrio e controle da temperatura corporal,
evitando a desidratação e interrupção da atividade (GIBNEY; VORSTER;
KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Há água presente em todos os alimentos, estando em menor ou em
maior quantidade, a depender do alimento analisado. São alimentos ricos
em água as frutas, verduras e legumes (melancia, tomate, nabo, cenoura,
melão entre outras) (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
4 VITAMINAS 
Capítulo 1 
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Do latim vita: signi�ca “vida”. A palavra vitamina surgiu na língua
portuguesa através do termo em inglês vitamin, que foi criado em 1912, a
partir da junção do latim vita, que signi�ca “vida”, e amine, retirada
de aminoacid, que quer dizer “aminoácido” ou “essenciais à vida“
(WHITNEY; ROLFES, 2008).
As vitaminas fazem parte dos micronutrientes, não fornecem energia ao
organismo e são consideradas um componente dietético essencial
requerido por um organismo em pequenas quantidades (mg ou mcg/dia).
Assim como os macronutrientes, as vitaminas são compostos ou
moléculas orgânicas que contêm em sua estrutura carbono e hidrogênio.
São componentes de várias coenzimas, as quais participam de
importantes reações metabólicas do organismo (DUTRA DE OLIVEIRA;
MARCHINI,2003).
As diferentes vitaminas não se correlacionam entre si, nem
quimicamente, nem funcionalmente. Cada uma desempenha função
própria no organismo, não podendo ser substituída por nenhuma outra
substância. Em condições normais, o seu aporte ao organismo se faz
através da ingestão de uma variedade e quantidade de alimentos de
origem animal e vegetal.
São classi�cadas em hidrossolúveis e lipossolúveis. As lipossolúveis são
solúveis em gordura, armazenadas no tecido adiposo ou em outros
tecidos, não são eliminadas na urina e podem provocar intoxicação
quando consumidas em megadoses. São elas: as vitaminas A, D, E e K.
As hidrossolúveis são solúveis em água e eliminadas pela urina, mas
também podem causar prejuízos ao organismo quando ingeridas além
das recomendações diárias, assim como os problemas causados pela
ausência delas. As vitaminas hidrossolúveis são as do complexo B e a
vitamina C (DUTRA DE OLIVEIRA; MARCHINI, 2003; WHITNEY; ROLFES,
2008; CUPPARI, 2014).
As vitaminas hidrossolúveis atuam em muitos aspectos do metabolismo
de carboidratos, lipídios e proteínas como coenzimas ou grupo de
enzimas responsáveis por reações químicas essenciais, são pouco
armazenadas no organismo e são particularmente importantes nos
aspectos relacionadas à produção de energia; são compostos necessários
à manutenção, ao crescimento e ao funcionamento adequado do
organismo; são várias as doenças associadas à de�ciência de vitaminas:
pelagra, beribéri, escorbuto e anemia megaloblástica.
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B1 = Tiamina.
B2 = Ribo�avina.
B3 = Niacina, PP ou ácido nicotínico.
B5 = ácido pantotênico.
B6 = piridoxina ou piridoxal.
B12 = cianocabalamina ou cobalamina.
B9 = Folacina ou ácido fólico.
H ou B7 = Biotina.
Vitamina C = ácido ascórbico e Colina.
As principais vitaminas hidrossolúveis são:
A �gura a seguir apresenta as funções, sintomas de de�ciência,
toxicidade e fontes alimentares das vitaminas hidrossolúveis (DUTRA DE
OLIVEIRA; MARCHINI, 2003; WHITNEY; ROLFES, 2008; CUPPARI, 2014).
FIGURA 3 – FUNÇÕES, SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA, TOXICIDADE E FONTES
ALIMENTARES DAS VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
Capítulo 1 
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Na �gura a seguir, há um resumo das diferenças entre as vitaminas
hidrossolúveis e lipossolúveis em relação ao metabolismo, toxicidade e
necessidades diárias.
FIGURA 4 – DIFERENÇAS ENTRE AS VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS E
LIPOSSOLÚVEIS EM RELAÇÃO AO METABOLISMO, TOXICIDADE E
NECESSIDADES DIÁRIAS
FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
As vitaminas lipossolúveis e suas funções, fontes alimentares, deficiência e toxicidade
podem ser vistas no quadro a seguir.
QUADRO 12 – FONTES ALIMENTARES, FUNÇÕES, DEFICIÊNCIA E TOXICIDADE
DAS VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
FONTE: Adaptado de Dutra de Oliveira e Marchini (2003)
Capítulo 1 
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Na figura a seguir, há um resumo dos benefícios dos micronutrientes.
FIGURA 5 – BENEFÍCIOS DOS MICRONUTRIENTES (VITAMINAS E MINERAIS) AO
ORGANISMO HUMANO
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FONTE: OPAS (2020)
Atletas - Treinamento intenso à Aumento da demanda?!
Em que medida a demanda de micronutrientes aumenta com a
prática regular de exercícios? Deveria haver tabelas especí�cas para
atletas com valores indicados de ingestão de micronutrientes?
Ingestões de micronutrientes superiores às recomendadas
aumentam o desempenho físico?
www.abne.org.br   
www.rgnutri.com.br  
5 MINERAIS 
Os minerais, ou sais minerais, assim como as vitaminas, fazem parte dos
micronutrientes, mantém o funcionamento normal dos tecidos e células.
Desempenham diversas funções dentre elas: proporcionam estrutura
para a formação de ossos e dentes; mantém o ritmo cardíaco normal e a
contratilidade muscular; e regulam o metabolismo, sendo parte das
enzimas e hormônios envolvidos neste processo (GIBNEY; VORSTER; KOK,
2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Capítulo 1 
http://www.abne.org.br/
http://www.rgnutri.com.br/
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É importante destacar a biodisponibilidade dos minerais que estão
sujeitos a fatores que interferem em sua absorção nos tipos de alimento:
minerais de origem animal são prontamente absorvidos pelo intestino
delgado, os de origem vegetal não; Interação mineral-mineral: minerais
com mesmo peso molecular competem pela absorção; Interação
vitamina-mineral: vitaminas afetam a biodisponibilidade dos minerais;
Interação �bra-mineral: a alta ingestão de �bras reduz a absorção de
alguns minerais (Ca, Fe, P, Mg) (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO,
2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
5.1 ANTIOXIDANTES 
Algumas vitaminas e minerais desempenham função antioxidante,
reduzindo a ação dos radicais livres produzidos pelo organismo no
processo de respiração celular. Na prática de esportes, essa produção de
substâncias faz com que o envelhecimento celular seja maior. São estes:
a vitamina C, a vitamina E, a vitamina A (betacaroteno), o selênio, o zinco
e o cobre (MUSSOI, 2017).
QUADRO 13 – FUNÇÕES, RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO DIÁRIA,
FONTES ALIMENTARES, SINAIS E SINTOMAS DE INSUFICIÊNCIA E
SUPERDOSAGEM DE MINERAIS
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A) Biodisponibilidade.
B) Digestão.
C) Efeito �siológico.
D) Fator intrínseco.
Responder
FONTE: Adaptado de Dutra de Oliveira e Marchini (2003)
10 - A proporção do micronutriente que pode ser encontrado na
circulação após sua absorção, estando disponível para ser utilizado,
é conhecida como:
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A) Vitamina C.
B) Folato.
C) Ribo�avina.
D) Vitamina E.
Responder
A) Zinco, ferro, vitamina C e A.
B) Vitamina C , vitamina A, selênio e ferro.
C) Zinco, selênio, cobre, vitamina A e E.
D) Zinco, selênio, cobre, vitamina A, E, e C.
Responder
11 - A vitamina que protege contra defeitos no tubo neural durante a
gestação é:
12 - São considerados antioxidantes que combatem a ação dos
radicais livres:
6 DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS ALIMENTOS E NUTRIENTES
Você sabia que o processo de digestão se inicia na boca e que o número
de vezes que você mastiga um alimento re�ete no processo de absorção
do nutriente que você ingeriu, bem como da sua saciedade? Bem, nessa
seção vamos abordar resumidamente sobre o processo de digestão e
absorção dos nutrientes.
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6.1 DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS 
A digestão inicia na boca, e especi�camente falando dos carboidratos,
com o auxílio da enzima amilase salivar, ou ptialina, que quebra as
ligações alfa 1-4 entre as moléculas de glicose do amido, fazendo a
hidrólise. Esse processo dura o tempo em que o alimento está na boca.
As ligações alfa 1-6 não são hidrolisadas nesse momento.
Na boca, o alimento passa a ser chamado de bolo alimentar.Ao passar
pelo esôfago e chegar ao estômago, que possui um pH ácido, tornando
inativa a ação da amilase salivar, ocorrendo apenas a mistura do
conteúdo vindo do esôfago com os sucos digestivos, o que é chamado de
quimo (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES,
2008).
Ao chegar no duodeno (a primeira parte do intestino delgado) são
liberadas as enzimas presentes no suco pancreático, a amilase
pancreática, para fazer a digestão do amido, sendo degradados os
polissacarídeos ou monossacarídeos. 
A digestão �nal irá ocorrer no intestino delgado, pelas enzimas na borda
em escova, sendo que o quimo ácido será neutralizado pelo bicarbonato
de sódio liberado e presente no suco pancreático para que as enzimas
possam atuar.
A enzima maltase irá hidrolisar (quebrar) a maltose em duas unidades de
glicose. As enzimas lactase, sacarase e isomaltase irão quebrar a lactose,
a sacarose e a isomaltose até chegar aos monossacarídeos glicose,
frutose e galactose, que posteriormente serão absorvidos pelas células
do intestino (enterócitos), indo para circulação ou veia porta para o fígado
(GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
FIGURA 6 – DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS CARBOIDRATOS NA BORDA
EM ESCOVA
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FONTE: <https://image.slidesharecdn.com>. Acesso em: 15 mar. 2020
Esses monossacarídeos chegam ao enterócito (células intestinais) por
meio de transportadores especí�cos, auxiliados pela diferença do
gradiente de concentração gerado pelo sódio, no caso do
cotransportador de glicose 1, dependente de íons de sódio (SGLT-1), os
quais fazem o transporte do sódio, da glicose e da galactose. Já o
transportador GLU-T5, é responsável pela passagem da frutose para o
enterócito.
Esses monossacarídeos, depois da absorção pelo enterócito, vão para a
corrente sanguínea com auxílio da GLUT-2 e chegarão no fígado, que irá
liberar parte da glicose para a corrente sanguínea como fonte de energia
e o restante será armazenada na forma de glicogênio (GIBNEY; VORSTER;
KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
FIGURA 7 –  PROCESSO DE DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS
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https://image.slidesharecdn.com/digestoeabsorodecarboidratos
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FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
6.2 DIGESTÃO DE LIPÍDEOS 
Cerca de 80% dos lipídios provenientes da dieta são predominantemente
triacilgliceróis ou triglicerídeos. O início da digestão de lipídeos da
alimentação não começa na boca efetivamente. Embora, nenhuma
hidrólise de triglicérides ocorra na boca, os lipídeos estimulam a secreção
da lipase das glândulas serosas na base da língua (lipase lingual), mas
tem muito pouco de ação digestiva.
No estômago, o quimo sofre a ação da lipase gástrica, porém, o pH ácido
do estômago impede a ação integral dessa lipase, diminuindo a
velocidade de sua ação enzimática, havendo a quebra de algumas
ligações de ácidos graxos de cadeia curta. A ação gástrica na digestão dos
lipídios com os movimentos peristálticos do estômago, produz a
emulsi�cação dos lipídios, deixando-os prontos para passarem ao
intestino (ANDRADE et al., 2006; MUSSOI, 2017).
Capítulo 1 
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No duodeno, o quimo está acidi�cado pelo ácido do estomago, isso induz
a liberação do hormônio colecistocinina CCK (pancreozimina) que, por
sua vez, promove a contração da vesícula biliar, liberando a bile para o
duodeno e estimulando a secreção pancreática para a digestão dos
lipídeos (ANDRADE et al., 2006; MUSSOI, 2017).
Os ácidos biliares são derivados do colesterol e sintetizados no fígado.
São denominados primários (ácido cólico, taurocólico, glicocólico,
quenodesoxicólico e seus derivados) quando excretados no duodeno,
sendo convertidos em secundários (desoxicólico e litocólico) por ação das
bactérias intestinais. A bile ainda excreta o colesterol sanguíneo
juntamente com a bilirrubina (produto �nal da degradação da
hemoglobina) (ANDRADE et al., 2006).
Os sais biliares fazem a emulsi�cação da gordura para que a enzima
lipase pancreática possa agir, quebrando os triglicerídeos em
diglicerídeos e ácidos graxos livres. Os diglicerídeos sofrem uma nova
ação da lipase, dando origem a monoglicerídeos, ácidos graxos e glicerol.
Cerca de 70% dos diglicerídeos são absorvidos pela mucosa intestinal, o
restante (30%) é o que será convertido em monoglicerídeos, glicerol e
ácidos graxos. A CCK possui, ainda, a função de estimular o pâncreas para
a liberação do suco pancreático juntamente com outro hormônio
liberado pelo duodeno, a secretina (WHITNEY; ROLFES, 2008).
FIGURA 8 – DIGESTÃO DE GORDURAS NO TRATO GASTRINTESTINAL
Capítulo 1 
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FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
O suco pancreático possui várias enzimas digestivas (principalmente
proteases e glicosidases). Os ácidos graxos livres e monoglicerídeos
produzidos pela digestão formam complexos chamados micelas, que
facilitam a passagem dos lipídeos através do ambiente aquoso do lúmen
intestinal para a borda em escova. Os sais biliares são então liberados de
seus componentes lipídicos e devolvidos ao lúmen do intestino (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
6.3 ABSORÇÃO E TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS
Na célula da mucosa, os AG e os monoglicerídeos são reagrupados em
novos triglicerídeos, estes juntamente com o colesterol e os fosfolipídios
são circundados e são chamados de quilomícrons (QM). Os QM são
transportados e esvaziados na corrente sanguínea, então são levados
para o fígado, onde os triglicerídeos são reagrupados em lipoproteínas e
transportados especialmente para o tecido adiposo, para o metabolismo
e para o armazenamento.
O Colesterol é absorvido de modo semelhante após ser hidrolisado da
forma de éster pela esterase colesterol pancreática. As vitaminas
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lipossolúveis A, D, E e K também são absorvidas de maneira micelar
(GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
 Os quilomicrons atingem �nalmente a corrente sanguínea, mas antes de
chegar ao fígado, eles passam pelo tecido muscular e adiposo,
aumentando sua densidade, pois são enriquecidos com proteínas,
podendo resultar em: VLDL (Very Low Density Lipoprotein), com 80-90%
de lipídios; LDL (Low Density Lipoprotein), com 70% lipídios; e HDL (High
Density Lipoprotein), com 45% de lipídios. O tamanho da lipoproteína se
refere à quantidade de proteína e lipídio, sendo que VLDL apresenta mais
lipídio e menos proteína, enquanto que o HDL é o inverso. O LDL também
leva triglicérides para os tecidos.
O HDL troca colesterol por triglicérides com os tecidos e então volta para
o fígado e recolhe colesterol dos quilomicrons, este colesterol que foi
recolhido é então excretado na forma de sais biliares (GIBNEY; VORSTER;
KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
Quando necessário, a gordura armazenada é hidrolisada em glicerol e
ácidos graxos que são lançados na corrente sanguínea como ácidos
graxos livres, podendo ser utilizados pelo fígado e músculos. Células
musculares degradam e queimam ácidos graxos até CO e H O,
utilizando a energia liberada para a produção de ATP para a contração
muscular.
2 2
O fígado utiliza ácidos graxos para a produção de triglicerídeose
colesterol, que são utilizados para a produção de sais biliares e corpos
cetônicos que serão lançados para a corrente sanguínea e consumidos
pelos músculos em caso de excesso, excretado pelos pulmões e rins.
Assim, o fígado é o principal sintetizador de gordura (GIBNEY; VORSTER;
KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
6.4 DIGESTÃO DE PROTEÍNAS
As proteínas ingeridas não sofrem na boca modi�cações químicas, elas
são apenas reduzidas a partículas menores. No estômago, as proteínas e
polipeptídios são desnaturados por ação do HCl e hidrolisadas pela
pepsina. A digestão no estômago representa apenas 10-20% da digestão
total proteica.
A maior parte desta digestão ocorre no lúmen do duodeno e jejuno sob a
in�uência do suco pancreático, processando-se, quase completamente,
no íleo terminal. No intestino delgado, a enteropeptidase, em pH neutro,
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ativa o tripsinogênio a tripsina que, por sua vez, promove a ativação das
outras propeptidases do suco pancreático. Ocorre, então, a hidrólise de
proteínas e polipeptídios, produzindo aminoácidos (AA) livres e pequenos
peptídios (2-6 aminoácidos). Os AA e pequenos peptídios, produtos da
hidrólise luminal, são então hidrolisados pelas peptidases da borda em
escova a AA, di e tripeptídios que são absorvidos, principalmente, no
jejuno proximal (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
FIGURA 9 – DIGESTÃO DE PROTEÍNAS NO TRATO GASTRINTESTINAL
FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
6.5 ABSORÇÃO E TRANSPORTE DE PROTEÍNAS 
Após a digestão, os peptídeos e os aminoácidos absorvidos são
transportados ao fígado através da veia porta. Esse processo produz
compostos nitrogenados tóxicos como a amônia (NH ), a qual precisa ser
convertida em compostos menos tóxicos para ser eliminada pelo
organismo. A ureia é um composto orgânico menos tóxico do que a
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amônia, de fórmula química CH N O, que será �ltrada pelos rins e
eliminada na urina.
4 2
O conjunto de reações de conversão da amônia em ureia para a sua
eliminação, compõe o que chamamos de ciclo da ureia, que ocorre no
fígado. Apenas 1% da proteína ingerida é excretada nas fezes (WHITNEY;
ROLFES, 2008).
Os aminoácidos participarão na construção e manutenção e renovação
dos tecidos, formação de enzimas, hormônios, anticorpos, no
fornecimento de energia e na regulação de processos metabólicos
(anabolismo e catabolismo) (WHITNEY; ROLFES, 2008).
6.6 DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE VITAMINAS E MINERAIS 
Os micronutrientes não sofrem digestão, pois são absorvidos na forma como são
ingeridos, sendo alguns transformados na sua forma ativa para então serem absorvidos por
transporte ativo na luz intestinal ou passivo. Como citado anteriormente, os minerais e
vitaminas podem ter sua biodisponibilidade reduzida por fatores antinutricionais, como o fitato,
a cafeína e a presença de cálcio, que pode reduzir a absorção de ferro e zinco, entre outras
(COZZOLINO, 1997).
7 METABOLISMO ENERGÉTICO
O organismo humano é um todo feito de muitas partes e processos. O
metabolismo é a soma de vários processos químicos pelos quais a
energia se torna disponível para o funcionamento do organismo. Existem
duas fases no metabolismo: a fase anabólica e a catabólica (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
A fase anabólica inicia quando há ingestão de alimento (refeição). Ocorre
a quebra do jejum, então se tem a liberação de insulina, que é um
hormônio com ação anabólica. A fase anabólica pode se prolongar por 4
a 6 horas, dependendo da quantidade de alimento e nutrientes ingeridos.
É a fase de armazenamento ou síntese de energia (glicogênese,
lipogênese e síntese proteica) (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO,
2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
A fase catabólica é o processo inverso da anabólica. Acontece no jejum,
durante o repouso, ou durante a prática de exercícios. Por exemplo, é
quando ocorre a mobilização das reservas energéticas com ação dos
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hormônios catabólicos glucagon e cortisol. Ocorre, nesse momento, a
quebra das moléculas armazenadas para a produção de energia, ou seja,
é o momento da lipólise, glicólise, neoglicogênese e proteólise. No jejum
noturno, chama-se de fase catabólica �siológica, na qual o organismo se
mantém com uma taxa menor de lipólise sem prejudicá-lo (GIBNEY;
VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
FIGURA 10 – MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE DA GLICEMIA
FONTE: Adaptado de Whitney e Rolfes (2008)
7.1 ATP: ADENOSINA TRIFOSFATO
Antes de entender os processos de obtenção de energia, você deve saber
como a energia �ca armazenada nas células até o momento de uso.
Quem faz isso, é o ATP (Adenosina Trifosfato), molécula responsável pela
liberação de energia na quebra da glicose. Ele é formado por adenina e
ribose, formando a adenosina.
Capítulo 1 
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Assim, a adenosina se une a três radicais fosfato, formando a adenosina
trifosfato. A ligação entre os fosfatos é altamente energética. No
momento em que a célula precisa de energia para alguma reação
química, as ligações entre os fosfatos são quebradas e a energia é
liberada (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY;
ROLFES, 2008).
7.2 MECANISMOS PARA OBTENÇÃO DE ENERGIA
A fotossíntese é um processo de síntese da glicose a partir de gás
carbônico (CO ) e água (H O), na presença de luz. Ela corresponde a um
processo realizado por seres que possuem cloro�la, como as plantas, as
bactérias e as cianobactérias (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO,
2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
2 2
A respiração celular é o processo de quebra da molécula de glicose para a
liberação da energia que nela se encontra armazenada e é o que ocorre
na maioria dos seres vivos. Esta pode ser realizada na presença (aeróbia)
ou ausência de oxigênio (anaeróbia). A respiração aeróbia ocorre através
de três fases: a glicólise, o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória, a
fosforilação oxidativa (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO, 2006;
WHITNEY; ROLFES, 2008).
A glicólise é a primeira etapa da respiração celular e ocorre no citoplasma
das células. Ela consiste em um processo bioquímico em que a molécula
de glicose (C H O ) é quebrada em duas moléculas menores de ácido
pirúvico ou piruvato (C H O ) (GIBNEY; VORSTER; KOK, 2005; CARDOSO,
2006; WHITNEY; ROLFES, 2008).
6 12 6
3 4 3
 
O Ciclo de Krebs corresponde a uma sequência de oito reações,
ocorrendo na matriz mitocondrial das células. Ele tem a função de
promover a degradação de produtos �nais do metabolismo dos
carboidratos, lipídios e de diversos aminoácidos. Essas substâncias são
convertidas em acetil-CoA, com a liberação de CO  e H O e síntese de
ATP.
2 2
QUADRO 14 – CICLO DE KREBS – PRODUÇÃO DE ENERGIA PARA AS
FUNÇÕES VITAIS
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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A) Glicose.
B) Ácido acético.
C) Ácido lático.
D) Gás carbônico.
E) Álcool etílico.
Responder
FONTE: <www.ufpel.edu.br>. Acesso em: 12 dez. 2020
A fosforilação oxidativa é o estágio �nal do metabolismo energético dos
organismos aeróbicos. Responsável pela maior parte da produção de
energia, o saldo energético é de 38 ATPs. Durante a glicólise e ciclo de
Krebs,parte da energia produzida na degradação de compostos foi
armazenada em moléculas intermediárias, como o NAD  e o FAD. Essas
moléculas intermediárias liberam os elétrons energizados e os íons
H  que irão passar por um conjunto de proteínas transportadoras que
constituem a cadeia respiratória. Assim, os elétrons perdem sua energia
que passa a ser armazenada nas moléculas de ATP (GIBNEY; VORSTER;
KOK, 2005; CARDOSO, 2006; WHITNEY; ROLFES, 2008). 
+
+
13 - Se as células musculares podem obter energia por meio da respiração
aeróbica ou da fermentação, quando um atleta desmaia após uma corrida de 1000
m por falta de oxigenação adequada de seu cérebro, o gás oxigênio que chega aos
músculos também não é suficiente para suprir as necessidades respiratórias das
fibras musculares, que passam a acumular:
Capítulo 1 
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A) Respiração e fotossíntese.
B) Digestão e excreção.
C) Respiração e excreção.
D) Fotossíntese e osmose.
E) Digestão e osmose.
Responder
A) Consumo de dióxido de carbono e liberação de
oxigênio para as células.
B) Síntese de moléculas orgânicas ricas em energia.
C) Redução de moléculas de dióxido de carbono em
glicose.
D) Incorporação de moléculas de glicose e oxidação de
dióxido de carbono.
E) Liberação de energia para as funções vitais celulares.
Responder
14 - São processos biológicos relacionados diretamente a transformações
energéticas celulares:
15 - O processo de respiração celular é responsável por:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Vamos fazer algumas considerações sobre o que você aprendeu neste
primeiro capítulo. Começamos falando sobre as funções e estruturas
químicas dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos), da
água e dos micronutrientes (vitaminas e minerais).
Capítulo 1 
13/04/2022 18:47 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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Apresentação  Capítulo 2
A ênfase foi dada para a função, importância biológica e fontes
alimentares de cada um para você compreender em quais alimentos há
presente cada um dos nutrientes e quais as funções que eles
desempenham no organismo humano, pois, do contrário, teremos
carências ou toxicidade que são situações indesejáveis ao bom
funcionamento do organismo.
A biodisponibilidade de nutrientes foi citada quando se falou de
carboidratos, bem como dos micronutrientes, pois o que for ingerido
deve ser absorvido e utilizado, não podendo se perder no caminho.
Foram disponibilizados alguns links de sites com assuntos sobre nutrição
esportiva ao longo de todo o capitulo para que você pesquise sobre o que
veremos nos demais capítulos. Na sequência foi abordado o metabolismo
dos nutrientes, resumindo o processo de digestão e absorção dos
nutrientes para que, por último, fosse possível a sua compreensão e
aprendizado sobre o metabolismo energético, como o organismo obtém,
armazena e mobiliza a energia que é vital ao organismo dos seres vivos,
em especial para o metabolismo do corpo humano.
Assim, o ciclo de Krebs não poderia deixar de ser apresentado, sistema
tão temido em bioquímica por ser uma série de reações químicas que
ocorrem em cadeia, mas que no �m das contas produz energia (ATP),
molécula tão nobre, sendo o combustível para o todas as reações
metabólicas.
De forma intercalada algumas questões de estudo foram colocadas como
forma de �xação e apreensão do conteúdo, bem como esquemas,
quadros e imagens para facilitar o entendimento do conteúdo, para que
ao �nal você pudesse compreender a importância do todo e seguir em
frente nos demais capítulos sobre �siologia do esporte e nutrição
aplicada à atividade física e performance.
Espero que você esteja animado(a).
Você sairá desta disciplina com grandes conhecimentos sobre nutrição
esportiva!
Capítulo 1 
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