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SP 1 - Dor Torácica Aguda e Pericardite

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SP 1 - “Que dá dor no peito?”
OBJ. 1: Definir dor torácica aguda. 
Dor torácica é a sensação de dor ou desconforto percebida de 
diversas formas, mas com localização na região anterior ou 
posterior do tórax. 
A dor torácica na emergência representa um grande desafio 
para o médico, pois além de queixa frequente, compreende 
uma variedade de causas, com ampla gama de implicações 
clínicas. 
O desconforto torácico ocupa o terceiro lugar nas causas de 
procura à emergência, representando 10% do total de 
atendimento. 
A dor torácica pode ter diversas origens e possui diversos 
mecanismos diferentes. Uma das formas de diferenciação da 
origem da dor é a diferença entre a estimulação nervosa 
somática ou visceral. 
 Somática: 
As fibras entram na medula espinal em níveis específicos e são 
distribuídas em dermatomos. A dor costuma ser precisamente 
descrita, com forte intensidade e bem localizada. 
Ex: pleurite, costocondrite, zoster. 
 Visceral 
As fibras entram na medula em múltiplos níveis. Pode se 
apresentar como desconforto, peso, mal-estar. Não tem 
localização precisa. 
Ex: síndrome coronariana aguda, espasmo esofágico. 
CLASSIFICAÇÃO 
O desconforto torácico típico ou dor anginosa se refere aquele 
paciente no qual coexistem 3 características semiológicas: 
I. Sensação de aperto, peso ou pressão retroesternal (às 
vezes queimação ou pontada, mas raramente “dor”); 
II. Início durante esforço físico ou emoções; 
III. Alívio após repouso ou nitrato sublingual (em 1-5min) 
Dessa forma, a dor torácica pode ser classificada em 4 tipos 
(A,B,C,D) pela característica anginosa da dor. 
1. Dor TIPO A - DEFINITICAMENTE ANGINOSA: 
Desconforto retroesternal precipitado pelo esforço, com 
irradiação típica para o ombro, mandíbula ou face interna do 
braço esquerdo, aliviado pelo repouso ou nitrato. 
Características que dão certeza de Síndrome Coronariana 
Aguda, independentemente dos exames complementares. 
2. Dor TIPO B - PROVAVELMENTE ANGINOSA: 
Dor torácica cujas características faz da Síndrome Coronariana 
Aguda a principal hipótese diagnóstica, porém com 
necessidade de exames complementares para a confirmação 
do diagnóstico. Tem a maioria das características da dor 
definitivamente anginosa, podendo ser típica sob alguns 
aspectos, mas atípica em outras. 
3. Dor TIPO C - PROVAVELMENTE NÃO ANGINOSA: 
Dor torácica cujas características não fazem da Síndrome 
Coronariana Aguda a principal hipótese diagnóstica, mas 
devido à existência de múltiplos fatores de risco, doença 
coronária prévia ou mesmo dor sem causa aparente, necessita 
de outros exames para excluí-la. Definida como um padrão 
atípico de dor torácica que não se adapta à descrição da dor 
definitivamente anginosa. 
4. Dor TIPO D - DEFINITIVAMENTE NÃO ANGINOSA: 
Dor torácica cujas características não incluem a Síndrome 
Coronariana Aguda no diagnóstico diferencial. Dor com 
aspectos evidentes de origem não cardíaca. 
 
OBJ. 2: Discutir os diagnósticos diferenciais da dor torácica 
aguda (epidemiologia, características semiológicas). 
CAUSAS 
I. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA 
Geralmente associada a pacientes idosos e com hipertensão 
arterial sistêmica. A dissecção tipicamente inicia com um 
“rasgo” na túnica íntima da aorta, permitindo ao sangue 
penetrar a as camadas íntima e a média. 
 Dor intensa 10/10. 
 Dor súbita. 
 Lancinante. 
 Irradiada para o dorso. 
 Pulso assimétrico. 
 ECG: normal ou com alterações isquêmicas e/ou 
dinâmica do segmento ST-T, mais comumente de 
parede inferior. 
 RAIO-X DE TÓRAX: inespecífico; aumento do 
mediastino; duplo contorno do arco aórtico; 
velamento de hemitórax esquerdo. 
 ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO: “flap” em 
aorta ascendente; insuficiência aórtica; derrame 
pericárdico. 
 ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO: local da 
rotura; extensão da luz falsa; locais de reentrada 
para luz falsa; insuficiência aórtica; derrame 
pericárdico; hematoma intramural; úlceras 
penetrantes. 
 ANGIOTOMOGRAFIA (Protocolo de Síndrome Aórtica 
Aguda) - Padrão ouro para o diagnóstico. 
 RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA DE AORTA 
(Protocolo de Síndrome Aórtica Aguda). 
 
II. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) 
O TEP ocorre com a migração de um trombo já existente no 
sistema venoso periférico, que migra até o lado direito do 
coração e é enviado para o pulmão, impactando nas artérias 
pulmonares. 
 Dor súbita pleurítica. (Característica de dor ao 
inspirar) + hipóxia + dispneia. 
 ECG: padrão S1, Q3 e T3 em alguns casos; pode ter 
distúrbios de condução de ramo direito; onda P 
Pulmonale; pode ocorrer fibrilação. 
 RAIO-X DE TÓRAX: sem sinais de congestão; zonas de 
hipertransparência com áreas de hipoperfusão. 
 LABORATORIAL: Dímero D; gasometria arterial PO2 - 
menor 80mmHg. 
 ECOCARDIOGRAMA: hipertensão pulmonar e 
avaliação de função do ventrículo direito. 
 ANGIOTOMOGRAFIA (Protocolo TEP). 
 FATORES DE RISCO: TVP previa (icc, iam, gravidez, 
idade >40 anos). 
 
III. SÍNDROME CORONARIANA AGUDA 
Isquemia miocárdica que ocorre por obstrução do fluxo 
coronariano. A doença aterosclerótica é a principal causadora 
da SCA, pela ruptura de placa ateromatosa e agregação 
plaquetária, gerando obstrução do fluxo sanguíneo. 
 Dor em aperto, pressão, queimação; 
 Desencadeada por estresse físico ou emocional. 
 Dor aliviada com repouso. 
 Em idosos, diabéticos e mulheres podemos ter como 
manifestação a dispneia, hipotensão, síncope, 
diaforese, dor epigástrica e vômitos. 
 
IV. PNEUMOTÓRAX 
O acúmulo de ar no espaço pleural causa compressão do 
mediastino e deslocação de estruturas torácicas. Pode ocorrer 
por trauma ou procedimentos como acesso venoso central. 
 Dor torácica de início súbito, em repouso e dispneia. 
 Localizada no hemitórax afetado, sendo do tipo 
pleurítica. 
 ECG: normal. 
 RAIO-X DE TÓRAX: presença de linha de pneumotórax. 
 
V. DOR GASTROESOFÁGICA 
Pacientes com refluxo gastresofágico pode apresentar 
desconforto torácico, pirose, definido como uma sensação 
opressiva, retroesternal ou subesternal. Podendo irradiar-se 
para pescoço, braços, dorso, muitas vezes associado a 
regurgitação alimentar. 
A dor da ulcera péptica se localiza em região epigástrica, mas 
as vezes pode ser referida em região subesternal ou 
retroesternal. Geralmente ocorre após uma refeição. 
A ruptura de esôfago (síndrome de Boerhaave) é grave e pode 
ser causado por vômitos intensos ou traumas. A dor é 
excruciante, retroesternal acompanhada de um componente 
pleurítico à esquerda. 
VI. DOR OSTEOMUSCULAR 
A dor osteomuscular, geralmente, possui características 
pleuríticas pela relação com os movimentos dos músculos e das 
articulações produzidos pela respiração. A palpação desses 
locais desencadeia dor. A dor é contínua e localizada. 
VII. DOR PSICOGÊNICA 
A dor psicogênica costuma acometer pacientes com depressão 
ou com transtornos de ansiedade. É difusa, imprecisa e pode 
estar associada ao abuso de analgésicos. 
AVALIAÇÃO - ANAMNESE 
 Caracterização da dor: 
Dor que começa de maneira mais abrupta possui mais 
associação com dissecção de aorta, pneumotórax e TEP. O 
desconforto da SCA tipicamente começa gradualmente e piora 
com esforço. Já na angina estável, a dor parece apenas quando 
a demanda de oxigênio é aumentada. 
 Qualidade da dor: 
Pacientes com SCA geralmente relatam um desconforto que 
pode ser um peso, pressão ou aperto. É uma dor que irradia 
para membros superiores e que pioram ao exercício. Já a 
dissecção aguda de aorta o paciente geralmente relata um 
rasgo no peito. A dor é retroesternal, mas pode ser sentida no 
dorso. TEP pode se apresentar com diferentes tipos de dor, 
podendo até se apresentar como dispneia sem dor. Pacientes 
com pneumotórax geralmente relatam dor em um único lado. 
Na pericardite, classicamente o paciente relata que a dor é 
dependente da posição, piorando ao ficar em ortostase e 
aliviando ao se curvar.Dor bem localizada, que dói à palpação 
ou movimentação é típico de doenças musculoesqueléticas. 
Geralmente a história associada é de exercício ou trauma no 
local. 
 Antecedentes 
Trauma; cirurgia de grande porte; períodos de imobilização; 
uso de drogas; tabagismo; histórico familiar. 
 Comorbidades 
Hipertensão; diabetes; doença arterial periférica; história de 
neoplasia; doença valvar; gravidez recente. 
 
OBJ. 3: Entender o manejo da dor torácica aguda (fluxograma). 
1. Dor TIPO A - DEFINITICAMENTE ANGINOSA: 
Desconforto retroesternal precipitado pelo esforço, com 
irradiação típica para o ombro, mandíbula ou face interna do 
braço esquerdo, aliviado pelo repouso ou nitrato. 
Características que dão certeza de Síndrome Coronariana 
Aguda, independentemente dos exames complementares. 
 
2. Dor TIPO B - PROVAVELMENTE ANGINOSA: 
Dor torácica cujas características faz da Síndrome Coronariana 
Aguda a principal hipótese diagnóstica, porém com 
necessidade de exames complementares para a confirmação 
do diagnóstico. Tem a maioria das características da dor 
definitivamente anginosa, podendo ser típica sob alguns 
aspectos, mas atípica em outras. 
 
3. Dor TIPO C - PROVAVELMENTE NÃO ANGINOSA: 
Dor torácica cujas características não fazem da Síndrome 
Coronariana Aguda a principal hipótese diagnóstica, mas 
devido à existência de múltiplos fatores de risco, doença 
coronária prévia ou mesmo dor sem causa aparente, necessita 
de outros exames para excluí-la. Definida como um padrão 
atípico de dor torácica que não se adapta à descrição da dor 
definitivamente anginosa. 
 
4. Dor TIPO D - DEFINITIVAMENTE NÃO ANGINOSA: 
Dor torácica cujas características não incluem a Síndrome 
Coronariana Aguda no diagnóstico diferencial. Dor com 
aspectos evidentes de origem não cardíaca. 
 
Monitorização: 
 Oxímetro de pulso; 
 Solicitar ECG; 
 Avaliação imediata nos primeiros 10 minutos; 
 Pacientes com piora ou mudança da dor realizar 
novamente na 03ª hora; 
Biomarcadores: 
 Solicitar as troponinas ultrassensíveis; 
 Na admissão, na 03ª hora (ABC) e na 06ªhora 
(opcional). 
 
OBJ. 4: Explicar a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, 
quadro clínico, complicações, diagnóstico e tratamento da 
pericardite. 
Pericardite é um processo inflamatório do pericárdio que tem 
múltiplas causas e se apresenta tanto como doença primária 
quanto secundária. Ela geralmente é benigna e autolimitada, 
mas pode cursar com derrame e tamponamento cardíaco, o 
que aumenta sua morbidez. 
De acordo com sua evolução e forma de apresentação clínica, 
pode ser classificada em: 
 Pericardite aguda 
 Pericardite crônica 
 Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco 
 Pericardite constritiva 
 Pericardite recorrente 
EPIDEMIOLOGIA 
De acordo com dados de serviço de emergência, 5% dos 
pacientes com queixa de dor torácica nas quais foi afastada 
insuficiência coronariana aguda e 1% daqueles com 
supradesnivelamento do segmento ST tinham pericardite 
aguda. 
Em relação ao derrame pericárdico e tamponamento cardíaco 
é mais frequente quando a etiologia é por tuberculose ou 
neoplasias. 
A pericardite aguda é uma doença que costuma acometer 
adolescentes ou adultos jovens. Na maioria das vezes, a 
etiologia é uma infecção viral ou idiopática. 
ETIOLOGIA 
As causas de pericardite são divididas em infecciosas e não 
infecciosas. Entre as infecções pericárdicas, a pericardite viral é 
a mais comum e seu processo inflamatório deve-se a ação 
direta do vírus ou a uma resposta imune. Os mais comuns são: 
enterovírus, ecovírus, Epstein barr, herpes simples, influenza e 
citomegalovírus (CMV), sendo o último mais frequente em 
imunodeprimidos e soropositivos. 
Nos indivíduos soropositivos, a pericardite decorre 
principalmente de doenças infeciosas, não infecciosas ou 
neoplásicas (linfoma e sarcoma de kaposi). 
A pericardite bacteriana manifesta-se geralmente com 
derrame pericárdico, e sua origem pode estar em situações 
como pneumonia, empiema, disseminação hematogênica, pós-
cirurgia cardíaca ou torácica. É uma das complicações 
infecciosas do pós-operatório de cirurgia torácica ou 
relacionada a trauma torácico. 
Já o envolvimento autoimune do pericárdio acontece 
especialmente nos casos de lúpus eritematoso sistêmico, 
artrite reumatoide, esclerodermia, polimiosite e 
dermatomiosite. 
A pericardite pós-infarto pode ocorrer precocemente nos 3 
primeiros dias do IAM. Além disso, a insuficiência renal é uma 
das causas mais comuns de doença pericárdica, produzindo 
derrame em 20% dos pacientes, podendo se manifestar como 
pericardite urêmica ou associada a diálise. 
Já as pericardites neoplásicas são devido a invasão tumoral ou 
linfática ou por disseminação hematogênica. 
1. PERICARDITE AGUDA 
A pericardite aguda classicamente se manifesta como uma 
síndrome febril com frequente acometimento de vias aéreas 
superiores, dor torácica e atrito pericárdico. 
A dor torácica tem características clássicas que sugerem uma 
pericardite, como a localização precordial ou retroesternal tipo 
continua, longa duração (horas, dias), irradia para a região 
cervical e para o trapézio. É uma dor do tipo pleurítica (piora 
com a inspiração profunda, tosse e espirro), piora com o 
decúbito dorsal e alivia na posição sentada com o tronco 
inclinado para frente. 
Eventualmente é uma dor de caráter constritivo, com 
irradiação para o braço esquerdo, simulando a dor anginosa. 
Além disso, o paciente pode queixar-se de uma dispneia. Além 
de poder ter um quadro gripal (febre, dor no corpo, fadiga) 
como um pródromo comum da pericardite viral. 
No exame físico, esse paciente encontra-se geralmente 
taquicardíaco e um pouco taquipneico. Porém, o achado 
patognomônico de pericardite aguda é o atrito pericárdico que 
pode compreender de um a três tempos e pode ser transitório, 
tem um som áspero (como o ranger entre duas lixas), mais 
audível com o paciente sentado com o tronco inclinado. 
DIAGNÓSTICO 
Não existe um exame padrão ouro para a confirmação 
diagnostica de pericardite aguda. Porém o diagnóstico pode ser 
feito pela relação entre um quadro clinico compatível e exames 
complementares. Lembre-se, o atrito pericárdico é parte 
fundamental do diagnóstico. 
 ECG: apesar do pericárdio ser eletricamente 
silencioso, essa pericardite pode se estender até a 
região epicárdica, culminando com o aparecimento de 
um supra desnivelamento de ST, com ST de aspecto 
côncavo e a onda T positiva e apiculada. 
 ECO: o principal achado nesse exame é o derrame 
pericárdico. Porém é mais comum a ausência desse 
derrame ou um derrame leve. 
 RADIOGRAFIA: o rx de tórax geralmente é normal, a 
não ser se houver um derrame pericárdico de 
moderada a grande intensidade, levando a presença 
de uma cardiomegalia. 
 MARCADORES LABORATORIAIS: 
- Marcadores de necrose miocárdica: Níveis elevados de 
marcadores miocárdicos são observados em pacientes com 
pericardite aguda, sendo mais frequente a elevação de 
troponina I. 
- Marcadores de atividade inflamatório: Os marcadores de 
atividade inflamatória de fase aguda como VHS, leucocitose e 
Proteína C reativa (PCR), encontram-se elevados em 
aproximadamente 75% dos pacientes, sendo que a ausência 
desses marcadores na avaliação inicial de pacientes e não 
afasta o diagnóstico. 
 PERICARDIOCENTESE E BIÓPSIA PERICÁRDICA: A 
pericardiocentese é um procedimento invasivo 
utilizado com o objetivo terapêutico e diagnóstico. Ela 
está indicada na presença de quadro clinico de 
tamponamento pericárdico como medida salvadora. 
Já a biopsia pericárdica, está indicada na investigação 
diagnostica refratária ao tratamento clinico, sem 
diagnóstico definitivo estabelecido. 
Os marcadores de alto risco da pericardite aguda são: elevação 
de enzimas de necrose miocárdica, febre acima de 38oC e 
leucocitose (elevada possibilidade de pericardite purulenta), 
derrames pericárdicosvolumosos com ou sem tamponamento 
cardíaco, pacientes imunocomprometidos, história prévia de 
anticoagulação oral, disfunção global pelo ecocardiograma, 
sugerindo miopericardite. Esses marcadores indicam a 
necessidade de admissão hospitalar. 
COMPLICAÇÕES 
 Tamponamento cardíaco 
O saco pericárdico contém uma pequena quantidade de liquido 
que envolve o coração. Quando uma quantidade significativa 
de liquido se acumula e ultrapassa a capacidade de distensão 
do tecido fibroelástico pericárdico, ocorre progressiva 
compressão de todas as câmeras cárdicas decorrente do 
aumento da pressão intrapericárdica, redução do volume de 
enchimento cardíaco e maior interdependência ventricular. 
O tamponamento cardíaco é a condição na qual o debito 
cardíaco está significativamente reduzido devido ao 
enchimento ventricular prejudicado pelas altas pressões 
intrapericárdicas. 
O tamponamento cardíaco é provável quando ocorre um 
rápido acúmulo de líquido pericárdico, principalmente se o 
líquido for denso. Isso é muito comum quando o líquido é 
sanguinolento ou purulento. Contudo, o tamponamento pode 
ocorrer com qualquer tipo de derrame pericárdico. 
Uma consequência importante desse processo: o aumento 
progressivo das pressões de enchimento ventricular e atriais 
leva à síndrome congestiva aguda, com congestão pulmonar e 
sistêmica, esta última caracterizada principalmente por uma 
turgência jugular patológica. 
As primeiras manifestações de um paciente com 
tamponamento cardíaco normalmente são taquipneia, 
dispneia e ortopneia. 
Os dois principais achados ao exame físico são a turgência 
jugular patológica (normalmente sem o “descenso y”) e o pulso 
paradoxal (redução da PA sistólica em mais de 10 mmHg e/ou 
a redução detectável da amplitude do pulso arterial, durante a 
inspiração). 
A tríade de Beck, composta por hipotensão arterial + bulhas 
hipofonéticas + turgência jugular patológica, sinaliza a forma 
grave de tamponamento, com risco iminente de vida. A 
principal causa de tamponamento grave é o hemopericárdio 
traumático, iatrogênico ou por dissecção aórtica. 
 Derrame pericárdico 
Na maioria das vezes, o derrame pericárdico não causa 
sintomas ao paciente, nem sinais ao exame físico. Quando de 
moderada a grande quantidade, pode causar a dor descrita na 
pericardite subaguda/crônica, uma dor precordial ou 
retroesternal contínua e de caráter opressivo, geralmente de 
leve intensidade. 
Eventualmente, grandes derrames pericárdicos podem 
comprimir estruturas anatômicas adjacentes, como o esôfago, 
os brônquios, o parênquima pulmonar, o nervo frênico ou o 
nervo laríngeo recorrente, levando a sintomas como disfagia, 
tosse, seca, dispneia, soluços e rouquidão. 
No rx, o aumento da área cardíaca por derrame pericárdico é 
difícil de ser diferenciado da cardiomegalia. Algumas pistas 
para o diagnóstico são o aspecto globular do contorno cardíaco 
– o coração em moringa. 
 
2. PERICARDITE RECORRENTE 
É a complicação mais comum da pericardite aguda. Em 20-30% 
dos casos, semanas ou meses após o primeiro episódio, o 
paciente apresenta uma recorrência dos sintomas (dor 
pericárdica), algumas vezes, de forte intensidade. O 
tratamento, a princípio, pode ser o mesmo do primeiro 
episódio, dando preferência para os AINEs, em associação ou 
não com corticoides ou colchicina. Em casos de dor intratável, 
podemos recorrer à pericardiectomia, eficaz em uma minoria 
de pacientes, apenas. A colchicina, na dose de 1 mg/dia, pode 
ser utilizada na profilaxia de recorrências por até dois anos 
3. PERICARDITE CONSTRICTIVA 
É um tipo de pericardiopatia na qual o pericárdio está 
endurecido e exerce um efeito limitante ao enchimento 
ventricular diastólico, desencadeando uma síndrome 
congestiva. 
O pericárdio vai ficando progressivamente mais rígido e 
espesso, formando uma verdadeira “carapaça” em volta do 
coração. Os dois pericárdios (parietal e visceral) se fundem, 
obliterando o espaço pericárdico. 
O quadro clínico costuma manifestar-se com uma síndrome 
congestiva sistêmica, predominando a turgência jugular 
patológica, a hepatomegalia congestiva, a ascite e o edema de 
membros inferiores e da genitália. 
TRATAMENTO 
Como na maioria das vezes a pericardite aguda é de causa viral 
ou idiopática, o tratamento está focado no controle dos 
sintomas e na prevenção das recidivas após resolução 
espontânea do quadro. 
A princípio, todos os pacientes com pericardite aguda devem 
ser internados para observação. Além de ter que investigar 
sinais de tamponamento cardíaco. 
 AINES e colchicina 
O esquema terapêutico de escolha na atualidade consiste na 
associação de um Anti-Inflamatório Não Esteroidal (AINE), 
como ibuprofeno ou indometacina, com a colchicina. 
O objetivo principal do tratamento é o alívio da dor e a 
resolução do processo inflamatório. 
Os AINH devem ser utilizados nas doses antiinflamatórias: o 
Ácido acetil salicílico (AAS), 500 a 750mg a cada 6 ou 8 horas, 
por 7 a 10 dias, seguido de redução gradual de 500 mg por 
semana, por três semanas; o ibuprofeno, 400 a 800mg a cada 
6 ou 8 horas, por 14 dias; o Indometacina, 75 a 150 mg ao dia. 
Na pericardite pós-infarto agudo do miocárdio, deve-se evitar 
o uso de indometacina, por estar relacionada à redução do 
processo cicatricial da área infartada; 
O tempo de tratamento da pericardite com AINH é em torno 
de 14 dias, usualmente, podendo ser guiado pelos níveis séricos 
da PCRT como marcador de atividade inflamatória. A retirada 
dos AINH deve ser progressiva e lenta para reduzir a 
possibilidade de recorrência. 
A colchicina, por outro lado, tem a capacidade de prevenir as 
recidivas, sendo mantida geralmente por mais três meses após 
a suspensão do AINE. A dose é 0,5 mg de 12/12 horas ou 0,5 
mg a cada 24 horas nos pacientes com menos de 70 kg. 
Vale dizer que se o paciente se mostrar refratário ao 
tratamento inicial com AINE + colchicina, devemos substituir 
essa dupla pela corticoterapia com prednisona em doses anti-
inflamatórias (0,25- 0,5 mg/kg/dia). 
Devemos ressaltar que o uso de anticoagulantes está 
contraindicado em todos os casos de pericardite aguda, pelo 
menos em sua fase sintomática, devido ao risco de 
hemopericárdio com consequente tamponamento cardíaco. 
Nos casos em que a anticoagulação é extremamente necessária 
(ex.: prótese valvar metálica), o paciente deve receber 
heparinização venosa durante a internação, pois caso haja 
hemopericárdio, podemos neutralizar a ação anticoagulante 
com sulfato de protamina. 
O paciente com tamponamento cardíaco e hipotensão arterial 
deve receber reposição volêmica e, às vezes, suporte 
inotrópico (dobutamina) enquanto é preparado para um 
procedimento de retirada de líquido pericárdico. 
Um procedimento de alívio pode ser feito em caráter semi-
eletivo, caso o paciente esteja com a hemodinâmica 
estabilizada, ou em caráter emergencial, se for um 
tamponamento fulminante. Neste último caso, uma 
pericardiocentese imediata de alívio deve ser feita, levando-se 
o paciente em seguida para o centro cirúrgico, caso haja 
suspeita de hemopericárdio agudo. 
 
OBJ. 5: Avaliar os custos durante a avaliação da dor torácica 
aguda (dados de diagnósticos incorretos).

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