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1 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B Choque em Vítimas de Trauma → Geralmente quando diz que o paciente está “chocando” é um agravamento do caso. O que é choque na vítima de trauma? Má perfusão dos tecidos (colapso circulatório) o Não há exame que diz isso o Nem dados específicos o Há SINAIS CLÍNICOS que mostra a má perfusão tecidual o Pele branca DC = FC X VOLUME SISTÓLICO (volume ejetado) Para ter volume ejetado para as artérias, deve ter sangue dentro das veias (pré-carga → o sistema venoso faz essa pré-carga) Lei de Frankstarling → fibra do coração para contrair, deve dilatar. É necessário ter sangue; ou seja, se o paciente está perdendo sangue, não pode deixá-lo perder mais ou até mesmo repor. PA = DC X RVP Metabolismo anaeróbico → produção de ácido lático → acidose metabólica → morte celular Conforme tem uma perda de sangue progressiva, ocorre vasoconstrição para preservar as partes nobres (SNC, coração e rins) CAUSAS DE CHOQUE Existem várias, mas a mais frequente é HEMORRAGIA Paciente 27 anos, vitima de arma de fogo em região cervical 1) Cor da pele 2) Sudorese fria 3) Alteração do nível de consciência (agitação, coma) PALIDEZ CUTÂNEA, TAQUICARDIA E ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA SÃO FUNDAMENTAIS NO INICIO DA AVALIAÇÃO ✓ Realizar contato verbal para avaliar sensório ✓ Checar FC ✓ FC >100bpm é choque até que se prove o contrário Outros sinais: ➢ Diminuição do volume urinário -> por isso passa sonda vesical, para ver se o paciente está urinando e se produz urina ➢ Taquipneia e respiração superficial ➢ Hipotensão o É importante, porém não é o primeiro que ocorre na perda sanguínea o Para ter queda da PA, é necessário perder 30% da volemia (1500mL) ABCDE Como se reanima um paciente em choque ©? 1) Parar o sangramento 2 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B a. Se estiver sangrando para fora (hemorragia externa) → comprime i. Gaze ii. Ataduras compressivas iii. Todas as formas de sangramento externo devem ser tamponadas b. Se estiver sangrando para dentro (hemorragia interna) → abre o paciente Vai cair na prova!!! Existem 4 lugares de hemorragia interna → Abdome, tórax, pelve (retoperitôneo), ossos longos (fêmur principalmente). • Fêmur sangra até não caber mais • Hemotórax maciço é percebido no B o Expansibilidade o Dispneia o Percussão maciça o Cor da pele do paciente (palidez) Exemplos: - Hemorragia no abdome após trauma fechado (criança que sofreu trauma por cinto de segurança) → Fazer um FAST na sala de emergência - Hemotórax por FAB: grande hemotórax esquerdo de homem de 26 anos vítima de ferimento por arma branca. FC=140. PA=80X40. Dispneia - Acidente de motocicleta que teve uma fratura de pelve ou fratura de ossos longos Trauma de crânio não é fonte oculta de hemorragia capaz de levar ao choque hemorrágico → cabeça não leva ao choque Sinais evidentes conforme evolução da hemorragia: • Um adulto pode perder até 750mL de sangue e não apresentar nenhuma repercussão clínica; • Hemorragia >750mL, inicia taquicardia; 3 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B • Apenas quando a hemorragia chega próximo a 1500mL, ocorre queda da PA; • Hemorragia >2000mL pode ocorrer choque grave com perda de consciência, pressão diastólica inaudível GRAUS DA HEMORRAGIA Grau I: quando sangra até 750mL; FC <100bpm; pressão sistólica normal • Pessoa pode estar sem sinal clinico, sendo uma hemorragia bem lenta Grau II: quando sangra 750-1000mL; FC >100; pressão sistólica normal • Taquicardia Grau III: sangra 1500mL; FC 120; pressão sistólica diminuída • Transfusão já está indicada Grau IV: sangra 2000mL; FC 160; • Choque grave, perda de consciência OBS: Pressão de pulso = (120-80 = 40 - normal) Vai cair na prova!!! Quanto é a produção de urina? 0,5mL/kg/h REANIMAÇÃO DA CIRCULAÇÃO → Após parar o sangramento externo → Cateter venoso periférico, cateterizar incialmente uma veia periférica; → O número do cateter deve ser no mínimo 18 no trauma; → Começar infusão de SR ou ringer lactato 1- 2L a 39ºC Dependendo do estado circulatório do paciente, repetir em outra veia periférica e infundir mais 1L de SF. CATETER/ABOCATE/JELCO → Quanto menos a numeração do cateter, maior seu calibre 2ª opção se não conseguir a veia → acesso intraósseo IMPORTANTE: quando obter o primeiro acesso periférico, antes de infundir soro, retirar uma quantidade de sangue na seringa para ver a tipagem sanguínea, teste de gravidez para mulheres em idade fértil, teste toxicológico para drogas ou outras doenças. → Inicialmente, 1L de SF é infundido (a necessidade de mais infusão depende da resposta clínica do paciente) Como sabemos a quantidade de volume infundir e se preciso transfundir sangue? 1º classificar a hemorragia 4 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B 2º ver como reage ao soro (tanto faz se for SF ou ringer) • Resposta satisfatória/rápida = melhora da palidez, do nível de consciência, diminuição da FC, aumento da PA, ocorre estabilização sem precisar infundir mais • Resposta moderada/transitória = melhora nos parâmetros, mas voltam a piorar quando acaba a infusão ou quando ela é diminuída o Significa que ainda tem sangramento • Sem resposta QUANTO INFUNDIR DE VOLUME (SF OU RINGER LACTATO) → Depende da resposta do paciente → Não deve exceder de 1/2L → Não é necessário chegar nos valores normais de PA, ainda mais esperar isso para ir ao CC Excesso de volume: dilui o sangue do paciente. Como consequência ocorrem alterações na coagulação e sangramento não para. Vasopressores (noradrenalina, dobutamina...) são contraindicados na primeira linha de tratamento de choque porque pioram a perfusão tecidual. CASO CLÍNICO CASO 1: Ferimento de arma de fogo no pescoço FAG no pescoço; palidez cutânea; sudorese fria; extremamente confuso; FC 134; PA 80x60 – GRAU III CASO 2: 67 anos, vítima de facada região cervico torácica; paciente consciente e calmo; FC 90; PA 140x100 – GRAU I CASO 3: 20 anos, ferimento por arma de fogo na região toracoabdominal do lado direito – GRAU II CAUSAS DE CHOQUE NÃO HEMORRÁGICO ✓ Pneumotórax hipertensivo → tanto ar que espreme o coração e ele não consegue bombear. Rapidamente drenar ou só descomprimir com agulha ✓ Tamponamento cardíaco → ferimentos penetrantes no tórax ou na coluna, pode machucar o pericárdio. É semelhante ao pneumotórax hipertensivo, mas é sangue entre o pericárdio e o coração. o FAST avalia ✓ Choque neurológico → trauma raquimedular, por exemplo quando a pessoa mergulha e cai de cabeça o Perda do tônus simpático -> não faz vasoconstrição. Nesse caso a FC não sobe ✓ Choque séptico 5 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B Trauma Abdominal e Pélvico → Isso pode levar a hemorragia e deve parar esse sangramento → Começar a se preocupar com isso no “C”. se não lembrar, se preocupar no “E” Mulher, 22 anos, com FAF na transição tóraco-abdominal, taquipneia, agitada, FC = 122, PA = 90x70, palidez cutânea. Há sinais clínicos de choque? R: sim. Qual grau de hemorragia? R: grau II ou III Como reanimar na sala de emergência? R: A, B, C -> parar sangramento externo, cateter periférico número no mínimo 18, infusão com SF ou ringer lactato 1-2L a 39ºC. avaliar a resposta do paciente Grau III -> transfusão de concentrado de hemácias Há sangramento abdominal? R: sim. Tiro e sinais vitais. Trata com cirurgia – abre o paciente e procura – laparotomia exploratória Necessita de exame de imagem? 6 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B R: quandodecidir que é laparotomia, não faz FAST nem nada, leva ao CC Qual conduta definitiva para esse caso? R: operar o paciente. → A maior parte dos FAF no abdome necessitam de laparotomia. 98% causam lesões intraperitoneais quando penetra a cavidade peritoneal. → Não há necessidade de perda de tempo com exames subsidiários FAB X FAF 1) As vezes não atravessa a cavidade peritoneal -> não precisa de laparotomia a. 30% das lesões por arma branca causam lesões intraperitoneais b. 70% pega plano muscular apenas Tipos de lesão abdominal FERIMENTO CONTUSO • Acidente de carro, de moto • Não há perfuração ou comunicação com o meio externo • Traumas fechados de alta energia FERIMENTO PENETRANTE • Arma de fogo ou arma branca • Perfuração da cavidade abdominal Indicação de laparotomia ➢ Trauma penetrante com anormalidade hemodinâmica; ➢ FAF com trajetória transperitoneal; ➢ Sinais de peritonite; o Trauma fechado ou arma branca o Pessoa consciente, aperta a barriga e sente dor ➢ Sinal de penetração peritoneal o Evisceração Exames subsidiários → Feito quando não há certeza de indicação clara de laparotomia. Lembrando que se a indicação clínica de cirurgia já foi feita, esses exames são contraindicados ✓ Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) o Menos feito ✓ TC o Muito feito ✓ FAST o Quase nunca feito o Precisa de muito treinamento Maior avaliação Vai cair na prova!!! → Quando não fechou certeza de laparotomia e necessidade de LPC, TC, FAST ✓ Nível de consciência alterado ✓ Alteração na sensibilidade abdominal ✓ Associação de fraturas de costelas inferiores, pelve e coluna lombar; ✓ Exame físico duvidoso; ✓ Casos em que perde contato com paciente por muito tempo, como anestesia geral para tratamento de lesões não abdominais; ✓ Sinal de lesão por cinto de segurança 7 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B Indicações de Laparotomia ✓ Trauma abdominal contuso com hipotensão com FAST+ OU evidencia clínica de sangramento intra- abdominal ou sem outra fonte de sangramento ✓ Hipotenso com ferimento que atravessou a fáscia (FAF) ✓ Ferimento abdominal que atravessa ✓ Evisceração ✓ Sangramento do estomago, reto ou trato genito urinário após trauma penetrante ✓ Peritonite CASO 1: Paciente morador de rua, vitima de trauma abdominal contuso Foi drenado tórax, via aérea pérvia, hemotórax. Na sala de emergência FC = 100, PA = 90x62 (sinais vitais duvidosos, então faz lavado peritoneal). Dentro da sala de emergência, fez LPD (abre pele, subcutâneo até chegar no plano fascial, abre e chega no peritônio → coloca um cateter dentro da cavidade abdominal → SF) Após infusão com SF e começar a voltar sangue → há sangue livre. LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO - Coloca cateter na cavidade abdominal por via infra umbilical SINAL DE DESTOT -> sinal quando há lesão inguinal, fratura pélvica etc. FAST 1) FAST começa pelo coração para ver se tem tamponamento cardíaco 2) Depois vai para o lado direito -> espaço hepato-renal 3) Depois lado esquerdo 4) Por fim vai para região da bexiga para ver se tem sangramento pélvico Trauma abdominal e pélvico precisa ser raciocinado e desde o começo do atendimento. Socorrista quando vê, já precisa analisar se tem cirurgião geral no hospital ou não (para saber se transfere o paciente ou não). Enquanto isso, vai reanimando o paciente. 8 ATLS – ADT2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B Trauma de Crânio
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