Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Monalisa Cirqueira - MEDUFOB DIABETES GESTACIONAL Por que aparece? Com o desenvolvimento da placenta, ocorre a produção de hormônios contrainsulínicos, cada vez em maiores quantidades ao longo da gestação, aumentando a resistência periférica à insulina Isso permite uma maior disponibilidade de glicose para o feto. · Hormônio lactogênio placentário Como feedback, a gestante aumenta a produção de insulina, até que o pâncreas não consegue mais contrabalancear esse efeito contrainsulínico. OBS.: Na insuficiência placentária tem uma menor quantidade de lactogênio placentário logo, gestantes previamente tratadas com insulina podem desenvolver hipoglicemia por redução do hormônio contrainsulínico. FATORES DE RISCO · Obesidade · Idade materna > 25 anos · História familiar e/ou pessoal positiva · Gemelaridade · HAS · Dislipidemia · Tabagismo · Sedentarismo · Macrossomia pregressa · Óbito fetal sem causa aparente DIAGNÓSTICO Todas as gestantes devem fazer teste diagnóstico para diabetes. Glicemia de jejum: normal até 91; se normal, repetir entre 24-28s com o TOTG de 75g! · Entre 92-125: diagnóstico de DG (não precisa de outro exame) · 126 ou mais: overt diabetes TOTG 75: se um resultando vier alterado, já tem diagnóstico de DG. · jejum - até 92 · 1h - até 180 · 2h - até 153 Obs.: se no local não tiver TOTG, realiza-se outra glicemia de jejum se abaixo de 92 = normal! A dosagem de Hb glicada ideal é abaixo de 6% para as gestantes com DM pré-gestacional que querem engravidar relação direta com malformações a abortamento. TRATAMENTO MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS: a adequação nutricional + atividade física são primeiro passo do tratamento. Cerca de 70% das gestantes com DMG conseguirão controle da glicemia. · Dieta fracionada, geralmente 6-7 porções ao dia 40-55% de carboidratos, 15-30% de proteínas e 30-40% de lipídios. Controle com glicemia capilar: jejum (até 95), pós café, almoço e jantar (140 - 1h; 120-2h); [para gestantes sem terapia farmacológica] reavaliar em 7-14 dias e o resultado ideal é equivalente a 70% das glicemias normais. · Caso não atinja esse 70%: tratamento farmacológico insulina MS e FEBRASGO contraindicam hipoglicemiante oral! INSULINOTERAPIA: quando 30% ou mais dos valores glicêmicos estiverem alterados. Quanto usar de insulina? A quantidade é crescente na medida em que a gestação avança, uma vez que a placenta aumenta a produção de hormônio lactogênio placentário. · 1º Trimestre: 0,4 - 0,6 UI/Kg/dia · 2º Trimestre: 0,6 – 0,8 UI/Kg/dia · 3º Trimestre: 0,9 – 1 UI/Kg/dia Como aplicar a insulina? A dose deve ser fracionada: · Metade 1/2 manhã, 1/4 a tarde e 1/4 a noite Controle glicêmico: de 6-7x ao dia: jejum, pós café, pré almoço e pós almoço, pré janta, pós janta e madrugada. · O ideal é pelo menos 70% dos valores normais. Alvos: jejum = até 95; 1h pós-prandial = até 140; 2h pós-prandial = até 120; pré-prandial = até 100; madrugada = no mínimo 60! ATENÇÃO: os antidiabéticos orais ainda não estão liberados para uso na gestação, ainda faltam evidências para definir riscos e benefícios. Porém, a metformina pode ser utilizada em condições específicas: · Difícil acesso a insulina · Incapacidade para autoadministração de insulina · Necessidade de altas doses de insulina (> 100 UI) sem resposta adequada no controle glicêmico PARTO · Se DMG compensado com tratamento não farmacológico, o máximo para realização do parto é de 40s6d não deve ser induzido antes de 39s. · Se DMG em tratamento farmacológico, o parto deve ocorrer entre 39s e <40s · Se DMG mau controlado parto a partir da 37s PUERPÉRIO DM tipo I: diminui a insulina para não fazer hipoglicemia, uma vez que não tem o lactogênio placentário: · Voltar a usar a quantidade anterior à gestação ou 1/3 da dose do final da gestação DM Gestacional: retira a insulina, dieta geral, com observação, e com 6 semanas de pós parto, realizar o TOTG: · jejum: acima de 126 é DM · em 2h: acima de 200 é DM Cerca de 70% das gestantes com GM gestacional se tornam francamente diabéticas em 10 anos se não houver mudanças dos hábitos de vida. COMPLICAÇÕES FETAIS NA DM GESTACIONAL Polidrâmnio: hiperglicemia no feto causa o aumento do volume urinário – aumento da osmolaridade sanguínea. Hipóxia: a Hb se liga a glicose e possui maior afinidade ao oxigênio, diminuindo a oferta de oxigênio paras células. · Policitemia fetal para compensar a hipóxia icterícia neonatal podendo levar ao kernicterus; Hiperinsulinismo no feto, o que, pelo efeito anabólico, causa o crescimento macrossômico do feto. · Crescimento excessivo: grande para idade gestacional (GIG) [peso ao nascer > P90]; macrossômico [peso ao nascer > 4.000g] a longo prazo, são RN com maior risco de obesidade e resistência insulínica. Ao romper o cordão, impedindo a passagem da glicose materna para o feto hiperinsulínino, causa a hipoglicemia nas primeiras horas de vida. Hipocalcemia das primeiras horas (sem mecanismo elucidado). NA DM PRÉ - GESTACIONAL Já tem o diagnóstico antes da gestação: É ideal que a mulher engravide cm a Hb glicada abaixo de 6 é o parâmetro de abortamento e outras complicações: MALFORMAÇÕES FETAIS: síndrome da regressão caudal (típica) e cardíacas (mais comum) importante realizar o rastreamento com USG morfológica com 20 a 24s de gestação. Vasculopatia placentação inadequada, sofrimento fetal crônico, restrição de crescimento fetal e oligoâmnio [realizar doppler de artéria umbilical a partir da 26ªsemana].
Compartilhar