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CONTRATO POR OBRA CERTA

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CONTRATO POR OBRA CERTA
Conceito, Validade, Prorrogação, Sucessão, Anotação na CTPS, Verbas Rescisórias
Roteiro 
 
1. Conceito
O contrato por obra certa é um tipo de contrato por prazo determinado que pode ser firmado nas hipóteses em que o empregado for admitido para trabalhar em determinada obra ou serviço específico com data final pré-fixada.
Este contrato é específico para a área de construção civil, uma vez que será realizado quando houver uma obra ou um serviço específico relacionado a esse setor.
Este contrato pode ser realizado entre empregado e empregador para uma execução de serviços específicos, ou ainda, da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada, nos termos do artigo 443, §§ 1° e 2º, alínea a, da CLT ou então, se tiver previsão expressa em instrumento coletivo, conforme Lei nº 9.601/98.
2. Validade
Conforme prevê o artigo 1° da Lei n° 2.959/56, o contrato de obra certa só terá validade se as inscrições na carteira profissional do empregado forem feitas pelo construtor, que será constituído como empregador.
Com o advento da CTPS digital, instituído pela Lei nº 13.874/2019, no artigo 15, não é mais obrigatório realizar as anotações em CTPS física do empregado, visto que, a CTPS digital será alimentada pelas informações transmitidas ao eSocial, e de acordo com o inciso II, artigo 5º da Portaria SPREV/ME nº 1.065/2019, os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas informatizados da Carteira de Trabalho em meio digital equivalerão às anotações que eram feitas na CTPS física anteriormente.
Importante mencionar que, o contrato por obra certa é um contrato por prazo determinado e para ser válido, terá que ter todos os termos formalizados, assim como data de início e fim. No contrato de trabalho deve estar estipulado a vinculação do empregado à determinada obra sob pena desse contrato ser considerado contrato por prazo indeterminado em razão de seu desvirtuamento.
3. Vedação
Não existe legislação que proíba a contratação por obra certa de forma específica.
Por se tratar de um contrato por prazo determinado, este também não pode ser utilizado para uma substituição de empregado afastado por qualquer que seja o motivo, visto que, deverá ser utilizado somente nos casos em que haja um aumento de demanda ou ainda, para serviço de necessidade permanente da empresa, de acordo com o artigo 443, §§ 1° e 2º da CLT.
4. Vigência
De acordo com o artigo 445 da CLT, os contratos por prazo determinado têm a vigência de no máximo dois anos.
5. Prorrogação
Como o contrato de obra certa se trata de um contrato por prazo determinado, conforme o artigo 451 da CLT, somente poderá sofrer uma prorrogação, de forma tácita ou expressa, dentro do seu prazo máximo de dois anos.
Se houver mais de uma prorrogação para este tipo de contrato, este se transformará automaticamente em contrato por prazo indeterminado.
Todavia, se o contrato for firmado com base em previsão do instrumento coletiva da categoria, Acordo Coletivo ou Convenção Coletiva, conforme determina o § 2° do artigo 1° da Lei n° 9.601/98, não será aplicada a previsão supracitada do artigo 451 da CLT. Sendo assim, se o contrato for regulamentado pela Lei nº 9.601/98, este poderá inúmeras prorrogações dentro do prazo máximo de dois anos.
6. Continuidade da Prestação de Serviço
Caso após a data pré-fixada para término o empregado continue prestando serviços ao empregador, sem que tenha ocorrido prorrogação de forma expressa, o contrato se transformará automaticamente em contrato por prazo indeterminado.
7. Sucessão do Contrato de Trabalho
Na hipótese de contratos sucessivos, será proibida a celebração de um novo contrato por prazo determinado dentro do período de seis meses, conforme disposto no artigo 452 da CLT, visto que, nesses casos, o novo contrato seria considerado automaticamente por prazo indeterminado.
Porém o artigo supracitado admite a celebração de novos contratos por prazo determinado de forma sucessiva, não sendo necessário respeitar o prazo de seis meses, desde que a expiração do contrato tenha sido por conta da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos.
Conforme o doutrinador Sérgio Pinto Martins em seu livro “Comentários à CLT”, para os contratos de obra certa, pode ser entendido como realização de certos acontecimentos, sendo assim podendo ser realizados contratos desta modalidade de forma consecutiva. (MARTINS, 2019, pg. 455)
8. Comunicação Prévia
O contrato por prazo determinado não exige comunicação de término de forma antecipada. Sendo assim, esta deverá ser realizada no último dia de contrato de trabalho ou no dia útil imediatamente anterior ao término caso o dia do término do contato não tenha expediente na empresa.
9. Indenização Adicional
Conforme a redação do artigo 2º da Lei nº 2.959/56, é assegurado ao trabalhador contrato por meio de contrato por obra certa, que conte com mais de 12 meses de serviço, por ocasião do término da obra ou de sua atividade, uma a indenização por tempo de trabalho, na forma do artigo 478 da CLT, com 30% de redução.
10. eSOCIAL
A partir da data de obrigatoriedade de envio dos eventos não periódicos, as empresas passarão a enviar para o eSocial os contratos por prazo determinado, no caso os contratos por obra certa.
Essa informação será transmitida através do evento S-2200, Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhado.
No tipo de contrato deverá ser colocado contrato por prazo determinado. A data do término deve ser preenchida de acordo com o prazo inicialmente acordado com o trabalhador. E nas informações referentes a cláusula assecuratória, o empregador deverá indicar se o contrato contém cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada.
Havendo a prorrogação do contrato, a empresa deve enviar para o eSocial o evento S-2206, Alteração de Contrato de Trabalho, informando a nova data prevista para término do contrato.
11. Direitos Trabalhistas
O empregado contratado por obra certa terá todos os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos por lei, tais como salário, 13° salário, adicionais de insalubridade e periculosidade se for o caso, recebimento de salário família se a remuneração estiver na faixa em que concede o direito, férias acrescidas de 1/3, depósitos de FGTS, contribuições previdenciárias e demais benefícios da categoria.
O pagamento do salário, independentemente do tempo de contrato, seguirá a regra do artigo 459 da CLT e deverá ser pago, até o 5° dia útil do mês subsequente ao vencido. Assim, como os demais empregados, será devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador na alíquota de 8% sobre a remuneração paga, no mesmo prazo determinado pelo artigo 15 da Lei nº 8.036/90, que é o dia 07 do mês subsequente.
Para os empregados, como já citado, deverá ser realizado os recolhimentos das contribuições previdenciárias sobre a remuneração do empregado, nas alíquotas de 7,5%, 9%, 11% e 14%, de forma progressiva, conforme disposto no artigo 28 da EC nº 103/2019.
Quanto ao vale transporte, caso o empregado apresente declaração que necessite do benefício, este deverá ser pago pelo empregador, podendo ser realizado o custeio na forma de desconto de 6% sobre o salário-base do empregado, na forma prevista no artigo 9º do Decreto n° 95.247/87.
O empregado que preencher os requisitos para o recebimento do salário-família, em virtude da faixa salarial, bem como, apresente os documentos necessários relacionados ao filho, terá direito ao recebimento do referido benefício, conforme disposto no artigo 65 da Lei n° 8.213/91.
12. Verbas Rescisórias
A rescisão dos contratos por obra certa poderá ser realizada no término previsto do contrato, ou de forma antecipada com iniciativa do empregador ou do empregado.
Importante esclarecer que, o pagamento das verbas rescisórias será realizado no prazo de 10 dias contados da data do término do contato, nos termos do artigo 477, § 6°, da CLT.
As verbas rescisórias dependerão da forma de rescisão, conforme análise a seguir:
a) RescisãoAntecipada do Contrato de Trabalho Motivado pelo Empregador:
- saldo de salário;
- 13º salário proporcional;
- férias proporcionais, acrescido de 1/3 constitucional;
- férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional, caso o contrato tenha vigorado por mais de um ano e as férias não tenham sido gozadas;
- salário-família (se for o caso);
- recolhimento do FGTS do anterior e mês da rescisão através da GRRF - código 01;
- Multa do FGTS (40%) - Lei n° 8.036/90;
- Indenização da multa do artigo 479 da CLT;
- Concessão da Guia do Seguro-Desemprego.
b) Rescisão Antecipada do Contrato de Trabalho Motivado pelo Empregado:
- saldo de salário;
- 13º salário proporcional;
- férias proporcionais, acrescido de 1/3 constitucional;
- férias vencidas, acrescidas de 1/3 constitucional, caso o contrato tenha vigorado por mais de um ano e as férias não tenham sido gozadas;
- salário-família (se for o caso);
- Recolhimento do FGTS do mês anterior e mês da rescisão, se for o caso, em GFIP, não possuindo direito ao saque pelo motivo da rescisão e,
- Indenização da multa do artigo 480 da CLT, desde que comprovado prejuízo ao empregador.
c) Rescisão Contratual no Término do Contrato de Trabalho:
- saldo de salário;
- 13º salário proporcional;
- férias proporcionais, acrescido de 1/3 constitucional;
- férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional, caso o contrato tenha vigorado por mais de um ano e as férias não tenham sido gozadas;
- salário-família (se for o caso);
- recolhimento do FGTS do anterior e mês da rescisão;
- Liberação do FGTS através da GRRF - código 04;
- Não sendo devido o pagamento da multa fundiária (40%) - Lei n° 8.036/90.
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