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Crise febril

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Crise febril
Definição
Crise convulsiva associada a:
- Febre (≥ 38oC).
- 6 a 60 meses de idade (pico 18 meses.
- Sem evidência de infecção ou inflamação do
SNC ou alteração metabólica.
Critérios de exclusão:
- História prévia de crise convulsiva afebril.
- Período neonatal.
Epidemiologia
- Ocorre em 2 a 5% de crianças nessa faixa etária.
Fisiopatologia
Não há uma fisiopatologia exata, mas há algumas hipóteses:
1. Imaturidade cerebral: aumento da suscetibilidade a crises pela falta de mielina, diferença
de permeabilidade e atividade elétrica.
2. Aumento da temperatura causa produção de interleucina pró-convulsivantes que causa
excitabilidade neuronal.
3. Diminuição do limiar convulsivo pelo grau da temperatura e o aumento da velocidade da
temperatura.
4. Genético: 25-40% história familiar positiva.
Etiologia
- Mais comum: vírus (mais prevalente na comunidade):
● Principalmente de doença respiratória.
● Sazonalidade das crises: maior no outono.
- Frequente associação com exantema súbito (roséola infantum):
● 10-15% podem evoluir com crise febril
- Pode estar associado:
● Infecções pulmonares, urinárias, gastrointestinais
● Vacinação (DPT-componente da pertussis/ tríplice viral-componente do sarampo).
Quadro clínico
1. Crise febril simples (80%)
- Tônico-clônicas generalizadas
- <15min
- Não recorre nas primeiras 24 horas
- Exame neurológico pós-ictal: normal.
2. Crise febril complexa ou atípica
- Início focal/parcial
- >15min
- 1 ou mais recorrências nas primeiras 24 horas.
- Exame neurológico pós-ictal: alterado (ex: paralisia de Todd).
Características da crise febril benigna
- Idade: 6 meses - 5 anos
- Crise convulsiva: tônico-clônica generalizada
- Duração: até 15 minutos
- Retorno do nível normal de consciência após término da convulsão
- Documentação da febre (≥38oC)
- Única crise convulsiva em 24 horas
- Ausência de doença neurológica prévia
Limite para intervenção terapêutica ativa:
- 5 minutos (pois há um maior potencial de induzir lesão neuronal permanente e ou
resistência a drogas).
- EME: duração > 30 minutos: A crise febril é a causa mais frequente de estado de mal
epiléptico (EME) porém apenas 5% dos casos de crise febril se apresentam como EME.
Na maioria dos casos
- Ocorre nas primeiras 24 horas da doença - pode ser a primeira manifestação da doença
- Duração < 5 minutos
- Retorna gradualmente ao nível normal de consciência dentro de uma hora.
- Raramente acontece mais de uma vez em 24 horas.
Probabilidade de recorrência:
- Primeira convulsão febril simples em < 1 ano - chance de ter outra em aproximadamente
50%.
- Primeira convulsão febril simples em > 1 ano - chance de ter outra em aproximadamente
30%.
Fatores de risco para recorrência da Crise Febril (20-30%)
- Crianças < de 18 meses
- Temperatura < de 39º C na primeira crise
- Intervalo < de 1 hora entre início da febre e convulsão
- Parentes de 1o grau com história de crise febril
Quais as crianças que apresentam maior probabilidade de evoluir com epilepsia na evolução ?
- Risco de epilepsia em crianças com crise febril benigna: 2%
- Pode ser maior : (5 a 10%)
● Anormalidades do desenvolvimento neurológico
● História familiar de epilepsia
● Crises febris complexas
Diagnóstico:
Clínico
- Anamnese (caracterizar a crise/antecedentes pessoais e familiares)
- Exame físico cuidadoso (inclusive sinais meníngeos).
- Classificar em simples ou complexa
- Identificar o possível foco da febre.
Exames complementares
- Punção lombar
● Todas < 6 meses de idade com crise febril
● 6-12 meses: avaliar presença de sinais meníngeos e se negativo considerar em:
➔ Não vacinadas para S. pneumoniae/ H. influenzae tipo b/ Neisseria
meningitidis.
➔ Uso de antibiótico: atrasa evolução e máscara a detecção da infecção.
- EEG (eletroencefalograma):
● Não faz parte da avaliação inicial:
➔ Se grande suspeita de epilepsia: fazer após 2 semanas da crise.
➔ Suspeita de doença cerebral subjacente, presença de atraso de desenvolvimento
neuropsicomotor e de déficit neurológico.
- Neuroimagem
● Não recomendo: anormalidades focais/ aumento da pressão intracraniana.
- Laboratorial:
● Não se recomenda hemograma e eletrólitos de rotina.
● Glicemia se jejum prolongado ou período pós-crise prolongado.
Tratamento
- Durante a crise:
● Benzodiazepínicos >5 minutos (Diazepam e Midazolam).
● Antitérmicos se febre.
- Prevenção de novos episódios:
● Terapia prolongada com anticonvulsivantes não se justifica - casos
individualizados com fatores de risco.
● Benzodiazepínico oral ou retal intermitente durante doenças febris
● Antitérmicos: não reduzem o risco de crise febril.
- Tranquilizar os pais quanto à benignidade do quadro.
Orientação à família
- Cuidados durante a crise
● Proteção contra traumas: coloque a criança no chão ou na cama, longe de qualquer
objeto duro ou afiado.
● Manter em decúbito lateral: caso tenha vômito ou salivação.
● Não coloque nada dentro da boca.
● Não há necessidade de compressão torácica ou respiração boca a boca.
● Contato com o pediatra.
● Se a convulsão não parar em 5 minutos, ligue para um contato de emergência ou
se dirija para um pronto atendimento.
● Não administrar líquidos ou alimentos logo após a crise.
● Crise Febril recorrente: orientação quanto a administração de benzodiazepínico
retal.

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