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Choque Redução considerável da perfusão tecidual sistêmica devido a diferentes etiologias e fisiopatologias, levando a uma baixa oferta de oxigênio e nutrientes aos tecidos, bem como de sua efetiva utilização. Hipóxia prolongada morte celular lesões de órgãos-alvo falência de múltiplos órgãos morte Hipotensão não necessariamente está presente, a hipóxia pode ocorrer em normotensão ou hipertensão também Classificados em 4 tipos: hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo e distributivo. Choque hipovolêmico redução do volume intravascular secundário a perda de sangue ou fluidos e eletrólitos redução da pré- carga e consequentemente do débito cardíaco Causa mais comum hemorragia. Paciente pode apresentar hematêmese, hematoquesia, melena, náusea, vômitos, evidências de trauma, ou ser paciente de pós- operatório, redução do turgor cutâneo. Choque cardiogênico falência da bomba cardíaca incapacidade do coração de manter uma adequada perfusão tecidual, mesmo na presença de um volume intravascular adequado. 75,4% das causas IAM afetando ventrículo esquerdo. Pode haver dispneia, dor no peito ou palpitações à ausculta respiratória refletindo a congestão pulmonar, além de sopro, galope ou abafamento de bulhas à ausculta cardíaca. Sinais de congestão pulmonar, isquemia miocárdica ao ECG, além de elevação das enzimas cardíacas. Choque Obstrutivo obstrução mecânica ao débito cardíaco hipoperfusão. A presença de sinais de insuficiência respiratória, enfisema subcutâneo, ausência de murmúrio vesicular, timpanismo a percussão e desvio de traqueia sugerem fortemente pneumotórax hipertensivo. Dispneia, dor retroesternal, cianose e pulso paradoxal podem estar presentes e correlacionados a TEP, coartação de aorta, entre outros. Choque distributivo má distribuição do fluxo sanguíneo (shunt) pela inadequação entre a demanda tecidual e oferta de oxigênio. Exemplo clássico choque séptico. Entre outras causas anafilaxia e choque neurogênico. É consequência de uma redução severa da RVS (resistência vascular sistêmica), e o DC aumenta após a administração de fluidos numa tentativa de compensar a RVS diminuída. Dispneia, tosse produtiva, disúria, hematúria, calafrios, mialgias, dor, história de picada de insetos ou trauma raquimedular. ACHADOS CLÍNICOS Hipotensão (PAS < 90 mmHg) ou uma queda > 40 mmHg na PAS. Oligúria: um dos sinais mais precoces. Alterações do estado mental: agitação que pode progredir para confusão ou delírio, obnubilação e coma. Acidose metabólica: devido conversão do lactato pelo fígado, rins e músculos esquelético, além do aumento da produção do mesmo pelo metabolismo anaeróbio. Má perfusão periférica: Pele fria, pegajosa, enchimento capilar lentificado (> 3 segundos). Devido aos mecanismos de vasoconstrição periférica para redirecionar o fluxo aos órgãos vitais nos choques hipodinâmicos. EXAMES COMPLEMENTARES Hemograma, eletrólitos, ureia, creatinina, função hepática, amilase, lípase, coagulação, d-dímeros, enzimas cardíacas, gasometria arterial, screening toxicológico e lactato arterial. ECG e Radiografia de tórax são mandatórios. Radiografia de abdômen, TC abdominal, ecocardiograma e exame de urina podem ser auxiliares. Culturas na suspeita de choque séptico. Bacterioscopia pode auxiliar na busca do foco infeccioso enquanto se aguardam os exames culturais. SUPORTE BÁSICO DE VIDA A (airway): assegurar via aérea, mantendo-a pérvia e protegida contra obstrução ou aspiração. B (breathing): manter adequada ventilação e oxigenação do paciente fornecendo oxigênio suplementar. A ventilação mecânica deve ser instituída sempre que a ventilação por acessórios não invasivos for insuficiente, e em todos os pacientes em choque grave, diminuindo seu consumo energético. C (circulation): deve-se dar atenção as possíveis causas do choque. ACESSO VENOSO CALIBROSO Inserção de dois cateteres intravenosos periféricos de calibre 16 ou 18, antes de qualquer possibilidade de cateterismo venoso central. Lei de Poiseuille: fluxo é proporcional à quarta potência do raio do cateter, e inversamente proporcional ao seu comprimento. REPOSIÇÃO VOLÊMICA AGRESSIVA A pré-carga deve ser aumentada. Podem ser empregados tanto cristaloides quanto coloides (custo dos cristaloides é bem menor). O líquido deve estar aquecido para evitar hipotermia, e deve ser administrado o mais rápido possível. Dose de reposição volêmica: 2 litros no adulto e 20 mL/kg na criança, e a resposta volume deve ser monitorizada pela diminuição da taquicardia, melhora do débito urinário e do estado neurológico. Transfusões para pacientes que tiverem grandes perdas. Em geral procura-se manter o hematócrito em 30% e a hemoglobina em 10 g/dL. AGENTES INOTRÓPICOS E VASOATIVOS Devem ser administrados com cautela e somente após a ressuscitação volêmica Servem como auxílio para manter a pressão de perfusão. Agentes inotrópicos: (Dobutamina, Inibidores da Fosfodiesterase), vasopressores (Dopamina, Noradrenalina) e vasodilatadores (Nitroprussiato, Nitroglicerina). OBSERVAÇÕES Choque séptico: Antibioticoterapia empírica até receber o resultado da cultura e o tratamento específico a ser empregqado. Metas para o choque séptico: PVC de 8-12 mmHg; PAM ≥65 mmHg; Diurese ≥0,5 mL/kg/h; Pressão venosa ou SvcO2 de 70% e 65% respectivamente; normalizar os níveis de lactato nos pacientes com níveis altos. Choque anafilático: O tratamento inclui adrenalina e anti-histamínicos. Choque cardiogênico: Poderá demandar o uso de balão intra-aórtico para manter a perfusão cardíaca. Revascularização coronária: no choque causado pela isquemia miocárdica. Choque obstrutivo: dependendo de sua causa base, pode exigir tratamento imediato ainda na sala de emergência. PRINCIPAIS CAUSAS Hipovolêmico - Hemorragias externas ou internas (trauma, hemorragia digestiva) - Perdas cutâneas (queimaduras extensas, febre), gastrointestinais (diarreia, vômitos) ou urinárias - Sequestro de líquidos para o terceiro espaço (pancreatite, peritonite) Cardiogênico - IAM (principalmente afetando ventrículo esquerdo) - Arritmias – Miocardiopatia Obstrutivo - Tromboembolismo pulmonar maciço - Tamponamento cardíaco - Pneumotórax hipertensivo - Hipertensão pulmonar - Coartação de aorta Distributivo - Choque séptico - Choque anafilático - Choque neurogênico (traumatismo raquimedular) - Insuficiência adrenal - Coma mixedematoso
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