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história do examinando A história e o exame do estado mental do paciente também constituem os recursos básicos de um diagnóstico e se desenvolvem, como outras interações clínicas, no contexto de uma entrevista. Num modelo psicológico, a história e o exame do paciente permitem a coleta de subsídios introdutórios que vão fundamentar o processo psicodiagnóstico. Em muitos casos, a tarefa do psicólogo também vai se restringir à utilização desses recursos, dependendo das condições do paciente e/ou objetivos do exame. Primeiramente, há pacientes que não são testáveis, dado o grau de comprometimento das funções do ego ou das funções cognitivas. Quanto mais grave o estado do paciente, tanto, mais o trabalho do psicólogo se assemelhará ao do psiquiatra; o objetivo de tal avaliação seria descritivo ou de classificação. Em segundo lugar, ainda dependendo dos objetivos, a tarefa do psicólogo pode se restringir à história e ao exame do paciente, sem a administração de testes, se se pretende apenas chegar a uma avaliação compreensiva com vistas a uma intervenção terapêutica imediata. Referências: A história do Examinando. Jurema Alcides Cunha. Assim, a avaliação desse tipo, pode ter um caráter mais descritivo e formal ou mais interpelativo e dinâmico, conforme os objetivo do exame e a gravidade ou não do transtorno. Como história, pode-se compreender a história pessoal ou anamnese, a história clínica ou história da doença atual e, ainda, a avaliação psicodinâmica, que também explora a perspectiva histórica para entender uma problemática atual dentro de um contexto vital de desenvolvimento. A distinção que se faz desses itens tem sentido didático, sendo também utilizada para sistematizar informações ou organiza-las. À medida que o paciente relata a sua história, o clínico tem condições de avaliar alguns aspectos que constam do exame do estado mental do paciente. Assim, o primeiro contato com o paciente, por exemplo, permite não só descrever a sua aparência, como observar detalhes de seu comportamento, isto é, sobre atenção, concentração e pensamentos, e até sintomas emergente na história clínica podem ser relatados no exame. Da mesma maneira, a anamnese envolve um levantamento normativo do desenvolvimento, mas que, dependendo dos objetivos do exame, pode ser de pouca ou nenhuma utilidade se os padrões de comportamento emergentes ao longo da infância não forem focalizados em sua significação dinâmica. Ao longo de sua experiência, o psicólogo vai se dar conta de que as várias perspectivas são áreas de informação tão integradas, que se torna mais produtivo não separá-las, na prática, completando os dados com perguntas suplementares. História Clínica Por influência do modelo médico, a história clínica é muitas vezes chamada de história da doença atual. A história clínica pretende caracterizar a emergência de sintomas ou de mudanças comportamentais, numa determinada época, e a sua evolução até o momento atual, que habitualmente é entendido como a ocasião em que o exame foi solicitado. Eventualmente, o paciente não consegue determinar o início de seus problemas. Então, temos de examinar a sua história pessoal, de maneira a identificar quando ou como, a partir de um ajustamento global, começaram a se delinear dificuldades etc. Da mesma forma, embora, teoricamente, a história clínica termine com o encaminhamento, há situações em que se registra uma continuidade. Exploradas as circunstâncias do encaminhamento, parece importante registrar as queixas literalmente, mesmo que o paciente negue absolutamente. Caso o paciente negue, pode se tratar de uma posição defensiva, ou ele pode estar falando a verdade, se considerarmos que certos encaminhamentos ocorrem por pressão do meio ante comportamentos não aceitáveis etc. Determinado o início da história clínica e de seu cursos, ainda é necessário um levantamento da sintomatologia e das condições de vida do paciente, no momento atual, em várias áreas. É importante examinar as atitudes das outras pessoas, investigar a rede social com que conta para poio etc. A condução da entrevista pode ser mais ou menos, diretiva, dependendo de características do paciente e das preferências do psicólogo. De qualquer modo, espera-se que o psi encerre essa etapa com a convicção de que realmente foram abordados todos os pontos essenciais sobre a emergência da problemática. História Pessoal ou Anamnese A história pessoal pressupõe uma reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual enquadra e ganha significação. Frequentemente, a anamnese é delineada de forma mais sistemática e formal, produzindo um acúmulo de dados que não contribuem para o entendimento do caso. Um enfoque puramente normativo pode ter sentido quando há suspeitas de desvios de desenvolvimento; caso contrário, muitas vezes esses dados podem ser resumidos. Dessa maneira, a história pessoal deve ser enfocada conforme os objetivos. É praticamente impossível coletar dados completos sobre a vida de um paciente; porém, no momento em que se tem a queixa e a história clínica, há condições para definir a estrutura da história pessoal necessária. Contexto familiar; História pré natal e perinatal; Primeira infância (0-3 anos); Infância intermediária (3-11 anos); Puberdade e adolescência; Idade adulta Fontes subsidiárias Por exemplo, se estamos lidando com uma criança cujo aproveitamento escolar é insatisfatório, temos de atentar para questões do desenvolvimento normativo. Entretanto, como tal desenvolvimento se deu num contexto familiar, além de dados cronológicos, devem-se explorar variáveis afetivas e sociais. Ás vezes, importa pouco saber por quanto tempo o paciente foi alimentado no peito sem ter noção de seus vínculos afetivos. Assim, é importante associar a perspectiva histórica a uma abordagem dinâmica. Dependendo da problemática, certas áreas deverão ser mais explorados do que outros. Tópicos que são importantes para serem explorados: Avaliação Dinâmica A não ser em casos muito específicos, em que o objetivo diagnóstico é bastante circunscrito, a avaliação dinâmica é realizada geralmente integrada com a história. Pretende-se colocar a problemática presente numa perspectiva história, que permita compreender o transtorno dentro de um processo vital, em um contexto temporal, afetivo e social. Desse modo, não se analisam os efeitos especiais de um e outro acontecimento, como também suas interações. Os acontecimento também devem ser entendidos em função da época em que ocorreram, pois sua repercussão psicodinâmica pode ser intensificada em meio a uma crise de desenvolvimento, e eventualmente agravada por vulnerabilidade no desenvolvimento anterior. Devemos lembrar, por outro lado, que "todo comportamento é uma tentativa de adaptação, e a desadaptação atual, que traz o paciente a nós, está baseada em grande parte em modos aprendidos mais antigos de se adaptar aos problemas. Como os padrões psicodinâmicos tendem a se repetir, devemos entender a situação atual em termos de denominadores comuns, na vida do paciente, ou, mais especificamente, no conteúdo de eventos perturbadores e de reações passadas correlatas. Isso significa que, a partir do quadro atual do paciente, se pode levantar uma série de hipóteses etiológicas, com base em pressupostos teóricos, o que deve ser justificados por dados históricos. Neste processo, partimos de queixas, identificamos conflitos, pesquisamos causas, inter relacionamos conteúdos, reunindo e integrando informações que embasam o entendimento dinâmico no fluxo da história do paciente. Considerando que o paciente adolescente atravessa uma crise de desenvolvimento, sua problemática pode ser entendida dentro de um esquema multiaxial, inspirado numa classificação diagnóstica de crise da adolescência, proposta por Wilson Jr. (1971) e baseada na linha de Erikson. No caso da criança, como no que se refere ao adolescente, a perspectiva do desenvolvimento é crucial,o que tem duas repercussões essenciais. Em primeiro lugar, a precisão cronológica dos dados da anamnese é muito mais importante do que em outras fases, porque podem se evidenciar desvios no desenvolvimento por atrasos na emergência de certos padrões de comportamento. Em segundo lugar, é extremamente importante que haja uma abordagem dinâmica dos fatos do desenvolvimento para permitir uma dimensão mais profunda na compreensão do caso.
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