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Resumo - Digestão de Lipídios - Bioquímca Médica

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Digestão de lipídios
Camilla Ribeiro de Oliveira
90% a 95% dos lipídios ingeridos na dieta são triglicerídios, mas também possui colesterol, fosfolipídios, ácidos graxos livres e vitaminas lipossolúveis. 
A presença de gordura na dieta aumenta a palatabilidade do alimento e a sensação de saciedade, sendo também requerida para a absorção de vitaminas lipossolúveis. 
Aumenta a palatabilidade, ou seja, o gosto de comidas com mais gordura é melhor, o ser humano prefere comidas com mais lipídios devido a sua maior palatabilidade.
Os esteroides anabolizantes ingeridos pelo gado promovem a diminuição de gorduras e o aumento de músculo para que, assim, tenha-se mais carne. Todavia, isto diminui a palatabilidade. A quantidade é pequena para que a carne não fique dura e devido à propensão ao câncer aumentada.
Carnes engorduradas demoram mais para serem digeridas e, consequentemente, dão mais saciedade.
A absorção de vitaminas lipossolúveis requer a presença de lipídios no organismo. Dessa maneira, a ingestão de lipídios é importante para permitir a absorção destas vitaminas essenciais para o organismo.
Ácidos graxos saturados aparecem principalmente na gordura de origem animal, exceto em peixes que possuem ácidos graxos insaturados ou polinsaturados. 
As gorduras animais também fornecem o colesterol.
Os óleos e as gorduras vegetais possuem mais ácidos graxos insaturados, exceto o óleo de côco e o óleo de palma.
O ômega 9 não é importante na dieta porque é sintetizado pelo próprio organismo. Já o ômega 3 e o ômega 6 são essenciais para o organismo já que não podem ser sintetizados, sendo necessário, então, a sua ingestão.
Os ácidos graxos que conseguem ser metabolizados pelo organismo são os ácidos graxos CIS, são eles que formam principalmente as membranas e são metabolizados. Os ácidos graxos TRANS formam principalmente lipoproteínas, então, irão aumentar LDL e diminuir HDL.
Ácidos graxos TRANS estão principalmente nas gorduras animais (principalmente na carne de vaca devido ao rúmen que produz muito ácido graxo trans), nos produtos industrializados e nas frituras. Os ácidos graxos trans são mais difíceis de serem metabolizados.
A digestão dos lipídios inicia-se no estômago, sendo este o principal local da digestão de lipídios nos recém-nascidos. Contudo, o principal local de digestão lipídica no adulto é o duodeno.
No estômago, após a mastigação e deglutição do alimento, começa a ter movimentos de propulsão e de retropropulsão. Além disso, este órgão é quente e possui o suco gástrico que é ácido. Estes movimentos e este líquido no estômago irão promover a diminuição do tamanho das gotas de lipídios. Portanto, este processo é muito importante para a digestão.
Os movimentos de propulsão, retropropulsão e de mistura auxiliam na formação da emulsão lipídica, devido à presença de ácidos graxos livres, fosfolipídios e de monoacilgliceróis na dieta, facilitando a ação das lipases lingual e gástrica (que agem na interface água-óleo). Então, os movimentos de propulsão e retropropulsão irão diminuir o tamanho das gotas de lipídios e iniciar a ação de alguns detergentes. Servirão como detergentes ou emulsificantes: ácidos graxos livres, fosfolipídios, colesterol sem esterificar e monoacilgliceróis.
Dessa maneira, quando os ácidos graxos livres, fosfolipídios, colesteróis sem esterificar e monoacilgliceróis estiverem presentes no estômago, eles irão agir com emulsificantes ou detergentes. Assim, quando se tem essa emulsificação, as lipases lingual e gástrica podem começar a agir.
Há a formação das micelas para agirem como detergentes e facilitarem o processo de digestão. Além disso, sem a ação de detergência, as lipases não conseguem agir, pois elas só conseguem atuar na interface água-óleo.
As lipases agem nos triglicerídios, liberando diacilglicerol e ácido graxo. Diacilglicerol porque tinha um triacilglicerol que perdeu um ácido graxo. A lipase irá agir no triglicerídio de cadeia média e pequena (longa não) quebrando em um diacilglicerol e um ácido graxo. Sempre na interface água-óleo após o processo de detergência.
As lipases linguais são secretadas pelas glândulas serosas de Ebner (localizadas no dorso da língua). São de grande importância em humanos adultos e fundamentais em lactentes (recém-nascidos). Hidrolisa triacilgliceróis com ácidos graxos de cadeia média, curta e insaturados de cadeia longa no carbono 3 do glicerol, formando ácidos graxos livres e 1,2-diacilgliceróis. 
As lipases linguais são estabilizadas pelo pH ácido do estômago, seu principal local de ação. Pode agir, também, na orofaringe, no esôfago e duodeno.
As lipases gástricas são secretadas pelo estômago, no suco gástrico.
O principal local de ação da lipase gástrica é a região fúndica estomacal, portanto, não age tanto no estômago, mas sim no início do duodeno. O seu pH ótimo de atuação varia entre 3 e 6. Além disso, é a principal lipase preduodenal. Faz a mesma coisa que a lipase lingual: hidrolisa triacilgliceróis com ácidos graxos de cadeia média, ácidos graxos de cadeia curta e ácidos graxos insaturados de cadeia longa, todos presentes no carbono 3 do glicerol, formando ácidos graxos livres e 1,2-diacilgliceróis. Possui papel fundamental nos lactentes (recém-nascidos). 
Então, a lipase lingual e a lipase gástrica irão começar a quebrar os triacilgliceróis após a emulsificação. Agem principalmente quebrando o ácido graxo do carbono 3 e, assim, formam diacilgliceróis e ácidos graxos.
Como resultado, no final da digestão do estômago (lipase lingual e lipase gástrica) tem:
- Vitaminas lipossolúveis: do mesmo jeito;
- Fosfolipídios: do mesmo jeito;
- Colesterol: do mesmo jeito;
- Triacilgliceróis: quebrados, tendo, então, ácido graxo e diacilglicerol. 
Os ácidos graxos que caíram na corrente sanguínea não podem ficar livres no sangue para que não causem embolia. Então, eles são ligados na albumina e são transportados para o local correto (geralmente para o fígado).
No intestino, chegam os ácidos graxos livres, diacilgliceróis, triglicerídios e todos os outros.
No duodeno, inicia-se a liberação das lipases pancreáticas.
A bile é guardada nas vesículas biliares e é formada por colesterol, sais biliares, lecitinas, fosfolipídios e ácidos biliares que são detergentes. Ademais, a bile é secretada no duodeno através do ducto biliar comum para emulsificar gorduras. 
Pode ter a litíase biliar, ou seja, pedra na vesícula, devido à formação de cálculos de colesterol. Esta litíase biliar é a principal causadora de pancreatite. Além disso, pode acarretar em icterícia, pessoa fica amarela, por causa da colestase que gera grande concentração de bilirrubina conjugada. Pele amarelada e urina escura.
Os ácidos biliares, que possuem uma parte polar e uma parte apolar, são responsáveis pela emulsificação.
As enzimas liberadas no intestino são: a lipase pancreática, a colesteril esterase e a fosfolipase A2.
A lipase pancreática irá continuar quebrando os triglicerídios. A lipase lingual quebrou o ácido graxo do carbono 3 (ácidos graxos de cadeia média, ácidos graxos de cadeia curta e ácidos graxos insaturados de cadeia longa). Já a lipase pancreática continuará quebrando o ácido graxo de carbono 3, contudo, também será capaz de quebrar ácido graxo de carbono 1.
Como a lipase pancreática consegue quebrar os ácidos graxos do carbono 1 e 3, irá faltar apenas o ácido graxo do carbono 2. Sendo assim, sobra o 2-monoacilglicerol.
Para quebrar o ácido graxo do carbono 2, é necessária uma isomerase. A isomerase irá transferir o ácido graxo do carbono 2 para o carbono 1. Depois deste processo, a lipase pancreática quebra este ácido graxo transferido para o carbono 1.
Então, sobra dos triglicerídios apenas os ácidos graxos e gliceróis (às vezes também sobram alguns monoacilgliceróis).
Para a lipase agir, ela precisa de uma emulsificação e também de uma colipase, isto é, de uma proteína que ajude a enzima a agir. A colipase faz com que a enzima fique em uma conformação tridimensional com o seu sítio ativo/exposto, de forma queconsiga atuar quebrando.
O leite é rico em tracilgliceróis contendo ácidos graxos de cadeia média e curta. Ainda por cima, o leite materno possui maior proporção de ácidos insaturados (ác. Linoléico), palmítico e oléico quando comparado ao leite da vaca. Os ácidos insaturados essenciais são importantes para a formação do bebê. Ademais, o leite materno com ácidos graxos insaturados é mais fácil para a digestão de recém-nascidos.
A proteína do leite pode se apresentar como um antígeno das células β pancreáticas, provocando a destruição destas células e levando a uma diabetes tipo I. É necessária uma alteração no HLA, antígeno leucocitário humano, responsável pela apresentação do antígeno.
O principal local de digestão destes lipídios é no estômago, através da ação das lipases lingual e gástrica. Os ácidos graxos livres são absorvidos por este órgão.
A lipase pancreática possui baixa atividade no lactente. Sendo assim, nos adultos, a lipase mais importante é a lipase pancreática e nos recém-nascidos, é a lipase lingual. 
O Orlistat/Xenical é um inibidor reversível das lipases gástrica e pancreática. Não tendo ação destas lipases, não ocorre a absorção de triacilgliceróis. O efeito colesterol é diarreia com muito lipídio, com odor terrível e não absorção de vitaminas lipossolúveis.
O colesterol para entrar no enterócito não pode estar esterificado. Portanto, a única ação é a da enzima colesteril-esterase, que é ativada por sais biliares.
Os sais biliares ativam a colesteril-esterase, esta enzima quebra o colesterol em colesterol + ácido graxo. Quebra a esterificação do colesterol, não o deixando esterificado para que possa entrar no enterócito. 
Colesterol esterificado não consegue internalizar o enterócito, não entra no enterócito.
O fosfolipídio é formado por glicerol, dois ácidos graxos, um grupo fosfato e outro grupo de cabeça (colina ou fosfatidilcolina).
A fosfolipase A2 liberada pelo pâncreas irá quebrar o ácido graxo do carbono 2 do fosfolipídio. Assim, libera ácido graxo e lisofosfatidilcolina. 
Depois, outro fosfolipase vai quebrar o ácido graxo do carbono 1. Esta quebra resultará em mais um ácido graxo e uma glicerilfosforilcolina.
Portanto, já ocorreu a quebra de dois ácidos graxos. Falta, então, uma lipase que quebre a colina e o grupo fosfato.
O que teve de colesterol: o colesterol se tornou colesterol não esterificado + ácido graxo e o fosfolipídio liberou 2 ácidos graxos + 1 glicerol + 1 grupo fosfato + 1 colina. 
Controle hormonal:
Lipídios e proteína da dieta causam um estímulo nas células endócrinas intestinas e estas secretam a colecistoquinina (hormônio da digestão).
Além disso, terá a liberação da secretina devido à acidez do quimo.
As proteínas e, principalmente, os lipídios atrasam a digestão e a fome.
A colecistoquinina inibe a motilidade gástrica, reduzindo a passagem do conteúdo estomacal para o intestino e aumentando o tempo de digestão dos lipídios da dieta. Em outras palavras, vai diminuir a passagem para o intestino, para aumentar o tempo de digestão devido à grande quantidade de moléculas para serem quebradas (necessitando de mais tempo para a quebra).
No pâncreas e na vesícula, a colecistoquinina irá estimular a secreção de enzimas e de bile. Ademais, a secretina estimula o pâncreas para liberar bicarbonato por causa da alta acidez do quimo, protegendo as células intestinais contra lesões, e devido ao baixo pH, as enzimas intestinais só agem em pH baixo.
O resultado da digestão precisa internalizar o enterócito. Sendo assim, entram:
- Colesterol
- Ácido graxo
- Glicerol
- Monoglicerol
- Outras partes quebradas dos fosfolipídios: como a colina. 
Na célula epitelial do intestino delgado, todas aquelas moléculas provenientes da digestão vão para o retículo endoplasmático. Depois da internalização, ocorrerá a produção de tudo o que foi quebrado de volta: triglicerídios, fosfolipídios, colesterol esterificado e outros. 
Portanto, teve toda a quebra de moléculas em outras menores apenas para passar pela célula, para internalizar, depois, tudo é refeito.
Dentro do complexo de golgi é feita a primeira lipoproteína: o quilomícron.
O quilomícron é o transportador responsável pelo transporte de lipídios exógenos.
Então, muitos triglicerídios, colesterol esterificado, apoproteína B (sintetizada no intestino) e fosfolipídios formam o quilomícron.
Os fosfolipídios estão mais na periferia (e os outros no centro) devido à sua capacidade de detergência. Os fosfolipídios possuem uma cabeça polar que pode fazer polo com o sangue.
Os quilomícrons são formados e jogados na linfa. Estas organelas são tão grandes que não conseguem ir para o sangue, só para a linfa. Apenas na veia subclávia esquerda, os quilomicrons alcançam a circulação.
As vitaminas A, D, E e K necessitam de lipídios para serem internalizadas. 
As vitaminas hidrossolúveis também precisam ser absorvidas. Ainda por cima, a vitamina B12 requer um fator intrínseco para ser absorvida, caso contrário tem-se a anemia perniciosa. A deficiência deste fator intrínseco causa a falta de absorção de vitamina B12 e, consequentemente, uma anemia perniciosa.

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