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Estética na Filosofia Ocidental

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Profa. Bettina Brasil
UNIDADE I
Estética
 Trabalharemos nessa disciplina a transformação da estética ao longo do tempo e em 
diferentes momentos da história da filosofia, desde a Grécia, com Platão e Aristóteles, até a 
era pós-moderna.
 Ao percorrermos esse período, discutiremos os principais problemas e concepções da 
estética filosófica em diversos autores.
 Trabalharemos desde as concepções clássicas até a influência dessas concepções 
no modernismo.
 No séc. XIX, as relações entre a arte e a sociedade se 
transformam e veremos como a pós-modernidade lida com 
essas transformações.
Apresentação
 A Estética, ao longo da história ocidental, apresentou diversas definições, conforme o 
entendimento dos autores da época. 
Podemos afirmar que, na filosofia, a estética é o campo que estuda
a natureza do belo e suas manifestações na arte. 
 Nesse campo, onde já há reflexão estética, é importante ressaltar o entendimento sobre a 
valoração humana no que diz respeito às experiências sensoriais. 
 Ou seja, são as experiências sensoriais que permitirão o juízo 
de valor na reflexão estética, resultando na apreciação do belo.
Introdução
 A reflexão estética também abrange os sentimentos produzidos pela percepção 
do fenômeno estético natural ou criado pelo ser humano, como a arte e, consequentemente, 
o próprio conceito de arte.
 Conforme veremos, a estética como disciplina filosófica é a ciência que tem por objeto o juízo 
da apreciação que se aplica à distinção do belo e do feio.
 Foi no séc. XVIII que surgiu o conceito moderno de estética. Ele deriva da palavra grega 
aisthesis, que significa “percepção”, “sensação”.
Introdução
 É a partir do séc. XVIII que surge o ramo da filosofia voltado ao estudo da
percepção e das sensações como princípio de um conhecimento sensível do mundo.
 O filósofo alemão chamado Baumgarten, no séc. XVIII, criou o termo “estética” para o estudo 
da sensação e a ciência do belo.
 É atribuído a Baumgarten também o conceito de estética como 
ciência do mundo sensível do conhecimento de um objeto. 
 A partir desse momento subjetivou-se o gosto àquilo que 
agrada os sentidos, elaborando uma ontologia do belo.
Introdução
 A conotação que a estética tem na atualidade
como a teoria do belo e das suas manifestações por meio da arte
 foi apresentada por Baumgarten.
 É importante saber que esse autor “inventa” o nome para a disciplina, mas não a disciplina 
em si.
 Já encontramos trabalhos de pensadores desde a Grécia 
Antiga abordando esse tema.
Introdução
 Desde o início da Filosofia ocidental, a estética era objeto de estudo, mas ela só aparece 
como uma disciplina no séc. XVIII (com Baumgarten), resultado da organização de ideias 
típicas desse período.
 A partir disso, inaugura-se a ligação inédita do 
SENSÍVEL – BELO – ARTE
Introdução
Observando a história recente, a estética significou:
 No séc. XVIII, francês e inglês – a crítica do gosto
 No séc. XVIII, alemão – a teoria do sensível
 No séc. XIX – a filosofia da arte
Ou seja: 
A estética é o conjunto dos sentidos que se deu a esta
palavra quando a episteme tornou a disciplina possível.
Introdução
A partir de Baumgarten surgiram três linhas de reflexão autônomas:
 Reflexão metafísica sobre a ideia de beleza, no seguimento da tradição platônica 
e neoplatônica.
 Análise psicoempírica da fenomenologia dos sentidos dos indivíduos.
 Reflexão sobre o fazer artístico e os processos da criação e da produção nas diferentes 
artes, a que se pode chamar de filosofia das artes.
Introdução
 Marilena Chauí destaca alguns aspectos da estética nos séculos XVII e XIX, 
que olhava as artes como belas-artes.
1. A arte é uma atividade humana autônoma, isto é, não está a serviço da religião 
/.../ e possui finalidade própria.
2. A arte é produto da experiência sensorial ou perceptiva (sensibilidade), 
da imaginação e da inspiração do artista /.../. 
3. A finalidade da arte é desinteressada (não utilitária) ou 
contemplativa. Em outras palavras, a arte não está a serviço 
do culto nem da política, nem da /.../ virtude. /.../ não está 
destinada a produzir objetos de uso e de consumo, e sim a 
propiciar a contemplação da beleza.
Introdução
 Marilena Chauí destaca alguns aspectos da estética nos séculos XVII e XIX, 
que olhava as artes como belas-artes.
4. A contemplação do lado do artista é a busca do belo /.../ e, do lado do público, 
é a avaliação ou o julgamento do valor de beleza /.../.
5. O belo é diferente do bom e do verdadeiro. O bem é objeto da ética; a verdade, objeto da 
ciência e da metafísica; e a beleza, o objeto próprio da estética. /.../ a estética afirma a 
autonomia das artes pela distinção entre beleza, bondade e verdade.
Introdução
O juízo científico e metafísico e o juízo estético são diferentes:
Introdução
peculiaridade
 A Estética pretende alcançar um tipo específico de conhecimento, aquele captado 
pelos sentidos. 
 Diferente da lógica, que parte da razão para estabelecer um conhecimento que é 
“claro e distinto”. 
 A Estética, partindo dos sentidos e da experiência sensorial, chega a um resultado distinto 
daquele apresentado pela lógica.
Introdução
 A obra de arte está em uma base comum para a Estética e a Filosofia da Arte.
Introdução
 Apesar de terem objetos de estudo semelhantes, a crítica e a história da arte se distinguem 
da Estética. 
Introdução
Ao longo da história da Filosofia, a Estética apresentou diversas definições 
ou sentidos. Baumgarten inaugura essa disciplina afirmando que:
a) A Estética é o juízo da obra de arte a partir dos sentidos.
b) A Estética é o estudo da sensação e a ciência do belo a partir do mundo sensível e do 
conhecimento de um objeto.
c) A Estética é tudo o que agrada os sentidos.
d) A Estética é o juízo do belo na obra de arte.
e) A Estética é a compreensão da história e da cultura a partir da obra de arte.
Interatividade
Ao longo da história da Filosofia, a Estética apresentou diversas definições 
ou sentidos. Baumgarten inaugura essa disciplina afirmando que:
a) A Estética é o juízo da obra de arte a partir dos sentidos.
b) A Estética é o estudo da sensação e a ciência do belo a partir do mundo sensível e do 
conhecimento de um objeto.
c) A Estética é tudo o que agrada os sentidos.
d) A Estética é o juízo do belo na obra de arte.
e) A Estética é a compreensão da história e da cultura a partir da obra de arte.
Resposta
 A partir das discussões de Baumgarten, que denomina o campo de estudo 
da estética como o da percepção e das sensações como princípios de um conhecimento 
sensível, outros filósofos buscam o desenvolvimento dessa disciplina.
 Kant e Hegel buscaram levar a estética para a filosofia geral e definir conceitos abstratos 
para normalizar o mundo.
 E com isso a definição de ARTE se torna uma parte importante desse processo.
A arte é um conceito que distingue as coisas identificáveis numa extensão:
A Filosofia
 As coisas devem possuir propriedades comuns.
 Essas propriedades necessárias e suficientes devem identificar as características da arte 
numa coisa ou evento.
 Os objetos de arte possuem propriedades imanentes que lhes são intrínsecas.
 Essas propriedades derivam do hábito de se crer que a substância das coisas existe como 
uma realidade alcançável pelo pensamento.
A essência das coisas não está na coisa em si,
mas no conteúdo da representação que fazemos dela.
A Filosofia
 Essa visão essencialista da teoria da arte esteve presente nas discussões do tema desde a 
Antiguidade clássica até o século XVIII.
 Kant altera o entendimento da Estética a partir de sua obra.
 Ele tenta encontrar a universalidade na atividade estética, deixando para trás 
a subjetividade dos séculos anteriores, quando
a essência das coisas não está nas coisas nelas mesmas, 
mas no conteúdo da representação que fazemos delas.
A Filosofia
 O Belo e o Feio não são conceitosabsolutos nem estáticos ao longo do tempo.
 O belo em si pode ser entendido como tudo aquilo que apresenta um valor digno 
de admiração. 
 Mas quando se fala de feio, está se falando ao mesmo tempo da beleza. 
A ideia da beleza mostra como o conceito não é estático ao longo do tempo:
 A estética de um corpo: um corpo pode ser reconhecido hoje 
como a beleza de uma pessoa, mas essa mesma pessoa 
poderia não ser reconhecida como bonita nos mesmos 
parâmetros em tempos passados ou em sociedades distintas.
 Existem várias maneiras de se perceber o belo, e essas 
maneiras devem ser reconhecidas de acordo com sua época, a 
cultura e o lugar.
O Belo e o Feio
 Apesar da influência do tempo e da cultura, um objeto, um ser, uma ação são belos quando 
são livres, independentes, infinitos.
O belo é o juízo de apreciação sobre as coisas ou seres que provocam a emoção.
Todo belo é resultado de uma apreciação, de um juízo do gosto.
 O belo é uma construção que ocorre a partir daquilo que a 
coisa é em si, da liberdade que o conceito manifesta e dos 
aspectos que o objeto apresenta que o caracterizam 
como belo.
O Belo e o Feio
 As concepções estéticas são resultado do olhar do pensador à luz do seu tempo para esse 
objeto de estudo.
 Platão entendia a música e a poesia como as formas mais elevadas de arte. Ele desenvolve 
o conceito de belo a partir do seu olhar para as artes daquela época.
 Aristóteles mostra que a arte, de um lado, é uma construção “do nada”, mas pode também 
imitar a natureza, e de outro, ela parte da imaginação e se concretiza.
Concepções estéticas e filosóficas
 Na Idade Média, a arte era voltada para a religião católica e a ideia de beleza estava 
associada à ideia de Deus.
 No Renascimento, período de transição da Idade Média para a Idade Moderna, 
a produção artística esteve em volta de muita riqueza e de artistas que dominavam técnicas 
impressionantes para imitar a realidade. Nesse período, a arte enfatiza uma esfera mais 
terrena e humana, valoriza o corpo, mantendo o caráter religioso.
Concepções estéticas e filosóficas
Concepções estéticas e filosóficas
Fonte: Michelangelo: Pietà, 1499. Basílica de São Pedro, Vaticano.
Concepções estéticas e filosóficas
Fonte: Leonardo da Vinci. Retrato de Cecília Gallerani, Dama com Arminho. 
 Na Idade Moderna, sob influência do capitalismo, a arte e o belo sofreram influências. A arte 
passa a ser um produto, deixando de ter seu valor em si para ter uma finalidade 
mercadológica e financeira.
 Essa concepção de belo pode ser encontrada até hoje.
Concepções estéticas e filosóficas
 Na Grécia antiga e nos pensadores dessa época não existia um nome específico para a 
ciência da beleza, a estética como conhecemos hoje.
 Mas o tema permeou os estudos e os pensamentos de grandes filósofos da época.
 Platão e Aristóteles trabalham com o tema de forma distinta, mas olhar para esses conceitos 
é importante para o entendimento posterior da estética.
 Platão “foi a primeira pessoa na história mundial a produzir um 
grande sistema de abrangência universal, que tem ramificações 
em todos os setores do pensamento e da realidade” 
(STACE, 1941, p. 164).
Concepções estéticas clássicas
 Para entender Platão é importante lembrar que:
 Ele busca a essência das coisas belas, o elemento comum a todas elas, sobreviventes às 
contingências e essencial face aos acidentes que integram a realidade.
 Busca encontrar o que se repete num grupo diverso ou o que permanece em meio ao fluxo 
contínuo de transformação da realidade.
 Platão foi pioneiro na busca de encontrar uma essência comum 
a todos os componentes do real.
Concepções estéticas clássicas
 Platão, na sua obra, mostra como Sócrates percebe que ele e os outros homens passaram a 
maior parte da vida “na plena ignorância das coisas importantes a serem conhecidas: a 
natureza do bem, do belo e do verdadeiro”. 
 A partir dos diálogos com Sócrates, Platão traz o entendimento do que é belo.
 Sócrates entendia o belo como intimamente relacionado à utilidade do objeto em questão.
 Para Sócrates, o que é útil é belo e o que é belo é útil.
Concepções estéticas clássicas
 Platão começa a desenvolver seus conceitos de belo no diálogo Hipias Maior. 
 Mas é na República que encontramos os maiores avanços nesse campo.
Concepções estéticas clássicas
Na busca pela essência das coisas e do belo, discute-se que a essência das coisas não está 
na coisa em si, mas no conteúdo da representação que fazemos dela, ou seja:
a) É belo aquilo que apresenta um valor digno de admiração e é um valor universal.
b) É belo aquilo que julgamos a partir de características objetivas do objeto da arte.
c) A essência do belo está na razão que estabelece um conhecimento “claro e distinto” 
do objeto.
d) A arte é o produto da experiência sensorial ou perceptiva, a sensibilidade ou, em outras 
palavras, a representação do objeto.
e) O observador faz parte do sistema que observa; ao observar, 
ele produz as condições de sua observação e transforma o 
objeto observado.
Interatividade
Na busca pela essência das coisas e do belo, discute-se que a essência das coisas não está 
na coisa em si, mas no conteúdo da representação que fazemos dela, ou seja:
a) É belo aquilo que apresenta um valor digno de admiração e é um valor universal.
b) É belo aquilo que julgamos a partir de características objetivas do objeto da arte.
c) A essência do belo está na razão que estabelece um conhecimento “claro e distinto” 
do objeto.
d) A arte é o produto da experiência sensorial ou perceptiva, a sensibilidade ou, em outras 
palavras, a representação do objeto.
e) O observador faz parte do sistema que observa; ao observar, 
ele produz as condições de sua observação e transforma o 
objeto observado.
Resposta
 Como já vimos, a discussão sobre o belo permeia alguns textos de Platão, 
até chegar na República, trabalhando a sua utilidade. 
 Vale lembrar que Platão foi pioneiro na sua tentativa de encontrar uma essência comum a 
todos os componentes do real.
 Em relação às coisas belas, ele busca o elemento comum a todas elas, sobreviventes às 
contingências e essencial frente aos acidentes que também integram a realidade.
 Ele trata essa questão como todas na sua filosofia: pretende 
encontrar o que se repete num grupo diverso, ou o que 
permanece em meio ao fluxo contínuo de transformação
da realidade.
Platão
 Como já é de conhecimento, Platão dialoga com Sócrates ao longo de sua obra para chegar 
no entendimento das coisas ou para expor seu pensamento.
 Na discussão sobre o belo, temos textos discorrendo sobre o assunto desde 
Hipias Maior até a República.
 Nesse primeiro texto, aporético, Sócrates discute com Hipias como é feio um olho que não 
pode enxergar ou um corpo humano incapaz de desempenhar atividades físicas, 
com isso, ele introduz o tema da utilidade no 
conceito de belo.
Platão
 Nesse diálogo, Sócrates procura o BELO, enquanto Hipias diz o que é belo, por não ter 
compreendido a diferença entre as duas fórmulas ou porque não admite que haja diferença 
entre
CONCEITO DE BELO COISAS BELAS
Platão
No diálogo Hipias Maior, Platão apresenta ideias interessantes sobre a 
definição de belo: 
Platão
Aos poucos, Platão deixa clara a diferença do entendimento do Belo dele e de Sócrates:
Platão
 Para Platão e seu Mundo das Ideias, o belo só pode ser em si no mundo das ideias, como o 
justo, o verdadeiro e o bem.
 Na sua filosofia, Platão dá mais valor à beleza moral e intelectual do que à física.
 Quer alcançar a beleza absoluta e transcendente, causa e princípio de tudo o que é belo e 
que fala à inteligência por intermédio dos sentidos.
 Para Platão, a obra de arte que imita o real faz uma realidade de terceiro grau.
Platão
 Erro de terceiro grau no entendimento do belo.
Platão
Obras de
 Platão, em certo momento, olha o belo como uma qualidade, uma aparência, 
enão como uma essência.
 “[...] seja qual for a coisa a que ele se junta, realizando nesta coisa a beleza, na pedra como 
na madeira, no homem como em Deus, tanto em toda a espécie de ação como em todo 
objeto de estudo; ele é aquilo que, em tempo algum, em lugar algum, aos olhos de nenhum 
homem, não deve parecer feio” (TALON-HUGON, 2009, p.14).
Platão
Nos diálogos mais tardios de Platão, ele trabalha o conceito metafísico de Ideia 
e forma três princípios inseparáveis:
O VERDADEIRO O BEM O BELO 
 A beleza sensível é tão-só um primeiro grau de beleza; para além dela há a beleza das 
almas, a dos atos e dos conhecimentos.
 A essência do belo, no Mundo das Ideias, é uma beleza eterna, 
absoluta, irrelativa, estranha à geração e à corrupção.
Platão
Platão, na sua obra, expõe o entendimento de Sócrates em relação ao Belo, mas se diferencia 
desse entendimento ao longo do desenvolvimento da sua própria filosofia. Sobre essa 
diferença, é certo afirmar que:
a) Para Sócrates, o belo é sensível, e para Platão é a qualidade das coisas.
b) Para Sócrates, o belo é uma característica da utilidade das coisas, e para Platão 
é uma característica do Mundo das Ideias.
c) Para Sócrates e para Platão, o belo é uma ideia não acessível pelas coisas concretas.
d) Para Sócrates, o belo é uma ideia, e para Platão é um objeto que imita com perfeição 
a natureza.
e) Para Sócrates, o belo é a verdade, e para Platão, o belo 
é o bem.
Interatividade
Platão, na sua obra, expõe o entendimento de Sócrates em relação ao Belo, mas se diferencia 
desse entendimento ao longo do desenvolvimento da sua própria filosofia. Sobre essa 
diferença, é certo afirmar que:
a) Para Sócrates, o belo é sensível, e para Platão é a qualidade das coisas.
b) Para Sócrates, o belo é uma característica da utilidade das coisas, e para Platão 
é uma característica do Mundo das Ideias.
c) Para Sócrates e para Platão, o belo é uma ideia não acessível pelas coisas concretas.
d) Para Sócrates, o belo é uma ideia, e para Platão é um objeto que imita com perfeição 
a natureza.
e) Para Sócrates, o belo é a verdade, e para Platão, o belo 
é o bem.
Resposta
 Aristóteles foi aluno de Platão, dando seguimento às discussões filosóficas da época.
 Ele também trabalha os conceitos e o entendimento do belo na sua obra, mesmo antes da 
disciplina estabelecida por Baumgarten.
 Para Aristóteles, o conhecimento traz alegria e ele considera que a estética é uma 
característica que provoca prazer nas pessoas.
 Ele parte da obra de arte existente para fazer a reflexão do belo.
Aristóteles
 “O prazer do conhecimento científico há de ser buscado e valer por si mesmo; a natureza, 
fonte primeira de todo o conhecimento, é algo reconhecidamente belo. 
E esse caráter imanente da atividade científica e da apreciação estética liga-se à felicidade 
do homem, pois esta é tão mais perfeita quanto mais se aproxima da pura contemplação” 
(OLIVEIRA, 2009, p. 93).
 Para Aristóteles, a estética e o belo culminam na felicidade do homem.
 Nos seus textos, ele reafirma que a obra de arte é uma cópia
das coisas no mundo e que produz efeitos, e que esses efeitos 
podem ser positivos para o homem.
Aristóteles
 O ponto de partida para a reflexão de Aristóteles é a obra de arte.
Ele divide a arte em dois tipos:
Aristóteles
Além dele fazer essa diferenciação da arte e partir dela para sua análise do belo, 
ele traz uma outra e nova perspectiva para o estudo da estética:
Tanto o belo e o alegre, quanto o feio e o triste, podem ter um valor artístico.
 Para Aristóteles, a arte é uma imitação e ela pode ser feita por formas, modos 
e objetos diferentes.
 Como já falamos, para ele, admiramos uma obra de arte de tão 
parecida que ela é com a realidade.
Aristóteles
Aristóteles
Laocoonte. 
Autor desconhecido.
 Essa mimese, ou seja, a imitação, é explicada por Aristóteles como uma natureza do 
homem, que seria, para ele, um animal mimético.
 Ele afirma também que há no homem certa disposição para sentir prazer na imitação, “seja 
ao imitar um gesto de alguém, seja ao observar a imitação de uma terceira pessoa, como se 
no gesto houvesse uma espécie de reconhecimento de nós mesmos” 
(NOYAMA, 2016, p. 44).
 Ao contrário do idealismo platônico, o realismo aristotélico 
pretendia buscar a verdade a partir da observação do real, a 
qual, com o auxílio da razão, formula as leis gerais
do pensamento.
Aristóteles
Aristóteles discute no seu texto que a comédia e a tragédia são artes distintas, e que são como 
uma escultura, imitação de ações humanas. A comédia e a tragédia são descritas de forma 
distinta por ele:
Aristóteles
 É a partir da análise da tragédia que Aristóteles discute a finalidade da arte.
Aristóteles
 Para Aristóteles, tudo o que existe na natureza está aí porque tem alguma finalidade.
 A arte pertence ao conjunto das atividades humanas, mas se diferencia pela sua função de 
um fim exterior, não é uma atividade prática, mas produtiva.
 Ele difere a arte (estética) da arte de um médico, que age com o objetivo de tratar.
 A arte tem uma disposição para produzir e essa produção é acompanhada de regras.
 É importante lembrar que, para Aristóteles, a finalidade última é 
a felicidade dos homens.
Aristóteles
 Voltando para a tragédia, para Aristóteles, o fim dela, ou sua finalidade, é a catarse. Para ele, 
a tragédia pode purificar o homem de seus males e de seus vícios, cumprindo com uma 
função ética.
 A catarse é um processo de expulsão de um mal, que não faz bem e que precisa ser 
removido de dentro do homem.
 Essa catarse ocorre pela identificação com a dor que marca a trajetória de um herói.
 Com essa descrição, Aristóteles dá lugar à noção de prazer. 
E esse prazer é retirado da própria imitação.
Aristóteles
 Para Aristóteles, a imitação da natureza não tem uma conotação negativa, pois ele não 
desvaloriza o mundo sensível, como faz Platão.
 Por meio da análise da “tragédia”, ele analisa o quão eficiente é essa na realização da sua 
finalidade (a catarse). 
 A grandeza e o efeito catártico da tragédia dependem da competência e da leveza de como 
as ações da história são apresentadas.
 A ponto do espectador não perceber a fraqueza do mito, e 
dando a ele a capacidade de se assemelhar ao que é 
possível acontecer.
Aristóteles
Aristóteles apresenta as características, segundo ele, que tornam uma obra de arte bela: 
 A ordem, a simetria e a finitude.
 Dessa forma, os mitos, as músicas e as tragédias devem ter um tamanho tal que seja 
compatível com a nossa capacidade de memorizá-los.
 Para Aristóteles, a beleza se encontra no justo meio e no equilíbrio das coisas.
 Decorre do pensamento de Aristóteles um ponto que vai se 
discutir na contemporaneidade: a arte tem um fim em si mesma 
e à pura contemplação.
Aristóteles
“O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado” (Aristóteles). Para 
Aristóteles, a imitação é importante na arte porque:
a) A imitação da arte reproduz e eterniza a vida cotidiana.
b) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem e memorizem o que 
foi exposto.
c) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem com o exposto e sintam 
prazer (ou catarse).
d) A mimese nunca consegue reproduzir de forma adequada a 
natureza e essa distorção da realidade dá prazer ao homem.
e) Ao imitar a natureza, o artista pode aperfeiçoá-la e com isso 
agradar o espectador com a ideia de uma vida melhor.
Interatividade
“O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado” (Aristóteles). Para 
Aristóteles, a imitação é importante na arte porque:
a) A imitação da arte reproduz e eterniza a vida cotidiana.
b) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem e memorizem o que 
foi exposto.
c) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem com o exposto e sintam 
prazer (ou catarse).
d) A mimese nuncaconsegue reproduzir de forma adequada a 
natureza e essa distorção da realidade dá prazer ao homem.
e) Ao imitar a natureza, o artista pode aperfeiçoá-la e com isso 
agradar o espectador com a ideia de uma vida melhor.
Resposta
 CHAUI, M. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Afiliada, 2003 
 NOYAMA, S. Estética e filosofia da arte. Curitiba: InterSaberes, 2016.
 OLIVEIRA, J. V. G. Estética em Aristóteles. Phoînix, v. 15, n. 1, p. 91-113, 2009.
 OLIVEIRA, J. V. G. Estética em Platão. Phoînix, v. 11, p. 90-101, 2005. 
 STACE, W. T. S. A. A critical history of greek philosophy. Londres: Macmillan, 1941.
 TALON-HUGON, C. A estética: história e teorias. Lisboa: Texto & Gráfica, 2009.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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