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Profa. Bettina Brasil UNIDADE I Estética Trabalharemos nessa disciplina a transformação da estética ao longo do tempo e em diferentes momentos da história da filosofia, desde a Grécia, com Platão e Aristóteles, até a era pós-moderna. Ao percorrermos esse período, discutiremos os principais problemas e concepções da estética filosófica em diversos autores. Trabalharemos desde as concepções clássicas até a influência dessas concepções no modernismo. No séc. XIX, as relações entre a arte e a sociedade se transformam e veremos como a pós-modernidade lida com essas transformações. Apresentação A Estética, ao longo da história ocidental, apresentou diversas definições, conforme o entendimento dos autores da época. Podemos afirmar que, na filosofia, a estética é o campo que estuda a natureza do belo e suas manifestações na arte. Nesse campo, onde já há reflexão estética, é importante ressaltar o entendimento sobre a valoração humana no que diz respeito às experiências sensoriais. Ou seja, são as experiências sensoriais que permitirão o juízo de valor na reflexão estética, resultando na apreciação do belo. Introdução A reflexão estética também abrange os sentimentos produzidos pela percepção do fenômeno estético natural ou criado pelo ser humano, como a arte e, consequentemente, o próprio conceito de arte. Conforme veremos, a estética como disciplina filosófica é a ciência que tem por objeto o juízo da apreciação que se aplica à distinção do belo e do feio. Foi no séc. XVIII que surgiu o conceito moderno de estética. Ele deriva da palavra grega aisthesis, que significa “percepção”, “sensação”. Introdução É a partir do séc. XVIII que surge o ramo da filosofia voltado ao estudo da percepção e das sensações como princípio de um conhecimento sensível do mundo. O filósofo alemão chamado Baumgarten, no séc. XVIII, criou o termo “estética” para o estudo da sensação e a ciência do belo. É atribuído a Baumgarten também o conceito de estética como ciência do mundo sensível do conhecimento de um objeto. A partir desse momento subjetivou-se o gosto àquilo que agrada os sentidos, elaborando uma ontologia do belo. Introdução A conotação que a estética tem na atualidade como a teoria do belo e das suas manifestações por meio da arte foi apresentada por Baumgarten. É importante saber que esse autor “inventa” o nome para a disciplina, mas não a disciplina em si. Já encontramos trabalhos de pensadores desde a Grécia Antiga abordando esse tema. Introdução Desde o início da Filosofia ocidental, a estética era objeto de estudo, mas ela só aparece como uma disciplina no séc. XVIII (com Baumgarten), resultado da organização de ideias típicas desse período. A partir disso, inaugura-se a ligação inédita do SENSÍVEL – BELO – ARTE Introdução Observando a história recente, a estética significou: No séc. XVIII, francês e inglês – a crítica do gosto No séc. XVIII, alemão – a teoria do sensível No séc. XIX – a filosofia da arte Ou seja: A estética é o conjunto dos sentidos que se deu a esta palavra quando a episteme tornou a disciplina possível. Introdução A partir de Baumgarten surgiram três linhas de reflexão autônomas: Reflexão metafísica sobre a ideia de beleza, no seguimento da tradição platônica e neoplatônica. Análise psicoempírica da fenomenologia dos sentidos dos indivíduos. Reflexão sobre o fazer artístico e os processos da criação e da produção nas diferentes artes, a que se pode chamar de filosofia das artes. Introdução Marilena Chauí destaca alguns aspectos da estética nos séculos XVII e XIX, que olhava as artes como belas-artes. 1. A arte é uma atividade humana autônoma, isto é, não está a serviço da religião /.../ e possui finalidade própria. 2. A arte é produto da experiência sensorial ou perceptiva (sensibilidade), da imaginação e da inspiração do artista /.../. 3. A finalidade da arte é desinteressada (não utilitária) ou contemplativa. Em outras palavras, a arte não está a serviço do culto nem da política, nem da /.../ virtude. /.../ não está destinada a produzir objetos de uso e de consumo, e sim a propiciar a contemplação da beleza. Introdução Marilena Chauí destaca alguns aspectos da estética nos séculos XVII e XIX, que olhava as artes como belas-artes. 4. A contemplação do lado do artista é a busca do belo /.../ e, do lado do público, é a avaliação ou o julgamento do valor de beleza /.../. 5. O belo é diferente do bom e do verdadeiro. O bem é objeto da ética; a verdade, objeto da ciência e da metafísica; e a beleza, o objeto próprio da estética. /.../ a estética afirma a autonomia das artes pela distinção entre beleza, bondade e verdade. Introdução O juízo científico e metafísico e o juízo estético são diferentes: Introdução peculiaridade A Estética pretende alcançar um tipo específico de conhecimento, aquele captado pelos sentidos. Diferente da lógica, que parte da razão para estabelecer um conhecimento que é “claro e distinto”. A Estética, partindo dos sentidos e da experiência sensorial, chega a um resultado distinto daquele apresentado pela lógica. Introdução A obra de arte está em uma base comum para a Estética e a Filosofia da Arte. Introdução Apesar de terem objetos de estudo semelhantes, a crítica e a história da arte se distinguem da Estética. Introdução Ao longo da história da Filosofia, a Estética apresentou diversas definições ou sentidos. Baumgarten inaugura essa disciplina afirmando que: a) A Estética é o juízo da obra de arte a partir dos sentidos. b) A Estética é o estudo da sensação e a ciência do belo a partir do mundo sensível e do conhecimento de um objeto. c) A Estética é tudo o que agrada os sentidos. d) A Estética é o juízo do belo na obra de arte. e) A Estética é a compreensão da história e da cultura a partir da obra de arte. Interatividade Ao longo da história da Filosofia, a Estética apresentou diversas definições ou sentidos. Baumgarten inaugura essa disciplina afirmando que: a) A Estética é o juízo da obra de arte a partir dos sentidos. b) A Estética é o estudo da sensação e a ciência do belo a partir do mundo sensível e do conhecimento de um objeto. c) A Estética é tudo o que agrada os sentidos. d) A Estética é o juízo do belo na obra de arte. e) A Estética é a compreensão da história e da cultura a partir da obra de arte. Resposta A partir das discussões de Baumgarten, que denomina o campo de estudo da estética como o da percepção e das sensações como princípios de um conhecimento sensível, outros filósofos buscam o desenvolvimento dessa disciplina. Kant e Hegel buscaram levar a estética para a filosofia geral e definir conceitos abstratos para normalizar o mundo. E com isso a definição de ARTE se torna uma parte importante desse processo. A arte é um conceito que distingue as coisas identificáveis numa extensão: A Filosofia As coisas devem possuir propriedades comuns. Essas propriedades necessárias e suficientes devem identificar as características da arte numa coisa ou evento. Os objetos de arte possuem propriedades imanentes que lhes são intrínsecas. Essas propriedades derivam do hábito de se crer que a substância das coisas existe como uma realidade alcançável pelo pensamento. A essência das coisas não está na coisa em si, mas no conteúdo da representação que fazemos dela. A Filosofia Essa visão essencialista da teoria da arte esteve presente nas discussões do tema desde a Antiguidade clássica até o século XVIII. Kant altera o entendimento da Estética a partir de sua obra. Ele tenta encontrar a universalidade na atividade estética, deixando para trás a subjetividade dos séculos anteriores, quando a essência das coisas não está nas coisas nelas mesmas, mas no conteúdo da representação que fazemos delas. A Filosofia O Belo e o Feio não são conceitosabsolutos nem estáticos ao longo do tempo. O belo em si pode ser entendido como tudo aquilo que apresenta um valor digno de admiração. Mas quando se fala de feio, está se falando ao mesmo tempo da beleza. A ideia da beleza mostra como o conceito não é estático ao longo do tempo: A estética de um corpo: um corpo pode ser reconhecido hoje como a beleza de uma pessoa, mas essa mesma pessoa poderia não ser reconhecida como bonita nos mesmos parâmetros em tempos passados ou em sociedades distintas. Existem várias maneiras de se perceber o belo, e essas maneiras devem ser reconhecidas de acordo com sua época, a cultura e o lugar. O Belo e o Feio Apesar da influência do tempo e da cultura, um objeto, um ser, uma ação são belos quando são livres, independentes, infinitos. O belo é o juízo de apreciação sobre as coisas ou seres que provocam a emoção. Todo belo é resultado de uma apreciação, de um juízo do gosto. O belo é uma construção que ocorre a partir daquilo que a coisa é em si, da liberdade que o conceito manifesta e dos aspectos que o objeto apresenta que o caracterizam como belo. O Belo e o Feio As concepções estéticas são resultado do olhar do pensador à luz do seu tempo para esse objeto de estudo. Platão entendia a música e a poesia como as formas mais elevadas de arte. Ele desenvolve o conceito de belo a partir do seu olhar para as artes daquela época. Aristóteles mostra que a arte, de um lado, é uma construção “do nada”, mas pode também imitar a natureza, e de outro, ela parte da imaginação e se concretiza. Concepções estéticas e filosóficas Na Idade Média, a arte era voltada para a religião católica e a ideia de beleza estava associada à ideia de Deus. No Renascimento, período de transição da Idade Média para a Idade Moderna, a produção artística esteve em volta de muita riqueza e de artistas que dominavam técnicas impressionantes para imitar a realidade. Nesse período, a arte enfatiza uma esfera mais terrena e humana, valoriza o corpo, mantendo o caráter religioso. Concepções estéticas e filosóficas Concepções estéticas e filosóficas Fonte: Michelangelo: Pietà, 1499. Basílica de São Pedro, Vaticano. Concepções estéticas e filosóficas Fonte: Leonardo da Vinci. Retrato de Cecília Gallerani, Dama com Arminho. Na Idade Moderna, sob influência do capitalismo, a arte e o belo sofreram influências. A arte passa a ser um produto, deixando de ter seu valor em si para ter uma finalidade mercadológica e financeira. Essa concepção de belo pode ser encontrada até hoje. Concepções estéticas e filosóficas Na Grécia antiga e nos pensadores dessa época não existia um nome específico para a ciência da beleza, a estética como conhecemos hoje. Mas o tema permeou os estudos e os pensamentos de grandes filósofos da época. Platão e Aristóteles trabalham com o tema de forma distinta, mas olhar para esses conceitos é importante para o entendimento posterior da estética. Platão “foi a primeira pessoa na história mundial a produzir um grande sistema de abrangência universal, que tem ramificações em todos os setores do pensamento e da realidade” (STACE, 1941, p. 164). Concepções estéticas clássicas Para entender Platão é importante lembrar que: Ele busca a essência das coisas belas, o elemento comum a todas elas, sobreviventes às contingências e essencial face aos acidentes que integram a realidade. Busca encontrar o que se repete num grupo diverso ou o que permanece em meio ao fluxo contínuo de transformação da realidade. Platão foi pioneiro na busca de encontrar uma essência comum a todos os componentes do real. Concepções estéticas clássicas Platão, na sua obra, mostra como Sócrates percebe que ele e os outros homens passaram a maior parte da vida “na plena ignorância das coisas importantes a serem conhecidas: a natureza do bem, do belo e do verdadeiro”. A partir dos diálogos com Sócrates, Platão traz o entendimento do que é belo. Sócrates entendia o belo como intimamente relacionado à utilidade do objeto em questão. Para Sócrates, o que é útil é belo e o que é belo é útil. Concepções estéticas clássicas Platão começa a desenvolver seus conceitos de belo no diálogo Hipias Maior. Mas é na República que encontramos os maiores avanços nesse campo. Concepções estéticas clássicas Na busca pela essência das coisas e do belo, discute-se que a essência das coisas não está na coisa em si, mas no conteúdo da representação que fazemos dela, ou seja: a) É belo aquilo que apresenta um valor digno de admiração e é um valor universal. b) É belo aquilo que julgamos a partir de características objetivas do objeto da arte. c) A essência do belo está na razão que estabelece um conhecimento “claro e distinto” do objeto. d) A arte é o produto da experiência sensorial ou perceptiva, a sensibilidade ou, em outras palavras, a representação do objeto. e) O observador faz parte do sistema que observa; ao observar, ele produz as condições de sua observação e transforma o objeto observado. Interatividade Na busca pela essência das coisas e do belo, discute-se que a essência das coisas não está na coisa em si, mas no conteúdo da representação que fazemos dela, ou seja: a) É belo aquilo que apresenta um valor digno de admiração e é um valor universal. b) É belo aquilo que julgamos a partir de características objetivas do objeto da arte. c) A essência do belo está na razão que estabelece um conhecimento “claro e distinto” do objeto. d) A arte é o produto da experiência sensorial ou perceptiva, a sensibilidade ou, em outras palavras, a representação do objeto. e) O observador faz parte do sistema que observa; ao observar, ele produz as condições de sua observação e transforma o objeto observado. Resposta Como já vimos, a discussão sobre o belo permeia alguns textos de Platão, até chegar na República, trabalhando a sua utilidade. Vale lembrar que Platão foi pioneiro na sua tentativa de encontrar uma essência comum a todos os componentes do real. Em relação às coisas belas, ele busca o elemento comum a todas elas, sobreviventes às contingências e essencial frente aos acidentes que também integram a realidade. Ele trata essa questão como todas na sua filosofia: pretende encontrar o que se repete num grupo diverso, ou o que permanece em meio ao fluxo contínuo de transformação da realidade. Platão Como já é de conhecimento, Platão dialoga com Sócrates ao longo de sua obra para chegar no entendimento das coisas ou para expor seu pensamento. Na discussão sobre o belo, temos textos discorrendo sobre o assunto desde Hipias Maior até a República. Nesse primeiro texto, aporético, Sócrates discute com Hipias como é feio um olho que não pode enxergar ou um corpo humano incapaz de desempenhar atividades físicas, com isso, ele introduz o tema da utilidade no conceito de belo. Platão Nesse diálogo, Sócrates procura o BELO, enquanto Hipias diz o que é belo, por não ter compreendido a diferença entre as duas fórmulas ou porque não admite que haja diferença entre CONCEITO DE BELO COISAS BELAS Platão No diálogo Hipias Maior, Platão apresenta ideias interessantes sobre a definição de belo: Platão Aos poucos, Platão deixa clara a diferença do entendimento do Belo dele e de Sócrates: Platão Para Platão e seu Mundo das Ideias, o belo só pode ser em si no mundo das ideias, como o justo, o verdadeiro e o bem. Na sua filosofia, Platão dá mais valor à beleza moral e intelectual do que à física. Quer alcançar a beleza absoluta e transcendente, causa e princípio de tudo o que é belo e que fala à inteligência por intermédio dos sentidos. Para Platão, a obra de arte que imita o real faz uma realidade de terceiro grau. Platão Erro de terceiro grau no entendimento do belo. Platão Obras de Platão, em certo momento, olha o belo como uma qualidade, uma aparência, enão como uma essência. “[...] seja qual for a coisa a que ele se junta, realizando nesta coisa a beleza, na pedra como na madeira, no homem como em Deus, tanto em toda a espécie de ação como em todo objeto de estudo; ele é aquilo que, em tempo algum, em lugar algum, aos olhos de nenhum homem, não deve parecer feio” (TALON-HUGON, 2009, p.14). Platão Nos diálogos mais tardios de Platão, ele trabalha o conceito metafísico de Ideia e forma três princípios inseparáveis: O VERDADEIRO O BEM O BELO A beleza sensível é tão-só um primeiro grau de beleza; para além dela há a beleza das almas, a dos atos e dos conhecimentos. A essência do belo, no Mundo das Ideias, é uma beleza eterna, absoluta, irrelativa, estranha à geração e à corrupção. Platão Platão, na sua obra, expõe o entendimento de Sócrates em relação ao Belo, mas se diferencia desse entendimento ao longo do desenvolvimento da sua própria filosofia. Sobre essa diferença, é certo afirmar que: a) Para Sócrates, o belo é sensível, e para Platão é a qualidade das coisas. b) Para Sócrates, o belo é uma característica da utilidade das coisas, e para Platão é uma característica do Mundo das Ideias. c) Para Sócrates e para Platão, o belo é uma ideia não acessível pelas coisas concretas. d) Para Sócrates, o belo é uma ideia, e para Platão é um objeto que imita com perfeição a natureza. e) Para Sócrates, o belo é a verdade, e para Platão, o belo é o bem. Interatividade Platão, na sua obra, expõe o entendimento de Sócrates em relação ao Belo, mas se diferencia desse entendimento ao longo do desenvolvimento da sua própria filosofia. Sobre essa diferença, é certo afirmar que: a) Para Sócrates, o belo é sensível, e para Platão é a qualidade das coisas. b) Para Sócrates, o belo é uma característica da utilidade das coisas, e para Platão é uma característica do Mundo das Ideias. c) Para Sócrates e para Platão, o belo é uma ideia não acessível pelas coisas concretas. d) Para Sócrates, o belo é uma ideia, e para Platão é um objeto que imita com perfeição a natureza. e) Para Sócrates, o belo é a verdade, e para Platão, o belo é o bem. Resposta Aristóteles foi aluno de Platão, dando seguimento às discussões filosóficas da época. Ele também trabalha os conceitos e o entendimento do belo na sua obra, mesmo antes da disciplina estabelecida por Baumgarten. Para Aristóteles, o conhecimento traz alegria e ele considera que a estética é uma característica que provoca prazer nas pessoas. Ele parte da obra de arte existente para fazer a reflexão do belo. Aristóteles “O prazer do conhecimento científico há de ser buscado e valer por si mesmo; a natureza, fonte primeira de todo o conhecimento, é algo reconhecidamente belo. E esse caráter imanente da atividade científica e da apreciação estética liga-se à felicidade do homem, pois esta é tão mais perfeita quanto mais se aproxima da pura contemplação” (OLIVEIRA, 2009, p. 93). Para Aristóteles, a estética e o belo culminam na felicidade do homem. Nos seus textos, ele reafirma que a obra de arte é uma cópia das coisas no mundo e que produz efeitos, e que esses efeitos podem ser positivos para o homem. Aristóteles O ponto de partida para a reflexão de Aristóteles é a obra de arte. Ele divide a arte em dois tipos: Aristóteles Além dele fazer essa diferenciação da arte e partir dela para sua análise do belo, ele traz uma outra e nova perspectiva para o estudo da estética: Tanto o belo e o alegre, quanto o feio e o triste, podem ter um valor artístico. Para Aristóteles, a arte é uma imitação e ela pode ser feita por formas, modos e objetos diferentes. Como já falamos, para ele, admiramos uma obra de arte de tão parecida que ela é com a realidade. Aristóteles Aristóteles Laocoonte. Autor desconhecido. Essa mimese, ou seja, a imitação, é explicada por Aristóteles como uma natureza do homem, que seria, para ele, um animal mimético. Ele afirma também que há no homem certa disposição para sentir prazer na imitação, “seja ao imitar um gesto de alguém, seja ao observar a imitação de uma terceira pessoa, como se no gesto houvesse uma espécie de reconhecimento de nós mesmos” (NOYAMA, 2016, p. 44). Ao contrário do idealismo platônico, o realismo aristotélico pretendia buscar a verdade a partir da observação do real, a qual, com o auxílio da razão, formula as leis gerais do pensamento. Aristóteles Aristóteles discute no seu texto que a comédia e a tragédia são artes distintas, e que são como uma escultura, imitação de ações humanas. A comédia e a tragédia são descritas de forma distinta por ele: Aristóteles É a partir da análise da tragédia que Aristóteles discute a finalidade da arte. Aristóteles Para Aristóteles, tudo o que existe na natureza está aí porque tem alguma finalidade. A arte pertence ao conjunto das atividades humanas, mas se diferencia pela sua função de um fim exterior, não é uma atividade prática, mas produtiva. Ele difere a arte (estética) da arte de um médico, que age com o objetivo de tratar. A arte tem uma disposição para produzir e essa produção é acompanhada de regras. É importante lembrar que, para Aristóteles, a finalidade última é a felicidade dos homens. Aristóteles Voltando para a tragédia, para Aristóteles, o fim dela, ou sua finalidade, é a catarse. Para ele, a tragédia pode purificar o homem de seus males e de seus vícios, cumprindo com uma função ética. A catarse é um processo de expulsão de um mal, que não faz bem e que precisa ser removido de dentro do homem. Essa catarse ocorre pela identificação com a dor que marca a trajetória de um herói. Com essa descrição, Aristóteles dá lugar à noção de prazer. E esse prazer é retirado da própria imitação. Aristóteles Para Aristóteles, a imitação da natureza não tem uma conotação negativa, pois ele não desvaloriza o mundo sensível, como faz Platão. Por meio da análise da “tragédia”, ele analisa o quão eficiente é essa na realização da sua finalidade (a catarse). A grandeza e o efeito catártico da tragédia dependem da competência e da leveza de como as ações da história são apresentadas. A ponto do espectador não perceber a fraqueza do mito, e dando a ele a capacidade de se assemelhar ao que é possível acontecer. Aristóteles Aristóteles apresenta as características, segundo ele, que tornam uma obra de arte bela: A ordem, a simetria e a finitude. Dessa forma, os mitos, as músicas e as tragédias devem ter um tamanho tal que seja compatível com a nossa capacidade de memorizá-los. Para Aristóteles, a beleza se encontra no justo meio e no equilíbrio das coisas. Decorre do pensamento de Aristóteles um ponto que vai se discutir na contemporaneidade: a arte tem um fim em si mesma e à pura contemplação. Aristóteles “O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado” (Aristóteles). Para Aristóteles, a imitação é importante na arte porque: a) A imitação da arte reproduz e eterniza a vida cotidiana. b) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem e memorizem o que foi exposto. c) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem com o exposto e sintam prazer (ou catarse). d) A mimese nunca consegue reproduzir de forma adequada a natureza e essa distorção da realidade dá prazer ao homem. e) Ao imitar a natureza, o artista pode aperfeiçoá-la e com isso agradar o espectador com a ideia de uma vida melhor. Interatividade “O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado” (Aristóteles). Para Aristóteles, a imitação é importante na arte porque: a) A imitação da arte reproduz e eterniza a vida cotidiana. b) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem e memorizem o que foi exposto. c) Ao imitar a vida, a arte permite que as pessoas se identifiquem com o exposto e sintam prazer (ou catarse). d) A mimese nuncaconsegue reproduzir de forma adequada a natureza e essa distorção da realidade dá prazer ao homem. e) Ao imitar a natureza, o artista pode aperfeiçoá-la e com isso agradar o espectador com a ideia de uma vida melhor. Resposta CHAUI, M. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Afiliada, 2003 NOYAMA, S. Estética e filosofia da arte. Curitiba: InterSaberes, 2016. OLIVEIRA, J. V. G. Estética em Aristóteles. Phoînix, v. 15, n. 1, p. 91-113, 2009. OLIVEIRA, J. V. G. Estética em Platão. Phoînix, v. 11, p. 90-101, 2005. STACE, W. T. S. A. A critical history of greek philosophy. Londres: Macmillan, 1941. TALON-HUGON, C. A estética: história e teorias. Lisboa: Texto & Gráfica, 2009. Referências ATÉ A PRÓXIMA!