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TECNICA OPERATÓRIA Amanda Schell - TXXI Cirurgia urológica A cirurgia urológica pode ocorrer das seguintes formas: • Cirurgia aberta É convencional na qual há uma incisão e permite a visualização direta de estruturas. São exemplos: 1. Prostectomia transvesical – foi primeira modalidade de tratamento para hiperplasia prostática benigna (HBP). Há uma incisão supra púbica e permitirá o acesso à bexiga a qual será aberta, dessa forma podendo acessar a loja prostática e remover o adenoma. (fig 1) 2. Cistolitotomia – indicada para cálculos na bexiga; é realizada por meio de uma incisão abdominal e posteriormente por uma incisão na bexiga, e assim, a remoção do cálculo. (fig.. 2) • Cirurgia Endoscópica São cirúrgicas realizadas através de orifícios naturais. No caso da urologia é através da uretra. São exemplos: 1. Ressecção endoscópica de próstata – realizada, geralmente, para o tratamento do aumento da próstata refratário ao uso de medicamentos; nesse tipo de cirurgia o ressectoscópio é introduzido no canal da uretra e com uma alça é ressecado o tecido prostático. (fig. 3) 2. Ureteroscopia – o principal objetivo desse procedimento é fragmentação e retirada do cálculo do ureter ou do rim; pode ser rígido ou flexível, o primeiro é capaz de acessar cálculos no ureter distal em homens e médio nas médio, já o segundo por apresentar certa flexibilidade lhe é permitido atingir o cálice. (fig. 4) • Cirurgia videolaparoscopia Cirurgia realizadas através de portais onde são introduzidos trocates que permitirão a realização de cirurgias na região na cavidade abdominal. São exemplos: 1. Nefrectomia parcial – tem como objetivo remoção da parte do rim que está afectada pelo tumor. (fig 5) 2. Pieloplastia – procedimento com objetivo de restaurar a ligação entre o ureter e o rim (junção ureteropiélica - JUP). A cirurgia urológica apresenta certas características que devem ser levadas em conta, dentre elas temos: • Suturas – ao realizar deve ser escolhido fios absorvíveis, pois a urina em contato com corpo estranho tende a formar cálculo. Um tipo de sutura que deve ser escolhida é a Wateright, esse tipo de sutura une s pontos de tal forma que impede que haja vazamento de liquido • Stenting – uma “espécie de drenagem” que busca a não formação de fistulas; nesse tipo são usados a sonda vesical, duplo J e nefrostomia. • Drenagem – é importante a drenagem de urina, sangue ou linfa. Amanda Schell - TXXI Cirurgia urológica A partir de agora iremos estudar traumas gênito urinário. • Fratura de pênis É importante ressaltar que o pênis não apresenta osso, ainda que leve o nome de fratura no caso do pênis não há nenhum rompimento de osso. No entanto, o rompimento da albugínea que cobre os corpos cavernosos, principalmente durante a relação sexual , leva esse nome pois o rasgar da túnica faz um barulho de estalo semelhante a fratura de um osso. Esse tipo de trauma ocorre quando o pênis está ereto, por consequência a túnica albugínea está esticada, acaba por dobrar repentinamente. (fig 6) Os sintomas desse tipo de trauma são: vermelhidão, inchaço, dor forte e sangue ao urinar. • Trauma renal O rim é o terceiro órgão mais lesado em traumas abdominais perdendo apenas para fígado e baço. O trauma renal pode ser classificado em 5 graus, sendo eles:. (Fig 7) 1. Grau 1 – há hematoma subcapsular, há o sangramento, mas a própria capsula renal segura o sangue 2. Grau II – laceração do parênquima de até 1cm 3. Grau III – laceração do parênquima maior que 1cm sem que chegue onde há urina 4. Grau IV – independe do tamanho; laceração que atinge o cálice; há extravasamento de sangue e urina 5. Grau V – involução do hilo ou rim despedaçado. Em traumas renais o acesso é via abdominal onde é rebatido todo o intestino delgado para esquerda para ser possível acessar o hilo renal onde será laçado os vasos para interromper o fluxo para, então, rebater o cólon e chegar no espaço retroperitoneal para observar se tem como salvar o rim ou deve ser realizado uma nefrectomia. • Trauma de Bexiga O trauma de bexiga apesar de ser o segundo órgão mais afetado da parte urinaria está, apenas, em 1,6% dos traumas abdominais.. Os principais sinais desse tipo de trauma é fratura de bacia e hematúria macroscópia, porém há também dor supra-púbica, incapacidade de urinar, coágulos intravesicais e baixo volume urinário. Boa parte dos traumas de bexiga é extra peritoneal, mas há também os intraperitoneais e mistos. Quando a bexiga está cheia e ocorre uma pressõa forte em cima da bexiga que permite o rompimento da cúpula vesical (parte mais fraca) temos, então, um exemplo de ruptura intraperitoneal. Já quando fratura de alguns ossos da bexiga e por consequência a lesão da parede da bexiga há um exemplo de ruptura extraperitoneal. • Trauma de uretra O trauma mais comum de uretra anterior é a “queda a cavaleiro” no qual a pessoa cai sentada de perna aberta em alguma coisa, já o de uretra posterior é em casos de fratura de bacia. Vale ressaltar que de 10 a 20% de lesão de uretra posterior por fratura de bacia há também a lesão de bexiga associada. Amanda Schell - TXXI Cirurgia urológica O sinal mais importante desse tipo de trauma é uretrorragia. Esse sinal é diferente da hematúria, pois independe da micção. • Trauma de ureter É um trauma mais raro, contudo na sutura é importante que essa fique na diagonal para que caso haja uma estenose não ocorra em sentido radial, dessa forma impedindo a redução da luz. Outro ponto importante no manejo desse tipo de trauma é a colocação de um cateter duplo J para que a urina não vaze. • Trauma testicular Nesses tipos de traumas é importante avaliar a integridade da túnica albugínea, pois uma não correção do rompimento dessa pode levar à uma atrofia testicular e à infertilidade, essa decorrente do contato do tecido testicular com o sangue que leva a produção de anticorpos contra as células produtoras de espermatozoides • Escroto agudo Dor escrotal com/sem inchaço e eritema. Suas causas mais frequentes são: torção testicular e a epidimite. O diagnóstico diferencial para as ocorrências citadas acima é de extrema importância, já que em casos de torção testicular o tratamento é por meio de cirurgia, devendo essa ser feita em no máximo 6 horas após o início dos sintomas, caso ultrapasse esse período corre o risco de necrose do testículo. Em geral o que diferente uma da outra é que no HDA a epidimite apresenta início insidioso, acompanhada de febre, calafrios e até uretrite., enquanto a torção apresenta inicio repentino, dor forte acompanhada ou não de náusea e vômito. Outra diferença é no exame físico, pois em casos de torção testicular há testículos assimétricos, já na epidimite o testículo terá uma consistência pouco aumentada. Quando realizado o sinal de Prehn, manobra que eleva o testículo que está com dor, em casos de epidimite o sinal será positivo, logo haverá um alivio da dor com a realização da manobra diferentemente do que corre na torção testicular. O diagnostico que permite se ter certeza é a ultrassom com doppler. Em relação ao tratamento, em casos de torção é por exclusividade cirúrgica, já na epidimite é por meio de antibióticos e suspensão escrotal.
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