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Subjetividade Subjetividade do ponto de vista da Psicologia é entendida como o espaço íntimo do indivíduo (seu mundinho interno), o qual se relaciona com o mundo social. Resultando em peças singulares tanto na formação do indivíduo como em sua construção de crenças e valores. ⤿ Diz respeito à: Comportamentos, sentimentos, suas características singulares e de espécie, seus valores e tudo mais que “fala” do homem. A subjetividade revela nossa condição de humanos ⤿ É construída por: Vivências, experiências externas/sociais, que vão mudando as experiências no mundo interno DO PASSADO AO PRESENTE ° O século VI aC apresentou forte indagação sobre a constituição do mundo, destacando duas vertentes de pensamento: VERTENTE MÍSTICA - reviveu o culto ao deus grego Dioniso - O humano carrega a dualidade corpo-alma. - O corpo é a herança titânica que aprisiona a alma, como um invólucro ou um túmulo - Metempsicose - Viver e morrer objetivam o retorno à unidade divina originária. ° A dualidade corpo-alma e a metempsicose influenciaram Pitágoras (século Vi aC), Empédocles (século V aC), que as estendeu aos animais e às plantas, e o filósofo clássico Platão (século iV aC), que as combinou com as ideias de beleza e verdade. VERTENTE NATURAL - Vem do apogeu da Jônia, território grego na Ásia Menor - Uma explicação racional para o universo - Heráclito (480 aC), que apresentou a ideia da mobilidade universal, na qual o movimento, como fluxo incessante, engendra a multiplicidade das formas. - O processo de produção do homem é imanente ao processo de produção do mundo. É a afirmação da indissociabilidade homem/natureza. ° No século V aC, destacaram-se três vertentes de pensamento: A PRIMEIRA - Constituída pelos sofistas dentre os quais se destacou Protágoras - introduziu um novo conceito de homem, que extrai a verdade do contato com a realidade - Os sofistas evidenciaram a inacessibilidade direta dessa experiência particular. - Preconizaram também o caráter convencional das instituições, conversíveis segundo as necessidades humanas. A SEGUNDA - Eleatas e os atomistas - filósofos da Escola Eleática, da Magna Grécia (sul da Itália) conceberam a matéria una, imóvel e indestrutível - Dentre os eleatas Parmênides destacou-se, propôs a identidade como único fundamento da verdade “A realidade é única e idêntica a si mesma e o devir é aparência”, afirma a dicotomia realidade-aparência. - Dentre os atomistas, destacou-se Demócrito (460 aC-370 aC), propôs que o universo é formado por partículas indestrutíveis e indivisíveis (os átomos) A TERCEIRA - Representada por Sócrates (469 aC-399 aC), propôs um conceito de homem essencialmente moral. - A verdade, identificada com o bem, é o único ordenador da felicidade humana. ° Platão concebeu o mundo bipartite, alegando a divisão ideia-matéria (essência-aparência ou modelo-cópia). A essência é o modelo universal que não se “corrompe” pelo devir. Pelo princípio da semelhança, a aparência torna-se cópia do modelo, a matéria imita a ideia, a ilusão mantém-se realidade. ° Já Aristóteles concebeu o mundo tripartite: - Corpo físico - Alma incorpórea ⇢ que representa o mundo por ideias ✩ alma vegetativa ✩ alma sensitiva ⇢ tanto a vegetativa quanto a sensitiva representam os desejos, os sentimentos, as sensações, expressos pela linguagem cotidiana que é plurívoca, isto é, com a pluralidade dos sentidos ✩ alma intelectiva ⇢ representa a razão, expressa pela linguagem unívoca, isto é, com unicidade dos sentidos - Linguagem ⇢ que expressa as ideias ° Com os saberes produzidos nesse período o homem se insere diferente em cada uma das duas vertentes de pensamento que ora se afastam, ora se aproximam, ora se cruzam. Uma delas afirma duas dicotomias: 1) unidade divina-dualidade humana 2) corpo-alma - A identidade e a imobilidade fundamentam a verdade. Agrega-se nova dicotomia: 1) realidade-aparência 2) ideia-matéria ° A outra vertente afirma a diferença da diferença PRINCÍPIO DA IDENTIDADE E PRINCÍPIO DA DIFERENÇA PRINCÍPIO DA IDENTIDADE - Pensar pelo princípio da identidade é sempre estabelecer a relação da identidade do conceito com o sujeito que pensa - Hegel propôs o eu como consciência individual e parte integrante da consciência universal. - ideia absoluta ✩ A lógica dialética hegeliana se baseia na contradição criadora, no movimento da tese (afirmação), da antítese (negação) e da síntese (negação da negação). - A identidade tal como Hegel entende pode ser buscada no princípio da contradição: Uma proposição não pode ser ao mesmo tempo verdadeira e falsa, A não pode ser A e não-A ° Claude Lévi-Strauss; Pierre Clastres; Roland Barthes ° Jacques Marie Emile Lacan (1901-1981), para ele os papéis se organizam pela lei da ordem simbólica, idêntica à ordem do significante e fundada sob a prioridade da estrutura da linguagem. ° Louis Althusser (1918-1990), estabeleceu uma separação entre a ciência (legitimada pelo método formal), e os resíduos fenomenológicos ou empíricos, que não são científicos ° Pelo princípio da identidade, estabelecem-se a repetição, a previsibilidade e a reversibilidade PRINCÍPIO DA DIFERENÇA - Pensar pelo princípio da diferença é efetuar a relação do diferente com o diferente. É afirmar a diferença. - Uma dificuldade aparece: capturado pela representação, o princípio da diferença acaba sendo mediado pelo idêntico. Torna-se necessário, então: 1) desfazer a identidade do conceito e do sujeito pensante, para introduzir a diferença no pensamento; 2) reconhecer as multiplicidades como transformadoras da ideia – feita de elementos e relações diferenciais – para compor a diferença na afirmação (e não na negação) 3) não tomar o diverso como matéria do conceito idêntico, para restaurar a diferença individuante, singularizante ° Nietzsche propôs a indissociabilidade vida/pensamento - afirmando que se implicam mutuamente, pela eliminação de limites, no esforço de criação do novo - Pensar é inventar novas possibilidades de vida e depende das forças que entram em relação - A vontade de poder é o elemento diferencial e genético da força que se exerce sempre sobre outra força, para ele a vontade é uma força que entra em relação com outra, afirmando sua diferença. ° Foucault, Deleuze e Guattari propõem a indissociabilidade homem/natureza - afirmando que a produção do mundo se realiza num processo que engendra as multiplicidades, pelas quais tudo pode se interpenetrar com tudo. - Para eles, a subjetividade é um produto cultural, como qualquer outro. - Como processo, a subjetividade emergente se relaciona com o mundo pelo limite, pela vizinhança: individua-se nas relações de alteridade e coletiviza-se nas multiplicidades, para “além do indivíduo'' e para “aquém da pessoa”.
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