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Revisão de literatura

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Revisão de literatura
Manejo sanitário em bovinos leiteiros 
O Compost Barn foi criado por produtores de leite norte americamos, em meados da década de 80, mas apenas em 2001 começou ganhar adeptos em maior escala, porém no Brasil o sistema Compost Barn Nutrição e Formulação de Rações para Bovinos Leiteiros para promover o aumento da produtividade e lucratividade ainda está surgindo e existem poucos materiais a respeito do assunto. 
O compost barn (CB) é um sistema de confinamento loose housing alternativo para vacas leiteiras (ECKELKAMP et al., 2016a), que possibilita aos animais mais liberdade de movimento e mais conforto para que deitem de uma forma mais natural (ENDRES; BARBERG, 2007). Este sistema proporciona maior longevidade, um ambiente confortável, seco e seguro o ano todo para as vacas (DAMASCENO, 2012). A instalação consiste em um galpão, cuja área de descanso é recoberta por uma cama coletiva, sendo a pista de alimentação e bebedouros separados da área de repouso por uma parede ou um degrau de elevação (OFNER-SCHRÖCK et al., 2015). 
O manejo sanitário é um conjunto de atividades
regularmente planejadas e direcionadas para a prevenção e manutenção da
saúde dos rebanhos. Utilizam-se medidas de higiene e de profilaxia
sanitária (limpeza e higienização das instalações zootécnicas, desinfecção
umbilical do recém-nascido, ingestão precoce do colostro) para prevenir a ação de agentes patogênicos sobre os animais. Contudo, quando se pretende manter os animais aptos a resistir à ação dos patógenos, são utilizadas as medidas de profilaxia médica (vacinação, vermifugação e banho carrapaticida) (EMBRAPA, 2006).
Os procedimentos relacionados à sanidade dos animais podem ser divididos basicamente em dois tipos (EMBRATER, 1981; Domingues & Langoni, 2001):
· Procedimentos preventivos: são os procedimentos relacionados à aplicação de medidas profiláticas, destacando-se as vacinações, vermifugações sistemáticas, testes sorológicos para brucelose e leptospirose, parasitológico de fezes.
· Procedimentos sanitários curativos: são os procedimentos relacionados a serem adotados imediatamente após a incidência de problemas como: traumatismos, doenças, infestações (carrapatos, berne, mosca do chifre), deficiências nutricionais e intoxicações.
Os componentes do manejo sanitário buscam evitar, eliminar ou reduzir ao máximo a incidência de doenças no rebanho, para que possua um maior aproveitamento do material genético e consequente o aumento da produção e da produtividade (Domingues & Langoni, 2001).
Vacinação
A vacinação é um dos principais procedimentos do manejo sanitário, pois se trata de um ato inteligente e prudente, com boa relação custo-benefício. A função das vacinas é propiciar a proteção dos animais contra as enfermidades naturalmente ocorrentes na região onde o rebanho se encontra. As vacinações devem ser encaradas como parte de um programa global de manejo sanitário e devem ser planejadas para o atendimento das necessidades específicas de cada rebanho (EMBRAPA, 2006).
Manejo de Vacas Gestantes
As vacas gestantes devem ter a lactação interrompida a partir dos dois últimos meses de gestação, para que a glândula mamária seja preparada para próxima lactação. Cerca de vinte a trinta dias antes do parto, os animais devem ser levados para o piquete maternidade, que deve ser próximo ao curral, a fim de facilitar a observação diária. O fato de ter um local exclusivo para as vacas gestantes facilita a interferência no decorrer do parto, caso seja necessária. Os rebanhos que usam maternidade apresentam menores taxas de natimortos, já que a intervenção em casos de parto distócico pode ser feita de maneira mais rápida. Esta introdução da nova dieta no período pré-parto possibilita a adaptação da flora microbiana do rúmen, evitando problemas durante a lactação. Além de que no final da gestação as vacas ficam mais pesadas, o que dificulta a sua locomoção e reduz a capacidade de competição, exigindo, portanto, maiores cuidados (EMBRAPA, 2015f).
Manejo de Bezerras (os)
A criação de bezerros é uma atividade complexa dentro de uma propriedade produtora de leite, sendo comum a ocorrência de doenças infectocontagiosas e parasitarias, com consequente aumento da mortalidade. O ideal seria reduzir os casos de doenças de mortes de bezerros a zero. A busca por esta condição ideal deve servir de inspiração para que os bezerros leiteiros sejam manejados com cuidado e atenção. Os cuidados com os bezerros começam antes do nascimento, no terço final da gestação (por volta do 7º mês). Os piquetes de maternidade devem ser instalados em local de fácil acesso e com boa visualização, evitando locais com muita movimentação e ruídos, proporcionando oportunidades para que as vacas se isolem do rebanho no momento do parto .
Os procedimentos para identificação, assepsia do umbigo, aplicação de vermífugo e pesagem dos bezerros devem ser efetuados no dia seguinte ao parto, para não interferir na formação do vinculo materno. Quando estes procedimentos de manejos são realizados no dia do nascimento há um maior risco de rejeição materna e da vaca pisotear o bezerro. Por outro lado, se os manejos ocorrem mais tarde, a partir do terceiro dia de vida do bezerro, será mais difícil conte-lo, pois nessa idade já é bastante ágil, alem disso, há um maior risco de ocorrência de bicheira no umbigo. Este manejo deve ser realizado por pelo menos duas pessoas experientes, montadas a cavalo, sendo uma delas responsável pela contenção e cuidados com o bezerro (que deve ser feito no solo) e a outra responsável em manter a vaca afastada, cuidando da segurança do companheiro. 
O indicado é que se realize a cura do umbigo após a primeira mamada. Colocando uma solução desinfetante de iodo a 10% , diluído em álcool em um recipiente que possibilite embeber todo o umbigo e trocar a solução para cada bezerro, evitando vias de contaminação de um animal para outro. Recomenda-se cortar o umbigo apenas quando for muito comprido (acima de 15 cm). Se for necessário, repetir o procedimento de cura do umbigo e ficar sempre atento à ocorrência de inflamações e de bicheiras. Este procedimento de cura de umbigo deve ser feito de forma tranquila, sem jogar o bezerro no chão e nem usar técnicas de contenção que possam machucá-lo. 
 
Manejo de vacas Secas 
Os procedimentos para a secagem eficiente de um animal em lactação podem ser realizados de várias formas. Um deles é esgotar o animal de manhã, deixá-lo sem água e comida por dois dias, sem esgotar o leite. No final da tarde do terceiro dia, deixar beber um pouco de água. No dia seguinte de manhã, esgotar o leite e de tarde deixar beber água e comer alimentos de baixo valor nutritivo. No dia seguinte, esgotar o leite e administrar medicamentos próprios para este período, antibióticos intramamários de grande persistência terapêutica para o período de secagem. Estes medicamentos só devem ser administrados em animais em processo de secagem pois estes antibióticos podem permanecer ativos por até 50 dias ou mais. Por este fato, não devem ser administrados no período normal de lactação em vacas com mastite, pois causariam resíduos no leite durante o período de eliminação. Durante o período seco, é muito importante observar se o animal desenvolve mastite, a qual pode ser observada por inchaço, vermelhidão, dor etc.
Se o animal é de alta produção pode-se realizar o processo de secagem apenas mudando de local e cortar o regime de alimentação a que está acostumado. Isto é suficiente para que interrompa a lactação sem precisar de sacrifícios. Os procedimentos e cuidados após a secagem com os animais de alta produção são os mesmos utilizados nos demais. Em torno de vinte a trinta dias antes do parto este animal deve ser levado para a maternidade, que deve ser de preferência um pasto próximo ao curral, facilitando a observação diária, No caso de confinamento total, deverão ir para uma baia-maternidade. O fato de ter uma maternidade vai facilitar alguma interferência que for necessária no decorrer do parto. Em rebanhos nos quaisse faz a observação no parto, os problemas são resolvidos de forma mais rápida, com maior sucesso e menor índice de natimortos. Neste período a fêmea deve receber a mesma dieta que irá receber após o parto, com restrição do sal mineral. É muito importante que neste período isto ocorra pois 1 Embrapa Gado de Leite 2 permite que os microorganismos do rúmen se adaptem à dieta que vai ser ingerida durante a lactação. É bom lembrar que neste período final de gestação os animais sofrem as maiores transformações. Geralmente ficam mais pesados, o que dificulta a locomoção e reduz a capacidade de competição, exigindo, portanto, maiores cuidados. 
Manejo de Ordenha
No manejo de ordenha dos animais, envolve obrigatoriamente três fatores, que devem participar do processo de forma harmônica, sendo eles, o ordenhador, o ambiente em que os animais permanecem antes, durante e depois da ordenha, e a rotina de ordenha. 
A higiene pessoal do ordenhador é um aspecto extremamente importante para as propriedades produtoras de leite. Onde se deve evitar que as pessoas cultivem barba, que tenham unhas mal aparadas, cabelos compridos e não adequadamente cobertos ou presos, e que fumem ou levem as mãos à boca ou às narinas durante a ordenha.
Deve ser retirados os primeiros jat0os de leite e fazer o teste da mastite em um recipiente ou caneca de fundo preto, se a ordenha for realizada com o bezerro ao pé deve ser feito o teste antes da mamada doo bezerro. 
Mergulhar os tetos em solução desinfetante antes da ordenha (prédipping). Pode-se usar soluções comerciais à base de iodo, cloro, clorexidina, etc. De forma geral, não se deve lavar os tetos. SÓ lavar em caso de úbere muito sujo e, neste caso, lavar apenas a região dos tetos. Após a desinfecção, secar os tetos com papel toalha descartável, utilizar partes diferentes do papel para secar cada teto individualmente. Não usar panos. Então colocar as teteiras com cuidado; e retira-lás após sessar o fluxo de leite e fazer a imersão dos tetos em solução desinfetante (pós – dipping). A imersão dos tetos das vacas em um anti-séptico após cada ordenha é o melhor procedimento para reduzir o número de bactérias que possam causar novos casos de infecções intramamárias por patógenos contagiosos
Quando a obtenção do leite é feita por meio de ordenha mecânica, a colocação das teteiras nas vacas é considerada o momento crucial da ordenha. Caso ela não seja bem feita, pode comprometer todas as etapas posteriores, inclusive a qualidade do leite. O tempo decorrido do momento em que o animal entra na sala de ordenha até a colocação das teteiras deve ser o menor possível.

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