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ATIVIDADE 3 - Literatura Infantil

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ATIVIDADE 3 – TESTE
LITERATURA INFANTIL
QUESTÃO 1
Clarice Lispector tornou-se conhecida e consagrada por sua obra adulta. Porém, criou uma obra infantil muito instigante e fascinante. Observe a citação a seguir, que analisa a obra O Mistério do Coelho Pensante.
 
“A história é bastante simples e nela temos um coelho branco chamado Joãozinho que só pensava mexendo bem depressa o nariz. Pensando ou franzindo o nariz, ele consegue achar um meio de fugir das grades da sua casinhola quando lhe faltava comida. Porém aos poucos o coelho aprende também a gostar de fugir por fugir: “E passou a fugir sem motivo nenhum: só mesmo por gosto”. O problema proposto pelo livro é tentar entender não o porquê, mas como o coelho fugia.”
 
DINIS, Nilson Fernandes. Pedagogia e literatura: crianças e bichos na literatura infantil de Clarice Lispector. Educar em Revista, v. 19, n. 21, p. 271-286, 2003.
 
A partir da citação e de tudo o que vimos sobre a obra infantil de Clarice Lispector, assinale a alternativa que melhor responder a seguinte pergunta: qual o grande diferencial da obra de Clarice Lispector para crianças?
RESPOSTA: Clarice Lispector constrói uma obra calcada na oralidade em que o narrador o tempo todo conversa com o leitor, provocando-o e instigando-o.
Resposta correta. Animais falantes e crianças protagonistas definitivamente não são os diferenciais da obra de Lispector. Tampouco ela construiu uma obra moralizante ou complexa demais pela criança. Pelo contrário, sua obra dialoga diretamente com as crianças. Seu diferencial está em seu foco narrativo: seu narrador que conversa com o leitor o tempo todo, o instiga, o provoca. Essa característica aproxima o texto literário da oralidade.
QUESTÃO 2
Leia o texto a seguir: 
“Somente com a publicação dos poemas de Cecília Meireles, reunidos em Ou isto ou aquilo
(1964), e com a produção para crianças, de Vinícius de Moraes, em 1970, no livro A arca de Noé, a poesia infantil, firma-se estética e tematicamente, representando a infância a partir de uma visão lúdica. Os poemas de Cecília Meireles compõem, através dos jogos sonoros, do aproveitamento do espaço da página, da musicalidade, da recuperação do folclore, do ilogismo e da simplificação da sintaxe, entre outros aspectos, uma síntese poética da percepção do mundo infantil. Com a obra, a autora propõe uma lírica infantil que se nutre do melhor da poesia de língua portuguesa de todos os tempos e de múltiplas referências intelectuais, com o propósito único de sensibilizar os pequenos leitores com a beleza, cultivar sua inteligência e criatividade, revelando-lhes, em todas as possibilidades, os jogos sonoros da língua [...]”.
 
MARTHA, Alice Áurea. Tópicos de literatura infantil e juvenil. Maringá: Eduem, 2011, p. 45.
 
A partir das características da boa poesia infantil que vimos no texto base e na citação apresentada, responda à pergunta: quais as características da poesia infantil de qualidade?
RESPOSTA: A poesia infantil de qualidade é aquela que envolve as crianças por meio da forma (jogos sonoros, rimas, musicalidade, referências) e do conteúdo (elementos que fazem parte de seu cotidiano, a brincadeira, a fantasia, o jogo).
Resposta correta. Não há receitas óbvias para a boa literatura, para a boa poesia infantil. Mas no caso da poesia para as crianças o fundamental é trazer o universo da criança para dentro do texto e dialogar com ele, seja pela forma (rimas, musicalidade, ritmo, metáforas compreensíveis capazes de encantar crianças) ou pelo conteúdo (animais, brincadeiras, sonhos, magia, enfim, elementos que fazem parte do universo ou do cotidiano de uma criança.).
QUESTÃO 3
Em relação ao uso da linguagem, observe um trecho retirado da obra Reinações de Narizinho. É um trecho que narra o momento que Dona Benta contava histórias para seus netos:
 
“A moda de Dona Benta ler era boa. Lia “diferente” dos livros. Como quase todos os livros para crianças que há no Brasil são muito sem graça, cheios de termos do tempo da onça ou só usados em Portugal, a boa velha lia traduzindo aquele português de defunto em língua do Brasil de hoje. Onde estava, por exemplo, “lume”, lia “fogo”; onde estava “lareira” lia “varanda”. E sempre que dava com um “botou-o” ou “comeu-o”, lia “botou ele”, “comeu ele” - e ficava o dobro mais interessante (LOBATO, 2007, p.36).”
LOBATO, M. Reinações de Narizinho. v.2. Ilustrações Paulo Borges. São Paulo: Globo,
2007.
 
Vamos pensar na seguinte questão: Por que Dona Benta substitui o termo lareira por varanda? A resposta será provavelmente que varanda é um ambiente mais brasileiro do que lareira, algo mais presente na Europa e lugares frios.
 
Considerando a citação apresentada e os conteúdos abordados, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
 
I - Monteiro Lobato ao escrever, assim como Dona Benta ao contar histórias, usava termos, palavras mais próximos do cotidiano das crianças.
 
PORQUE
 
II-  Crianças não conseguem interpretar palavras muito difíceis e que não conhecem.
RESPOSTA: A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Resposta correta. A asserção I é verdadeira: Lobato tentava construir uma linguagem que pudesse incluir o universo da criança em todos os aspectos. Entretanto, aproximar a linguagem da realidade da criança não é o mesmo que facilitar, que não utilizar “palavras difíceis”. Crianças conseguem entender o sentido de palavras que nunca viram pelo contexto de leitura, ou seja, é inadequado apontar que não podem existir palavras complexas em obras para crianças. Adequação de linguagem não é o mesmo que infantilização da linguagem, algo que não denota qualidade estética. Assim, a segunda asserção é falsa.
QUESTÃO 4
Emília é uma das personagens mais fascinantes da literatura brasileira, não apenas considerando a literatura infantil e sim a literatura como um todo. Isso porque sua construção é complexa e ela une fantasia e irreverência em apenas uma personagem. Com esse olhar crítico em relação a personagem, analise o trecho literário a seguir:
 
“Emília tinha ideias de verdadeira louca.
- Vou lá - dizia ela - e agarro nas orelhas de dona Carocha e dou um pontapé naquele nariz de papagaio e pego o Polegada pelas pelas botas e venho correndo.
Narizinho ria-se, ria-se…
- Vai lá onde, Emília?
- Lá onde mora a velha.
- E onde mora a velha?
A boneca não sabia, mas não se atrapalhava na resposta. Emília nunca se atrapalhou nas suas respostas. Dizia as maiores asneiras do mundo, mas respondia.
- A velha mora com o Pequeno Polegada.
- Polegar, Emília!
- PO-LE-GA-DA.
Era teimosa como ela só. Nunca disse doutor Caramujo. Era sempre doutor Cara de Coruja. E nunca quis dizer Polegar. Era sempre Polegada”.
 
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. v.2. Ilustrações Paulo Borges. São Paulo: Globo, 2007.
 
Considerando a citação apresentada e os conteúdos abordados no texto-base, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
 
I-          Emília é um personagem que ao mesmo tempo é um alívio cômico na obra de Lobato é também o personagem teimoso e confrontador servindo quase como alter ego das ideias de Lobato.
PORQUE
II-         A atuação da boneca Emília nas obras do Sítio do Pica-Pau Amarelo subverte a lógica, flerta com o absurdo e com a fantasia, e a personagem pode fazer isso pois sua própria existência é um elemento insólito: é uma boneca falante.
RESPOSTA: As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
Resposta correta. As duas asserções são verdadeiras: elucidam alguns aspectos
importantes na construção da personagem Emília. A primeira asserção destaca a
irreverência de Emília e com o fato dela representar um alter ego do autor. E a segunda asserção destaca o aspecto insólito e fantástico na construção da personagem. Apesar de ambas verdadeiras, não há uma relação de causa e independência entre as asserções.
QUESTÃO 5
Observe a citação a seguir:
 
“Alinhando-se, pois, à cultura de massa, a literatura infantil não funciona como veículo disseminador de uma culturadiversificada, autenticamente brasileira, expressa em linguajar próprio. O processo, contudo, avança positivamente, porque a grande quantidade de criações abre um espaço no mercado editorial para investimentos no gênero, e se firma como produto com consumo garantido. Por outro lado, quanto maior o número de obras, mais chances há de surgirem textos novos, de qualidade estética. É desse período, por exemplo, o livro de poemas Ou isto ou aquilo (1964), de Cecília Meireles, que representa um marco na poesia infantil brasileira, ao aliar esmero formal a uma visão lúdica do mundo infantil, quando sons, ritmos e imagens mimetizam a brincadeira”.
 
MARTHA, Alice Áurea. Tópicos de literatura infantil e juvenil. Maringá: Eduem, 2011.
 
Considerando a citação apresentada e os conteúdos abordados no texto-base, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
 
I - Na segunda metade do século XX, a literatura Infantil passou atender ao mercado e assim obras com poucas qualidades estéticas passaram a ser produzidas. Entretanto, isso não é todo ruim, pois com o incentivo à produção das crianças podem surgir obras de qualidade estética como foi nos anos 60, quando a obra infantil de Cecília Meireles foi publicada.
PORQUE
II-  A obra de Cecília Meireles teve destaque pois criou uma poesia que valorizava a experiência da criança. Integrava a forma (sonoridade, ritmo e rimas) com conteúdo temático que encantava e trazia a criança para dentro de um universo simbólico.
 
 Agora, assinale  a alternativa correta:
RESPOSTA: As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
Resposta correta. Ambas as assertivas são verdadeiras. A primeira descreve o panorama da literatura infantil no Brasil após lobato: muitas obras sendo produzidas, mas quase todas apenas atendendo exigências do mercado de massa. Mas isso não é ruim, pois no meio de tantas obras esquecíveis, houve espaço para obras de muita qualidade estética, como foi a obra de Cecília Meireles. A segunda asserção aponta o porquê a obra de Meirelles ser tão importante nesse contexto.
QUESTÃO 6
Clarice Lispector tem uma obra literária que não traz respostas prontas e definitivas. Pelo contrário, ela inquieta, ela traz perguntas e indagações. O mesmo acontece na literatura infantil. Observe a citação a seguir:
 
“Como a história foi escrita para exclusivo uso doméstico, deixei todas as entrelinhas para explicações orais. Peço desculpas a pais, mães, tios e tias, e avós, pela contribuição forçada que serão obrigados a dar. Mas pelo menos posso garantir, por conta própria, que a parte oral desta história é a melhor dela. Conversar sobre o coelho é muito bom. Daí ser muito mais extensa que o seu aparente número de páginas. Na verdade, só acaba quando a criança descobre outros mistérios”.
 
LISPECTOR, Clarice. O mistério do coelho pensante. Ilustrações de Mariana
Massarani. Rio de Janeiro: Rocco, 1999
 
Na citação apresentada a autora da obra, Clarice Lispector, traz algumas indicações sobre como os pais devem tratar a história com seus filhos. Diante do exposto, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
 
I - A citação da autoria aproxima o contato dos pais com o conceito de mediação: a importância de conversar com a criança sobre a história que acabou de ler, aumentando a compreensão e ampliando a reflexão que ela pode suscitar.
PORQUE
II - A obra O mistério do Coelho Pensante apresenta grande complexidade e sem a mediação de um adulto a criança poderá não compreender completamente a história.
 
Agora, assinale a alternativa correta:
RESPOSTA: A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Resposta correta. A asserção I é verdadeira: a autora incentiva que pais e filhos conversem sobre a história, reflitam, e assim ampliem as possibilidades de interpretação. E realmente a mediação é muito importante para a criança. Entretanto a segunda asserção é falsa: o livro não é incompreensível caso a criança o ler sozinho. A mediação torna a experiência mais completa, mas não há nada na obra que impeça que a criança possa ler desacompanhada de um adulto.
QUESTÃO 7
Cecília Meireles é uma das poetas brasileiras mais conhecidas. Sua obra infantil representa um marco importante e inovador na poesia infantil brasileira. Isso porque a autora faz uma dupla aliança: esmero formal com uma visão lúdica e divertida do mundo infantil. Observe o poema a seguir:
 
Jogo da bola
 
A bela bola rola:
 a bela bola de Raul.
Bola amarela,
 a da Arabela.
A do Raul, azul.
Rola a amarela e pula a azul.
A bola é mole, é mole e rola.
A bola é bela, é bela e pula.
É bela, rola e pula, é mole, amarela, azul.
A do Raul é de Arabela, e a da Arabela é de Raul.
 
MEIRELES, Cecília. Isto ou Aquilo. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p. 13.
 
O poema estabelece relações próximas com o mundo da criança. Observe as seguintes afirmativas:
I-             Há uma aproximação com o mundo da criança sob o ponto de vista da narrativa: o poema conta uma história com início, meio e fim sobre as crianças e suas brincadeiras. 
II-            Há uma aproximação com o mundo da criança sob o ponto de vista do tema: o poema tematiza um jogo de bola, uma brincadeira muito comum na infância.
III-           Há uma aproximação com o mundo da criança sob o ponto de vista das imagens e sensações: o poema brinca com as cores das bolas, azul e amarela e isso evoca imagens e sensações, não são compreensíveis para as crianças, como prazerosas.
IV-          Há uma aproximação com o mundo da criança sob o ponto de vista dos personagens: Raul e Arabela no poema são caracterizados como crianças curiosas e contestadoras.
Assinale a alternativa que aponta as afirmativas verdadeiras:
RESPOSTA: São verdadeiras apenas as assertivas I e III.
Resposta correta. O poema Jogo de Bola de Cecília Meireles permite uma aproximação temática, de conteúdo, de forma, já que é um poema que retrata uma brincadeira infantil e brinca com as rimas, com os sons, com a repetição de vogais, criando um prazeroso jogo sonoro que suscita imagens mentais e sensações. Porém não é um poema narrativo: não tem uma história e não tem uma caracterização de personagens.
 
QUESTÃO 8
Mesmo no século XXI os contos de fada continuam a ser importantes na literatura infantil e na literatura juvenil. No século XX, Monteiro Lobato já havia mostrado sua importância ao utilizar os contos de fadas como ingrediente intertextual para algumas histórias do Sítio do Pica-Pau amarelo. Em relação aos contos de fadas, analise as afirmativas a seguir:
 
      I.        O conto de fadas é considerado um gênero do passado, pertencente a um momento histórico e a uma cultura específicos, portanto, não é um texto que deve ser lido por crianças no século XXI.
 
    II.        A maioria dos contos de fadas possui uma ambientação que é reflexo das estruturas e de ideologias patriarcais, o que tem como consequência uma série de preceitos misóginos, portanto, não é um texto que deve ser lido por crianças no século XXI.
 
   III.        Os contos de fadas são importantes fontes de referência para autores de literatura infantil até mesmo na contemporaneidade, isso porque são infinitas as possibilidades de construção de novos sentidos.
 
  IV.        Os contos de fadas são violentos, incutem medos de toda espécie e provocam terrores noturnos nas crianças. São textos conservadores e retrógrados, visto que reforçam atitudes sociais escapistas, alienantes e conformistas.
 
Assinale as alternativas que apontam as afirmativas corretas:
RESPOSTA: Apenas a afirmativa III é verdadeira.
Resposta correta.  A afirmação III é a única verdadeira, pois o mundo dos contos de fadas permite releituras intertextuais que os ressignificam: ou seja, possibilitam outros sentidos, outras leituras, recriações. Os Contos de Fadas ressurgiram nos anos 70 como uma forma de autores fazerem contundentes denúncias à ditadura e a repressão, mas de forma absolutamente implícita. Essa capacidade da fantasia encapsular novos sentidos torna os contosde fadas uma fonte interessante de inspiração. Autoras contemporâneas que escrevem contos de fadas até hoje são Marina Colasanti, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, entre outro.
QUESTÃO 9
Clarice Lispector trouxe uma grande inovação para a literatura infantil: o seu narrador dialógico, um narrador que instiga o leitor e todo o tempo vai construindo um mosaico de histórias. Sobre esse aspecto analise a seguinte citação:
 
“Talvez o escritor infantil que primeiro e com mais empenho tenha trazido para a narrativa infantil os dilemas do narrador moderno seja Clarice Lispector. Suas obras para crianças abandonam a onisciência, ponto de vista tradicional da história infantil. Esse abandono permite o afloramento no texto de todas as hesitações do narrador e, como recurso narrativo, pode atenuar a assimetria que preside a emissão adulta e a recepção infantil de um livro para crianças”.
 
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira. História &
Histórias. 6. ed. São Paulo: Ática, 2006.p. 154.             
 
 
A citação apresentada aponta que o narrador de Lispector atenua a assimetria da emissão adulta. Por que isso é importante? Em relação a isso, observe as seguintes assertivas:
 
I-             É importante atenuar a assimetria da emissão adulta para permitir que a criança se reconheça no texto, para permitir sua identificação, para permitir que o mundo da criança seja representado, não apenas o mundo e os valores do adulto.
II-            A assimetria da emissão adulta, significa que crianças e adultos têm horizontes de vida distintos: a criança está descobrindo o mundo, enquanto o adulto já o conhece. Por isso, tudo o que for escrito pelo adulto será assimétrico em relação à criança. A literatura infantil de qualidade tentará atenuar essa assimetria.
III-           O narrador de Clarice Lispector atenua a assimetria da emissão adulta pois o narrador hesitante lembra muito as hesitações e dúvidas que todas as crianças trazem consigo.
 
 
Assinale as alternativas que apontam as afirmativas verdadeiras:
RESPOSTA: São verdadeiras todas as afirmativas.
Resposta correta. Todas as afirmativas são verdadeiras: a assimetria da emissão adulta significa essa diferença que há entre o mundo da criança e do adulto. A literatura infantil de qualidade tenta diminuir essa diferença tentando ao máximo trazer o mundo da criança para dentro da obra. Clarice Lispector consegue isso, entre outros procedimentos, ao forjar um narrador hesitante.
QUESTÃO 10
Em um já clássico artigo Marisa Lajolo evidência de que maneira um excelente texto literário pode ser diluído na escola. No caso analisado, a escola acaba prestando um "desserviço" à poesia. A autora afirma:
 
Como os contatos mais sistemáticos que as crianças têm com a poesia são mediados pela escola (e não se tem como fugir a isso) e como é frequente que os textos mesmos bons sejam seguidos de maus exercícios, é bem provável que a escola esteja, se não desensinando, ao menos prestando um desserviço à poesia”. (LAJOLO, 1985, p. 51).
 
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1997, p. 51
 
Podemos relacionar a citação apresentada com a obra infantil de Cecília Meireles que vimos no texto base. De nada adianta uma obra belíssima como a da autora ser trabalhada na escola, se não for trabalhada de forma correta. Aponte a alternativa que apontar a forma correta de trabalhar poesia infantil na escola.
RESPOSTA: A poesia não pode ser utilizada de forma utilitarista, e sim devem ser valorizados a construção poética, os recursos formais que o poeta mobiliza para construir sentidos. A criança precisa brincar com a poesia, entrar no jogo de palavras criado por ela.
Resposta correta. Está correta apenas a alternativa que a poesia deve ser trabalhada de forma lúdica, divertida, sem nenhum utilitarismo. Ou seja, a poesia não deve servir para ensinar conteúdos formais, como utilizar um poema para aprender hábitos de higiene. A poesia precisa ser ensinada como uma brincadeira ordenada de sentidos, como um desafio mental e subjetivo. A criança precisa aprender a jogar com os sentidos, com as palavras e a poesia permite essa brincadeira, além de uma consciência mais profunda acerca da língua e da cultura.

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