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Instituto Brasileiro de Pós-Graduação de São Paulo Aula 5 Urgências cardiológicas e morte encefálica Curso: Urgência e Emergência Outubro/2020 Prof.ª Drª Enfª Edaiane Barros Urgências cardiológicas 1. 2. 3. 4. Insuficiência cardíaca. Síndrome coronariana aguda (SCA). Taquiarritmias e cardioversão. Bradiarritmias e marca-passo. Urgências cardiológicas Epidemiologia das doenças cardíacas As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa. Insuficiência cardíaca • • Síndrome heterogênea em que uma anormalidade cardíaca, estrutural ou funcional é responsável pela incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para suprir as necessidades metabólicas dos tecidos e/ou permite que isso aconteça á custas de altas pressões de enchimento(FALCÃO et al, 2010). Consiste na incapacidade do coração para bombear sangue suficiente para atender as necessidades teciduais de oxigênio e nutrientes, antigamente denominada ICC congestiva, devido os sinais de congestão pulmonar ou periférica (BRUNNER;SUDDARTH, 2009). Insuficiência cardíaca • Indica= doença miocárdica em que existe um problema com a contração do coração (disfunção sistólica) ou com o enchimento do coração (disfunção diastólica) podendo resultar ou não em congestão pulmonar ou sistêmica. Insuficiência cardíaca Diagnóstico: progressivo, permanente o tratamento médico consiste em alteração do estilo de vida, medicamentos a fim de evitar episódios agudos. Principais causas: doença coronariana, HAS, cardiomiopatias, doença de chagas(regional), valvulopatias, embora raras em idosos é multifatorial, IAM, arritmias podendo ser a causa ou consequência. Etiologia • • • A insuficiência cardíaca é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente. A doença pode afetar apenas um dos lados do coração, lado direito ou esquerdo. Alguns fatores podem contribuir para a ICC, como a febre, hipóxia, anemia e anormalidades hidroeletrolíticas. • Quando o ventrículo esquerdo diminui, a quantidade de sangue ejetado estimula a liberação da renina que promove a formação de angiotensina, gerando formação de líquido e vasoconstrição. Esse mecanismo compensatório é o aspecto subjacente do que é denominado de “ ciclo vicioso da IC ”. • • • Podemos observar as seguintes alterações: O músculo cardíaco não consegue bombear ou ejetar o sangue para fora do coração adequadamente. Esta é a chamada insuficiência cardíaca sistólica. Os músculos do coração ficam rígidos e não se enchem de sangue facilmente. Esta é a insuficiência cardíaca diastólica. Ambos problemas significam que o coração não consegue mais bombear sangue suficiente rico em oxigênio para o resto do corpo, especialmente quando você se exercita ou está ativo. • • Como a função de bombeamento do coração está comprometida, o sangue pode retornar a outras áreas do corpo, causando acúmulo de líquido nos pulmões, fígado, trato gastrointestinal, braços e pernas. Consequentemente, falta oxigênio e nutrientes para os órgãos, prejudicando e reduzindo sua capacidade de trabalhar adequadamente. Epidemiologia da IC • • • • • • • • A Incidência e Prevalência estão aumentando A população está ficando mais velha Aumento na prevalência de precursores Hipertensão arterial Dislipidemia Diabetes O Prognóstico é mau a despeito do tratamento Os pacientes Classe IV tem mortalidade anual de 30 a 70%. A mortalidade é maior que muitos tipos de Ca Tipos de ICC • • ICCsistólica: alteração na contração ventricular e consequente enfraquecimento muscular cardíaco. ICC diastólica: músculo cardíaco rígido e inelástico, dificultando o enchimento do ventrículo. ICC DIREITA • Caracteriza-se pela falha no VD, ocasionando congestão nos tecidos periféricos e nas vísceras, pois o lado direito do coração não pode ejetar sangue e não pode acomodar a totalidade deste que normalmente retorna para ele da circulação venosa. A pressão venosa aumentada leva a distensão venosa jugular e a pressão hidrostática aumentada por todo sistema venoso. Manifestações clínicas Edema de MMII; ou edema dependente; Hepatomegalia; Ascite; Anorexia e náuseas; Fraqueza e ganho de peso por causa da retenção de líquidos; Fatores agravantes • • • • • • • Paciente que fica em pé ou com as pernas pendentes agravando o edema até os tornozelos ou genitália; Edema sacral quando paciente acamado; Edema de abdome; Ingurgitação venosa hepática pelo edema do próprio órgão; Sofrimento GI pela ascite Angústia respiratória devido hepatomegalia; Fraqueza que acompanha a IC direita advém do DC reduzido, circulação prejudicada e remoção inadequada dos produtos residuais catabólicos dos tecidos. ICC Esquerda • • A congestão pulmonar ocorre quando o ventrículo não pode bombear efetivamente o sangue do ventrículo para a aorta e circulação sistêmica. O volume sanguíneo término diastólico ventricular esquerdo aumenta a pressão término diastólica ventricular esquerda diminuindo o fluxo de sangue do AE para o VE durante a diástole. O volume de sangue e a pressão no átrio esquerdo aumentam, o que diminui o fluxo sanguíneo oriundo dos vasos pulmonares. O volume sanguíneo e a pressão venosa pulmonar aumentam, forçando o sangue dos capilares pulmonares para dentro dos tecidos pulmonares e alvéolos, provocando edema intersticial pulmonar e a troca gasosa prejudicada. Manifestações clínicas • • • • • • • Congestão pulmonar é a marca da ICC esquerda. Dispneia e tosse; Estertores e baixos níveis de saturação de O2; Ausculta da B3(batimento extra) ou galope ventricular detectado á ausculta causado pelo grande volume de líquido que entra no ventrículo no início da diástole. Dispneia de esforço; Ortopnéia (quando deitado); DPN (dispneia paroxística noturna) “crises “ • • • • • • • • Tosse seca e não produtiva Comumente se encontra pacientes com queixas de tosse seca e persistente que pode ser confundida com asma ou DBPOC; Tosse com escarro espumoso e róseo indica edema pulmonar resultante da congestão pulmonar; Estertores auscultados por todos os campos pulmonares com a progressão da síndrome; SPO 2 diminuída; Ejeção de sangue no VE diminui logo a perfusão tissular se torna prejudicada; Débito cardíaco e renal reduzido; Sistema simpático é estimulado, e o paciente apresenta vasoconstrição periférica logo a pele se mostra pálida ou acinzentada, fria e pegajosa; • • • • • • • Sistema simpático aumenta a FC; Queixa de palpitações; Pulsos finos e filiformes; Fadiga intensa; Intolerância as atividades; Insônia e angustia respiratória; Nictúria; Diagnóstico • • • • O diagnóstico da ICC é feito ao se avaliar as manifestações clínicas da congestão cardíaca, pulmonar e sistêmica. Os exames realizados são: Ecocardiografia; Eletrocardiografia; Radiografia do tórax; Monitoração da pressão arterial pulmonar • • • Aumento da pressão arterial pulmonar; Aumento da pressão do ventrículo esquerdo (nos pacientes com ICC esquerda); Aumento da pressão venosa central ou atrial direita (nos pacientes com ICC direita). Classificação Funcional da Insuficiência Cardíaca, NYHA (New York Heart association) CLASSE I Assintomático em atividades habituais. CLASSE II CLASSE III Assintomático em repouso. Sintomas nas atividades habituais. Assintomático em repouso. Sintomas nas atividades menores que as habituais. CLASSE IV Sintomas em repouso exacerbados pelas menores atividades. https://pt.slideshare.net/lucilenegracia/icc-17930719 Histórico/ diagnóstico A IC pode passar desapercebida até que paciente se apresente com sinais e sintomas de edema pulmonar e periférico. No entanto, os sinais físicos que sugerem IC também ocorrem em outras doenças como a I renal, I hepática, condições oncologias e DPOC. Quando o histórico médico ou de enfermagem não se completam esses pacientes podemser tratados inadequadamente para IC. Abordagem terapêutica Os objetivos são basicamente reverter as anormalidades hemodinâmicas agudas, aliviar os sintomas, investigar causas tratáveis de descompensação, evitando a morte a curto prazo e iniciar tratamentos que irão diminuir a progressão da doença e melhorar a sobrevida do paciente. • • • • • • • • Eliminar ou reduzir fatores etiológicos contribuintes e reversíveis como: fibrilação atrial, ingestão excessiva de álcool; Redução da carga de trabalho sobre o coração reduzindo a pós carga e a pré carga; Evitar exacerbações da IC Alterações do estilo de vida; Controle farmacológico; IV e oral; Oxigênio suplementar; Implante de dispositivos de assistência; Condutas cirúrgicas como o transplante cardíaco; • • • Atualmente a terapêutica com diuréticos isolados foi questionada, associa- se então, estes com vasodilatadores; O uso de inotrópicos clássicos (dobutamina,dopamina) ainda tem seu papel nas descompensações agudas graves e atualmente novas classes se mostram excelentes. Pode avaliar o paciente no atendimento inicial classificando: ICC com congestão, ICC com baixo débito e edema agudo de pulmão decorrente da ICC; • • • • • • Avaliar dispneia á chegada ao PA; Má perfusão periférica; Monitoração hemodinâmica; Oxigenoterapia e acesso venoso calibroso; Avaliar intubação traqueal e VM invasiva e/ou não invasiva com pressão positiva; Drogas vasoativas; • • • Medicamentos via oral são utilizados na abordagem terapêutica como: captopril, nitrato e hidralazina. Problemática a ser discutida: a maioria dos pacientes que chegam as portas de entrada de urgência e emergência com ICC descompensada chegam por falta de aderência ao tratamento farmacológico ou as medidas dietéticas. Chegam com piora da congestão apesar de apresentar boa PA e perfusão; ICC descompensada E – ECG PerfilB A – B oa oxigenação/ventilação Não ≥ 90 mmHg B – B oa oxigenação/ventilação PerfilC < 90 mmHg Algortimo perfil C C – Circulação/volemia Não D – Diuréticos Definir perfil(B /C/L) Cateter/máscara/CPAP B IPAP/VM I SF 0,9% - 250 ml e reavaliar sinais de congestão Furosemida 1 mg/kg em bolus Diagnóstico SCA Arritimias, bloqueios F – Frequênciacardíaca G – Garantaa não suspensão de drogas Controle debradi/taquicardia, arritmias, bloqueios Não suspender betabloqueadores, IECA,B RA H – Heparina Profilaxia deTVP/TEV ECG:eletrocardiograma;CPAP:pressãopositivacontínuanas viasaéreas; BIPA:doisníveisde pressãopositiva nas viasaéreas; VMI:ventilação mecânicainvasiva; SO:sorofisiológico;SCA:síndromecoronarianaaguda; IECA:inibidor da enzimaconversora de angiotensina; BRA: bloqueadores dos receptoresda angiotensina; TVP:trombosevenosaprofunda; TEV:tromboembolismo venoso. PerfilL Volemia adequada ≥ 90 mmHg Algortimo perfil L< 90 mmHg Sim Diuréticos/nitratos Algortimo vasodilatador perfil B Diuréticos/inotrópicos vasodilatador Diuréticos/inotrópicos vasodilatador Não Reposição volêmica Inotrópicos vasodilatador Inotrópicos vasodilatador Algoritmo manejo inicial da insuficiência cardíaca descompensada Sinais/sintomas de congestão: Ortopneia/DPN Distenção veiajugular Hepatomegalia Edema Estertores (raro na ICC) Presença da artériapulmonar Onda larga de valsalva Estimativa da pressão de art. pulm. elevada A Quente &seco B Quente &úmido (Baixo perfil) L Frio &seco (Complexo) C Frio &úmido B aixa perfusão no repouso Não Sim Sim Possíveis evidências da baixa perfusão: Pressão de pulso reduzida Extremidades frias Sonolência/obnubilado B aixo nível de sódio Hipotensão com inibidor da ECA Disfunção renal Ref.Montera MW,PereiraSB,Colafranceschi AS,Almeida DR,Tinoco EM,RochaRM,etal. SumáriodeAtualização da II DiretrizBrasileira de Insuficiência CardíacaAguda 2009/2011.Arq Bras Cardiol 2012;98(5):375- 383. Determinação do perfil hemodinâmico Não Perfil C (frioe úmido) A B C D E F G H Dobutamina Levosimendan M ilrinona ou Vasodilatadores EV: nitroglicerina ou nesiritide Inotrópico não adrenérgico: Levosimendan M ilrinona ou Usa betabloqueador Não usa betabloqueador Usa ou não betabloqueador M anter diuréticoe monitorar sinais do baixo débito Adicionar inotrópico ou vasodilatador Avaliar aumento da dose de diuréticos Sem M elhora do baixo débito PAS ≥ 90 mmhg PAS ≥ 90 mmhg M elhora do baixodébito Diurético – furosemida 1 mg/kg, EV , em bolo Avaliar suspender m edicações Profilaxia TEP e TVP Inotrópico adrenérgico: Dopa dobutamina EV: endovenoso; TEP:tromboembolismo pulmonar; TVP:trombosevenosa profunda; PAS:pressãoarterial sistólica. Algoritmo perfil C (frio e úmido) EV: endovenoso; TEP:tromboembolismo pulmonar; TVP:trombose venosa profunda; IECA: inibidor da enzimaconversora de angiotensina; BRA: bloqueadores dos receptores da angiotensina; HDZ: hidroclorotiazida. Perfil B (quente eúmido) A B C D E F G H Levosimendan M ilrinona ou Nitroglicerina Nitroprussiato Dobutamina Levosimendan M ilrinona ou Nitroglicerina Nitroprussiato Não usa betabloqueador Usa betabloqueador Adicionar inotrópico ou vasodilatador Aumentar ou adicionar IECA, B RA, HDZ, isossorbida M anter conduta até melhora oucompensação Sem M elhora Sem M elhora M elhora M elhora Diurético – furosemida 1 mg/kg, EV , em bolo Nitrato SL Repetir ambos de 2 e 3 vezes Não suspender medicações Profilaxia TEP e TVP Aumentar dose de furosemida + tiazídico ou infusão contínua (10 a 40 mg/hora) M elhora do baixodébito Perfil L (frioe seco) A B C D E F G H Usa betabloqueador Não usa betabloqueador Dobutamina Levosimendan M ilrinona Inotrópico adrenérgico: Dopa dobutamina Se refratário, avaliar:noradrenalina, B IA, tratar complicaçãomecânica Inotrópico não adrenérgico: Levosimendan M ilrinona Usa ou não betabloqueador M anter volume EV e Adicionar inotrópico Sem M elhora do baixo débito PAS ≥ 90 mmhg PAS < 90 mmhg Trata causasreversíveis, avaliar e tratar isquemia Profilaxia TEP e TVP Algoritmo perfil L (frio e seco) APOIO: TEP:tromboembolismo pulmonar; TVP:trombosevenosa profunda; PAS: pressãoarterial sistólica; BIA: balão intra aórtico. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO • • O período pré-hospitalar compreende dois momentos: (1) do início dos sintomas (geralmente dor torácica aguda) até a decisão de procurar atendimento; (2) da decisão de procurar atendimento até a chegada ao hospital IAM: definição ◼ É a necrose da célula miocárdica resultante da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco Conceito O Infarto Agudo do Miocárdio é caracterizado pela interrupção ou diminuição do fluxo de sangue para o coração, levando a uma redução da perfusão cardíaca e morte do miocárdio, acarretando portanto uma deficiência do debito cardíaco (ROBBINS,2009). Fisiopatologia: Infarto Agudo do Miocárdio Manifestações clínicas • • • • • • • • • • 75% a 85% dor torácica ( Irradiada para a mandíbula e para os ombros e braços, mais frequentemente do lado esquerdo do corpo); Duração > 20 minutos, desencadeado por exercício ou estresse; Com angina prévia, mudança do caráter indica instabilização; Aperto ou queimação no peito; Arritmias; Suor excessivo; Náuseas; Vômitos; Tontura e desfalecimento; Ansiedade e agitação. Fatores de risco • • • • • • • • • • Tabagismo; Obesidade; Diabetes; Hipertensão arterial; Níveis altos de colesterol; Estresse; Sedentarismo; Uso de drogas ilícitas; Doenças da aorta; Doenças inflamatórias das artérias coronárias Diagnóstico • • • • • • • Primeira escolha: História clínica detalhada; Exame Físico; ECG; Marcadores bioquímicos de lesão miocárdica. Segunda escolha: Tomografia computadorizada; Ressonância nuclear magnética; Cineangiografia ou cateterismo cardíaco ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS O diagnóstico eletrocardiográfico é dado pela análise do ECG 12 derivações, o qual apresenta alterações de ST / T / onda Q importante. Componentes do ECG normal. Miocárdio Íntegro Infarto recente Infartoantigo ECG normal Elevação de ST Onda Q importante Inversão de onda T Fases do Infarto agudo do miocárdio: Superaguda: Ondas T aumentadas, lembrando hipercalemia Aguda: Elevação do ST, diminuição de T e aparecimento de Q Subaguda: T invertida, ST retorna a linha de base Crônica: Ondas Q e elevação de ST ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS NO IAM Marcadores Bioquímicos de Infarto Agudo do MiocárdioMarcador Início Pico Normalização Vantagens Desvantagens Mioglobina 2 a 3 horas 6 a 9 horas 18 a 24horas Alta sensibilidade, detecção precoce de IAM, detecção de reperfusão. Baixa especificidade, rápido retorno ao normal Troponinas 3 a 12 horas 10 a 24 horas 10 a 15 dias Bom para estratificação de risco, maior sensibilidade e especificidade que CK- MB. Diagnóstico tardio. Baixa sensibilidade para diagnóstico com menos de 6 horas de sintomas. Limitado para diagnóstico de reinfarto. CK-MB 3 a 12 horas 10 a 24 horas 3 a 4 dias Método de dosagem rápido e maior custo- eficiência. Bom para diagnóstico de reinfarto precoce. Baixa especificidade em trauma ou cirurgia. Baixa sensibilidade com mais de 6h de sintomas ou além de 36h. A maioria das mortes por IAM ocorre nas primeiras horas de manifestação. 40% - 65% na primeira hora. 80% nas primeiras 24h. A modalidade mais frequente de PCR do IAM é a FV. Nas situações de atendimento pré- hospitalar, o retardo máximo aceitável para a realização da estratégia invasiva de ICP primária é de 120 minutos ou, idealmente, 90 minutos. Diretriz – IAM/2015 Locais mais comuns de IAM ECG de 15 derivaçõe s Áreas mais comuns: V7, V8, V9, V3R, V4R. Medidas Iniciais Obtenção dos sinais vitais: PA, frequência cardíaca e exame físico; . Oxigênio por cateter ou máscara; . Obtenção de acesso venoso; . Monitorização do ritmo cardíaco e da saturação de O2 não invasiva; . Administração de 200mg de aspirina via oral; . Nitrato sublingual 5mg; . ECG; . Administração endovenosa de morfina quando a dor é muito intensa e não melhora com nitrato. Para a fibrinólise pré hospitalar, o fibrinolítico de eleição e a Tenecteplase (TNK-tPA) que e utilizada em dose única (bólus 5 a 10 segundos). Administração de oxigênio Tratamento da dor com administração de morfina de 2 a 8mg, com monitorização da PA de 5 a 15 min. Ecg de 12 derivações. Aspirina : A dose recomendada e de 160 mg ao dia a 325 mg a ser utilizada de forma mastigável quando do primeiro atendimento, ainda antes da realização do ECG. Clopidogrel: Uma dose de ataque de 300 mg deve ser feita para pacientes com menos de 75 anos (não submetidos à ICP primaria). A manutenção recomendada e de 75 mg ao dia. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO . Antiplaquetários .Aspirina Derivados tienopiridínicos – ticlopidina e clopidogrel Antitrombínico: heparinas Inibe a Ciclooxigenase, reduzindo produção de tromboxanos; -Reduz mortalidade e incidência de IAM não-fatal, em pacientes com AI ou IAM sem supra de ST, em até 64% (estudo RISC) -Reduz em 23% a mortalidade em pacientes com IAM com supra de ST, p<0,00001 (estudo ISIS-2) TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Antiisquêmicos Redução da pré-carga e pós-carga, diminuindo o consumo de oxigênio, age na vasodilatação arterial. .Nitratos -Diminui vasoespasmo coronariano; -Potencial inibição da agregação plaquetária. Betabloqueadores .Antagonistas dos canais de Cálcio .Inibidores da ECA TRATAMENTO DE REPERFUSÃO NO IAM. Trombolíticos .Estreptoquinase (SK) .Ativador tecidual do plasminogênio .Trombolíticos de terceira geração Contraindicações Sangramentos abdominais, prolongada, trauma ou dissecção cirurgias de aorta, RCP nas 2 semanas precedentes, AVC hemorrágico prévio, gravidez. • • • • IAM com Supra ST. Até 6h do início da dor. Ausência de contra indicação absoluta. Hospitais sem recurso para realização imediata de ICP (dentro de 90 minutos). Condutas Cirúrgicas • • • • • • • • • Monitorização Cardíaca Contínua Avaliar sinais vitais de 15 em 15 min. durante a infusão. Oximetria de pulso. Atentar qualquer manifestações de complicações. Durante a infusão de fibrinolíticos providenciar material de emergência a beira do leito; Atentar para hemorragias; Avaliar estado mental; Sempre priorizar a punção de dois acessos venosos; Observar eletrocardiograma. Assistência de enfermagem • • • • Angioplastia Primária Utilização de cateter balão com ou sem utilização de Stent coronário. Sem uso prévio de fibrinolítico. Reestabelece o fluxo coronariano de maneira mecânica. Tempo Porta-balão < 90 minutos ICP-intervenção coronária percutânea • • • Dor sugestiva de IAM > 20 min. e < 12 horas. ECG com Supra desnivelamento ST>1mm em pelos menos 2 derivações contíguas. Bloqueio de ramo considerado novo. IC P TAQUIARRITMIAS SUPRAVENTRICULARES E CARDIOVERSÃO • • • As taquicardias supraventriculares (TSV) são alterações do ritmo cardíaco que dependem do nó sinusal, tecido atrial, nó atrioventricular ou vias acessórias extra nodais para o inicio e manutenção da arritmia. Os sinais e sintomas são: palpitações, ansiedade, dor precordial, sensação de peso no pescoço ou no tórax, fadiga e dispneia. No exame físico pode-se evidenciar o “sinal de frog” pela estase venosa jugular proeminente devido à contração atrial contra a valva tricúspide fechada. Geralmente os episódios são repentinos em seu começo e término (paroxísticos) e podem ser desencadeados por cafeína ou consumo de álcool o que difere, por exemplo, da taquicardia sinusal que se inicia e termina gradualmente • • O enfermeiro deve estar atento para as taquiarritmias com frequência cardíaca ≥150 bpm, que de fato podem ser ameaçadoras e potencialmente capazes de provocar instabilidades. O primeiro esforço é determinar se a taquicardia é a causa primária dos sintomas. Como a hipóxia é uma causa comum de taquicardia, o enfermeiro deve avaliar sinais clínicos de aumento de trabalho respiratório e os valores de saturação da oxihemoglobina através do oxímetro de pulso para identificar a necessidade de oxigênio suplementar estabelecendo monitorização cardíaca e acesso venoso. • • Caso não haja sinais de instabilidade (hipotensão arterial com sinais de choque, insuficiência cardíaca aguda, rebaixamento do nível de consciência, dor característica de isquemia miocárdica e desconforto respiratório relacionado a congestão pulmonar), um eletrocardiograma de 12 derivações para melhor definição do ritmo pode ser realizado. Cardioversão sincronizada imediata deve ser prontamente realizada na presença de qualquer dos sinais de instabilidade citados. https://enfermagemilustrada.com/tratamento-imediato-de-um-infarto-agudo-do-miocardio-iam/ EPIDEMIOLOGIA • • A incidência anual das TSV é estimada em 36/100.000 pessoas e a prevalência em 2,29/1.000 pessoas. Considerando-se todas as faixas etárias, a prevalência no sexo feminino é 2 vezes maior que no sexo masculino. Excluindo-se a fibrilação atrial, a taquicardia supraventricular mais frequente é a TRN (56%), seguida pela TAV (27%) e pela TA (17%). A idade média de início dos sintomas na TAV é de 23 ± 14 anos e na TRN é de 32 ± 14 anos, em contraste com os pacientes que apresentam flutter atrial ou TA, em que a idade de apresentação é superior aos 60 anos, geralmente associados a doença cardíaca estrutural (cardiopatia isquêmica, hipertensiva ou valvar). Condutas • • Manobra vagal- A manobra vagal é a opção inicial para as TSV paroxísticas com estabilidade hemodinâmica. Movimentos circulares no seio carotídeo, logo abaixo do arco da mandíbula, (palpa-se a cartilagem cricoide e deslizam-se os dedos lateralmente até encontrar o pulso carotídeo) por cerca de 5 a 10 segundos são capazes de reverter de 25% a 40% dos casos. Adenosina: Quando administrada por via venosa, a adenosina causa bloqueio cardíaco transitório no nó atrioventricular. Quando as TSV paroxísticas não respondem a manobra vagalestá indicada a adenosina na dose de 6mg IV em bolus seguida de flush de solução fisiológica (classe I). Caso não ocorra reversão da arritmia, em 1 a 2 minutos deve ser utilizada 12 mg da mesma forma descrita. • • Bloqueadores de canal de cálcio e betabloqueadores Caso o tratamento das TSV paroxísticas não for bem sucedido, ou se estas se mostrarem recorrentes, o uso de bloqueadores de canal de cálcio (verapamil, diltiazem) está indicado. Esses fármacos agem no tecido nodal atrioventricular bloqueando sua condução e controlando a resposta ventricular ou, até mesmo, encerrando o mecanismo de reentrada e revertendo o ritmo dessas arritmias para sinusal. Utilização de betabloqueadores e bloqueadores de canal de cálcio nas taquicardias supraventriculares • • • • • • Verapamil: Dose inicial: 2,5 a 5 mg, por via venosa, em dois minutos. Pode repetir 5 a 10 mg , IV, a cada 15 a 30 min até 30 mg. Diltiazem: Dose inicial: 0,25 mg/kg, por via venosa, em dois minutos. Depois 0,35 mg/kg se necessário. Infusão contínua de 5-15 mg/h para manutenção. Metoprolol: Dose inicial: 5 mg, por via venosa, em 1-2 minutos , repetir a cada 5 minutos até a dose máxima de 15 mg Esmolol :Dose inicial: 500 µg/kg (0,5 mg/kg) em 1 minuto, seguido por infusão de 50 µg/kg/min (0,05 mg/kg por minuto); se resposta inadequada, outra dose de ataque: 0,5 mg/ kg em 1 minuto e infusão contínua de 100 µg/kg (0,1 mg/kg) por minuto; no máximo 300 µg/kg (0,3 mg/kg/) por minuto. Análise do eletrocardiograma • A TSV no eletrocardiograma comumente se manifesta com complexo QRS estreito (< 120 ms), porém, em 10% dos casos a taquicardia é de QRS largo (≥ 120ms). Nesses casos, deve-se fazer o diagnóstico diferencial com taquicardia ventricular, taquicardia supraventricular com condução aberrante (bloqueios de ramos esquerdos ou direito), taquicardia antidrômica (mediada por via acessória) ou taquicardias pré-excitadas (exemplos: fibrilação atrial, flutter ou taquicardia atrial conduzindo por vias acessórias). Reentrada Automatismo/Atividade deflagrada Taquicardia por reentrada nodal Taquicardia sinusal apropriada Taquicardia por reentrada atrioventricular Taquicardia sinusal inapropriada Flutter atrial Taquicardia atrial Taquicardia atrial I Taquicardia atrial multifocal Taquicardia juncional automática Tabela 1: Classificação das taquiarritmias supraventriculares de acordo com seu mecanismo eletrofisiológico. Taquicardia Ventricular • Ocorre TV, quando um foco irritável no ventrículo rapidamente e dispara impulsos assumea função de marca-passo do coração. Taquicardia Ventricular • • • • • Sintomatologia: Palpitações Tonturas Pré síncope ou síncope Falta de ar Desconforto torácico Taquicardia Ventricular • • • • • Diagnóstico Eletrocardiográfico FC: 100 e 220 Ritmo: regular ou discretamente irregular Ondas P : Com FC alta não são vistas Quando presentes não tem relação com o QRS •QRS: tem a mesma morfologia extrassístoles ventriculares Diagnóstico diferencial das taquicardias de QRS estreito Flutter atrial • • Assim como na fibrilaçãoatrial,a abordagem do flutter atrial agudo deve levar em consideração o tempo de início da arritmia. A arritmia iniciada há menos de 48 horas pode ser revertida sem a necessidade de anticoagulação prévia e, nestes casos, a opção disponível em nosso meio é a cardioversão elétrica sincronizada, com energia inicial de 50 J, pois o único antiarrítmico eficaz para a cardioversão química do flutter (a ibutilida) não é comercializado no Brasil. Após 48 horas, torna-se indispensável a adoção de medidas que visam evitar a ocorrência de fenômenos tromboembólicos. As duas estratégias são a anticoagulação por 3 semanas antes da cardioversão elétrica ou a realização de ecocardiograma transesofágico para exclusão de trombos atriais, com a cardioversão realizada imediatamente após anticoagulação com heparina não fracionada (tempo de tromboplastina parcial ativada 1,5 a 2 vezes o valor do controle). É importante ressaltar que, em ambas as estratégias, impõe-se a anticoagulação por pelo menos 4 semanas após a reversão do ritmo, período necessário para o restabelecimento pleno da força de contração atrial. • • Apesar de a ocorrência de bradiarritmias após a cardioversão do flutter ser rara, esta complicação pode ser extremamente grave. Portanto, nos pacientes com pausas prolongadas ou baixa resposta ventricular sem o uso de medicações que bloqueiem o nó AV, a decisão quanto à cardioversão deve ser cuidadosamente confrontada com os potenciais riscos de uma bradiarritmia grave. O tratamento agudo do flutter atrial pode envolver ainda somente o controle da resposta ventricular com a administração de bloqueadores de canais de cálcio (diltiazem 0,25 mg/kg IV ou verapamil 2,5 a 10 mg IV em 2 minutos, com nova dose de 5 a 10 mg após 20 minutos, se necessário) e betabloqueadores (metoprolol 2,5 a 5 mg a cada 2 a 5 minutos, até uma dose total de 15 mg, ou propranolol 0,1 mg/kg divididos em 3 doses iguais a cada 2 a 5 minutos; se necessário, a dose total pode ser repetida após 2 minutos), com posterior transição para a via oral. Esta estratégia também pode ser adotada provisoriamente até que o paciente esteja em condições de ser submetido a uma cardioversão elétrica. • • • Um foco irritável dentro dos átrios estimula-os a contrair 250-400 vezes por minuto. O nódulo AV não conduz todos estes estímulos. Queixas de palpitações, dispneia ou angina baixo débito. Flutter Atrial Fibrilação Ventricular Ventrículos doentes. Áreas de miocárdio normal e áreas de miocárdio isquêmico. Isso leva a um padrão assíncrono caótico de despolarização e repolarização ventricular. Sem uma despolarização ventricular organizada os ventrículos não contraem em conformidade e não produzem débito cardíaco. O coração irá tremer e não ira bombear sangue. Caraterísticas Ritmo indeterminado, com ondas não identificáveis Manifestações Clínicas Pulso desaparece, respiração agônica Início de morte Etiologia Síndromes Coronarianas, Hipóxia Fibrilação Ventricular • • • FV fina FV grosseira A atividade contrátil cessa e o coração apenas tremula O débito cardíaco é zero, não há pulso, nem batimento cardíaco - PARADA CARDÍACA No ECG temos um ritmo irregular, sem ondas P, QRS ou T BRADIARRITMIAS E MARCA-PASSO • • Os marca-passos cardíacos definitivos são utilizados no tratamento de algumas bradiarritmias, e sua correta indicação depende de muitos fatores: a gravidade do distúrbio do ritmo, a presença de sintomas, o uso de drogas que produzem bradicardia, a expectativa de vida do paciente, bem como a presença e gravidade das comorbidades. As bradiarritmias acontecem por uma falha na origem do impulso elétrico no nó sinoatrial (NSA) ou na sua condução, como acontece nos bloqueios atrioventriculares (BAVs). Tais falhas são secundárias a um acometimento estrutural do sistema elétrico do coração (degenerativo ou associado a miocardiopatias diversas), ao uso de medicamentos, ou ambos. É qualquer obstrução das vias normais de condução elétrica do coração. Há 3 tipos: Bloqueio do nodo sinusal; Bloqueio AV; Bloqueio de ramo do feixe. Etiologia • • • • • • • Idade média: 43 anos 50% fibrose ou esclerose 40 % Doença Coronariana: Pós IAM : 8,5% BAV 1º, 4,8 % BAV 2º, 7,1 % BAVT 10 a 15 % dos IAM inferiores 15% em 2 h, 20% após 24h e 5% até 5º dia Chagas Cardiopatia dilatada Idiopática • Inflamatória, infiltrativa, congênita Sintomatologia • • • • Tontura 70% Síncope 25 % Morte Súbita 5% ICC Bloqueio Atrioventricular (BAV) • • • • • Bloqueio AV de 10 grau Bloqueio AV de 20 grau Mobitz I (Wenckebach) Mobitz II Bloqueio AV de 30 grau Bloqueio AV de 1º Grau • A condução AV é retardada e o • intervalo PR prolongado (> 200 ms ou 0,2 segundos) Frequência = 79 bpm • Intervalo PR = 340 ms (0,34 segundos) 340 ms Bloqueio AV de 20 Grau – MobitzI (Wenckebach) • • • • Prolongamento progressivo do intervalo PR até que uma despolarização atrial não seja seguida da ventricular. Frequência ventricular = irregular Frequência atrial rate = 90 bpm Intervalo PR = progressivamente maior até que a condução de uma onda P seja interrompida 200 ms 360 ms 400 ms Sem QRS Bloqueio AV de 20 Grau – Mobitz II • • • Falhas regulares na condução AV, caracterizado pela ausência da despolarização ventricular correspondente Bloqueio 2:1 (2 ondas P para cada complexo QRS); 3:2, etc. Frequência = 60 bpm (ventricular) / 110 bpm (atrial) P P QRS Bloqueio AV de 3º Grau ou total (BAVT) • • • • Não há condução do impulso do átrio para os ventrículos Frequência ventricular = 37 bpm Frequência atrial = 130 bpm Intervalo PR = variável MARCAPASSO MODOS DE AÇÃO • Modo DDD: é um marca- passo bicameral que estimula e sente deflagrando o átrio e o ventrículo, um determinado tempo após sentir o átrio e inibe a liberação da espícula em ambas as câmaras quando sente o ventrículo. Se a atividade atrial tiver frequência menor que a programada pelo marca-passo, haverá uma espícula atrial e uma ventricular, quando é facilmente reconhecido como DDD. MODO VVI: • Marcapass o unicameralque estimula e sente o ventrículo e se inibe na presença de uma onda “R” .Esse tipo de estimulação não respeita a atividade atrial quando esta existe podendo ocasionar emalgun s pacientes sensação desagradáve l de pulsação no pescoço, dispneia, pré-síncope e intolerância aos esforços, quadro conhecido como Síndrome do Marcapasso. Deve ser reservado sua indicação para pacientes sem atividade atrial como pacientes com fibrilação atrial, flutter atrial e pacientes funcionalmentelimitado s CUIDADOS COM O MARCA PASSO • PARECER COREN-DF Nº 023/2010 Retirada de eletrodo de marca-passo temporário a descrição de Ogawa et al. (2007) entende-se que a retirada do fio de marcapasso temporário epicárdico pode ser realizada por um enfermeiro, onde os cuidados solicitados exigem: – avaliação do coagulograma e da contagem de plaquetas; – atenção no caso de administração de heparina, observando a necessidade de suspensão da infusão por um período de seis horas; – certificação da prescrição médica para execução do procedimento; – utilização de manobra de tração única e firme, Crise Hipertensiva Crise hipertensiva denomina uma situação em que ocorre um aumento súbito da pressão arterial (PA), que geralmente atinge níveis muito altos (diastólica acima de 120 mmHg) Pode ser dividida em 2 subgrupos: emergências hipertensivas e urgências hipertensivas As emergências hipertensivas acometem 1% dos indivíduos hipertensos diagnosticados (as urgências são 3 vezes mais freqüentes) Em geral, são pacientes que interrompem o tratamento ou o fazem de modo irregular A mortalidade após um episódio de emergência hipertensiva é de 25% em 1 ano e 50% em 5 anos (IAM, ICC, AVC, insuficiência renal) Crise Hipertensiva Emergência hipertensiva: presença de lesões agudas e progressivas em órgãos-alvo, com risco iminente de vida ou de lesão orgânica irreversível, requerendo redução imediata da PA com drogas de uso parenteral Urgência hipertensiva: não há sinais de dano agudo a órgãos-alvo nem risco iminente de vida, requerendo redução gradual da PA, ao longo de 24 horas, com drogas por via oral Nem sempre há correlação entre os níveis da PA e a gravidade clínica A evidência de dano orgânico progressivo é que define a emergência hipertensiva Podem ser causadas por HAS de qualquer etiologia Crise Hipertensiva Encefalopatia hipertensiva Dissecção aórtica Edema agudo de pulmão Infarto do miocárdio Hemorragia intracraniana Eclâmpsia Feocromocitoma HAS severa sem complicações HAS maligna HAS perioperatória Pré-eclâmpsia HAS em transplantado renal HAS em coronariopata Epistaxe de difícil controle Emergências Urgências Auto-regulação do Fluxo Sanguíneo Cerebral Crises Hipertensivas Avaliação Clínica Inicial História Diagnóstico e tratamento prévios Uso de agentes pressores: cocaína, simpaticomiméticos Sintomas de disfunção cerebral, cardíaca e visual Exame físico Pressão arterial Fundoscopia Estado neurológico Estado cardiopulmonar Estado volêmico Pulsos periféricos Emergências Hipertensivas Avaliação Complementar Bioquímica: glicose, creat., eletrólitos Hemograma Exame de urina (EAS) Eletrocardiograma Tele-Rx de tórax Exames específicos Condições que Podem Mimetizar uma Emergência Hipertensiva Ansiedade aguda / pânico Encefalite / vasculite (lúpus) Epilepsia Tumor cerebral Trauma cranio-encefálico Acidente vascular cerebral Emergências Hipertensivas Bases para a Terapêutica Diferenciar emergência de urgência O tratamento deve iniciar-se imediatamente, por via parenteral Internação em uma UTI Promover redução rápida porém gradual da PA ( 25% da PAM nas primeiras horas ou redução da PA diastólica para 100-110mmHg): Infarto ou hemorragia cerebral: 6 a 12 horas Encefalopatia: 2 a 3 horas Dissecção aórtica ou EAP: 30 minutos ( níveis de PA mais baixos) Emergências Hipertensivas Tratamento Farmacológico Nitroprussiato de Na Diazóxido Labetolol Nitroglicerina Hidralazina Trimetafan Nicardipina Fenoldopan Verapamil Enalapril EV Esmolol Fentolamina URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS Tratamento medicamentoso Lembrar que nesta condição (urgência) não há sinais de dano orgânico agudo ou risco iminente de vida O controle da PA deve ser feito em até 24 horas, após confirmar-se o aumento da PA 30 minutos após a medida inicial Preconiza-se a administração por via oral de um dos seguintes medicamentos: diurético de alça, beta-bloqueador, inibidor da ECA, clonidina ou antagonista dos canais de cálcio DROGAS MAIS USADAS NAS URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS Nifedipina: 5 a 10mg VO ou SL, com início de ação em 5 a 15 minutos e duração do efeito de 3 a 5 horas Captopril: 25 mg VO ou SL (podendo ser repetido 1 hora depois se necessário), com início de ação em 15 a 30 minutos (SL) e duração do efeito de 6 a 8 horas (VO) e 2 a 6 horas (SL) (tem sido preferido) Clonidina: 0,1 a 0,2 mg VO de hora em hora até 0,6 mg, com início do efeito em 30 a 60 minutos e duração do efeito de 6 a 8 h (menos utilizada que as outras) CRISES HIPERTENSIVAS EM GRÁVIDAS O uso de captopril e nitroprussiato é proibido na grávida Nas urgências, permite-se o uso de nifedipina SL Nas emergências, preconiza-se o uso de hidralazina EV Para manutenção VO, as drogas mais recomendadas são: Metildopa: 250 a 500mg a cada 8-12 horas Hidralazina: 25 a 50mg a cada 8 horas PROTOCOLO DE CUIDADO FRENTE A MORTE ENCEFÁLICA • A Resolução CFM nº 2.173/17 estabelece que os procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supra espinhal e apneia persistente. O quadro clínico do paciente também deve apresentar todos os seguintes pré- requisitos: presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível; ausência de fatores tratáveis que confundiriam o diagnóstico; tratamento e observação no hospital pelo período mínimo de seis horas; temperatura corporal superior a 35º graus; e saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos pela Resolução. No caso de crianças, os parâmetros são um pouco diferentes, com um período de observação maior • • Além do exame clínico, que deve ser realizado por dois médicos diferentes, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, o paciente deve ser submetido a um teste de apneia e a exames complementares. É obrigatória a realização desses exames para que seja demonstrada, de forma inequívoca, a ausência de perfusão sanguínea ou de atividade elétrica ou metabólica encefálica e, também, para que se tenha uma confirmação documental da situação. O relator da Resolução nº 2.173/17 ressalta que os critérios brasileiros são conservadores e mais seguros do que o de outros países. “Na Alemanha,a morte encefálica é diagnosticada por apenas um médico e um exame complementar. E, nos Estados Unidos o exame complementar é opcional”, conta. Pesquisas realizadas no começo dos anos 2000, em 80 países, e publicada no New England Journal, em 2002, constatou que a participação dos dois médicos era exigida em 34% deles e em 59% era necessária a realização do teste de apneia. CAUSAS MAIS FREQUENTES DE MORTE ENCEFÁLICA • • • • • Pacientes traumatizados (TCE) : 60% Acidente vascular cerebral (AVEH/AVEI) : 30 a 40% Tumores cerebrais primários : 5% Anoxia cerebral (afogamentos, pós PCR) : 2 a 5% Intoxicação exógena : 1% • • os novos critérios para diagnóstico da morte encefálica que, desde decreto assinado pelo presidente Temer em 2017 para doação de órgãos, não precisa mais ser atestada por um neurologista. A principal novidade é que agora, após a suspeita de morte encefálica, o paciente deve ser observado e ter acesso a todos os tratamentos possíveis por, no mínimo, seis horas. Após o período de tratamento, por um mínimo de seis horas, e confirmação da morte, o paciente não poderá permanecer no hospital com os aparelhos ligados. Caso a doação de órgãos não seja possível – por decisão familiar ou circunstâncias da morte – os aparelhos deverão ser desligados. • • • • • • • • • Os procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentarem os seguintes pré-requisitos: Coma não perceptivo; Ausência de reatividade supra espinhal; Apneia persistente; Presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível; Ausência de fatores tratáveis que confundiriam o diagnóstico; Tratamento e observação no hospital pelo período mínimo de seis horas; Temperatura corporal superior a 35º graus; Saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos pela Resolução Protocolo de Morte Encefálica • • • • 1º) Exclusão de condições clínicas que possam causar interferência no exame clínico: Distúrbios acidobásicos e hidroeletrolíticos graves; Alterações hormonais causadoras de coma; Ausência de hipotermia (Temperatura ≥ 36,5oC), hipotensão (PA sistólica ≥ 90 mmHg), intoxicação exógena ou uso de drogas sedativas e bloqueadores neuromusculares (suspender e aguardar o triplo da meia-vida da medicação para iniciar o protocolo); Se indicado, considerar dosagem sérica da droga. • • • • • • • • Movimentos involuntários (reflexos espinhais): Sinal de Lázaro (movimentação dos membros); Reflexos tendíneos, abdominais, cremastéreo ou sinal de Babinsky persistentes; movimentos ondulares dos dedos dos pés; Ereção peniana reflexa, arrepio, reflexos reflexores de retirada dos membros inferiores ou superiores, reflexo tônico cervical; Contrações faciais (“caretas”). Níveis tensionais normais: Adulto: PAS > 90mmHg ou PAM > 65mmHg; Recém-Nascidos: PAS > 60 mmHg; Lactentes: PAS > 70mmHg; Crianças maiores de 2 anos: PAS > 70 + (2 x idade em anos) • • • • • • • 2º) Avaliar os critérios para abertura do protocolo de ME: Conhecer a causa do coma, através da história clínica, exame físico e exames complementares; Estado de coma arreativo e aperceptivo; Escala de Coma de Glasgow = 3; Ventilação mecânica (assistida); Excluir uso de drogas depressoras do sistema nervoso central com níveis capazes de causar o coma e mimetizar a ME; Ausência de hipotermia, hipotensão ou distúrbios hidroeletrolíticos; Mínimo de 6 horas de tratamento intensivo / observação hospitalar após a lesão. • • • • • • • • • • Parâmetros hemodinâmicos e metabólicos recomendados para abertura de protocolo de morte encefálica: PAS > 90mmHg; PAM > 65mmHg; Sat O2 > 90%; PaCO2: 20-45mmHg; PaO2/ FiO2 > 100; Uréia < 300; Sódio plasmático: 120-160 mEq/L; Glicemia: 80 a 300mg/dL; Hemoglobina >que 9; Temperatura > a 32.5°C. • • • • • • • 3º) Primeiro Exame Clínico Neurológico: Checklist: Coma aperceptivo; Pupilas fixas e arreativas; Ausência de reflexo; Ausência de reflexos óculocefálicos; Ausência de resposta às provas calóricas; Ausência de reflexo de tosse; Apneia • • • • • • Etapas: 1. Confirmar o coma (Escala de Coma de Glasgow = 3), com exame bilateral Estímulo retromandibular (Pares cranianos V e VII); Estímulo axial (esternal ou supraorbitário) e apendicular (ungueal). 2. Examinar reflexos do Tronco Encefálico: Ausência de reflexo pupilar fotomotor (II e III pares) bilateral; Ausência de reflexo córneo-palpebral (V e VII pares) bilateral; Ausência de reflexo oculoencefálico bilateral (VIII par); Rotação da cabeça em 90o, para cada lado e no plano vertical, com movimentos rápidos de báscula. Atenção para presença de trauma raquimedular cervical. • • • • Ausência de reflexo oculovestibular (VII, III, VI pares) bilateral: Otoscopia (verificar se obstrução ou perfuração) inicial, seguida da Prova Calorimétrica: Com a cabeceira a 30o, instilar 50 mL de SF 0,9% gelado (próximo a 0o C) ao longo de um minuto. Observar por até 1 minuto após. Aguardar 5 minutos antes de testar outro lado. Ausência de reflexo de tosse (IX e X pares): Testar com espátula na faringe posterior bilateral e sonda de aspiração pelo tubo endotraqueal. Ausência de drive respiratório (“teste de apneia”). • • • • • Teste de Apneia Pré-requisitos: Temp. ≥ 36,5oC; PA sist ≥ 90 mmHg; balanço hídrico nas 6 horas positivo); Ventilar o paciente (±10 minutos com FiO2 de 100%), para PaO2 alvo ≥ 200 mmHg) ; Desconectar o circuito do respirador, mantendo uma cânula de O2 na topografia da Carina com fluxo 6 L/min); Observar movimentos respiratórios (se possível, com ventilômetro acoplado) por até 10 minutos ou até pCO2 ≥ 55 mmHg ; O teste deverá ser interrompido se hipotensão, arritmia ou queda da saturação de O2. 1. 2. 1. 2. 1. 2. Interpretação: Positivo PCO2 > 55mmHg; Aumento da PCO2 em 20mmHg comparada com a gasometria inicial. Negativo Movimentos respiratórios; Resultados de PCO2 na gasometria inferior aos resultados anteriores. Inconclusivo Instabilidade hemodinâmica durante o teste; SaO2 < 90%; 3. Arritmias cardíacas. • • • • • 4º) Segundo Exame Neurológico: Os exames devem ser realizados por profissionais diferentes, 6 horas após o primeiro, que não poderão ser integrantes da equipe de remoção e transplante, sendo pelo menos um dos exames realizado por neurologista ou neurocirurgião. Intervalo mínimo exigível entre os exames: Depende da faixa etária do paciente: 7 dias – 2 meses: 48 horas; 2 meses – 1 ano: 24 horas; 1-2 anos: 12 horas; > 2 anos: 6 horas. • • • • • • 5º) Exame Complementar Confirmatório: Escolher um dentre os disponíveis: de fluxo, atividade elétrica ou metabolismo. Principais opções: Eletroencefalograma; Doppler Transcraniano; Arteriografia cerebral de 4 vasos; Tomografia por emissão de fóton único (SPECT); Tomografia por emissão de próton (PET); Potenciais Evocados somatossensitivos (PESS) • • • De 1 ano a 2 anos incompletos: 2 EEGs, com intervalo de 12 horas. De 2 meses de idade a 1 ano incompleto: 2 EEGs com intervalo de 24 horas. De 7 dias a 2 meses de idade (incompletos): 2 EEGs com intervalo de 48h. 6º) Conclusão: A constatação do óbito se dá no momento da conclusão do protocolo, o que pode ser no momento da segunda avaliação clínica, ou do exame complementar (prevalece aquele que for realizado por último). • • • • • Após constatada a ME, deve-se: (1) Comunicar o médico assistente; (2) Comunicar a família do paciente – sem falar sobre transplante de órgãos; (3) Comunicar a central de doação de órgãos, e considerar o protocolo, se indicado; (4) Enviar uma cópia da declaração ao órgão controlador estadual; (5) Registrar todos os passos do protocolo na Folha de evolução e na Folha padronizada. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. DUBIN DB, LINDNER UK. Interpretação fácil do ECG. Ed. Revinter. 6a edição, 2011. EDHOUSE J, THAKUR RK, KHALIL JM. ABC of electrocardiography. BMJ; 324:1264-1267, 2002.WOODS SL, FROELICHER ESS, MOTZER SU. Enfermagem em cardiologia. Ed. 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