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Disciplina de 
GESTÃO SUSTENTÁVEL
PESQUISAS DE IMPACTO AMBIENTAL
João Roberto Mendes
Todos os direitos desta edição reservados à 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida 
e transmitida sem prévia autorização.
Divisão Acadêmica: 
Marlei Gomes da Silva Malinoski
Divisão Pedagógica: 
Analuce Barbosa Coelho Medeiros 
Margaret Maria Schroeder
Divisão Tecnológica: 
Flávio Taniguchi 
Haydée Silva Guibor
Neilor Pereira Stockler Junior
Projeto Gráfico 
Neilor Pereira Stockler Junior
Editoração Eletrônica
Haydée Silva Guibor
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Biblioteca “Sydnei Antonio Rangel Santos” 
Universidade Tuiuti do Paraná 
Material de 
uso didático.
Universidade Tuiuti do Paraná
Reitoria 
Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação 
Afonso Celso Rangel dos Santos
Pró-Reitoria Administrativa 
Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitoria Acadêmica 
Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitoria de Promoção Humana
 Ana Margarida de Leão Taborda
Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão 
 Carmen Luiza da Silva
Disciplina de
GESTÃO SUSTENTÁVEL
1º Bimestre
Unidade 1.4
PESQUISAS DE IMPACTO AMBIENTAL
João Roberto Mendes
NOTAS SOBRE O AUTOR
João Roberto Mendes – é graduado em Geografia pela 
Universidade Federal do Paraná (1998). Bolsista em projetos de 
extensão universitária relacionados às Tecnologias da Informação 
e da Comunicação - TICs durante a graduação. Especialização 
em Magistério Superior (1999). Mestre em Tecnologia pela 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR (2002). 
Doutorando em Geografia pela UFPR (2012). Professor das 
Faculdades OPET (Tutor AVA); e Professor Adjunto dos Cursos 
de Pedagogia e de Tecnologia em Logística da Universidade 
Tuiuti do Paraná - UTP. Professor do Curso de Pedagogia EAD 
da Universidade Federal do Paraná. Trabalha com as disciplinas: 
Gestão Sustentável; Tecnologias de Comunicação e Informação; 
Sistemas de Informação; Interação Humano Computador, 
Tecnologia da Informação e Metodologia do Ensino de Geografia. 
Autor de livros e materiais didáticos para a EAD. 
ORIENTAÇÃO PARA LEITURA
Citação Referencial
Destaque
Dica do Professor
Explicação do Professor
Material On-Line
Para Reflexão
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO ......................................................
OBJETIVOS DO ESTUDO ..........................................................
PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................
CONCEITUAÇÃO DO TEMA ......................................................
PESQUISAS DE IMPACTO AMBIENTAL ....................................
1 CONCEITO DE IMPACTO AMBIENTAL ..................................
2 ORIGEM DAS PESQUISAS DE IMPACTO AMBIENTAL ........
2.1 As pesquisas de Impacto Ambiental no Brasil .......................
2.2 O licenciamento ambiental ....................................................
3 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA .............................
4 RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA ....................
EXERCÍCIOS ..............................................................................
REFERÊNCIAS ...........................................................................
9
10
11
13
13
13
16
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19
21
23
26
27
9
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
Nesta unidade apresentaremos aos 
acadêmicos as fases das pesquisas de 
impactos ambientais: Estudos de Impacto 
Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA), tendo em vista que diversas 
atividades econômicas podem trazer como 
consequência de sua realização impactos 
ambientais. Nesse sentido, são necessários 
estudos que identifiquem os tipos de impactos 
causados, tendo em vista prevenir ou amenizar 
efeitos indesejados relacionados à qualidade 
ambiental.
10
Como forma de controlar o desenvolvimento de atividades 
econômicas impactantes no meio ambiente, diversas políticas e 
princípios vêm sendo adotados em diferentes países. No Brasil, 
a partir da Política Nacional de Meio Ambiente estabelecida pela 
Lei 6938, de 1981, diversos órgãos em nível municipal, estadual 
e federal passaram a direcionar ações e normatizar por meio de 
licenciamentos as atividades econômicas impactantes.
Nesse contexto, destaca-se a importância das pesquisas 
de impactos ambientais com a finalidade de detectar a amplitude 
e os efeitos reais e potenciais das atividades econômicas 
impactantes.
11
OBJETIVOS DO ESTUDO
Apresentar as diretrizes, 
princípios, requisitos e orientações 
exigidas pelos órgãos competentes 
para o licenciamento ambiental 
com destaque para os Estudos de 
Impacto Ambiental (EIA) e Relatório 
de Impacto Ambiental (RIMA).
12
PROBLEMATIZAÇÃO
Qual a importância da avaliação de impacto 
ambiental?
13
CONCEITUAÇÃO DO TEMA 
PESQUISAS DE IMPACTO AMBIENTAL
A busca por um uso mais racional dos recursos naturais 
aumentou de forma significativa, sobretudo a partir da década 
de 1980. Isso porque a Constituição Federal de 1988 passou 
a requerer ações mais ativas quanto às questões ambientais 
por parte dos estados e municípios. Com isso tiveram início 
as políticas e programas objetivando aliar desenvolvimento 
econômico e sustentabilidade, que impulsionou a evolução da 
legislação nas últimas décadas estabelecendo regras e normas 
mais adaptadas à realidade do Brasil, buscando amenizar e/ou 
prevenir impactos ambientais.
1 CONCEITO DE IMPACTO AMBIENTAL
Tendo em vista uma melhor compreensão sobre a 
relação entre pesquisas as consequências das atividades ou 
14
empreendimentos, faz-se necessário refletir sobre o significado 
dessa expressão, ou seja: o que é impacto ambiental? De 
acordo com a resolução 001/86, do CONAMA, considera-se que 
esse tipo de impacto caracteriza-se por qualquer alteração das 
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, 
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II as atividade sociais e econômicas;
III a biota (conjunto de seres vivos de um ecossistema);
IV as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V a qualidade dos recursos ambientais.
Também referindo-se ao conceito de impacto ambiental, 
Barbieri (2011, p. 307) diz que trata-se de
Portanto a palavra impacto abrange as alterações no meio 
físico, biótico e social que ocorrem ou podem ocorrer a partir de 
atividades humanas. Nesse sentido, ao se referir aos impactos 
decorrentes das ações humanas,
O autor destaca ainda que é preciso não esquecer 
os impactos positivos, que são aqueles que podem conferir 
qualquer mudança no ambiente natural e 
social decorrente de uma atividade ou de um 
empreendimento proposto. Mesmo considerando que 
qualquer mudança pode ocorrer por causas naturais, 
as que interessam [nesse contexto] são as resultantes 
de ações humanas.
há uma tendência em associá-los apenas aos efeitos 
negativos sobre os elementos do ambiente natural e 
social, pois a degradação ambiental que nos rodeia 
são basicamente resultados indesejáveis dessas 
ações. (BARBIERI, 2011, p. 307)
15
sustentabilidade econômica, social e ambiental à atividade ou 
empreendimento.
Na norma ISO 14001 (2004), encontra-se como definição 
de impacto ambiental “qualquer modificação do meio ambiente, 
adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos 
aspectos ambientais da organização”. A expressão meio ambiente 
contida nessa definição caracteriza-se como restrita, pois 
conforme Barbieri (2011, p. 308), trata-se da “circunvizinhança 
em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos 
naturais, flora, fauna, seres humanos e suas interações”. Porém, 
os impactos ambientais não se restringem a uma determinada 
localidade, pois podem em alguns casos, alcançar uma dimensão 
regional ou planetária. Um exemplo são os buracos na camada 
de ozônio na região da Antártida, causados pela emissão de 
CFCs a partir de váriospontos do globo terrestre.
Clorofluorcarbonos – CFCs
Caracterizam-se como substâncias artificiais utilizadas por décadas 
nas indústrias de refrigeração e ar condicionado, espumas, aerossóis, 
extintores de incêndio. Atualmente os únicos produtos fabricados com 
CFCs são os Inaladores de Dose Medida (MDI), utilizados no tratamento 
de asma.
Descobriu-se, na década de 1970, que tais substâncias destruíam a 
camada do gás ozônio que envolve a Terra em altitudes entre 15 a 50 
km e que são responsáveis pela absorção da maior parte da radiação 
ultravioleta enviada pelo Sol. Como consequência, contribui para o 
aumento da incidência dos raios ultravioletas prejudiciais à saúde, 
podendo causar doenças como câncer de pele, além de interferir no 
clima, na biodiversidade e na produção agrícola. Outra característica 
desses gases é que participam da intensificação do efeito estufa, ou 
seja, contribuem para o aquecimento global.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: < http://www.mma.
gov.br/estruturas/173/_arquivos/indicador_cfc.pdf > Acesso 10 jul. 2014.
Ainda de acordo com Barbieri (2011, p. 308), também na 
Lei 6.938/1981, o conceito de meio ambiente deixa a desejar, 
pois consta como “conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, 
16
abriga e rege a vida em todas as suas formas”, porém deixa de 
considerar as questões de ordem socioeconômica.
2 ORIGEM DAS PESQUISAS DE IMPACTO 
AMBIENTAL
Durante décadas, o desenvolvimento econômico 
impulsionado pela indústria desconsiderou os impactos ambientais 
provenientes desse tipo de atividade. Apesar da poluição, 
contaminação dos solos, das águas, entre outros serem visíveis, 
“os benefícios proporcionados pelo progresso eram justificados 
como um ‘mal necessário’.” (BRASIL, 2009, p. 11)
Nesse contexto, as preocupações ambientais, quando 
ocorriam, eram extremamente limitadas a uma análise do ponto 
de vista econômico. 
Os impactos decorrentes das atividades econômicas 
passaram a ser considerados a partir da National Environmental 
Policy Act (Nepa), uma lei que entrou em vigor em 1969, nos 
Estados Unidos, como a primeira iniciativa do mundo em 
determinar a obrigatoriedade da realização de estudos sobre os 
impactos ambientais provenientes da implementação de projetos, 
programas e atividades, principalmente dos órgãos federais 
norte-americanos. (PRADO FILHO e SOUZA, 2004).
Após a Conferência de Estocolmo, em 1972, a criação do 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente representou 
um avanço importante na disseminação da prática de exigir 
estudos sobre impactos ambientais causados pelas atividades 
humanas, principalmente nos países em desenvolvimento. Isso 
porque, conforme Barbieri (2011), o Banco Internacional para 
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), o Banco Interamericano 
de Desenvolvimento (BID) e outros bancos de desenvolvimento 
multilaterais e regionais passaram a exigir pesquisas de impacto 
ambiental como condição para concessão de empréstimos 
para grandes obras de infraestrutura como estradas, portos e 
hidroelétricas. No Brasil, essas pesquisas foram exigidas nos 
financiamentos dos seguintes projetos: as usinas hidrelétricas 
17
de Sobradinho, na Bahia, e de Tucuruí, no Pará; e o terminal 
porto-ferroviário Ponta da Madeira, no Maranhão, ponto de 
exportação do minério extraído pela Companhia do Vale do Rio 
Doce (CVRD), na Serra dos Carajás. (BRASIL, 2009) Destaca-
se que nesses projetos os estudos foram elaborados tendo 
como referência as normas internacionais, pois o Brasil ainda 
não possuía legislação própria, a qual foi promulgada em 31 
de agosto de 1981, estabelecendo a Política Nacional de Meio 
Ambiente, com o advento da Lei 6938/81. (BRASIL, 2009)
Dos diversos instrumentos e métodos de avaliação 
desenvolvidos e apresentados na Conferência de Estocolmo 
com objetivo de incorporar as questões ambientais ao processo 
de decisão, a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) tem sido o 
instrumento mais discutido. (BRASIL, 2009)
Na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, 
a importância da AIA foi reconhecida e sua obrigatoriedade 
está expressa na Carta Empresarial para o Desenvolvimento 
Sustentável da Câmara de Comércio Internacional (ICC), em seu 
princípio 5, no qual enfoca: “avaliar os impactos ambientais antes 
de iniciar nova atividade ou projeto e antes de desativar uma 
instalação ou abandonar um local”. (BARBIERI, 2011, p. 354)
A partir desse evento, a AIA passou a ser adotada em 
diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Sendo 
que hoje se observa que “houve um grande avanço no tratamento 
das questões ambientais, tanto no tocante ao aprimoramento da 
legislação ambiental quanto à conscientização da população”. 
(BRASIL, 2009, p. 11)
Embora os avanços tenham sido significativos, considera-
se que diversos são os desafios, ainda em nossos dias, tendo em 
vista a garantia da qualidade ambiental.
2.1 As pesquisas de Impacto Ambiental no Brasil
No Brasil, a AIA foi legalmente introduzida a partir da Lei 
Federal 6938, de 1981, que estabelece Política Nacional do 
18
Meio Ambiente. Porém, conforme Prado Filho e Souza (2004), 
foi com o Decreto Federal 99.274, de 06 de junho de 1990, que 
trata da regulamentação da AIA no Brasil, que se estabeleceu 
definitivamente que tal procedimento é parte integrante do 
licenciamento ambiental de atividades que podem provocar 
significativos impactos socioambientais. Nesse sentido, a Lei 
6938 trouxe como aspectos inovadores:
•	 instituiu a Avaliação do Impacto Ambiental e o Licenciamento 
Ambiental como instrumentos de execução da Política Nacional 
de Meio Ambiente, em nível federal;
•	criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente, o SISNAMA, uma 
estrutura político-administrativa composta por um conjunto 
articulado de órgãos, entidades, regras e práticas responsáveis 
pela proteção e melhoria da qualidade ambiental;
•	criou o Conselho Nacional do Meio Ambiente, o CONAMA, 
órgão colegiado de caráter deliberativo e consultivo que, entre 
outras responsabilidades, delibera sobre normas e padrões 
para um ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à 
qualidade de vida. O CONAMA constitui-se num mecanismo 
formal de participação da sociedade e de cooperação 
entre governo e sociedade, propiciando o debate de temas 
ambientais relevantes entre representantes da União, dos 
estados e municípios, da iniciativa privada e de organizações 
da sociedade civil;
•	 instituiu o princípio da responsabilidade objetiva do poluidor 
(independente de haver ou não culpa, o poluidor identificado 
obriga-se a reparar o dano causado ao meio ambiente);
•	 incluiu as iniciativas governamentais (as que cabiam) no rol das 
atividades que deviam se submeter aos princípios da legislação 
ambiental. (BRASIL, 2009, p. 16)
Com a promulgação da Constituição Federal, em 05 
de outubro de 1988, dedicando o Capítulo VI, do Título VIII 
(art. 225), ao meio ambiente e definindo os direitos e deveres 
do Poder Público e da coletividade em relação à conservação 
do meio ambiente como bem de uso comum, evidenciou-se 
a preocupação da sociedade brasileira quanto às questões 
ambientais. (BRASIL, 2009)
19
O art. 225 da Constituição Federal, em seu parágrafo 1º, 
inciso IV, destaca que a avaliação de impacto ambiental deve 
“ser exigida pelo Poder Público (como ‘estudo prévio de impacto 
ambiental’), para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente”. 
(BRASIL, 2009, p. 16)
Constituição Federal, 1988
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...) § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público:
(...) IV - exigir, na forma da lei,para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (...) 
Com o destaque às questões ambientais dados pela 
Constituição de 1988, diversas aspectos da Lei 6.938/81 foram 
reafirmados, destacando a necessidade do licenciamento 
ambiental como um importante mecanismo de controle, pois 
é por meio deste que o Poder Público estabelece condições e 
limites ao exercício de determinada atividade.
2.2 O licenciamento ambiental
No contexto da Política Nacional de Meio Ambiente, o 
licenciamento ambiental caracteriza-se como um instrumento 
que tem como propósito a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade 
ambiental propícia à vida, visando assegurar condições 
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses 
da segurança nacional e à proteção da dignidade da 
vida humana. (BRASIL, 2009, p. 33)
20
Inicialmente, o licenciamento ambiental era aplicado 
somente às indústrias de transformação, porém com a ampliação 
da legislação ambiental no Brasil passou a abranger uma gama 
maior de projetos desenvolvidos por empresas e organismos 
governamentais, além de indústrias extrativas e a projetos de 
expansão urbana, agropecuária e turismo, cujas atividades 
podem causar direta ou indiretamente impactos ambientais. 
A exigência do licenciamento ambiental foi determinada 
pela Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que reforçando a 
Política Nacional de Meio Ambiente, regulamenta as “atividades 
degradadoras da qualidade ambiental, contendo, inclusive, as 
penalidades a serem aplicadas ao infrator”. (BRASIL, 2009, p. 12)
Com essa exigência, busca-se estabelecer formas de 
controle ambiental das atividades que possam comprometer a 
qualidade ambiental. Nesse sentido, a AIA possibilita diagnosticar 
os impactos ambientais que podem ocorrer no desenvolvimento 
de uma determinada atividade, tendo em vista a aplicação de 
medidas preventivas ou corretivas para garantir a qualidade 
ambiental.
O processo de licenciamento ocorre por meio de 
procedimento administrativo a partir dos requisitos estipulados 
pelo órgão ambiental competente (municipal, estadual ou 
federal), referentes a localização, instalação, ampliação e a 
operação de empreendimentos e atividades que demandam 
recursos ambientais, que podem efetivamente ou potencialmente 
causar degradação ambiental. Para isso, são consideradas as 
disposições legais, regulamentos e normas técnicas aplicadas a 
cada caso. (BRASIL, 2009, p. 33)
Nem toda atividade ou empreendimento, segundo Barbieri 
(2011), está sujeito ao licenciamento ambiental. A Resolução 
do Conama 237/97 traz uma relação das atividades que 
dependem de tal licenciamento, porém trata-se de uma listagem 
não exaustiva e “os órgãos ambientais competentes podem 
considerar outros tipos de empreendimentos e atividade sujeitos 
ao licenciamento ambiental, além dos que estão expressamente 
citados na Resolução 237/97”. (Barbieri, 2011, p. 311)
21
O licenciamento ambiental, conforme Resolução CONAMA 
001/86, estabelece diretrizes gerais para elaboração do Estudo 
de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental 
(RIMA) nos processos de licenciamento ambiental, definindo, 
ainda, critérios para sua aplicação. A seguir, busca-se uma 
caracterização desses tipos de estudos ambientais. 
3 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
Ao analisar o apontamento sobre a necessidade dos 
estudos ambientais abordados pela Lei Federal 6938/81, que 
inclui a avaliação de impacto ambiental entre os instrumentos 
de políticas pública, e a abordagem dessa mesma questão na 
Constituição de 1988, art. 225, que usa a expressão “estudo prévio 
de impacto ambiental”, Barbieri (2011) destaca a necessidade de 
considerar a diferença entre os dois termos:
Dessa forma tem-se como referência a definição de EIA 
desse autor, por considerá-la mais abrangente e que melhor 
explica as características desse tipo de estudo. Ainda conforme 
Barbieri (2011, p. 319), o EIA se caracteriza como um “estudo 
mais amplo, envolvendo [...] classificação de impactos, predição 
de efeitos, pesquisas de campo, análises laboratoriais, valoração 
monetária dos recursos ambientais”. 
O EIA passou a fazer parte dos requisitos para licenciamento 
ambiental a partir do Decreto 88.351/1983, que regulamentou a 
Lei 6.938/81, até junho de 1990. Essa exigência foi mantida pelo 
Decreto 99.274/90.Tendo como base as diretrizes abordadas na 
Resolução CONAMA 001/86, destacamos alguns requisitos aos 
quais o EIA deve atender:
o estudo de impacto ambiental [EIA] compreende, 
além da avaliação dos impactos, a identificação de 
soluções alternativas, o desenvolvimento de medidas 
para prevenir os impactos, para controlar e compensar 
os impactos inevitáveis, entre outras atividades. 
(BARBIERI, 2011)
22
Resolução CONAMA 001/86
(...) Artigo 5º. O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, 
em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional 
do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de 
projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados 
nas fases de implantação e operação da atividade;
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente 
afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, 
considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se 
localiza;
lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em 
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. 
(...)
Artigo 6º. O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as 
seguintes atividades técnicas:
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa 
descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como 
existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da 
implantação do projeto, considerando: 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os 
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos 
d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes 
atmosféricas; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, 
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor 
científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de 
preservação permanente; 
c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água, 
destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais 
da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os 
recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, 
[por meio] de identificação, previsão da magnitude e interpretação da 
importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os 
impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, 
imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu 
grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a 
distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre 
elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, 
avaliando a eficiência de cada uma delas. 
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento 
(os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a 
serem considerados). 
23
(...)
Artigo 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas 
e custos referentes á realização do estudo de impacto ambiental, tais 
como: coleta e aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções 
de campo, análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e 
acompanhamento e monitoramento dos impactos, elaboração do RIMA 
e fornecimento de pelomenos 5 (cinco) cópias. (BRASIL, 1986)
O EIA pode conter informações sigilosas, pois mesmo 
considerando o princípio da publicidade plena, conforme preconiza 
o Princípio 10 da Declaração do Rio de Janeiro (documento 
resultante da ECO 92, que busca assegurar participação de todos 
os cidadãos interessados na qualidade ambiental), admite, de 
acordo com Barbieri (2011, p. 320-321), “restrições para os casos 
que contenham sigilo industrial, cabendo aos proponentes do 
projeto empreendedor demonstrar a necessidade de resguardar 
tal sigilo”.
ECO 92
Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento 
Princípio 10
A melhor maneira de tratar questões ambientais e assegurar a 
participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No 
nível nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado a informações 
relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, 
inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas 
comunidades, bem como a oportunidade de participar de processos 
de tomada de decisões. Os Estados devem facilitar e estimular a 
conscientização e a participação pública, colocando a informação à 
disposição de todos.
Deve ser propiciado acesso efetivo a procedimentos judiciais e 
administrativos, inclusive no que diz respeito à compensação e reparação 
de danos.(...)
Nesse sentido, o sigilo é uma forma de impedir a 
sonegação de informações importantes por parte do proponente 
do empreendimento. 
4 RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
Destaca-se o RIMA, como um relatório que, conforme 
Barbieri (2011), expressa de forma conclusiva os resultados dos 
24
trabalhos realizados no EIA, objetivando trazer uma avaliação 
valorativa que identifique se o projeto é ou não nocivo ao 
meio ambiente e em que nível. Deve apontar ainda medidas 
amenizadoras dos impactos negativos, acompanhamento e 
monitoramento dos impactos e apontamento de alternativas mais 
favoráveis.
Ainda tendo como referência as diretrizes abordadas na 
Resolução CONAMA 001/86, destacamos alguns requisitos que 
o RIMA deve atender:
Resolução CONAMA 001/86
(...) Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as 
conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá, no mínimo: 
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade 
com as políticas setoriais, planos e programas governamentais; 
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, 
especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação 
a área de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de 
energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, 
emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem 
gerados;
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da 
área de influência do projeto;
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e 
operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os 
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, 
técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e 
interpretação;
V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, 
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas 
alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas 
em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não 
puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado;
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e 
comentários de ordem geral).
Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e 
adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas 
em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos 
e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam 
entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as 
consequências ambientais de sua implementação. (...) (BRASIL, 1986)
25
Destaca-se o caráter público do RIMA, pois segundo 
Barbieri (2011), essa publicidade é o que pode garantir a 
participação de diferentes públicos no processo de avaliação do 
projeto. Para isso, cópias do RIMA precisam ficar à disposição 
do público nas bibliotecas dos órgãos ambientais competentes. 
Nessa perspectiva,
O EIA e o RIMA configuram um conjunto de documentos 
que têm como propósito diagnosticar impactos ambientais 
reais ou potenciais provenientes de determinados tipos de 
empreendimentos. É importante considerar que o EIA e o 
RIMA não são os únicos estudos considerados no processo 
de licenciamento, podem ser requisitados tendo em vista 
diagnosticar especificidades de determinados empreendimentos, 
como exemplos, o Plano de Controle Ambiental (PCA) e Relatório 
de Controle Ambiental (RCA), dentre outros. 
Destaca-se ainda a importância dos estudos de impacto 
ambiental como forma de obter conhecimentos estratégicos por 
parte do empreendedor, tendo em vista melhorar o desempenho 
da gestão ambiental, assunto que trataremos na próxima 
unidade.
o RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e 
de fácil compreensão [...] acompanhadas de mapas, 
quadros, gráficos etc., de modo a que as vantagens 
e desvantagens do projeto, bem como todas as 
consequências ambientais de sua implantação, 
fiquem claras. (BRASIL, 2009, p. 40)
26
EXERCÍCIOS
Todos os exercícios estão disponíveis na página 
da disciplina no Ambiente Virtual de Aprendizagem 
em http://ead.utp.edu.br, para respondê-los 
é necessário fazer login.
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REFERÊNCIAS
BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, 
modelos e instrumento. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). 
Resolução Conama n. 01 de 23 de janeiro de 1986. Estabelece 
as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as 
diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de 
Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional 
do Meio Ambiente. Brasília: DOU de 17/02/1986. Disponível em: 
< http://mma.gov.br >. Acesso em: 13 jun. 2014.
______. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). 
Resolução Conama n. 237 de 19 de dezembro de 1997. 
Regulamenta os procedimentos e critério de licenciamento 
ambiental como instrumento de gestão ambiental instituído 
Política Nacional do Meio Ambiente. Brasília: DOU de 22/12/1997. 
Disponível em: < http://mma.gov.br >. Acesso em: 13 jun. 2014.
______. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Programa Nacional 
de Capacitação de gestores ambientais: licenciamento ambiental. 
Brasília, 2009.
28
PRADO FILHO, J. F.; SOUZA, M. P. O licenciamento ambiental 
da mineração no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais: uma 
análise da implementação de medidas de controle ambiental 
formuladas em EIAs/RIMAs. Revista de Engenharia Sanitária 
Ambiental. Vol. 9 - Nº 4 - out/dez 2004, 343-349. 
29
Disciplina de 
GESTÃO SUSTENTÁVEL
Coordenadoria de Educação a Distância
Coordenação 
Marlei Gomes da Silva Malinoski
Divisão Pedagógica 
Analuce Barbosa Coelho Medeiros 
Margaret Maria Schroeder
Editoração 
Haydée Silva Guibor 
Neilor Pereira Stockler Junior

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