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SÍNDROME ICTÉRICA ICTERÍCIA é a coloração amarelada de pele e mucosas (principalmente esclera e frênulo da língua), e que ocorre devido ao aumento da bilirrubina no plasma e nos tecidos. Causas: 1.Lesão dos hepatócitos (síndrome hepatocelular) 2.Obstrução biliar 3.Hemólise 4.Distúrbios do metabolismo da bilirrubina O paciente começa a apresentar icterícia quando BT > 2,5 -3,0mg/dL Formação da bilirrubina: Cerca de 85% da bilirrubina produzida no corpo tem origem na degradação de hemácias senis. O produto final desta destruição de hemácias idosas é a liberação de hemoglobina (Hb) HEMOGLOBINA = HEME + GLOBINA HEME → é quebrado em 2 partes = ferro + protoporfirina PROTOPORFIRINA IX → BILIVERDINA → BILIRRUBINA Esta bilirrubina se liberta do interior dos macrófagos e chega ao plasma; mas, por ser insolúvel neste meio, ela precisa “caminhar” pelo plasma ligada a uma proteína solúvel (albumina) – essa bilirrubina é chamada de BILIRRUBINA INDIRETA. Glucoronil-transferase CAPTAÇÃO EXCREÇÃO BD BD BI BI CONJUGAÇÃO A BI segue em direção ao fígado onde sofre 3 processos: captação, conjugação e excreção (a excreção é a etapa limitante do processo → a que mais gasta energia). O fígado se encarrega de transformar a BI em um composto solúvel – BILIRRUBINA DIRETA (BD), que é secretada na bile. Ao ser excretada no lúmen intestinal e atingir o íleo terminal e o cólon, uma parte é metabolizada por bactérias. Nesse caso, forma-se um novo composto = urobilinogênio – uma parte desse urobilinogênio é absorvida e retorna à circulação para ser excretado na urina; o restante (estercobilina) sai nas fezes, sendo o responsável pela coloração fecal. GLOBINA: haptoglobina carreia · O aumento das globinas “gasta” a haptoglobina → como se identifica apenas a forma livre dessa proteína, em situações de hemólise teremos uma diminuição da haptoglobina. Síndrome ictérica · Acolia fecal · Colúria · Prurido → mais característico de lesão biliar (colestase) SÍNDROME HEPATOCELULAR x SÍNDROME COLESTÁTICA As duas levam a um aumento de BILIRRUBINA DIRETA Diferenciando: · TGO (AST) e TGP (ALT) · Fosfatase alcalina · Gama-GT Na hepatite → inicialmente há um aumento de bilirrubina direta, pois a inflamação prejudica as etapas mais elaboradas do metabolismo da bilirrubina → excreção! Aumento de BD Hepatite Aumento de BD Colestase Aumento de BI Hemólise · Transaminases > 10x · Se > 1000 = origem viral (TGP > TGO) · TGO> TGP (2x) = etiologia alcoólica · Pela falta de B6, não se forma TGP · FA e GGT: “tocadas” · Transaminases = “tocadas” · FA e GGT > 4x · Prurido · Anemia · LDH · Haptoglobina * FA e GGT são produzidas quando há aumento na pressão no leito biliar. Distúrbios do metabolismo da bilirrubina HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA SÍNDROME DE GILBERT · A prevalência é de 8% (adultos) · Quadros brandos (Bb < 4) · Precipitado por: jejum, estresse, álcool, exercício · Nesse caso temos uma enzima glucoronil transferase “preguiçosa”- em algumas situações (após exercício extenuante, jejum prolongado), a enzima pode ficar mais lenta, e assim, o indivíduo torna-se um pouco mais ictérico · Melhora com: fenobarbital, dieta hipercalórica · Menor risco de aterosclerose e de alguns tipos de câncer CRIGLER NAJJAR · Início até 3º dia de vida · TIPO I: deficiência total (Bb 18-45). Óbito por kernicterus. O tratamento é feito com exsanguíneo-transfusão (até o transplante) · TIPO II: deficiência parcial (Bb 6-25). Tratamento: fenobarbital HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA ROTOR DUBIN JOHNSON · Problema na excreção (benignas) Glucoronil-transferase CAPTAÇÃO EXCREÇÃO BD BD BI BI DUBIN-JOHNSON CONJUGAÇÃO GILBERT CRIGLER NAJJAR HEPATITES VIRAIS O diagnóstico das hepatites virais baseia-se na história (abuso de medicamentos, de álcool, internações) + sorologias. As hepatites podem caminhar para uma forma COLESTÁTICA → início típico, porém, na convalescência, a Bb volta a se elevar, mas com colestase, sendo mais comum ocorrer na hepatite A. AGUDA X CRÔNICA X FULMINANTE Até 6 meses > 6 meses Encefalopatia hepática em até 8 semanas do início do quadro A forma de evolução irá depender da resposta imunológica do indivíduo. Ex.: o vírus C é pouco imunogênico e recruta pouco a resposta imunológica, portanto raramente fulmina; contudo, tem maior chance de cronificação. PERÍODOS DE INCUBAÇÃO* · Hepatite A = 4 semanas · Hepatite E = 5 a 6 semanas · Hepatite C = 7 semanas · Hepatite B e D = 8 a 12 semanas C PERÍODO DE INCUBAÇÃO* INÍCIO DOS SINTOMASFase clínica = máximo : 6 meses Prodrômica Ictérica (30%) Convalescença Características Gerais Vírus → ativa a defesa inicial (anticorpos). Os ACs ligam-se à superfície do vírus (opsonização) para que estes possam ser fagocitado. Essas células que englobam os vírus também são destruídas, de modo a cursar com LEUCOPENIA. · Leucopenia com linfocitose · Necrose periportal / ponte Complicações da fase clínica · Colestase (A) · Fulminante (B) · Recorrente / Crônica (B/C) · Autoimune (B/C) Hepatite Alcoólica · Leucocitose neutrofílica · Necrose centrolobular → citocromo P450 é disposto principalmente neste local → é o padrão também encontrado na hepatite medicamentosa, isquêmica, congestiva. Hepatite B É um vírus de DNA. É a hepatite aguda que mais fulmina (1%), e 5% tornam-se crônicas. Destes 5%, 50% evoluem com cirrose, e destes, 10% evoluem para Carcinoma Hepatocelular (CHC), sendo o vírus B o que mais leva ao CHC! Tratamento apenas se grave (fulminante). Transmissão Sexual (+ comum) Vertical (+ cai em prova) · Mãe HbeAg (+) → 90% · Mãe HbeAg (-)→ 15% · Tenofovir até 30 dias pós-parto · Não há indicação de cesárea · O aleitamento é permitido A profilaxia é pós-exposição: sempre vacina + HBIG (sítios ≠), de preferência nas primeiras 12 horas Percutânea Transplante de órgãos HBV → vírus DNA – 3 antígenos Antígeno c (HBcAg) = está dentro do vírus Antígeno E (HBeAg) = secretado quando há replicação viral Antígeno S (HBsAg) = presente no envelope/ superfície “O HBsAg é o próprio vírus” Obs.: se quisermos avaliar de forma mais direta, existem métodos moleculares (DNA viral/ carga viral) Marcadores sorológicos Período de soroconversão = 1 a 10 sem HBsAg C INCUBAÇÃO (1-6 meses) Anti-HBc IgM SINTOMAS PRODRÔMICA (1-2 sem) Anti-HBs ICTÉRICA (30%) 6 meses CONVALESCÊNCIA Evolução benigna Evolução ruim · Assintomática · Anictérica / ictérica · 95% cura · FULMINANTE (1%) → resposta imune / ACs precoces · CRÔNICA Adultos (1-5%) Crianças (20-30%) Recém-nascidos (90%) · Cirrose (20-50%) Carcinoma hepatocelular (10%) → não precisa passar pela cirrose; por isso a chance de CA é maior do que na hepatite C Outros achados · PAN · GN Membranosa · Doença de Gianotti-Crosti (lesão papular, eritematosa e não-pruriginosa) Profilaxia Pré-exposição · 3 doses · Esquemas especiais · Imunodeprimido, IRC, transplantado → 4 doses duplas · Anti-HBS negativo após 3 doses → revacinar (+3 doses) Profilaxia Pós-exposição (Imunoglobulina) · Infecção perinatal · Vítimas sexuais / acidente biológico (não vacinados) · Imunodeprimido exposto (mesmo se já vacinado) Hepatite D · Ocorre em coinfecção com hepatite B (necessita do vírus B para poder infectar). · Portador de hepatite B crônica que adquire o vírus D pode ter uma superinfecção, com risco de 20% de hepatite fulminante! · SUPERINFECÇÃO: B crônica → ↑ risco de hepatite fulminante (20%) e cirrose· Locais mais comuns: Mediterrâneo e Amazônia Hepatite C · É a hepatite que menos fulmina, mas é a que mais cronifica (80-90%)! · Associada a crioglobulinemia, GN mesangiocapilar, líquen plano e porfiria Hepatite A Causada por um vírus de RNA. Geralmente acomete crianças (em torno de 5 anos de idade). A maior transmissibilidade (pico de viremia) é durante o período de incubação! Após a entrada do vírus, o período de incubação dura cerca de 2 a 4 semanas. Surge o Anti-HAV (IgM) no início da fase prodrômica, aumentando ALT/AST. Aos poucos o IgM é trocado pelo IgG; quando o IgM negativa não há mais doença (passado de hepatite A)! IgG não dá diagnóstico! A maioria dos casos são assintomáticos; a forma sintomática pode cursar com icterícia (10% das crianças). A forma fulminante ocorre em 0,1 - 0,5% dos casos, com mortalidade de 50%, e cursa com TAP alargado (INR > 1,5). Na teoria, deve-se isolar o paciente por até 7-15 dias após icterícia. O tratamento é de suporte. · Imunização ativa: · MS: 15 meses de vida · Profilaxia pós-exposição c/ vacina: até 14 dias pós-exposição · Pós exposição com Ig humana: até 14 dias pós-exposição (crianças < 1 ano e imunodeprimidos) · Profilaxia pré-exposição: < 1 ano com IG; > 1 ano com vacina Hepatite E A doença é muito parecida com a hepatite A, porém é incomum no Brasil. O diagnóstico é sorológico (Anti-HEV IgM). Se uma gestante contrair o vírus da hepatite E, o risco de hepatite fulminante é de 20%! Colangite Biliar Primária · Mulher de meia-idade, fadiga, prurido, icterícia, hiperpigmentação, xantelasmas, dor óssea, diminuição de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). · A falta de vitamina K diminui a produção dos fatores II, VII, IX e X · Doenças autoimunes associadas, FAN+, Anti-mitocôndria+ · Tratamento: UDCA, transplante Hepatite Autoimune · Lesão hepatocelular + exclusão de outras causas · Artralgia, vitiligo, atraso menstrual · Anticorpo Anti-músculo liso · Tratamento: corticoide + azatioprina SÍNDROMES COLESTÁTICAS Icterícia: qual tipo de bilirrubina predomina? · Bilirrubina indireta: hemólise (principal) · Bilirrubina direta: síndrome hepatocelular x colestática FA/ GAMA-GT X TGO/TGP Existem em maior quantidade nas células dos ductos / canalículos biliares Existem em maior quantidade nos hepatócitos NA SÍNDROME COLESTÁTICA: FA/GGT TGO/TGP Predominam enzimas canaliculares, mas TGO/TGP podem estar “tocadas” Hepatócitos produzem bile (emulsificação das gorduras) → ao se alimentar com alimentos com maior teor de gordura há produção de colecistoquinina (CCK) → estímulo à contração da vesícula → ductos hepáticos direito e esquerdo → ducto hepático comum → ducto cístico → colédoco COLESTASE = USG ABDOMINAL TIPOS DE CÁLCULOS A maioria forma-se no interior da vesícula (amarelos e pretos). Os cálculos marrons/castanhos são os únicos que podem se formar na via biliar. Tipos Particularidades Fatores de Risco Amarelo ↓ Associado ao estrogênio Mais comum (80%) Não pigmentado Colesterol / vesícula Radiotransparente Mulher, estrogênio, idade, obesidade, emagrecimento rápido, drogas (fibratos), doenças ileais (DC, ressecções) Preto 2º mais comum (15%) Pigmentado / vesícula Bilirrubinato de cálcio Hemólise crônica Cirrose hepática, doença ileal Castanho Mais raro (5%) Pigmentado / via biliar Bilirrubinato de cálcio Colonização bacteriana Obstrução (cisto, tumor) Parasitas (C. sinensis) · Cálculo amarelo: o emagrecimento rápido faz com que o colesterol seja perdido através da bile, favorecendo a formação de cálculos. As doenças ileais impedem a recirculação êntero-hepática adequada, impedindo a reabsorção de sais biliares e favorecendo a formação de cálculos. · Cálculo preto: prótese valvar metálica pode causar hemólise crônica, favorecendo a formação de cálculos. · Cálculo castanho: E. coli (beta-glicuronidase que desconjuga a bilirrubina) COLELITÍASE Caracteriza-se pela presença de cálculo na vesícula. Geralmente assintomática, pode ser um achado ocasional em exames de imagem. · Assintomático (80%) · Cólica biliar (dor < 6h) em 15% dos casos, quando o cálculo fica impactado. É uma dor que melhora ao longo do tempo. · Alimentação mais gordurosa → ↑CCK → contração mais vigorosa da vesícula → pode mobilizar o cálculo → a vesícula continua a se contrair estando obstruída → dor (“cólica biliar”). REGRA = DOR < 6 HORAS → nesse período o cálculo acaba por exemplo, voltando para o interior da vesícula. Quando a vesícula fica obstruída por mais de 6h, teremos uma inflamação. NÃO TEM ICTERICIA (pois a via biliar principal está pérvia!). Diagnóstico · USG abdominal → imagens hiperecóicas com sombra acústica posterior · Sensibilidade 95% / Especificidade 98% Tratamento · Colecistectomia videolaparoscópica (CVL) → indicada nos pacientes sintomáticos Assintomático Sintomático Indicações cirúrgicas Não operar se Vesícula em porcelana Cálculo > 2,5 – 3cm Anemia hemolítica Pólipo (> 1cm, > 60 anos, ↑) Vesícula dupla Elevado risco cirúrgico Recusa do paciente Tratar a doença sintomática clinicamente ↓ Dissolução farmacológica com ácido ursodesoxicólico (cálculos < 15mm) COMPLICAÇÕES · Colecistite · Coledocolitíase · Colangite aguda · Pacreatite aguda biliar → a grande característica é a dor abdominal (“em barra”) WL RESUMOS RESIDÊNCIA MÉDICA COLECISTITE AGUDA · Inflamação vesical por cálculo obstruindo a vesícula · Dor > 6h, que não melhora espontaneamente · Febre (pela natureza inflamatória da doença e/ou proliferação bacteriana na bile parada) · Sinal de Murphy: interrupção súbita da inspiração forçada durante a compressão do ponto cístico · Sem icterícia (via biliar principal encontra-se pérvia - pode ocorrer reabsorção da bile parada na vesícula, com algum grau de ↑Bb) Laboratorial · Leucocitose + bilirrubinas “normais” Diagnóstico · USG abdominal → cálculo impactado + parede espessada (> 3mm) · Murphy sonográfico: dor ao passar o transdutor sobre a vesícula · Cintilografia biliar: padrão-ouro · Ausência de contraste na VB Tratamento · Medidas gerais + antibioticoterapia · E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Enterococo · Cobertura para gram- e anaeróbios · Colecistectomia laparoscópica precoce (até 72h, podendo esperar até 1 semana) · Casos graves (sem condições cirúrgicas) → colecistostomia percutânea COMPLICAÇÕES Gangrena → Perfuração Colecistite enfisematosa Livre: peritonite (febre ↑, leucocitose ↑↑): cirurgia de urgência Gás na parede da vesícula (Clostridium) Mais comum em homens diabéticos Localizada: bloqueada (abscesso): avaliar colecistostomia Fístula: íleo biliar (cálculo ectópico + pneumobilia + obstrução de delgado): passagem do cálculo p/ TGI, impactando e obstruindo o íleo distal COLEDOCOLITÍASE · Cálculo impactado no colédoco. · Primária (10%) / Secundária (90%) · Icterícia intermitente (flutuante): varia com a mobilização do cálculo no interior do colédoco. · Vesícula não palpável: como a obstrução é intermitente, a vesícula não chega a se distender de tal forma a tornar-se palpável. Diagnóstico · USG: 1º exame a ser realizado · Confirmação: Colangio RNM, USG endoscópico, CPRE · CPRE: invasivo (cateteriza-se a via biliar); confere a vantagem de potencial terapêutico · Colangio RNM e USGE: melhores métodos diagnósticos Tratamento · CPRE: papilotomia endoscópica · Se descoberto no pré-operatório · Exploração cirúrgica (VLP ou aberta) · Se descoberto no per-operatório · Dreno de Kehr → diminui risco de estenose pós-op · Derivação bíleo-digestiva · Casos refratários, mas com colédoco dilatado; cálculos intra-hepáticos, múltiplos cálculos Sempre que estivermos diante de um paciente com indicação de colecistectomia por cálculos, devemos pensar se há também coledocolitíase! Solicitar: USG ABDOMINAL / HEPATOGRAMA RISCO DEFINIÇÃO CONDUTA RISCO ALTO Icterícia USG: cálculo no colédoco Bilirrubina > 4mg/dL CPRE (antes da cirurgia de colecistectomia) RISCO INTERMEDIÁRIO Colédoco ≥ 6 mm Bilirrubina 1,8-4,0 mg/dL Outro laboratório anormalIdade > 55 anos Colangiografia intraop Colangio RNM pré-op USGe pré-op RISCO BAIXO Tudo negativo Só colecistectomia COLANGITE AGUDA · Obstrução e infecção do trato biliar, caracterizada pelos sintomas cardinais (tríade de Charcot). · Obstrução duradoura → estase biliar → proliferação bacteriana → infecção · A causa mais comum é a coledocolitíase. Drenagem biliar · Obstrução baixa: CPRE · Obstrução alta: drenagem transhepática percutânea NÃO GRAVE (Não supurativa) GRAVE (Supurativa) Sepse de origem biliar TRÍADE DE CHARCOT · Febre com calafrios · Icterícia · Dor abdominal PÊNTADE DE REYNOLDS · Tríade de Charcot · Hipotensão · Queda do sensório Tratamento ATB + drenagem biliar (eletiva) ATB + drenagem biliar (imediata) TUMORES PERIAMPULARES · Qualquer neoplasia que se desenvolve ao redor da ampola de Vater · Ca de cabeça de pâncreas, Ca de ampola de Vater, colangiocarcinoma e Ca de duodeno CLÍNICA Icterícia colestática progressiva (colúria, acolia, prurido) Vesícula de Courvoisier: palpável, mas indolor (distensão lenta) Emagrecimento DIAGNÓSTICO USG abdome / padrão-ouro: TC abdome TRATAMENTO CURATIVO (raro) Cirurgia de Whipple (duodenopancreatectomia) CA cabeça de pâncreas: CA 19.9 / AdenoCA ductal · Pouco usado no diagnóstico; usado para acompanhamento (deve zerar após ressecção) CA ampola de Vater: períodos de atenuação da icterícia + melena · O tumor cresce tão rápido que a vascularização não consegue acompanhar; sua ponta sofre isquemia e necrose, caindo e eliminando a bile que estava ali represada, melhorando a icterícia até que o tumor cresça novamente. A melena ocorre pelo sangramento. · Pode ser tratado com endopróteses ou derivação bíleo-digestiva. TUMOR DE KLATSKIN · Colangiocarcinoma peri-hilar · Icterícia colestática progressiva, vesícula impalpável, emagrecimento · USG: vesícula murcha + dilatação de via biliar intra-hepática · Confirmação: colangio RNM e/ou TC Classificação de Bismuth · Prognóstico: · Irressecável = 5-8 meses de sobrevida · Ressecável = 10-40% em 5 anos Tipo I Hepático comum Tipo II Junção dos hepáticos Tipo III A Hepático direito Tipo III B Hepático esquerdo Tipo IV Ambos os hepáticos HEPATITE ALCOÓLICA Tipos de lesão hepática por álcool: 1) Esteatose alcoólica 2) Hepatite alcoólica: libação no bebedor crônico 3) Cirrose alcoólica Etanol · No estômago: álcool-desidrogenase (ADH) = degrada o etanol, de modo que ele não é absorvido · No fígado: temos a ADH e o citocromo P450, que degrada o álcool em acetaldeído (“tóxico”). Temos também a acetaldeído-desidrogenase (ALDH), que converte o acetaldeído em acetato. · O acetaldeído exerce efeito quimiotático para neutrófilos – a hepatite alcoólica cursa com leucocitose (às vezes muito importante – reação leucemoide). · As transaminases elevam-se, mas não ultrapassam 400; sendo que TGO é maior que TGP (2x). Características · Hepatite (febre, icterícia, dor, transaminases até 400, TGO>TGP) · Leucocitose (reação leucemoide) · Lesão centro-lobular · Corpúsculos de Mallory BEBEDOR CRÔNICO + Icterícia Febre TGO/TGP > 2x Lesão centrolobular Dor abdominal Leucocitose Transaminases até 400 Corpúsculos de mallory Tratamento· Ranitidina → inibe CYP450 · Derivados imidazólico inibem ALDH, não degradando acetaldeído, com sensação de mal-estar intenso · Corticoide (Prednisolona 40mg/dia) · Pentoxifilina (28 dias) – 2ª opção · Se não tratado → mortalidade > 70% SÍNDROME DE MIRIZZI · Cálculo impactado no ducto cístico causando efeito de massa sobre o ducto hepático · É a complicação de uma colecistite → icterícia colestática · Associação com câncer! Maior incidência de CA de vesícula biliar · Tratamento: colecistectomia aberta (pois nesta situação há uma distorção anatômica das vias biliares, com maior risco de iatrogenia). DOENÇAS AUTOIMUNES DE VIAS BILIARES · Icterícia colestática + prurido + icterícia COLANGITE BILIAR PRIMÁRIA COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA Lesão dos ductos do espaço porta Mulher AR, Sjögren, Hashimoto Ac anti-mitocôndria Lesão de grandes vias biliares Homem Retocolite ulcerativa p-ANCA Via biliar em conta de rosário As duas evoluem para cirrose hepática → hepatócitos banhados pelos sais biliares acabam sendo destruídos Tratamento: · Retardar a evolução: ácido ursodesoxicólico · Caso avançado: transplante hepático
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