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CIRCULAÇÕES CORPÓREAS • O sistema circulatório é composto por: sangue, bomba central (coração), rede de distribuição (artérias), rede de coleta (veias), sistema para troca de nutrientes e produtos da excreção entre o sangue e o tecido extravascular (microcirculação) e rede de vasos linfáticos paralela às veias. CORAÇÃO • Produz força para a distribuição do sangue. • Volumes iguais de sangue normalmente se distribuem para circulação pulmonar pelo lado direito e para a circulação sistêmica para o lado esquerdo. • Débito cardíaco: volume de sangue bombeado por minuto → normalmente, cada metade do coração bombeia o equivalente ao volume total de sangue do animal por minuto. ARTÉRIAS • Lúmen de diâmetro relativamente maior para facilitar o fluxo sanguíneo. • Parede espessas de fibras musculares lisas e fibras elásticas. • Fibras elásticas permitem às artérias agir como reservatórios de pressão → expandem-se para sustentar o sangue ejetado pelo coração durante a contração e recuam passivamente para produzir fluxo e pressão contínuos para as arteríolas entre as contrações cardíacas. ARTERÍOLAS • Vasos com maior resistência existentes no sistema circulatório. • Lúmen relativamente estreito. • Paredes compostas principalmente por músculos lisos. CAPILARES • Locais de trocas de nutrientes e produtos do metabolismo. • Vasos mais numerosos do sistema circulatório. • Contém apenas 5% do volume total de sangue. • Velocidade do volume sanguíneo através dos capilares é muito baixa. • Glóbulos vermelhos geralmente circulam em fila indiana. • Camada única de células epiteliais → endotélio. • 3 tipos: contínuos (cérebro, musculo, pulmão, osso), fenestrados (glomérulos renais, vilosidades intestinais, glândulas endócrinas, plexos coroides e processos ciliares dos olhos) e descontínuos (sinusoides do fígado, sinusoides do baço, medula óssea, linfonodos). VÊNULAS E VEIAS • Vênulas: composição semelhante à dos capilares. • Veias: compostas principalmente por colágeno com pequena quantidade de elastina e musculo liso. • Oferecem via de baixa resistência para o retorno do sangue ao coração. • São capazes de armazenar grandes quantidades de sangue → cerca de 65% do volume total de sangue normalmente encontra-se presente nas veias sistêmicas. • São necessários mecanismos para auxiliar no movimento de retorno do sangue para o coração: válvulas venosas, contração de musculo esquelético, vasoconstrição venosa, aumento do gradiente de pressão em virtude da queda de pressão no coração durante o enchimento (efeito de sucção cardíaca) e redução da pressão nas veias torácicas em decorrência da pressão negativa no interior da cavidade torácica. SISTEMA LINFÁTICO • Capilares linfáticos que permeia o tecido em torno da microcirculação. • Aberturas nos capilares linfáticos são muito maiores do que em capilares sanguíneos. • Permite suportar o movimento de partículas e substâncias maiores. • Convergem para vasos linfáticos progressivamente maiores que escoam para os linfonodos e por fim para o sistema venoso. • Vasos distensíveis de baixa pressão que requerem válvulas linfáticas e contração de músculos para facilitar o retorno de fluido para o sangue. ENDOTÉLIO • Todos os componentes do sistema circulatório são revestidos por uma camada simples de endotélio. • Participante fundamental na distribuição de fluido, inflamação, imunidade, angiogênese e hemostasia. • Endotélio normal tem propriedades antitrombóticas e pró-fibrinolíticas → ajuda a manter o sangue em estado fluido. • Endotélio lesionado: torna-se pró-trombótico e pró- fibrinolítico. EDEMA • Mecanismo de formação de edema: ✓ Permeabilidade microvascular elevada. ✓ Pressão hidrostática intravascular. ✓ Pressão osmótica intravascular reduzida. ✓ Drenagem linfática reduzida. • Características morfológicas: ✓ Fluido ralo transparente e ligeiramente amarelado. ✓ Pode conter pequenas quantidades de proteína e/ou de células inflamatórias. ✓ Engrossa e expande o interstício afetado. ✓ Pressão intersticial elevada pode forçar o fluido para o interior de cavidades e espaços → fluido no interior de lumens alveolares, da cavidade torácica, do saco pericárdico, da cavidade abdominal. • Características histológicas: ✓ Fluido eosinófilo pálido e amorfo. • Ocorre a partir de 1 ou mais fatores. • 4 fatores: ✓ Pressão hidrostática: exercida pelo fluido intravascular ou pelo fluido extravascular. ✓ Pressão oncótica: criada pelos coloides em um fluido, impedindo que a água se desloque de uma solução através de uma membrana semipermeável para outra. ✓ Integridade vascular. ✓ Integridade da membrana celular. HIPEREMIA • Ingurgitamento ativo dos leitos capilares com efluxo reduzido de sangue. • Aumento da atividade metabólica dos tecidos. • Aumento localizado das concentrações de CO2, ácido e outros metabólitos. • Produz estímulo local para vasodilatação e aumento do fluxo. • Pode ocorrer como mecanismo fisiológico. • Uma das primeiras alterações vasculares a ocorrer em resposta a um estímulo inflamatório. • Tecidos com vasos hiperêmicos são vermelho- brilhantes e quentes. HEMOSTASIA • Parada do sangramento. • Resposta fisiológica a lesão vascular que visa evitar perda de sangue. • Processo finamente regulado, envolve interações entre endotélio, plaquetas e fatores de coagulação. • Fisiológica: ocorre somente no local da lesão sem afetar a fluidez e o fluxo sanguíneo. • Alteração neste equilíbrio leva a estados patológicos como hemorragia e formação de trombos. HEMORRAGIA • Anormalidade na função ou integridade de um ou mais dos fatores que regulam a hemostasia: endotélio, vasos sanguíneos, plaquetas e fatores de coagulação. • Anomalias em vasos sanguíneos: ✓ Herdado ou adquirido. ✓ Hemorragia por trauma. ✓ Hemorragia por ruptura decorrente de erosão vascular causada por reações inflamatórias ou neoplasias invasivas. ✓ Infecções fúngicas: invasão e dano de vasos sanguíneos (extensa hemorragia local). ✓ Endotoxemia: pequenos pontos disseminados de hemorragia. ✓ Agentes infecciosos, agentes químicos: lesões ao endotélio. ✓ Distúrbios de desenvolvimento do colágeno. • Plaquetas: ✓ Número reduzido (TROMBOCITOPENIA): * Redução da produção: lesão radioativa, toxicidade estrogênica, medicamentos citotóxicos e doenças virais/infecciosas. * Aumento da destruição: geralmente imunomediado, medicamentos ou agente infecciosos. ✓ Função plaquetária reduzida (TROMBOCITOPATIA): * Doenças hereditárias. * Administração de fármacos AINEs, uremia decorrente de insuficiência renal, distúrbios autoimunes e/ou mieloproliferativos. • Fatores de coagulação: ✓ Deficiências hereditárias: hemofilia. ✓ Doenças adquiridas: doença hepática severa, deficiência de vitamina K. • Aparência depende da causa, localização e severidade. • Petéquia: hemorragia pontual (1 a 2 mm), pequenas lesões vasculares. • Equimose: hemorragia maior (2 a 3 cm) decorrente de lesões vasculares mais extensas. • Sufusão: áreas contínuas de tecido maiores. • Hemorragia que ocorre em espaço localizado e limitado forma um hematoma. • Hemorragia para o interior de cavidades corporais resulta no acúmulo de sangue coagulado ou não coagulado na cavidade. • Importância depende da quantidade, intensidade, localização. TROMBOSE • Formação de um trombo em um vaso sanguíneo lesionado. • Composto por: agregado de plaquetas, fibrina e outros elementos do sangue (ex.: eritrócitos e neutrófilos). • Formado em uma parede vascular. • Trombo fisiológico: hemostasia normal e se resolve após a cicatrização. • Principais fatores determinantes são tradicionalmente conhecidos como Tríade de Virchow. • A cor de trombo fornece informações sobre sua gênese: pálidos (predominância de fibrina e plaquetas), vermelhos (predominância de eritrócitos).• Alterações no endotélio são o fator mais importante na trombose> trauma, vasculite causada por infecção ou reações imunológicas, distúrbios metabolitos, neoplasias e ação de toxinas. • Sua importância está relacionada à localização, tamanho, taxa de desenvolvimento e capacidade de produzir isquemia devido à perfusão reduzida. • Em alguns casos, um trombo ou porções dele podem se soltar e entrar na circulação como um embolo. • Obstruem um vaso menor. • Tromboêmbolos venosos normalmente se alojam na circulação pulmonar → infarto ou insuficiência cardíaca do lado direito. • Trombroêmbolos arteriais costumam se alojar em uma artéria posterior ao trombo, resultando em infarto do tecido dependente. • Outros êmbolos: gordura da medula óssea (pós fratura de osso longo), êmbolos fibrinogartilaginosos, bactérias provenientes de lesões inflamatórias ou abcessos, parasitas intravasculares, neoplasias malignas, células hematopoiéticas da medula óssea, aglomerados de outras células, bolhas de ar (embolia gasosa). ISQUEMIA • Ocorre quando a perfusão tecidual na área afetada se torna inadequada para atender às necessidades metabólicas dos tecidos. • Isquemia arterial: geralmente decorrente de bloqueio luminal incompleto por trombo ou êmbolo. • Vasoconstrição arteriolar prolongada também pode resultar em isquemia. • Isquemia venosa: obstrução luminal, por ex.: trombo venoso. • Pode ser causada também por pressão externa que oclui a veia → massas inflamatórias ou neoplásicas. • Obstrução venosa leva a congestão pela redução de velocidade e estagnação do fluxo sanguíneo, perda de oxigenação tecidual, aumento da pressão hidrostática local e vazamento de fluido para o interstício (edema) → pode inibir parcialmente o influxo arterial e agravar o problema. • A severidade da isquemia é determinada por: anatomia vascular local, grau de anastomoses e circulação colateral, número de vasos da microcirculação e grau de resistência da arteríola que sustenta os capilares, extensão da perfusão reduzida, velocidade de ocorrência da oclusão, necessidades metabólicas do tecido. • Cérebro e coração são os órgãos mais susceptíveis por causa da alta necessidade de oxigênio e nutrientes e baixa circulação colateral. • Órgãos que recondicionam o sangue (pulmões, TGI, rins e pele) podem tolerar reduções substanciais no fluxo → já recebem mais sangue do que o necessário para suas necessidades metabólicas. • Oclusão rápida e completa que afeta grandes áreas de tecido geralmente é mais severa pois a circulação colateral pode não ser suficiente para restabelecer o fluxo. • Transitória. • Prolongada: refluxo sanguíneo, perda de fluido para o interstício, compressão de veias e inibição de retorno venoso, capilares congestionados sofrem hemorragia. INFARTO • Cérebro, coração, rins e baço: suprimento sanguíneo único, anastomoses mínimas, oclusão de um vaso normalmente resulta em infarto do tecido. • Musculo esquelético, TGI: suprimento sanguíneo paralelo, várias anastomoses, oclusão menos sérias → a menos que ocorra em um grande vaso. • Fígado e pulmão: tecidos com duplo suprimento sanguíneo, normalmente não são susceptíveis à infarto, exceção (doença subjacente que comprometa o suprimento geral de sangue). • A maioria dos infartos é vermelho-escura por causa da hemorragia. • Quando as células sofrem necrose, ocorre inchaço na área afetada, pode forcas o sangue para fora da região infartada → dando-lhe aparência progressivamente pálida. • Essa alteração de coloração pode ocorrer no espaço de 1 a 5 dias dependendo do tecido e da extensão do infarto. CHOQUE • Colapso cardiovascular: ✓ Dis-hemostasia associada à perda de volume sanguíneo circulante. ✓ Redução do débito cardíaco e/ou resistência vascular periférica inadequada. • 3 tipos diferentes: ✓ Cardiogênico. ✓ Hipovolêmico. ✓ Má distribuição sanguínea (séptico, anafilático, neurogênico). • Choque cardiogênico: ✓ Falha do coração em bombear o sangue adequadamente. ✓ Redução do volume sistólico e do débito cardíaco. ✓ Insuficiência cardíaca decorrente e: infarto do miocárdio, taquicardia ventricular, fibrilação ou outras arritmias, cardiomiopatia dilatada ou hipertrófica, obstrução do fluxo sanguíneo proveniente do coração ou outras disfunções cardíacas. • Choque hipovolêmico: ✓ Redução do volume sanguíneo circulante atribuída à perda de sangue decorrente de hemorragia ou à perda resultante de vômitos, diarreias ou queimaduras. ✓ Queda do volume sanguíneo circulante causa queda da pressão vascular e hipoperfusão tecidual. ✓ Mecanismos compensatórios imediatos: vasoconstrição periférica, deslocamento de fluido para o plasma → visam elevar a pressão vascular e manter o fluxo de sangue para os tecidos críticos (coração, cérebro e rins). ✓ Lesão leve: mecanismos de compensação geralmente são suficientes. ✓ Pode ocorrer perda de cerca de 10% do volume sanguíneo sem redução da pressão arterial ou do débito cardíaco. ✓ Perda sanguínea de 35-40%: a pressão arterial e o débito cardíaco podem cair drasticamente. • Choque anafilático: ✓ Hipersensibilidade do tipo I generalizada. ✓ Causas comuns: exposição a alérgenos de insetos ou plantas, fármacos e vacina. ✓ Interação da substância estimulante com a imunoglobulina E ligada aos mastócitos resulta em degranulação generalizada e liberação de histamina e outros mediadores vasoativos. ✓ Vasodilatação sistêmica e aumento de permeabilidade vascular. • Choque neurogênico: ✓ Pode ser induzido por trauma (particularmente do sistema nervoso), eletrocussão, medo, estresse emocional. ✓ Descargas autonômicas que provocam vasodilatação periférica inicial. ✓ Acúmulo de sangue venoso e hipoperfusão tecidual. • Choque séptico: ✓ Tipo mais comum de choque associado à má distribuição sanguínea. ✓ Vasodilatação periférica causada por componentes de bactérias ou fungos → induzem a liberação de uma quantidade excessiva de mediadores vasculares e inflamatórios. ✓ Causam mais comum: LPS (lipossacarídeo) existente na parede celular das bactérias gram negativas. ✓ Resposta pronunciada e generalizada: infecções bacterianas em grandes quantidades, isquemia intestinal prolongada resulta na quebra da integridade da mucosa e vazamento de bactérias e toxinas para o sangue. ✓ Alterações vasculares, pró-inflamatórias e pró-coagulantes: vasodilatação sistêmica profunda, hipotensão e hipoperfusão tecidual. • Estágios e progressão do choque: ✓ Estágio não progressivo. ✓ Estágio progressivo. ✓ Estágio irreversível. COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA • Acompanha várias doenças sistêmicas graves. • Mecanismos de formação de coágulo são ativados. • Tendencias hemorrágicas: trombocitopenia, hipofibrinogenemia, deficiência de complexos de protrombina e depleção dos fatores V e VIII. • Hemorragia generalizada e disfunção de órgãos críticos como rins e pulmões → interferência circulatória decorrente dos trombos de fibrina. • Neutrófilos repletos de fibrina são retidos no leito capilar dos pulmões → interferência fatal na respiração. • Processo patológico grave com progressão rápida. • Doença séptica. • Coagulação anormal + necrose tecidual. • Queimaduras. • Neoplasias. • Venenos ofídicos. • Vírus que lesam o endotélio (hepatite infecciosa, por ex.). • Doença por protozoários. • Septicemia.
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