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Modulação digital 
 
 
1) O que é modulação? 
É a alteração de características de um determinado sinal (portadora), alteração 
esta motivada pelas características de outro sinal (modulante). A resposta de 
um processo de modulação é um novo e terceiro sinal, chamado de sinal 
modulado. Lembre e entenda que cada um dos três sinais tem suas respostas 
temporal e espectral particulares. 
 
2) Por que se modula? 
Para adequar o sinal que se deseja enviar (modulante), e que contém a 
informação ou mensagem, ao canal de comunicação. Com a modulação, se faz 
a transposição espectral do sinal modulante, para que este ocupe uma outra 
faixa de frequência, mais propícia ao modo ou meio de transmissão, mas 
procurando manter nesta nova posição do espectro a característica de 
ocupação de faixa original (as mesmas relações de distâncias e de amplitudes 
entre as componentes espectrais). 
 
3) Diferencie bem, saiba definir e reconhecer os sinais envolvidos em 
um sistema de comunicação: 
a. Sinal modulante 
b. Sinal portadora 
c. Sinal modulado 
d. Sinal transmitido 
e. Sinal recebido 
f. Sinal demodulado 
 
4) O que é modulação digital? 
Apesar de haver outras formas de composição, estabeleceremos como 
“modulação analógica” aquela em que o sinal modulante é analógico, e que a 
portadora é um sinal também analógico, conhecido, senoidal: 
)cos(.)(  += tAEE cp . “Modulação digital será, para nós, aquela em que o sinal 
modulante é digital (normalmente, um trem de pulsos binários), alterando as 
características da portadora analógica senoidal. Na modulação digital, as 
características da portadora são alteradas de forma discreta, podendo haver a 
alteração de uma ou mais características simultaneamente. 
Rever os conceitos de modulação analógica ajudam bastante. Observem que 
os mesmos sinais modulantes e portadora resultam diferentes respostas 
temporais e espectrais para processos de modulação em amplitude (AM) e 
modulação angular (FM ou PM). Cada uma delas tem vantagens e 
desvantagens. 
 
5) Vantagens e desvantagens dos diferentes métodos de modulação: 
Como tudo na vida, há uma relação entre ganhos e perdas. Não há bônus sem 
algum ônus. Para cada processo, para cada tomada de decisão que 
precisemos fazer, devemos estabelecer requisitos mínimos e situações 
aceitáveis. Especificamente, devemos estabelecer ou aceitar requisitos de: 
largura de banda ocupada, qualidade do sinal e robustez. 
- Largura de banda ocupada (faixa de frequência, BW, bandwidth, canal): 
medido em Hz, quanto mais largo o canal, mais facilmente ou com mais 
fidelidade se carregam as características da informação; no entanto, uma maior 
largura de banda consome mais o meio de transmissão (canal); 
- Qualidade do sinal: no caso digital, uma informação mais detalhada necessita 
uma maior taxa de bits para sua representação do que uma informação mais 
simples; a qualidade percebida, por exemplo, em uma música, é maior se ela é 
representada por um sinal digital de taxa de bits mais elevada. Esta taxa é 
medida em bps. Lembre dos seus estudos de conversão A/D, onde se mostrou 
que a taxa de bits depende da freqüência de amostragem e da quantidade de 
níveis de quantização, ou, ainda, do número de bits usados para representar 
cada amostra. 
- Robustez: capacidade de se receber o sinal mesmo com ruídos e condições 
indesejáveis. Para cada tipo de modulação, e em cada situação, há um limiar 
de recepção, que faz diferentes valores ou proporções de ruídos e 
interferências ainda permitirem a recepção do sinal desejado. 
 
6) Observe que há características secundárias, dependentes ou 
causas das expostas no item 5): 
Não importando se são causas ou conseqüências, procure relacionar outros 
fatores e características com os três apresentados: qualidade, largura de 
banda, robustez. Por exemplo, e para começar, pense quem afeta ou é afetado 
por: complexidade de circuitos, custo de implementação, confiabilidade de 
sistemas, atrasos (tempo de processamento), etc... 
 
7) Algumas idéias devem ficar bastante claras: 
a. O sinal modulado só é de interesse durante a transmissão; para a 
comunicação, o importante é se receber a informação (presente 
no sinal modulante); assim, no lado do receptor, existe o processo 
chamado de “demodulação”, que faz o retorno do espectro à sua 
posição original. 
b. Sendo tanto a modulação quanto a demodulação processos, os 
sinais são manipulados e, portanto, sofrem alterações. Algumas 
destas alterações são perfeitamente equacionadas e seus efeitos 
podem ser cancelados neste par de processos; outras não são 
totalmente controláveis, e invariavelmente sinais modulantes, 
processados na etapa de modulação, resultam em um sinal 
demodulado diferente, recuperado na saída do demodulador. 
c. A diferença entre o sinal modulante e o sinal demodulado é o 
ruído do processo completo.Há outras fontes de ruído que podem 
contaminar o sinal desejado, o ruído da modulação não é o único 
presente; por exemplo, em um sinal de áudio gravado no formato 
MP3 há o ruído da modulação e também da compressão do sinal. 
d. Para se obter uma determinada qualidade da informação, 
precisamos ter o controle da qualidade das diversas etapas. Há 
várias figuras de mérito, números para representar a qualidade 
dos sinais. No caso de processos de modulação, pode-se 
mensurar a qualidade dos sinais modulante, portadora e sinal 
modulado. Mesmo sendo de interesse apenas o resultado (sinal 
modulante, ou, depois, sinal demodulado), uma medida de sinal 
modulado nos dá uma idéia de quanto o processo de modulação 
está contribuindo para o erro do sinal recebido, permitindo então, 
que se tome decisão se vale a pena ou não atuar, melhorar o 
desempenho de determinada etapa. 
 
8) Alguns conceitos associados ao assunto: 
 
 
Bit: elemento de um sistema de base binária. (bit = binary digit). Todos os 
símbolos que se desejam que representem algo (sons, imagens, textos) são 
numéricos e, especificamente no caso binário, estes símbolos são 
representados por sequências de elementos básicos e elementares “0” e “1”. 
 
Byte: conjunto de oito bits. 
 
Trem de pulsos, bitstream: sequência de elementos binários; informação 
digital a ser transmitida. Para a modulação, é o sinal modulante; é também 
esperada sua recuperação completa e correta no final do processo de 
comunicação. Assim, o sinal demodulado é um trem de pulsos e, espera-se, 
idêntico ao sinal modulante. O trem de pulsos não é exatamente a informação 
pura, o conteúdo que se deseja enviar. Na verdade, ele possui elementos a 
mais que adequam a informação, através de protocolos. 
 
Símbolo: é a base de um sistema de codificação. Na comunicação verbal, por 
exemplo, os símbolos são os fonemas que, juntos, formam as diferentes 
palavras. Porém, trataremos de uma forma um pouco diferente: um fluxo de 
bits pode ser quebrado em conjuntos menores. Pode-se, por exemplo, agrupar 
os elementos básicos de dois em dois, três em três, sete a sete, etc..., mesmo 
que estes conjuntos não tenham uma associação direta com um determinado 
caracter (letra, número decimal, elemento gráfico). Cada símbolo será a base 
para alterar as características da portadora, ou seja, a modulação se faz a 
partir dos símbolos, que, então, serão os sinais modulantes. 
Se cada bit corresponder a um símbolo, então, em sistemas binários, podemos 
ter dois símbolos: “0” ou “1”; se agruparmos as unidades elementares de três 
em três, então poderemos ter , em cada instante, um entre oito símbolos: “000”, 
“001”, “010”, “011”, “100”, “101”, “110” ou “111”. Portanto, cada símbolo pode 
alterar instantaneamente de forma diferente os parâmetros da portadora 
(amplitude, fase, freqüência). 
 
Constelação: é a representação gráfica bidimensional (amplitude e fase) dos 
diferentes símbolos que compõe um processo de modulação. 
 
MER: O símbolo ocupa uma determinada posição no gráfico, podendo ser 
representado por um vetor (módulo, ângulo); se o sinal é recebido como um 
vetor com amplitude ou fase diferente(ou ambos), há erros. Esta quantidade 
de erros é medida como o erro entre o vetor recebido e o vetor desejado (há 
expectativas de vetores desejados, ou possíveis para cada tipo de 
modulação!); isto é chamado de EVM – error vector magnitude, ou MER 
(modulation error rate). Um receptor percebe erros de um vetor como um ruído, 
um sinal indesejado. Este conceito de medida de erro permite que um simples 
valor de medida descreva a qualidade do sinal transmitido. Cada padrão de 
modulação terá um valor de MER ou EVM que considere aceitável, para um 
formato digital particular. 
 
Taxa de símbolo = baud rate = symbol rate: é diferente de taxa de bits (bps); 
no caso de RF, symbol rate é um ciclo de portadora; importante notar que a 
taxa de símbolo deve ser menor que a largura de banda do canal; técnicas 
avançadas de modulação permitem que a taxa de bits por segundo seja maior 
que a largura de banda do canal (basta que um símbolo seja formado por mais 
bits). 
 
 
9) Figuras de mérito importantes: 
 
Taxa de bits (bps): 
 
BW (Hz): 
 
C/N (dB): 
 
Eb/No(dB): 
 
S/N (dB): 
 
Margem, margin (dB): 
 
EVM: 
 
MER (dB): 
 
BER (%, ou ppm): 
 
Delay: 
 
Estabilidade de freqüência e fase: (ppm) 
 
 
 
Leituras recomendadas: 
 
1) “Redes de computadores – curso completo”: Gabriel Torres, Axcel 
Books, cap 1. 
2) “Redes de computadores”: Andrew Tanenbaum, Elsevier 
3) “Você e as telecomunicações”: Ovídio Barradas, Editora Interciência 
 
 
 
 
 
 
Sistema de comunicação 
 
Não se prenda à comunicação de áudio ou vídeo, sistemas de comunicação 
abrangem muito mais do que isto. Por exemplo, quando um processador 
acessa um hard-disk, ele o faz através de uma rede de comunicação de dados, 
normalmente barramentos (seriais ou paralelos). O comando de uma máquina 
ou robô, de uma interface mais próxima do homem, ao processamento desta 
máquina, e deste processador aos periféricos (por exemplo, pinça do robô) se 
faz com redes ou sistemas de comunicação. Os princípios que aqui estudamos 
valem para qualquer tipo de informação, que digam respeito a uma origem e a 
um destino. 
Vejamos abaixo o diagrama de um sistema de comunicação unidirecional para 
informações analógicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Converte a energia contendo a informação em energia elétrica, 
representada por variações de tensão ou corrente no tempo; exemplos: 
....................................................................................................................
.................................................................................................................... 
 
2) Converte o sinal elétrico (sinal aqui é uma função de tensão no tempo) 
analógico em sinal elétrico digital. O conversor A/D possui várias etapas, 
podendo ser desdobrado em blocos menores: filtro de entrada, para 
limitar o espectro de freqüências do sinal analógico (muitas vezes de 
largura infinita); amostrador, onde se retira as amostras de nível do sinal 
para verificar sua amplitude (segundo Nyquist, para não se ter perdas 
nesta etapa, a freq.de amostragem deve ser pelo menos duas vezes a 
fmáx do sinal de entrada – por isto, o filtro anterior!); quantizador, que 
aproxima o valor de amplitude analógico a um entre vários valores 
digitais (níveis de quantização são preestabelecidos); codificador, que 
de acordo com a nomenclatura de cada nível de quantização, transforma 
as amostras quantizadas em palavras seriais. Usando sistema binário, 
tem-se n bits para representar N níveis de quantização, conforme a 
regra 2n = N. Assim, cada amostra tem n bits, e, obedecendo o teorema 
Transdutor 
 
1 
Conversor 
A/D 
2 
Codificador de 
fonte 
3 
Modulador 
 
4 
Amplificador 
 
5 
Filtro 
 
6 
Transdutor 
 
13 
Conversor 
D/A 
12 
Decodificador 
de fonte 
11 
Demodulad
or 
10 
 
10 
Pré-amp 
 
9 
Filtro 
 
8 
 
 
 Canal 
 
 7 
 A B C D E 
 
 F 
 
 
 G 
 
 
 L K J I H 
de Nyquist, 2x fmáx sinal, temos no mínimo 2.n.fmáx bits por segundo 
na saída do conversor. Exemplo: áudio formato wave, CD, para sons 
com fmáx = 20 kHz, usa-se f amostragem = 48 kHz, com 16 bits por 
amostra: taxa de bits = 16 x 48k = 768 kbps. Reveja seus estudos sobre 
conversão A/D.......................................................................................... 
 
 
3) Codificador é aquele que relaciona símbolos de um código a símbolos 
de outro; codificador de fonte busca reduzir a taxa de bits, de modo a 
poupar mídias de gravação ou o canal de transmissão. Em sua saída 
temos um trem de pulsos, um stream digital. Espera-se que a 
informação seja reproduzida de forma completa, íntegra e fiel à entrada, 
mas eventualmente a necessidade de compressão exige que se 
negligencie parte da informação menos importante, economizando 
assim taxa. 
 
 
4) Conforme já estudamos, o modulador adapta o sinal ao canal. Há 
moduladores óticos, telefônicos, etc... Há a necessidade desta 
adaptação, principalmente devido a características de atenuação, 
linearidade e ruído, características estas extremamente dependentes da 
freqüência do sinala ser transportado. O modulador faz uma 
transposição do espectro, levando a informação em geral em uma faixa 
de freqüência mais alta. Aqui, a modulação é digital, pois o sinal 
modulante é um trem de pulsos (sinal digital), alterando as 
características de uma portadora analógica senoidal. O modulador 
também pode ser decomposto em outros blocos, onde um destes é o 
oscilador, que gera o sinal de portadora. Como todo processo, 
obviamente o modulador também introduz ruídos e distorções, por isso 
há necessidade de se mensurar seu desempenho. \Em vários processos 
de modulação, gera-se um espectro bilateral e se mantém a portadora. 
Como a informação está presente em um dos lados do espectro, em 
meia faixa, costuma-se filtrar a saída do modulador, para que se gaste 
energia no próximo estágio apenas no que é necessário. 
 
 
5) O sinal modulado, portanto já adaptado ao canal a ser utilizado, precisa 
ter nível suficiente para vencer a atenuação no meio e chegar ao 
receptor. Esta amplificação é feita neste estágio. 
 
 
6) Em muitos sistemas, o canal é limitado em freqüência, e até 
regulamentado. Assim, qualquer emissão de sinal fora da faixa 
autorizada deve estar com valores muito baixos, respeitando as normas 
vigentes ao caso. Quem faz isto é um filtro passa-faixas na saída do 
sistema. 
 
 
7) Uma fibra ótica, um par de fios de cobre, um cabo de pares UTP, o ar, 
guias de onda, trilhas de circuito impresso constituem canais de 
comunicação. Muitas vezes a distância entre o transmissor e o receptor 
da informação é grande, e no canal ocorrem as maiores deteriorações 
do sinal. As principais são a atenuação (normalmente proporcional à 
distância) e a inserção de ruídos e interferências. Algumas condições 
propiciam efeitos complexos, com atenuações diferenciadas para as 
diversas freqüências que compõe o sinal transmitido. 
 
 
8) É comum a ocupação do canal por mais de um serviço, e assim há 
necessidade de um filtro para selecionar qual é a faixa de freqüência de 
interesse na recepção. 
 
 
9) Dependendo do tipo de canal e das potências envolvidas, utiliza-se na 
recepção um pré-amplificador, de baixo nível de ruído térmico e alto 
ganho, para trazer o sinal a uma amplitude que se possa tratar nas 
etapas seguintes. Exemplo é o LNB de um sistema de recepção de 
satélite: além de fazer uma conversão de freqüência para uma faixa 
intermediária (FI em banda L), este bloco dá um ganho elevado, da 
ordem de 60 a 65 dB (ou seja,1 a 4 milhões de vezes). Lembre-se que o 
sinal recebido não é uma cópia do transmitido, em geral tem amplitude 
milhares ou milhões de vezes menor (30, 60, 80, 100dB atenuado!) e 
contaminado por ruídos e interferências. 
 
 
10) Nesta etapa, já vencidas as limitações do canal, pode-se retirar o sinal 
com a informação, contido no sinal modulado; na saída deste bloco 
temos o sinal demodulado. Em termos de resposta espectral, faz-se uma 
conversão para baixo, voltando o espectro á sua forma e faixa 
equivalentes ao início do processo de modulação. 
 
 
11) Ainda não se tem o sinal aguardado: lembre-se que o material foi 
comprimido, para reduzir a ocupação de banda. Aqui se faz o processo 
de decodificação: conhecendo-se a regra usada para compactar o sinal, 
a informação (ou algo próximo dela) é recuperada, ainda em forma de 
sinal elétrico digital (trem de pulsos). 
 
 
12) Se a informação tiver origem analógica, este trem de pulsos deve ser 
representado por um sinal analógico, que se faz a partir do trem de 
pulsos no estágio conversor D/A. 
 
 
13) O sinal elétrico, uma variação de tensão no tempo, é convertida em 
outra forma de energia, entregando ao destinatário uma mensagem ou 
informação na natureza em que foi gerada. Exemplos de transdutores: 
....................................................................................................................
................................................................................................................... 
 
Agora, vejamos as tais figuras de mérito já citadas. 
 
Antes, é importante estarmos muito conscientes do que esperamos do nosso 
sistema de comunicação, de acordo com as capacidades e limitações que 
temos. Não se esqueça que sempre lidamos com as questões qualidade, 
robustez e largura de canal, e que em geral estas brigam entre si. 
 
Provavelmente esperamos que o sinal produzido no transdutor de saída seja 
semelhante (qualidade = fidelidade + constância) ao recebido pelo transdutor 
de entrada. Exemplifique os transdutores de um sistema de áudio, e veja como 
você pode ter grandes variações de qualidade, dependentes de preço, 
dimensões, etc... 
............................................................................................................................. . 
Deixando esta etapa de lado, esperamos que o sinal digital demodulado (J) 
seja então parecido, preferencialmente, uma cópia, do sinal ......................, e 
que todo o processo ocorra no menor tempo possível. 
 
Quais as características deste sinal modulante e deste sinal demodulado? 
Freqüência, nível, quantidade e níveis de harmônicos presentes nos pulsos 
(formato dos pulsos: alguns sistemas dão deformações tão grandes, que o 
alargamento dos pulsos demodulados impossibilita sua correta detecção!). O 
que se mede nestes pontos? 
 
Embora não seja o interesse final, o sinal modulado é o transportador da 
informação. Se os processos de modulação e de demodulação não ocorrerem 
de forma complementar, alterando-se suas regras, e as distorções e ruídos 
causados nestas etapas mão forme controladas, pode haver uma 
contaminação grande do sinal que contém a informação. Assim, a qualidade da 
modulação e da demodulação devem ser mensuradas. Os diferentes métodos 
de modulação proporcionam diferentes resultados no tempo e no espectro; 
deve-se observar na saída do modulador suas respostas temporal e espectral, 
quantidade de ruído, linearidae no processo (seguindo sua norma específica de 
proporcionalidade de sinal modulante-sinal modulado). 
 
Se os amplificadores forem bastante lineares, tudo bem. E se não forem? 
Alguns sinais com amplitude maior podem sofrer compressão de nível. A 
deformação de nível causa novas componentes espectrais, alterando portanto 
o conteúdo presente na banda a ser transmitida. Este amplificador, além de ter 
cuidados para não produzir sinais de intermodulação elevados, também não 
devem contribuir significativamente para o aumento do ruído. Na sua saída, 
pode-se verificar a resposta em freqüência, relação de nível na banda e de 
ruído, relação de nível na banda e produtos de intermodulação ou espúrios. 
 
O filtro deve ser plano dentro da faixa (BW) e dar atenuação elevada fora da 
faixa de interesse. A assíntota dos filtros é controlada em geral pelo número de 
seus pólos. No entanto, filtros de fator Q elevado resultam em variações de 
fase do sinal também bruscas, variações que acabam ocorrendo também 
dentro da faixa. Assim, muitas vezes ao filtro passa-faixa é associado um 
equalizador de fase. No filtro, costuma-se medir sua perda de inserção (em dB, 
a relação entre o nível que entra e o que sai, dentro da faixa), sua atenuação 
para frequências fora da faixa (também em dB), sua freqüência central e 
largura de faixa, medida nos pontos de -3 dB, ambas em Hz). A variação de 
fase do sinal no filtro é medida em graus ou em segundos, com o nome de 
“retardo de grupo”. 
 
O canal ou meio, incluindo mídias de gravação, são ao mesmo tempo a 
salvação da lavoura e os grandes vilões. Embora só eles possibilitem a 
comunicação, são também eles que introduzem as maiores deformações, e 
portanto as limitações aos sistemas de comunicação. 
 
Depois continuamos no outro lado (recepção). 
 
 
Então; 
 
Taxa de bits (bps): quanto mais informação houver na mensagem, maior a 
largura de faixa, e mais altas freqüências aparecem no sinal elétrico. Em 
termos de sinais digitais, maior a taxa de bits, ou seja, a freqüência do 
transportstream. Freqüência é uma palavra um pouco complicada, já que está 
associada a sinais periódicos. Quem disse que os bitsreams são periódicos? 
Recorramos, então, aos conhecimentos sobre análise de Fourier, que nos 
mostram que qualquer sinal pode ser decomposto por sinais elementares 
senoidais, de diversas freqüências. Este conceito é importante aqui, mas, mais 
simples, considere que, numa sorte extrema, temos alternância de bits “1” e 
“0”. Assim fica fácil de se observar a frequência, e, portanto, a taxa de bits, 
medida em bps. A qualidade do sinal no final do sistema está intimamente 
relacionada à taxa de bits. 
 
BW (Hz): Quanto mais estreita a banda, menos se ocupa o canal ou mídia, e 
portanto paga-se menos, cabe mais serviços no mesmo meio. Mas, elas 
considerações do item anterior, quanto maior a taxa de bits, (sinais de pulsos), 
menor o tempo de bit, maior a largura de faixa (lembra do espalhamento do 
espectro à medida que o pulso se estreita, tendendo a um impulso?). Há, 
portanto, um compromisso direto entre a qualidade e a banda ocupada. Mas, 
não se preocupe: é tarefa dos engenheiros trabalhar na modulação, de modo 
que se conciliem estas duas características). 
 
C/N (dB): O que importa é a qualidade do sinal (no caso de analógico, é assim 
mesmo que chamamos: sinal; no caso de sistemas digitais, o sinal é o 
entendimento do bit, se é “1” ou “0”); mas, como já falamos, há de se cuidar 
com o processo, pois a modulação e demais partes, que possibilitam o tráfego, 
podem causar deformações drásticas no sinal transportado). Medir, portanto, a 
relação entre o sinal de portadora (Carrier) em relação ao ruído é muito 
importante. Se o nível da(s) portadoras(s) se aproximam do nível de ruído, fica 
mais difícil se retirar desta portadora a informação. 
 
Eb/No(dB): para sistemas digitais, o que importa é o quanto de nível (ou 
energia) há na informação binária em relação a energia do ruído. Se 
estivermos com uma relação boa, o sistema de recepção terá sensibilidade 
para compreender a informação binária. Há uma relação direta entre este 
parâmetro e o C/N, mas não há relação direta, proporcional, entre Eb/No e a 
taxa de erro de bits, pois isto depende da sensibilidade do sistema. Enquanto 
se estiver acima do limiar de sensibilidade, mesmo valores ruins de Eb/No 
ainda permitem a correta interpretação dos bits, e portanto o erro fica 
independente deste parâmetro. 
 
S/N (dB): em sinais analógicos, não há expectativa nenhuma de sinal recebido,como ocorre no digital (“1” ou “0”); qualquer valor recebido ou interpretado pode 
ser válido; então, a relação S/N, que demonstra o quão limpo é a informação 
em relação ao ruído, é diretamente dependente da relação C/N. 
 
Margem, margin (dB): em sistemas digitais, há valores bastante determinados 
de C/N aceitos no receptor. Assim, define-se a margem como sendo o quanto 
se tem de folga de relação C/N recebido, comparando-se com o limite mínimo. 
Sendo tratados de forma logarítmica, estes números são parte duma subtração 
(margem (dB) = C/N rx (dB) – C/N mín (dB). Em geral, a sensibilidade de um 
sistema de recepção, seja ótico, rádio, ou qualquer outro leitor de mídia, é dada 
por dois valores: nível de recepção mínimo (dBm) e C/N mínimo (dB). 
 
EVM: depois que virmos modulação digital 
 
MER (dB): idem 
 
BER (%, ou ppm): = bit error rate, taxa ou relação de erro de bit: quantos bits 
saio recebidos errados, em uma quantidade determinada (exemplo: 1.10-6 = um 
bit errado a cada milhão de bits recebidos) 
 
Delay (s): tempo entre a mensagem recebida e transmitida, ou, em outro ponto 
de medida, entre a mensagem na fonte e no destino. 
 
Estabilidade de freqüência e fase: (ppm) Se há filtros, se há moduladores e 
demoduladores, há freqüências específicas para cada sistema. Se a freqüência 
no transmissor variar muito, pode ficar fora da faixa de captura do receptor; se 
variar de forma rápida, mesmo que poucos Hz, pode ser interpretada como 
uma modulação em freqüência, gerando ruído no demodulador. 
 
 
 
 
Citamos várias vezes as palavras “ruídos e interferências”. O que são, quais as 
diferenças entre eles? O que é intermodulação? O que são espúrios? 
............................................................................................................................. ..
...............................................................................................................................