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PSA 20221 6937-00 UNIP

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Prévia do material em texto

• Pergunta 1 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a figura. 
 
 
 
Assinale a alternativa que traduz em linguagem verbal a mensagem da figura. 
 
Resposta Selecionada: b. 
A cooperação é o melhor meio para realizar ações. 
 
 
• Pergunta 2 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
Crônica de um ano que nunca deveria ter existido 
Nove e dez da noite, eu no petshop para comprar fraldas para as minhas 
cachorras (aqueles tapetes para cães fazerem xixi). 
Peguei um pacote de tapetes, circulei um pouco pela loja, fui à fila do caixa. 
Tranquilo, meio avoado, estava pensando em “só Deus sabe” (na morte do 
genial Quino semanas atrás, talvez?) quando o moço da frente me disse algo 
que eu não entendi. Sabe, só depois de ter de usar essas máscaras contra a 
covid-19 é que eu me dei conta do quanto há de leitura labial na minha 
comunicação. Não sei vocês, mas eu me sinto bem mais surdo agora do que 
em fevereiro de 2020. 
Eu disse “Ãh?” ao rapaz, e ele repetiu o que tinha dito. Novamente eu não 
entendi. Mas, como das duas vezes em que ele falou olhava para baixo, eu 
pensei: “pisei um cocô de cachorro?”; “minha bermuda está rasgada?”; “deixei 
cair alguma coisa e ele está me avisando?”. 
Bem, não era nada disso. Da terceira vez, compreendi o pedido em tom de 
ordem: “Você pode ir mais pra lá?” Foi essa a pergunta dele, solicitando que eu 
me afastasse. Ele olhava para baixo enquanto falava porque estava me 
apontando as marcas na fila, aquelas que indicam que as pessoas fiquem a um 
metro de distância umas das outras. 
Mais que depressa, dei um passo para trás, constrangido pela minha distração. 
Em nenhum momento me ocorreu discutir com o rapaz ou querer ter razão 
(mesmo tendo achado seu tom um pouco ríspido); afinal de contas, fosse como 
fosse, ele estava certo. Essa é uma das medidas sanitárias necessárias neste 
momento e eu havia infringido (sem querer, juro!) uma regra. 
Voltei para casa triste. Pouco saio, vou aos lugares que preciso em horários de 
menor movimento, sempre estou com a droga da máscara. Voltei para casa 
cabisbaixo porque senti o que já desconfiava que aconteceria: eu achando que 
me olhavam como pessoa enquanto me viam como um mero transmissor de 
vírus. Independentemente do que a ciência diz, a pandemia trará um custo 
psicossocial muito maior do que estamos supondo. 
Nossas interações em sociedade, que nunca foram das melhores e nem eram 
livres de inúmeros problemas antes, vão piorar. Vamos ficar cada vez mais 
distantes uns dos outros fisicamente, e o vírus nos deu a todos a desculpa 
perfeita para ficarmos ainda mais imersos em nossa própria arrogância, 
carentes de afeição e fingindo que somos o máximo. 
Sei que o vírus está aí e que a pandemia é um fato sério. Mas, sei lá... O meu 
olhar de profissional de Humanas me vaticina que as doenças sociais podem ser 
 
ainda piores que a enfermidade física (com outros efeitos muito mais graves, 
para além dessa mera trivialidade que eu narrei aqui). Vamos migrar cada vez 
mais para a virtualidade das telas, enquanto a vida real, a vida de fato, 
presencial e tátil, a vida que vibra e que pulsa, que tem cheiro e que faz disparar 
hormônios, vai ficar, paradoxalmente, mais longe de nós. 
E o nosso país, então? É um contrassenso sem fim, né? Escolas e teatros 
fechados, mas aviões funcionando, trens, metrôs e ônibus lotados. Tudo que 
educa e faz pensar fechou. Tudo o que transporta as pessoas para servirem à 
lógica do capital continua funcionando. Em novembro de 2020, fui duas vezes 
votar numa escola em que não havia sequer aferição de temperatura. Estudar 
não pode, mas aglomerar para votar pode? Faz sentido? E assim vamos nós, 
rumo a uma pandemia eterna... 
E quem quiser aproveitar o pouco de paquera que nos resta, vá aos restaurantes 
nos próximos dias, antes que um novo tranca-rua nos enclausure outra vez. Os 
restaurantes são os novos points do flerte presencial, pois só lá as pessoas 
podem estar sem máscara – pelo menos enquanto comem. 
Não gosto do momento que estamos vivendo, não gostaria de voltar ao passado 
se pudesse (porque foram vários dos nossos comportamentos estúpidos de 
antes que nos levaram a estas dificuldades que estamos vivendo agora), e, 
principalmente, não faço a menor ideia de que armadilhas o futuro nos reserva. 
Morro de inveja das gentes que vomitam certezas nas redes sociais, da cor 
tendência do verão às mazelas da política. A vocês, meus parabéns. Seus 
simulacros são impressionantes. Espero que vocês sejam, nas suas vidas reais, 
pelo menos 5% do que pregam online. 
Disponível em <www.ondalatina.com.br >. Acesso em 16 fev. 2022. 
 
A partir das informações do texto, conclui-se que 
Resposta 
Selecionada: 
d. 
a partir do relato de um acontecimento banal, o autor faz uma 
crítica a vários aspectos da vida cotidiana e revela suas incertezas 
com relação ao futuro. 
 
 
• Pergunta 3 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 O que é metaverso, conceito que deixou 
Zuckerberg obcecado? 
De olho em uma transformação futurística da internet, o Facebook já investiu 
mais de US$ 50 milhões para construir 'universo virtual'. 
 24/11/2021 
O que é o metaverso? 
Metaverso é um termo amplo. Geralmente, refere-se a ambientes de mundo virtual 
compartilhados que as pessoas podem acessar via internet. O termo pode se referir a 
espaços digitais que se tornam mais realistas com o uso de realidade virtual (RV) ou 
realidade aumentada (RA). 
Algumas pessoas também usam a palavra metaverso para descrever mundos de jogos, 
nos quais os usuários têm um personagem que pode andar e interagir com outros 
jogadores. Muitos livros e filmes de ficção científica, por exemplo, são ambientados em 
metaversos completos — mundos digitais alternativos que são indistinguíveis do 
mundo físico real. Mas isso ainda é ficção. Atualmente, a maioria dos espaços virtuais 
se parecem mais com o interior de um jogo de videogame do que com a vida real. 
O interesse acelerado neste mundo alternativo, porém, pode ser visto como resultado 
 
da pandemia covid-19. À medida que mais pessoas começaram a trabalhar e a 
frequentar a escola remotamente, aumentou a demanda por maneiras de tornar a 
interação online mais realista. 
O Facebook tem, hoje, mais de 10 mil funcionários focados na construção de 
dispositivos, como óculos de realidade aumentada, que ajudariam a acessar o 
metaverso da empresa. Na visão de Zuckerberg, esses dispositivos serão tão 
onipresentes quanto smartphones no futuro. Em setembro, a empresa anunciou um 
investimento de US$ 50 milhões para construir o metaverso: os recursos seriam 
usados ao longo de dois anos para garantir que as tecnologias do metaverso sejam 
"construídas de uma forma inclusiva e empoderadora". 
Disponível em <https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/o-que-e-metaverso-
conceito-que-deixou-
zuckerberg- obcecado,d70358e652376e912b790a25f5f5a47alpwfw4og.html>. Acesso 
em 12 jan. 2022 (com adaptações) 
 
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as asserções a seguir e a relação 
proposta entre elas. 
I. O metaverso é um ambiente digital imaginário, cópia exata do mundo físico real, em que 
as pessoas compartilham experiências. 
 PORQUE 
II. No metaverso, são usadas tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada que 
permitem que as pessoas façam interações online mais realistas. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
Resposta 
Selecionada: 
d. 
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma 
proposição verdadeira. 
 
 
• Pergunta 4 
0 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir, publicado no site da Folha de Campo Grande em 5 de outubro de 
2020.Impactos no equilíbrio ambiental e riscos de extinção 
 
 
As queimadas no Pantanal devem gerar impactos diretos e indiretos no bioma, 
incluindo falta de alimentos, desequilíbrio ambiental e risco de extinção de animais. É 
o que afirma um relatório do Instituto Homem Pantaneiro (IHP). 
O documento foi anexado ao inquérito da Polícia Federal que investiga quatro 
fazendeiros por suspeita de iniciarem os incêndios que destruíram mais de 25 mil 
hectares do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. O Instituto Homem Pantaneiro é 
responsável pela gestão de algumas reservas da Serra do Amolar, região considerada 
a mais preservada do Pantanal. 
De acordo com o documento, assinado pela doutora em Ecologia e Conservação 
Letícia Larcher e pelo médico veterinário Diego Viana, os animais do bioma podem 
sofrer com a exposição de predadores, alteração de fauna, flora e alimentos, além de 
terem mudanças nos padrões de comportamento, migrações e na estrutura alimentar 
no ecossistema. 
 
Algumas espécies ainda podem ter o risco de extinção ampliado. 
Larcher, que também é coordenadora técnica do IHP, explica que o instituto recebeu 
um ofício da PF para ser anexado ao processo, pedindo algumas respostas sobre o 
Pantanal. 
Segundo a doutora em Ecologia e Conservação, espécies de plantas podem deixar de 
existir por um período de tempo, já que cada ser vivo reage diferente após o fogo. “Por 
exemplo, uma espécie de planta pode demorar mais para responder quando a chuva 
chegar do que outras. Um animal que está associado a essa planta vai precisar de 
ainda mais tempo para conseguir se adaptar ao local queimado”, explica Larcher. 
A especialista aponta que a exposição a predadores de animais que vivem no Pantanal 
também aumenta após o fogo, já que a queimada deixa a superfície na mesma 
dimensão. “Se pegarmos uma cotia, por exemplo, que é um roedor que se esconde em 
tocas, quando essas tocas são destruídas pelo fogo, ele precisa criar locais novos para 
se esconder de predadores. Sem local para fuga, elas ficam mais suscetíveis a outros 
predadores que não os já naturais”, afirma. 
Alterações nos alimentos, padrões de comportamento e migrações dos animais 
também devem ocorrer, conforme a coordenadora técnica do Instituto Homem 
Pantaneiro. “Quando o fogo destrói uma área grande, o conteúdo nutricional dos 
alimentos para a fauna fica prejudicado. Os animais que hoje procuram goiaba, por 
exemplo, que deveria estar florescendo, não conseguem achar e precisarão repor de 
alguma outra maneira. 
Larcher ainda aponta que a tendência é de que o Pantanal tenha uma alteração na 
estrutura trófica - com alteração nas cadeias alimentares – com a tendência de 
colonização por espécies invasoras. 
“Se um animal perde sua base alimentar, ele vai procurar em outro local. Por exemplo, 
a onça, que se alimenta de cotias. As cotias precisam fugir para buscar uma nova 
alimentação e onde haja tocas para se esconderem de predadores. A onça, sem 
alimento, vai precisar deste ambiente natural também, deixando o que era antes 
habitado por ela, para espécies invasoras. As mudanças de como as espécies se 
relacionam também é um efeito direto do fogo, explica. 
Por fim, alguns animais que já estavam em risco de extinção também devem ter o 
perigo ampliado devido ao fogo, conforme o documento encaminhado à Polícia 
Federal. 
“O tamanduá-bandeira é um exemplo que está em extinção e é muito lento, com 
densa pelagem, muito suscetível ao fogo. Ele ainda se alimenta de formigas, que ficam 
no solo. Se o solo pega fogo, do que ele vai se alimentar e como ele vai sobreviver, sem 
habilidade de locomoção?”, argumenta a especialista. 
Disponível em <https://www.folhacg.com.br/destaque/pantanal-impactos-no-equilibrio-
ambiental-e-riscos-de-extincao>. Acesso em 03 fev. 2022. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A Serra do Amolar é uma reserva de responsabilidade do Instituto Homem Pantaneiro e, 
por isso, não foi atingida pelo incêndio. 
II. O desequilíbrio ambiental provocado pelas queimadas que castigaram o bioma afeta a 
fauna e a flora e traz consequências graves na cadeia alimentar dos animais. 
III. Os fatores climáticos são os principais responsáveis pelos incêndios no Pantanal, que 
ameaçam a existência de espécies de plantas por um período, já que cada ser vivo reage 
de modo diferente após o fogo. 
IV. O tamanduá-bandeira está em extinção por ser um animal lento e não ter conseguido 
fugir do fogo que se alastrou no Pantanal. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: a. 
I e II. 
 
 
• Pergunta 5 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir, publicado em 04 de fevereiro de 2022 no site da BBC News Brasil. 
 A surpreendente queda na desigualdade no trabalho 
que mascara um problema econômico do Brasil 
Ocimar dos Santos Mattos Junior começou a trabalhar no ano passado como 
operador de serviços gerais, fazendo limpeza em uma empresa. Morador do município 
de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, o rapaz de 20 anos é parte do contingente de 
quase 6 milhões de pessoas pretas ou pardas que conseguiram uma ocupação desde o 
segundo trimestre de 2020, quando a pandemia chegou com força ao país, 
interrompendo parte da atividade econômica e levando o desemprego a nível recorde. 
Mas, para Ocimar, isso não é motivo de comemoração, e sim uma consequência da 
crise. Com a pandemia, seu pai perdeu o emprego de pintor automotivo. Diante disso e 
dos problemas de saúde da mãe, ele se viu forçado a abandonar o cursinho que fazia, 
sonhando em cursar Nutrição ou Fisioterapia. 
"Tive que assumir o papel de homem da casa e correr atrás para ajudar. Isso acabou 
atrapalhando meus estudos", conta o jovem, que agora ajuda a sustentar a família, 
enquanto o pai faz bicos pintando carros quando aparece serviço. 
O caso da família de Ocimar, que antes da pandemia tinha uma pessoa ocupada (o 
pai) e agora passou a ter duas (o filho e o pai, agora trabalhando informalmente), 
ajuda a explicar uma estatística inusitada. 
No terceiro trimestre de 2021, a diferença no nível de emprego entre brancos e negros 
no Brasil atingiu o menor patamar desde o terceiro trimestre de 2015. O dado 
surpreende porque, há menos de dois anos, em consequência da dinâmica desigual do 
desemprego na pandemia, essa diferença tinha atingido nível recorde. 
No segundo trimestre de 2020, momento mais forte de paralisação da atividade 
econômica, o percentual de pessoas brancas ocupadas em relação à população 
branca total em idade de trabalhar era de 52,8%. Entre os negros (soma de pretos e 
pardos), essa taxa chegou então a 46,9%. Com o forte impacto da pandemia sobre o 
emprego informal e a população de baixa renda, a diferença no nível de ocupação 
entre brancos e negros chegou naquele momento a 5,9 pontos percentuais, maior nível 
da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve início 
em 2012. 
No terceiro trimestre de 2021, pouco mais de um ano depois, o nível de emprego dos 
brancos subiu para 55,8% e o dos negros, para 52,7%. O dado do terceiro trimestre é o 
mais recente disponível da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 
Trimestral do IBGE, que traz estatísticas de emprego em mais detalhes do que o 
levantamento mensal, com dados por idade, gênero, raça e cor. 
Assim, a diferença entre as taxas caiu a 3,1 pontos percentuais no terceiro trimestre de 
2021, menor patamar desde os 2,9 pontos registrados em meados de 2015, quando o 
mercado de trabalho vinha de um dos momentos mais aquecidos de sua história, mas 
já começava a sentir os efeitos da recessão de 2015-2016. 
Essa diferença chegou a 2,4 pontos no terceiro trimestre de 2014, logo antes de a taxa 
de desemprego atingir o patamar historicamente baixo de 6,6% ao fim daquele ano. 
Lá em 2014, a redução da diferença no nível de empregoentre brancos e negros tinha 
uma explicação clara: com o mercado de trabalho superaquecido, era fácil tanto para 
brancos, como para negros — que tradicionalmente têm mais dificuldade para se 
empregar —, conseguir trabalho. 
 
Mas e em 2021? O que explica a queda da diferença no nível de emprego entre 
brancos e negros, em um momento em que a taxa de desemprego estava em 12,6%, 
vindo de um recorde de 14,9% em 2020? 
"Também foi uma surpresa para mim", diz Daniel Duque, pesquisador do mercado de 
trabalho no Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). 
Para ele, a explicação mais plausível é o aumento da informalidade na reabertura da 
economia, após a fase mais dura de distanciamento social. 
"Analisando os dados por setores da economia, idade, gênero, nada disso explica a 
redução da diferença. O que explica de fato é que o emprego informal se recuperou 
muito mais rápido do que o formal", observa o economista. 
Entre o terceiro trimestre de 2020 e igual período de 2021, foram criados 9,5 milhões 
de empregos no Brasil, segundo o IBGE. Mas, desse total de pessoas ocupadas a mais, 
7 milhões estavam na informalidade. 
"Como a população não branca geralmente acessa mais os empregos informais, isso 
acabou reduzindo a diferença no nível de emprego com relação à população branca, 
que em geral tem mais empregos formais, que não se recuperaram tão rapidamente". 
Ou seja: a redução da diferença racial é resultado de uma piora na qualidade do 
emprego, com aumento da informalidade e queda da renda. Essa situação deve ser 
transitória, explica Duque, e deve ser revertida quando o emprego formal se recuperar. 
"A situação que estamos vendo agora não é estrutural, é uma circunstância devido ao 
momento da recuperação econômica do mercado de trabalho na pandemia", avalia. 
Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60148613>. Acesso em 07 fev. 
2022 (com adaptações). 
De acordo com as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas. 
I. A queda da diferença no nível de emprego entre brancos e negros em 2021 é causada 
pela diminuição da desigualdade racial no Brasil. 
II. No segundo trimestre de 2020, foi observado o maior patamar de diferença no nível de 
ocupação entre brancos e negros da série histórica do IBGE, que teve início em 2012. 
III. Os motivos da redução da diferença no nível de emprego entre brancos e negros 
observada em 2014 são os mesmos da redução observada em 2021, já que os cenários 
econômicos eram parecidos em ambas as datas. 
IV. A diminuição da diferença do nível de emprego entre brancos e negros revela uma 
mudança estrutural na sociedade brasileira. 
É correto apenas o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: b. 
II. 
 
 
• Pergunta 6 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o trecho do texto intitulado “Líder em lixo eletrônico na América Latina, Brasil tem só 
seis recicladoras”, de Rodrigo Lara. 
 
Você conhece os materiais que podem ser considerados lixo eletrônico? Uma pesquisa 
realizada com 2.075 pessoas chegou à conclusão de que 87% delas já ouviram falar 
sobre esse tipo de lixo, mas não sabem exatamente do que se trata. O estudo foi 
realizado em parceria entre a Green Eletron, gestora sem fins lucrativos de logística 
reversa de eletroeletrônicos e pilhas, e a Radar Pesquisas. Para se ter uma ideia, 33% 
dos entrevistados acreditam que a expressão lixo eletrônico está ligada ao meio 
digital. Ou seja: aos spams que aparecem na caixa de email ou arquivos sem utilidade, 
como aquela foto torta que você tirou na última viagem.... Já 2% afirmaram que o 
termo se refere ao local onde eletrônicos descartados são jogados, enquanto 7% não 
 
souberam responder. Os resultados não são nada animadores, uma vez que o Brasil 
produz muito disso: em 2019, foram mais de 2 milhões de toneladas geradas no país 
nessa categoria — o que dá pouco mais de 10 kg de lixo eletrônico gerado por 
habitante. O descarte incorreto desses materiais pode causar câncer e diferentes 
doenças.... 
Esse volume todo faz com que o país ocupe a quinta colocação no mundo na 
produção de lixo eletrônico, sendo líder na América Latina. Em termos mundiais, 
segundo The Global E-waste Monitor 2020, são geradas 53 milhões de toneladas de 
lixo do tipo por ano. 
E o que é lixo eletrônico? O lixo eletrônico envolve aparelhos alimentados por 
eletricidade, sejam os ligados diretamente na tomada ou que usam baterias e pilhas, 
assim como seus componentes, como periféricos e peças de PC, cartões de memória 
etc. Fontes de energia, como baterias e pilhas, que chegaram ao fim da vida útil, seja 
por quebra, defeito ou defasagem, também encaixam no perfil. 
A reciclagem desse tipo de lixo, porém, ainda é um desafio no Brasil. A estimativa é 
que, do lixo eletrônico gerado no país em 2019, menos de 3% foi reciclado. "Além das 
possíveis contaminações de solo e água com o descarte incorreto, também há um 
grande desperdício, porque os materiais podem ser reutilizados em diferentes 
indústrias, evitando a extração de matérias-primas virgens", explica Ademir 
Brescansin, gerente executivo da Green Eletron. Dos entrevistados na pesquisa, 33% 
afirmaram nunca ter ouvido falar desses locais de coleta e 25% nunca levaram algum 
dejeto do tipo em um desses pontos. O resultado disso é o descarte incorreto, já que 
metade dos entrevistados afirmou já ter jogado itens do tipo no lixo comum e 65% 
disseram que descartam esses itens no lixo reciclável (o que não é o ideal). Por fim, há 
os que sempre doam eletrônicos usados em condição de uso (20%), os que vendem 
(14%) e os que deixam aparelhos e pilhas sem condições de uso guardados em casa 
(10%). 
A baixa taxa de reciclagem de lixo eletrônico no país é preocupante, mas há outro 
ponto bastante problemático: a falta de estrutura para processar esses resíduos no 
país. "Há centenas de empresas sem alvará para esse tipo de operação. Em nossos 
registros, há apenas seis empresas que atendem todos os requisitos para esse 
processo no país e a maioria está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Isso gera um 
desafio logístico e o transporte envolve altos custos e impactos ambientais", afirma 
Brescansin. 
Disponível em <https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/10/07/lider-em-
lixo-eletronico-na-america-latina-brasil- tem-so-seis-recicladoras.html>. Acesso em 26 
jan. 2022. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A pesquisa realizada revelou que apenas 33% das pessoas sabem definir corretamente 
o que é lixo eletrônico. 
II. O descarte incorreto dos materiais que compõem o lixo eletrônico contribui para o 
aumento da contaminação e da poluição do meio ambiente. 
III. O Brasil é um grande produtor de lixo eletrônico na América Latina, porém, devido aos 
elevados custos financeiros do processo e ao desconhecimento da população, observam-
se limitações no processo de reciclagem desse material. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
II e III, apenas. 
 
 
• Pergunta 7 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 Entre gênios e vaias: os 100 anos da 
Semana de Arte Moderna 
“Os velhos morrerão!”, berrava, destemido, o poeta Mário de Andrade para o público 
que o vaiava durante seu discurso na Semana de Arte Moderna de 1922. A fala do 
escritor e a reação do público resumem bem o significado do evento que mudou para 
sempre o panorama das artes brasileiras: o novo pedia, forçava passagem, mesmo 
que a plateia não estivesse pronta para tamanha revolução. Mas vamos entender 
melhor o que aconteceu até a célebre fala. E, claro, as repercussões do famoso evento. 
Marco do início do movimento modernista no Brasil, a Semana de 22, como também é 
conhecida, aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, entre 11 e 18 de fevereiro de 
1922, e reuniu artistas de diversas áreas. Inspiradas no cenário de renovação da arte 
ocidental e navanguarda europeia, as obras apresentadas visavam a inserir novas 
tendências de arte no panorama brasileiro. Dessa maneira, conferências, recitais de 
poesia e apresentações musicais alternavam-se com exposições de arquitetura, 
escultura e pintura. O evento trouxe definitivamente a arte moderna para a realidade 
cultural brasileira. E sua influência é sentida até hoje na criação artística nacional. 
Como foi a Semana de Arte Moderna de 1922? 
A semana foi articulada e organizada pelo escritor Mário de Andrade, o também 
escritor Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti. Os eventos foram 
realizados no célebre e belo Theatro Municipal de São Paulo. 
 
 
 
No saguão, foi instalada uma exposição de escultura e pintura. As obras de artistas 
como Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Anita Malfatti chocaram o público brasileiro, 
nada acostumado às novas estéticas e formas de representação que o modernismo 
propunha. Aliás, ao longo do evento, era comum ouvir burburinhos e vaias dos 
visitantes pelos corredores e salões do teatro. A Semana de Arte Moderna também teve 
espetáculos de dança, música, conferências e leitura de poesias. O intelectual e escritor 
Graça Aranha abriu o festival, no dia 13, com a palestra “A emoção estética da arte 
moderna”, recitando versos de Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida, seguido de 
canções executadas pelo maestro Ernani Braga. O auge aconteceu em 15 de fevereiro, 
quando o modernismo literário causou indignação e confusão no público, sobretudo a 
palestra de Mário de Andrade, “A escrava que não é Isaura”, que defendia o 
abrasileiramento da língua portuguesa, e a conferência do poeta Paulo Menotti del 
Picchia, sobre estética moderna. Durante seu conturbado discurso, Mário precisou 
berrar para ser ouvido em meio à gritaria. Por isso, decidiu ler seu manifesto na 
escadaria interna do teatro. Destemido, o poeta urrava para o público a famosa frase 
que ficou para a posteridade: “os velhos morrerão!”. Vinte anos mais tarde, o autor 
relembrou o episódio na obra “O Movimento do Theatro”, dizendo: “como pude fazer 
uma conferência sobre artes plásticas, na escadaria do Theatro, cercado de anônimos 
que me caçoavam e ofendiam a valer?”. O evento de encerramento foi focado em 
música, com a execução de três peças de Heitor Villa-Lobos. Em mais um fato que 
entrou para a história da conturbada semana, o maestro e compositor subiu ao palco 
calçando um sapato em um pé e um chinelo no outro. Como era de se esperar, foi 
vaiado. O público considerou a atitude desrespeitosa. No entanto, Villa-Lobos depois 
justificou-se, esclarecendo que se apresentou dessa forma porque estava com um calo 
no pé. De toda maneira, o fato faz parte da grande lista de choques, questionamentos 
 
e incômodos causados durante a semana por aqueles artistas jovens e 
revolucionários. 
Disponível em <https://blog.bb.com.br/semana-de-arte-moderna/>. Acesso em 08 fev. 
2022 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Segundo o texto, a repercussão e a receptividade do público na Semana de Arte 
Moderna foram surpreendentes, uma vez que movimentos de inovação estética 
usualmente são bem recebidos pelo público brasileiro em geral. 
II. Conforme o texto, Mário de Andrade, já desgastado, causou a fúria da plateia quando 
proferiu a frase “os velhos morrerão”, referindo-se à faixa etária do público dominante no 
evento. 
III. De acordo com o texto, o legado da Semana de Arte Moderna passa pela inserção das 
ideias vanguardistas europeias no cenário cultural e artístico nacional. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
III, apenas. 
 
 
• Pergunta 8 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia os quadrinhos e o texto. 
 
Disponível em<http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/atualidades/2015/03/09/interna_atualidades,2136/conheca-
o-ilustrador-que-da-vida-a-armandinho-que-e-sucesso-no-facebo.shtml>. Acesso em 24 mar. 2022. 
 
Para compreender o que Foucault entendia por “poder”, é preciso ter uma ideia de como os filósofos antes dele 
interpretavam o conceito: o pai da sociologia, Max Weber, por exemplo, acreditava que o poder do Estado consistia no 
“monopólio do uso legítimo da força física”; já o inglês Thomas Hobbes acreditava na possibilidade de um “Estado 
Soberano”, em que todos abdicariam de sua liberdade em favor da paz civil, e chamou isso de Leviatã. 
Seguindo a lógica hobbesiana, Foucault concebia a ideia de violência exercida pelas corporações sobre os trabalhadores; da 
violência dos homens sobre as mulheres no patriarcado; e da violência dos brancos sobre os negros através do racismo 
estrutural. Para ele, essas demonstrações de força são amostras do poder soberano descrito por Hobbes. Mas ele duvidava 
que o poder só poderia assumir uma forma única, e chegou a propor outras formas que podem coexistir ou mesmo entrar 
em conflito umas com as outras. 
No livro em que disserta sobre como a sexualidade persiste em uma sociedade que a reprime, “História da Sexualidade”, 
volume um, o filósofo apresenta uma dessas formas de poder: o biopoder, o qual não proíbe o sexo, mas o reduz a questões 
de reprodução e saúde. Para ele, a ideia de classificar a homossexualidade como “perversão”, no século 19, por exemplo, foi 
uma manifestação desse biopoder. 
Disponível em <https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Filosofia/noticia/2019/09/michel-foucault-ideias-de-poder-e-
filosofia-do-pensador-frances.html>. Acesso em 24 mar. 2022. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com texto, para o filósofo Michel Foucault, o poder permeia as relações sociais, não se limitando, assim, ao poder 
estatal. 
II. O objetivo da tirinha é evidenciar como os alunos se desviam do tema dado pelos professores. 
III. O personagem Armadinho apresenta, em sua fala, uma perspectiva que contraria o pensamento de Foucault porque o menino 
mostra uma visão crítica em relação ao poder. 
IV. No pensamento de Foucault, o poder constitui binômios de opressores/oprimidos na sociedade. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: c. 
I e IV. 
 
• Pergunta 9 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o trecho do texto intitulado “Trabalho escravo contemporâneo”, do professor de 
sociologia Francisco Porfirio. 
 
O trabalho escravo, infelizmente, é uma realidade para muitas pessoas no Brasil e no 
mundo. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que existem, 
no mínimo, 20,9 milhões de pessoas escravizadas, enquanto um levantamento 
promovido pela ONG estadunidense “Free the Slaves” estima um total de 27 milhões de 
pessoas que trabalham em condições análogas à escravidão no mundo. 
Existem duas convenções de trabalho da OIT, uma de 1930 e outra de 1957, que visam 
a regulamentar as condições de trabalho e erradicar o trabalho escravo. No Brasil, o 
artigo 149 do Código Penal Brasileiro define as condições de trabalho análogo à 
escravidão que incluem o trabalho forçado e as condições degradantes de trabalho e 
prevê punições para quem for condenado pela prática de escravização e aliciamento 
de pessoas para trabalhos forçados. Vale ressaltar que a ONU e a OIT reconhecem o 
conceito de trabalho escravo disposto no Código Penal Brasileiro. 
Existe um ciclo do trabalho escravo que inclui: a miséria em que muitas pessoas se 
encontram; o aliciamento dessas pessoas com promessas de mudança de vida; e o 
trabalho que elimina as condições de desligamento entre o trabalhador e o patrão. 
Esse ciclo somente pode ser encerrado com a denúncia e a fiscalização. 
Ciclo do trabalho escravo contemporâneo 
Por não ser uma prática legalmente aceita em quase todo o mundo e ser condenada 
por organismos internacionais, a escravização de pessoas pode ser resumida em um 
ciclo que se repete na maioria dos casos. Esse ciclo tem seis etapascíclicas e 
uma única saída possível para que ele seja encerrado. Os tópicos a seguir explicam 
melhor como o ciclo do trabalho escravo funciona. 
Vulnerabilidade socioeconômica. As vítimas do trabalho escravo contemporâneo são 
pessoas com baixa renda ou desempregadas, geralmente com pouca instrução, que 
procuram uma saída para as condições precárias em que vivem. Muitas delas estão 
nas zonas rurais ou em pequenas cidades. 
Aliciamento e migração. Pessoas chamadas “gatos” são as responsáveis por aliciar as 
pessoas em situações vulneráveis ao trabalho escravo. Como convencimento, os gatos 
prometem uma boa remuneração e boas condições de trabalho. As pessoas aliciadas 
são levadas para longe de seus locais de origem, muitas vezes até para outros países. 
Essas pessoas acumulam, ao longo de sua trajetória, dívidas impossíveis de serem 
quitadas com o ordenado que receberão dos patrões. A primeira dívida é adquirida 
pela passagem que levará a pessoa até o seu local de trabalho. Muitas das vítimas são 
crianças, e uma grande parcela, de crianças ou não, é explorada sexualmente. Em 
muitos casos, a exploração sexual acontece sem sequer a vítima saber que estava 
sendo levada para a prostituição. 
Trabalho escravo. Ao chegarem aos seus destinos, as vítimas deparam-se com as 
reais condições a que serão submetidas. Condições degradantes de trabalho, 
alimentação e alojamento; aquisição de dívidas, além da passagem, com ferramentas, 
alimentação, alojamento; e a retenção dos documentos, até que as vítimas quitem as 
suas dívidas. Junto a todas essas violações dos Direitos Humanos, vem a baixa 
remuneração, que impossibilita que a dívida seja paga. 
Fuga. Em geral, existem casos de pessoas que conseguem fugir dos locais de trabalho 
e dos patrões criminosos que as escravizam. Essas pessoas colocam suas próprias 
 
vidas em risco, pois há os criminosos ligados ao trabalho escravo e ao tráfico de 
pessoas (os quais montam um arsenal) e vários capatazes para manterem as vítimas 
sob controle. Se as vítimas que fogem conseguirem êxito, elas poderão denunciar a sua 
situação para as autoridades, o que nos leva ao próximo ponto do ciclo. 
Fiscalização e libertação. Ao receber uma denúncia, o Ministério Público do 
Trabalho, o Ministério Público, as polícias ou qualquer autoridade estatal têm o dever 
de acatar a denúncia e investigar aquilo que foi denunciado. Esse tipo de fiscalização é 
importante, pois é o que leva à libertação das vítimas do trabalho escravo. 
Pagamento de direitos. No Brasil, os criminosos responsáveis pela escravização de 
pessoas podem sofrer até penas de reclusão. Além de qualquer punição legal, que 
pode, inclusive, ser branda, os condenados devem realizar indenizações pela situação 
gerada à vítima e pagamento de direitos trabalhistas retroativos, como salário mínimo 
compatível com a jornada trabalhada e com o que estabelece a convenção trabalhista 
que rege a função exercida. Também devem ser pagos direitos, como férias 
remuneradas, adicional de férias, fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS) e 
décimo terceiro salário. 
Vulnerabilidade socioeconômica.: Infelizmente, muitas vítimas do trabalho escravo 
retornam para as suas terras natais e para a situação de penúria em que se 
encontravam no início do ciclo, ou seja: o desemprego, a baixa remuneração, a 
miséria, a fome etc. No entanto, essa situação pode ser revertida com a atuação de 
setores (governamentais ou não) que promovam a erradicação do trabalho escravo ou 
a assistência às vítimas. 
Disponível em <https:/brasilescola.uol.com.br/sociologia/escravidao-nos-dias-de-
hoje.htm>. Acesso em 31 jan. 2022 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho escravo 
contemporâneo é observado somente em países que utilizaram a mão de obra escrava 
durante o período de colonização, como o Brasil. 
II. Atualmente, a instalação do trabalho considerado escravo envolve um ciclo composto 
por variáveis que incluem a miséria e o desrespeito aos direitos humanos. 
III. O aliciamento e a migração constituem etapas cíclicas que caracterizam o trabalho 
escravo e envolvem a ação dos chamados “gatos”, que agem em grupos sociais 
vulneráveis. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
II e III, apenas. 
 
 
• Pergunta 10 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 Campanha alerta sobre os riscos do 
feminicídio 
“Os riscos do feminicídio” é o tema da campanha lançada neste sábado (20), com o 
slogan “Violência contra a mulher: sua evolução leva ao feminicídio. Observe os sinais. 
Denuncie”. A iniciativa, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos 
(MMFDH), integra as ações dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as 
Mulheres. 
(...) 
A secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, explica que, 
segundo o Código Penal brasileiro, o feminicídio consiste no assassinato cometido em 
 
razão do sexo feminino. Em resumo, é quando o crime envolve violência doméstica e 
familiar ou menosprezo e discriminação à condição de mulher. 
“Lembro a todos que o feminicídio é o final do chamado ciclo da violência. Até chegar 
nessa situação, geralmente começa com algo considerado por muitos como simples, 
seja um empurrão ou agressão verbal, por exemplo. Nós, mulheres, precisamos estar 
atentas aos sinais que envolvem violência física, psicológica, moral, sexual, patrimonial 
e as situações de risco”, alerta a gestora. 
Entre os fatores de risco para o feminicídio, estão o isolamento social, a ausência de 
rede de serviços de saúde e proteção social bem estruturada e integrada, a pouca 
consciência de direitos, histórico de violência familiar, transtornos mentais, uso 
abusivo de bebidas e drogas, dependência afetiva e econômica, presença de padrões 
de comportamento muito rígidos, exclusão do mercado de trabalho, deficiências, 
vulnerabilidades relacionadas a faixas etárias e escolaridade. 
Disponível em <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2021-
11/campanha-alerta-sobre-os- riscos-do-feminicidio>. Acesso em 01 fev. 2022. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O feminicídio tem a dependência econômica como um de seus fatores de risco. Por isso, 
é um tipo de crime que afeta exclusivamente as camadas de baixa renda da população 
brasileira. 
II. A denúncia do feminicídio é um fator de risco para as mulheres. 
III. O processo de violência quase sempre tem início antes da prática do crime de 
feminicídio, razão pela qual a denúncia é muito importante. 
IV. As mulheres em situação de risco nem sempre dispõem de condições objetivas para se 
protegerem durante o ciclo de violência. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: c. 
III e IV. 
 
 
• Pergunta 11 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
A escola não é uma ilha. Inserida em um território, ela espelha a cultura local dentro 
das salas de aula e, também, influencia sua comunidade. A integração entre território 
e espaço escolar pode se dar de diversas formas e se transforma em processo 
educativo a partir do momento que propicia oportunidades de aprendizado para 
crianças e jovens. Para a socióloga Helena Singer, o uso do território como campo de 
pesquisa com base em diversas áreas do conhecimento, como geografia, língua 
portuguesa, história, entre outras, é a chave para um aprendizado mais significativo: 
“Isso permite que os alunos estudem na prática conceitos mais abstratos e complexos 
que os professores podem elaborar futuramente”. Tal perspectiva também é essencial 
para que os alunos desenvolvam um senso de pertencimento. Segundo o britânico Tim 
Gill, uma das maiores referências em infância, em entrevista ao Cidades Educadoras, 
“a educação é um processo de crianças aprendendo a viver. É claro que elas precisamaprender a ler e escrever, ciências e literatura, mas elas também precisam aprender a 
ser cidadãs, a aprender como seu bairro se formou e qual a história da sua cidade”. 
Para que isso ocorra, no entanto, a escola também deve se abrir como um espaço 
comunitário, oferecendo atividades culturais, debates, clubes, dentre outras 
oportunidades de participação. “Estudantes, professores e funcionários precisam se 
 
ver como parte de um coletivo, e a escola precisa reconhecer que tem uma missão: ser 
uma instituição que faça sentido para todos”, explica Helena. 
Disponível em <https://labedu.org.br/escola-e-territorio-uma-integracao-entre-
educacao-escolar-cultura-e-comunidade/>. Acesso em 16 fev. 2022 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A integração entre escola e território em que está inserida possibilita desenvolver, nos 
alunos, o senso de pertencimento e a cidadania. 
II. A escola, como instituição de ensino formada por professores, funcionários e alunos, 
deve moldar a cultura local de modo que o conteúdo disciplinar seja transmitido e a 
comunidade progrida. 
III. A escola deve ser um espaço comunitário, propício a debates e trocas de saberes. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
I e III, apenas. 
 
 
• Pergunta 12 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia os quadrinhos e o texto a seguir. 
 
Disponível 
em <https://web.facebook.com/tirasarmandinho/photos/a.488361671209144/5183862191659045>. Acesso 
em 08 fev. 2022. 
 
Segundo Sarmento (2006), em linhas gerais, o discurso de ódio é uma manifestação de linguagem escrita 
ou oral que visa à incitação de discriminação, hostilidade e violência contra pessoa ou grupo de indivíduos, 
em virtude de sua orientação sexual, gênero, raça, religião, nacionalidade, condição física ou outra 
característica. Os comícios nazistas teriam sido uma incitação explícita, portanto trariam o enquadre mais 
típico desse discurso. Já as “piadas”, embora materialmente se revistam de todas as características do 
discurso de ódio, têm contornos irreverentes e de humor que dissimulam seu conteúdo e, assim, os 
componentes que caracterizam o ódio ficam disfarçados, acabam sendo transmitidos de forma velada, 
implícita, e passam despercebidas, embora estejam subliminarmente se prestando a propósitos 
semelhantes. 
FREITAS, L. Performatividade no humor em stand up: discurso de ódio e violência simbólica. Revelli, v.8 n.1. 
abril/2016, p.170 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Os quadrinhos e o texto apontam que o humor é, em alguns casos, disfarce para o discurso de ódio. 
II. Segundo o texto, as piadas, mesmo que contenham discurso discriminatório, são irreverentes e não se 
prestam a propósitos de incitação do ódio. 
III. O discurso de ódio caracteriza-se pela incitação à discriminação de pessoas por conta de características 
como gênero, orientação sexual, etnia, nacionalidade e condição física. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
I e III, apenas. 
 
• Pergunta 13 
0,5 em 0,5 pontos 
Leia os textos a seguir. 
 
Telescópio James Webb completa abertura e assume forma final 
Agora serão mais 15 dias para que o equipamento chegue ao seu destino a 1,5 
milhão de quilômetros da Terra. 
Publicado em 09/01/2022 
 
O telescópio James Webb conseguiu desdobrar perfeitamente no Espaço e assumiu sua 
forma final na noite deste sábado, 8, informou a Nasa. O procedimento foi concluído 
duas semanas após o lançamento, ocorrido no dia 25 de dezembro, e agora serão 
mais 15 dias para que o equipamento chegue ao seu destino a 1,5 milhão de 
quilômetros da Terra. 
"Duas semanas após o lançamento, o Webb atingiu seu próximo grande marco: os 
espelhos foram implantados e o telescópio de próxima geração tomou sua forma final. 
O próximo passo para Webb? Cinco meses de alinhamento e calibração antes de 
começarmos a obter as imagens", escreveu a Nasa no Twitter. 
Os espelhos foram enviados "dobrados" para o Espaço por conta do seu tamanho, já 
que não há foguete capaz de comportar tamanha envergadura. Por isso, ele foi 
enviado por um foguete Ariane 5 normal, mas precisa completar uma série de 
procedimentos no Espaço para entrar em funcionamento. 
Além dos espelhos, que têm cerca de seis metros de comprimento, o equipamento 
também abriu perfeitamente a base protetora do Sol de 21 metros, que manterá o 
telescópio sempre na sombra para conseguir captar imagens. 
O James Webb é o maior e mais caro telescópio já feito e nasceu de uma parceria entre 
a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA). O 
principal objetivo do equipamento é revelar as origens do Universo e conseguir "voltar 
no tempo" até 100 milhões de anos após o Big Bang. 
 
Disponível em <https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/telescopio-james-webb-
completa-abertura-e-assume-
forma- final,d89950d1a327209990db354c7b8f6b5b6lbebs3v.html>. Acesso em 11 jan. 
2022 (com adaptações). 
 
Telescópio James Webb, da Nasa, assume forma final no espaço; primeiras 
imagens devem chegar em 5 meses. 
O anúncio foi feito neste sábado (8) pela agência espacial americana. 
Lara Pinheiro - 08/01/2022 
A Nasa, agência espacial americana, anunciou, neste sábado (8), que o telescópio 
James Webb, lançado ao espaço no dia 25 de dezembro, assumiu sua forma final, com 
a implantação dos espelhos. 
A previsão é de que o James Webb chegue ao seu destino, a cerca de 1,5 milhão de 
quilômetros da Terra, daqui a duas semanas. Astrônomos esperam olhar para trás no 
tempo até 100 milhões de anos após o Big Bang. 
O telescópio ainda será alinhado e calibrado. Só daqui a 5 meses a agência deverá 
receber as primeiras imagens dele, segundo anunciou na rede social Twitter: 
[...] 
Controladores de voo em Baltimore, no estado americano de Maryland, começaram a 
abrir o espelho primário na sexta (7), desdobrando o lado esquerdo como uma mesa 
suspensa. 
O espelho primário é feito de berílio, um metal leve, porém robusto e resistente ao frio, 
noticiou a agência de notícias americana Associated Press (AP). Cada um de seus 18 
segmentos é revestido com uma camada ultrafina de ouro, altamente reflexiva da luz 
infravermelha. 
Os segmentos hexagonais do espelho, do tamanho de uma mesa de centro, devem ser 
ajustados nas próximas semanas, "para que possam se concentrar em estrelas, 
galáxias e mundos alienígenas que podem conter sinais atmosféricos de vida", disse a 
AP. 
[...] 
Disponível em <https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2022/01/08/telescopio-james-
webb-da-nasa-assume-forma-final- no-espaco-primeiras-imagens-devem-chegar-em-5-
meses.ghtml>. Acesso em 11 jan. 2022 (com adaptações). 
Como base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. 
I. O telescópio James Webb assumiu sua forma final em 8 de janeiro de 2022, quando 
chegou a 1,5 milhão de quilômetros da Terra. 
II. Após calibração e ajuste, o telescópio James Webb terá capacidade de captar imagens 
de até 100 milhões de anos após o Big Bang. 
III. O espelho do telescópio James Webb é composto de 18 segmentos hexagonais de ouro 
recobertos com uma fina camada de nióbio (Nb), que é um metal leve e robusto. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: e. 
II, apenas. 
 
 
• Pergunta 14 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 A era da dispersão 
 Fernando Schüler – 20/01/2022 
O perigo chegou de mansinho. Você precisa entregar aquele projeto, na empresa, e 
quando menos percebe está assistindo a vídeos sobre tsunamis no YouTube. Você 
decide fazer aquela pós-graduação que planejava há muito tempo, mas na sexta-feira 
à noite, no meio da aula, está perdido checando mensagens, no WhatsApp, ou 
bisbilhotando a vida de um monte de gente quevocê mal conhece, no Instagram. 
Leio que nós, brasileiros, gastamos três horas e 42 minutos todos os dias nas redes 
sociais. Pouco mais de dez horas na internet, sendo metade disso em um telefone 
celular. Achei incrível isso. Gastamos mais de vinte horas por mês só no TikTok, e a 
coisa vem crescendo. Fui somando tudo com o que as pessoas presumivelmente fazem 
desconectadas (dormir, por exemplo, ou quem sabe ler alguma coisa) e a conta não 
fecha. A última novidade parece ser o metaverso. Vejo um especialista animado 
dizendo “você poderá ser qualquer coisa por lá, um gato, um coelho, ou mesmo um 
Elvis Presley”, e garante que será a rede dominante no futuro próximo. 
Há quem diga que não vê nenhum problema nisso. A sobrecarga de informação é um 
fato do nosso tempo e é natural que percamos um pouco do dia separando o joio do 
trigo. Há quem vá mais longe e diga que a dispersão no mundo digital pode ser 
mesmo um modo de vida. A psicanalista Elisabeth Roudinesco vai nessa direção. Ela 
diz que “estar o tempo todo conectado é melhor do que usar drogas”. Achei fraco o 
argumento. Sou dos que desconfiam que há um problema bastante grave aí, que em 
geral costumamos empurrar para debaixo do tapete. 
Talvez eu ache isso porque sou professor. Percebo o efeito destruidor sobre a atenção 
dos alunos pela simples presença de um celular em sala de aula. Um estudo feito na 
Universidade Carnegie Mellon mostrou que o desempenho de alunos com seus 
aparelhos ligados, em testes padronizados, é 20% menor do que o de alunos 
inteiramente focados. Outra pesquisa mostra que levamos até 23 minutos para 
 
retomar a atenção quando somos interrompidos. Se fossem dez ou quinze minutos, 
isso não faria lá grande diferença. Esse não é o ponto central. 
O ponto é que andamos em meio a uma guerra. Quem faz o alerta é um ex-
estrategista do Google, James Williams, que lança agora no Brasil seu livro “Liberdade 
e Resistência na Economia da Atenção”. Williams trabalhava no Google exatamente na 
área de “programação persuasiva”. Era pago para criar estratégias de “captura” da 
atenção das pessoas. Em um dado momento, percebeu que ele mesmo havia perdido 
o controle. Não era a primeira vez que tinha acontecido isso. No ensino médio, se 
meteu com games digitais e quase dançou. Depois fez uma carreira de sucesso, na 
indústria da tecnologia, focado em “fidelizar” usuários, até perceber que ele mesmo 
havia sido fisgado. A partir daí, deu um tempo. Foi estudar em Oxford e tentar decifrar 
o problema. 
Ele diz que vivemos uma epidemia. Que há uma indústria inteira focada em capturar 
aquilo que cada um de nós tem de mais importante: nosso tempo e nossa atenção. 
Captura voluntária, feita com técnicas sofisticadas de inteligência artificial, uso de 
cookies, de clickbaits, aqueles conteúdos “caça-cliques” com títulos do tipo “Dez vídeos 
que vão fazer você chorar”, e coisas do tipo. O tempo de atenção de cada indivíduo 
passou a ser milimetricamente monitorado. Tornou-se, ele mesmo, o produto. Há um 
velho conceito de “liberdade como autodomínio” em jogo aí, e é precisamente isso, a 
retomada do controle sobre nossa própria atenção, que Williams enxerga como o 
“grande desafio da nossa época”. 
A informação foi, no passado, um bem escasso. Em “Relatos do Mundo”, Tom Hanks 
faz o papel de um veterano da Guerra Civil que ganha a vida lendo notícias de jornal 
em teatros e igrejas nas pequenas cidades do Velho Oeste. A atenção, à época, era 
abundante, diante da informação rarefeita. A coisa hoje se inverteu. A informação se 
tornou abundante e a atenção, um recurso escasso. Acessamos muito mais 
informação do que precisamos. Ela vem de maneira caótica, em boa parte mesquinha, 
feita de qualquer besteira capaz de capturar nossa atenção. 
Sempre me surpreendo com o oceano de informação irrelevante que toma conta do 
debate público. O acidente de moto do general Pazuello, a “quentinha” do Wagner 
Moura com os sem-teto, a última treta do Zé de Abreu com não sei quem. A lista dos 
trend topics do Twitter é um bom mostruário do besteirol infinito, mas está longe de 
ser o único. O resultado está aí. A política transformada em um exercício permanente 
de incomunicabilidade, em que cada um tem a sensação de ganhar alguma coisa, no 
curtíssimo prazo, e todos perdem, coletivamente. 
O primeiro resultado da dispersão crônica é a perda do sentido de potência e 
realização pessoal. Tenho um amigo escritor que a cada dois anos passa um tempo 
numa pousada, no interior, escrevendo seus livros. Ele guarda o celular em um cofre e 
desliga seu acesso à internet. Ele entra em flow. Um estado de completa imersão no 
que está fazendo. Isso lhe dá um sentido de autodomínio e a sensação de que 
realmente está fazendo o que havia decidido fazer. O modo dispersivo dos meios 
digitais poderia tirar tudo isso dele. Em troca, lhe daria uma sucessão de recompensas 
de curto prazo, em geral inúteis. 
Outro resultado são as microafetações de humor. Há uma tonelada de estudos que 
mostram a conexão direta entre o uso intensivo de redes sociais e o aumento da 
ansiedade e do estresse. A permanente comparação de sua vida real com a vida 
“editada”, dos outros; a raiva que dá, todas as manhãs, ao checar as opiniões do 
político que você odeia e dos queridos amigos que gostam dele. Um grupo de 
pesquisadores da Universidade de Pittsburgh conduziu um amplo estudo identificando 
“uma significativa associação entre o uso das mídias sociais e o aumento da 
depressão”. Eu me lembrei da definição algo poética de Tim Wu sobre a liberdade: a 
possibilidade de “viver sem ansiedade”. No fundo é isso que está em jogo. 
Sou vivido demais para acreditar que produziremos uma “solução coletiva” para esse 
problema todo. Que iremos disciplinar as redes sociais, que as big techs ajustarão seus 
algoritmos, ou que algum cometa cairá sobre a Terra e desligará a internet por duas 
ou três gerações. O mercado e o avanço tecnológico tratarão de despejar mais e mais 
informação sobre a nossa cabeça. 
De modo que me permito deixar um conselho neste ainda quase início de ano: 
larguem um pouco a internet. Em especial, as mídias sociais. Há quem ganhe dinheiro 
com isso, mas não são muitos. A maioria só perde seu bem mais precioso: o tempo. 
Esse bem fugidio, que apenas vai escorregando, sem que a gente perceba, e cujo preço, 
no final, vem na conta de uma tristeza morna por tudo aquilo que deixamos de viver. 
Disponível em <https://veja.abril.com.br/coluna/fernando-schuler/a-era-da-
dispersao/>. Acesso em 05 fev. 2022 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O autor propõe o fim da internet, pois ela é responsável pela falta de concentração das 
pessoas e pelas suas alterações de humor, que geram a depressão. 
II. Segundo o texto, empresas do segmento da internet valem-se de estratégias de 
“programação persuasiva” para captar e manter a atenção dos usuários. 
III. De acordo com o texto, a internet tem aspectos positivos e negativos: o excesso de 
informações faz com que as pessoas se tornem ansiosas, mas o uso contínuo da rede 
impede o envolvimento com drogas. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: b. 
II. 
 
 
• Pergunta 15 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Fundado em 1909, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) vem criando 
um amplo acervo de registros e estudos relativos ao clima no Brasil. Parte desse 
acervo é o conjunto de registros diários das temperaturas máximas e mínimas 
medidas em muitas localidades do nosso país. 
Com os valores máximos e mínimos registrados a cada dia, é possível calcular 
os valores das temperaturas médias diárias e, também, as mais diversas médias, 
tais como médias anuais, médias mensais, médias para verão, para inverno, 
para outono ou primavera, entre outros. 
A figura abaixo apresenta a variação da média anual das temperaturas nas 
últimas 3 décadas, tanto para as temperaturas máximas registradas a cadadia 
quanto para as mínimas e suas médias. 
 
 
 
Com base nas informações, avalie as afirmativas. 
 . As variações das médias anuais das temperaturas máximas e 
mínimas registradas na década de 1990 foram mais acentuadas do que 
as registradas nas décadas seguintes. 
 
I. As médias anuais das temperaturas máximas, mínimas e médias, 
no Brasil, vêm crescendo sistematicamente ao longo das últimas três 
décadas. 
II. A diferença entre a temperatura média máxima e a temperatura 
média mínima em 1989 é a mesma observada em 2000. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: a. 
I, II e III. 
 
 
• Pergunta 16 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir, publicado em 8 de agosto de 2021, no site da Agência de 
Notícias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Com pandemia, setor cultural perde 11,2% de pessoas ocupadas em 
2020 
A pandemia teve forte efeito no setor cultural em 2020, que perdeu, em relação 
ao ano anterior, percentual maior de postos de trabalho do que o total da 
população ocupada no país. Em 2019, 5,5 milhões de pessoas trabalhavam em 
atividades culturais, o que representava 5,8% do total de ocupados. No ano 
passado, eram 4,8 milhões (5,6%), invertendo ganho crescente do setor desde 
2016. Os dados são do Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2020, 
divulgado pelo IBGE. 
Entre 2019 e 2020, as atividades relacionadas à cultura que mais perderam 
pessoal ocupado foram moda, o setor moveleiro, impressão e reprodução, as 
atividades relacionadas a eventos, recreação e lazer. Já as ocupações que mais 
fecharam postos de trabalho foram organizadores de conferências e eventos; 
alfaiates, modistas, chapeleiros e peleteiros; marceneiros e afins; profissionais 
da publicidade e da comercialização. 
“Com raras exceções, a pandemia desacelerou a economia, como foi o caso das 
atividades consideradas não essenciais. No setor cultural, isso ficou ainda mais 
evidente no segmento de eventos e recreação, com o fechamento total de casas 
de espetáculo, cinemas, teatros e outros equipamentos culturais, com a menor 
mobilidade das pessoas para controle do vírus”, explica o analista da pesquisa, 
Leonardo Athias. 
 
 
 
Com base na leitura do texto, avalie as afirmativas a seguir. 
 . A pandemia de covid-19 impactou negativamente os postos de 
trabalho de atividades relacionadas à cultura no ano de 2020. 
I. De acordo com os dados apresentados no gráfico, o número de 
pessoas ocupadas no setor cultural no ano de 2020 representou 
aproximadamente 88% da ocupação observada em 2019. 
II. O ano de 2019 concentrou o maior número de pessoas 
trabalhando em atividades culturais, no período apresentado na série 
histórica. 
 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: e. 
I, II e III. 
 
 
• Pergunta 17 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Em uma simples ida ao supermercado, notamos que os produtos sofrem 
variações de preço. Alguns desses produtos são considerados básicos para a 
alimentação de uma família e compõem a chamada cesta básica. 
Considere o gráfico a seguir, que indica a variação do custo da cesta básica na 
cidade do Rio de Janeiro. 
 
 
 
Com base no gráfico, avalie as afirmativas a seguir, referentes ao período 
representado na figura. 
 . A menor variação do preço da cesta básica no Rio de Janeiro 
ocorreu entre novembro e dezembro de 2019. 
I. O menor valor da cesta básica ocorreu em janeiro de 2019. 
II. Em julho de 2020, o custo da cesta básica era um pouco mais de 
R$500,00. 
É correto o que se afirma apenas em 
 
Resposta Selecionada: e. 
III. 
 
 
• Pergunta 18 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Em 2022, a Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São 
Paulo, comemora 100 anos. O evento marcou oficialmente o nascimento do 
movimento modernista no país. 
Leia o poema abaixo, de Manuel Bandeira, um dos grandes nomes do 
Modernismo brasileiro. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . O texto expõe princípios estéticos que defendem a liberdade formal na 
expressão poética. 
I. O poeta posiciona-se contra o funcionalismo público e as ações 
governamentais, propondo a libertação do povo brasileiro. 
II. O poeta critica o engessamento da poesia e, para isso, cria versos com 
métrica (número de sílabas) e rima regulares. 
É correto o que se afirma somente em 
 
Resposta Selecionada: a. 
I. 
 
 
• Pergunta 19 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia, na figura a seguir, a composição dos preços da gasolina, do diesel e do 
GLP (gás de cozinha) em 22 de março de 2022. 
 
 
 
Com base na leitura e supondo que o consumidor pague cerca de R$8,00 pelo 
litro da gasolina, R$6,00 pelo litro do diesel e R$100,00 pelo botijão de gás de 
cozinha, avalie as afirmativas. 
 . O valor, em reais, do ICMS pago no litro da gasolina é mais do 
que o dobro do pago no litro de diesel. 
I. Quando o consumidor compra o botijão de gás de cozinha por 
R$100,00, ele paga R$17,00 de impostos. 
II. Quando o consumidor abastece o carro com 20 litros de gasolina, 
ele paga quase R$70,00 de impostos. 
É correto o que se afirma em 
 
Resposta Selecionada: e. 
I, II e III. 
 
 
• Pergunta 20 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
A pandemia de covid-19 agravou um problema ambiental já sem controle: a 
produção e o descarte inadequado de plástico. Um trio de pesquisadores da 
China e dos Estados Unidos estimou que, do início da circulação do novo 
coronavírus até 23 de agosto de 2021, 193 países tenham gerado 8,4 milhões 
de toneladas de materiais plásticos a mais do que o normalmente produzido. A 
maior parte (87% do total) corresponde a material de uso hospitalar. Outros 
7,6% se devem à produção de equipamentos de proteção pessoal 
(essencialmente máscaras) e 4,7% a embalagens de produtos comprados on-
line. De todo esse plástico extra, cerca de 25 mil toneladas devem chegar ao 
mar, o equivalente a 1,5% do que já é lançado nos oceanos anualmente. 
Usando modelagem computacional, o grupo do cientista ambiental Yanxu 
Zhang, da Universidade de Nanjing, na China, calcula que em três anos uma 
proporção importante desse plástico deve estar nas praias e no sedimento 
marinho e outro tanto no oceano Ártico. 
Disponível em <https://revistapesquisa.fapesp.br/danos-ambientais-da-covid-19/>. Acesso em 24 fev. 2022 
(com adaptações). 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 . A pandemia de covid-19 é responsável por dar origem ao 
descarte inadequado de plástico no mundo. 
 
I. O total de plásticos lançados nos oceanos em um ano 
corresponde a mais de um milhão de toneladas. 
II. A maioria dos plásticos não é biodegradável e, portanto, persiste 
no ambiente aquático e no seu entorno por muitos anos. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: d. 
II e III, apenas.

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