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Clínica de Grandes I NEONATOLOGIA EQUINA Neonato Potro ao nascimento: ◦ Adaptação neurológica ◦ Cardiovascular ◦ Pulmonar ◦ Gastrointestinal e musculoesquelética Neonato Características básicas de adaptação: ◦ Reflexo de sucção: imediato ◦ Potros normais: decúbito esternal imediato e posicionamento em pé nas 2 primeiras horas Neonato - importante Identificação precoce de uma anormalidade Neonato ≠ de cavalo pequeno Exame clínico pormenorizado – Apgar modificado parâmetros FC FR Tônus Muscular Estímulo nasal Aparência das mucosas 0 Não detectado Não detectado Decúbito e flácido Não responde azulada 1 <60bpm Baixa e irregular Decúbito com tônus Leve contração facial Rósea clara 2 >60bpm 40 a 60mpm e regular Posição esternal Tosse ou espirro Rosada Neonatologia Cuidados básicos com os neonatos: ◦ Defecar o mecônio ◦ Normalmente logo após o nascimento ◦ As primeiras mamadas servem de laxante ◦ Máximo 1ou 2h após o nascimento Sintomas de retenção de mecônio Neonatologia Cuidados básicos com os neonatos: ◦ Ingestão do colostro ◦ Placenta tipo epiteliocorial ◦ Transferência de imunidade passiva ◦ IgG – ID nas primeiras 24h ◦ Qualidade por gravidade >1065 (70g/L IgG) ◦ Fonte alternativa (?) Neonatologia Cuidados básicos com os neonatos: ◦ Cuidados com o coto umbilical ◦ Cauterização química logo após o nascimento (evitar onfaloflebites e septicemias) ◦ Iodo a 3 ou 10% e spray repelente e cicatrizante Exame Físico dos neonatos Particularidades Parâmetros diferentes dos adultos Dependem da fase etária Alteram rapidamente o quadro clínico Neonatos com 1 mês de idade ◦ FC – 60 a 80 bpm ◦ FR – 30 a 60 mpm ◦ TC – 38,5 a 39,5 ºC Neonatologia PRINCIPAIS AFECÇÕES Principais afecções SISTÊMICAS ◦ SEPTICEMIA ◦ Disseminação hematógena de microrganismos ou de seus subprodutos pelo organismo ◦ Principais agentes: Actinobacillus equuli, Escherichia coli, Streptococcus sp., Klebsiella sp ◦ Maioria das mortes dos neonatos nas primeiras semanas de vida (mais comum entre os 7 primeiros dias de vida) ◦ Falha na transferência de imunidade passiva (colostro) ◦ Placentites ◦ Infecção umbilical pós parto NEONATOLOGIA Principais afecções SISTÊMICAS ◦ SEPTICEMIA ◦ Resultado de uma pré infecção in útero ou por inoculação oral, respiratória ou umbilical pós-parto ◦ Demonstração clínica variável – doença multifatorial ◦ Pode transformar-se de infecção generalizada para localizada – colites, pneumonias, artrites, etc. NEONATOLOGIA Principais afecções SISTÊMICAS ◦ SEPTICEMIA ◦ História: ◦ Superpopulação e más condições de higiene, prematuridade (<320 dias de gestação) ◦ Queixa principal: apatia, diminuição nas mamadas. ◦ Sintomas: ◦ Apatia, letargia, decúbito e hiporexia ◦ Febre, desidratação, taquicardia, taquipnéia, alterações pulmonares, diarreia. NEONATOLOGIA Principais afecções SISTÊMICAS ◦ SEPTICEMIA ◦ Exames complementares: ◦ Hemograma (leucocitose > 12000/µl) ◦ Proteína total e fibrinogênio (>500 mg/dl), ◦ Taxa glicêmica (< 90 mg/dl) NEONATOLOGIA Principais afecções SISTÊMICAS ◦ SEPTICEMIA ◦ Tratamento: Sintomático ◦ Antibioticoterapia específica ◦ Ceftiofur (5-10mg/kg, IM – SID) ◦ Fluidoterapia ◦ Alimentação parenteral ◦ Plasma hiperimune ◦ Equilíbrio térmico ◦ Febre – antitérmico (dipirona 22mg/kg) ◦ Hipotermia - aquecer NEONATOLOGIA Principais afecções SISTÊMICAS ◦ Isoeritrólise neonatal ◦ Acomete cerca de 1 a 2% dos neonatos ◦ Incompatibilidade do grupo sanguíneo da égua com a do potro, levando a uma hipersensibilidade do tipo 2 ◦ Com a ingestão do colostro >> o potro absorve anticorpos maternos contra as próprias hemácias ◦ Medula óssea não consegue recompensar esta perda, levando a anemia e hipoxemia. NEONATOLOGIA Principais afecções SISTÊMICAS ◦ Isoeritrólise neonatal ◦ História: ◦ apatia logo após o parto e mucosas amareladas, nas primeiras horas ou dias após o nascimento. ◦ Sintomas: ◦ Mucosas pálidas ou ictéricas ◦ Apatia, fraqueza, hiporexia, taquicardia e taquipnéia ◦ Hemoglobinúria NEONATOLOGIA Principais afecções SISTÊMICAS ◦ Isoeritrólise neonatal ◦ Tratamento: suporte ◦ Alimentação (leite/colostro) ◦ Fluidoterapia ◦ Transfusão Sanguínea ◦ Antibioticoterapia NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA RESPIRATÓRIO ◦ PNEUMONIA POR RHODOCOCCUS EQUI ◦ Afecção pulmonar mais grave em potros ◦ Infecção nas primeiras semanas de vida ◦ Acomete animais entre 1 a 4 meses de idade ◦ Contaminante de solo, enzoótico nos haras ◦ Infecção por via alimentar ou respiratória ◦ Abscessos pulmonares caseosos (pneumonia granulomatosa) NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA RESPIRATÓRIO ◦ PNEUMONIA POR RODOCOCCUS EQUI ◦ História: ◦ Óbito de potros por rodococose em anos anteriores ◦ Queixa principal: potros com “ronqueira”, tosse e febre. ◦ Sintomas: ◦ Apatia , hiporexia e febre (estado geral pode estar bom) ◦ Tosse improdutiva, dispneia (reflexo de tosse positivo) ◦ Auscultação: estertoração sibilante, secreções na traqueia NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA RESPIRATÓRIO ◦ PNEUMONIA POR RODOCOCCUS EQUI ◦ Exames complementares: ◦ Hemograma: leucocitose (>13.000 cel/µl) e fibrinogênio (>1000mg/dl) ◦ Exames de imagem: RX ou Ultrassom ◦ Lavado traqueal (?) – cultura e antibiograma NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA RESPIRATÓRIO ◦ PNEUMONIA POR RODOCOCCUS EQUI ◦ Tratamento: ◦ Rifampicina e Eritromicina (5mg/Kg e 25 mg/Kg respectivamente, VO, TID) ◦ Rifampicina e Azitromicina (10mg/kg), VO, SID cinco dias e depois dias alternados ◦ Anti-inflamatórios não esteroidais ◦ Tratamento suporte NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA RESPIRATÓRIO ◦ PNEUMONIA POR RODOCOCCUS EQUI ◦ Prevenção: ◦ Plasma hiperimune em regiões endêmicas ◦ vacinação das éguas ao final da gestação (?) ◦ Melhor condições sanitárias ◦ Superpopulação ◦ Empoeiramento NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA DIGESTÓRIO ◦ SÍNDROME CÓLICA ◦ Sintomas inespecíficos ◦ Dor abdominal (pior após amamentação) ◦ Sialorreia ◦ Resultado de estresse ou AINEs ◦ Retenção de mecôneo ◦ Úlceras gastroduodenais ◦ Verminose ◦ Uroperitônio NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA DIGESTÓRIO ◦ DIARREIAS ◦ Trata-se de uma afecção bastante comum nos potros e muitas vezes autolimitante ◦ Endoparasitas – Strongyloides westeri ◦ Bactérias – Salmonella, Escherichia coli e Clostridium perfringes ◦ Vírus – Rotavírus e Coronavírus ◦ Importante: manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico dos potros NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA DIGESTÓRIO ◦ DIARREIAS ◦ História: ◦ Queixa principal: diarreia e queda de apetite ◦ Sintomas: ◦ Diarreia fétida ou não, fezes de cores alteradas e muito líquidas, glúteos sem pelos e avermelhados ◦ Apatia, alterações de temperatura corpórea, desidratação, taquicardia, taquipnéia. NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA DIGESTÓRIO ◦ DIARREIAS ◦ Exames complementares: ◦ Hemograma (acompanhamento) ◦ Coprocultura bacteriológica ◦ Coproparasitológico NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA DIGESTÓRIO ◦DIARREIAS ◦ Tratamento: ◦ Fundamental a manutenção da hidratação através da fluidoterapia ◦ Manutenção da ingestão de leite ◦ Antibióticos – somente com confirmação de existência de infecção bacteriana ◦ Agentes adsorventes e protetores de mucosas como o Salicilato de Bismuto, Caulim, Pectina e o Carvão ativado ◦ Probióticos NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA NERVOSO ◦ SÍNDROME DE ASFIXIA NEONATAL (perinatal) (SÍNDROME DE DESAJUSTAMENTO NEONATAL) ◦ Fatores culminam na diminuição ou inibição da oxigenação do sistema nervoso central, hemorragia, edema e necrose tecidual ◦ Partos distócicos ◦ Anemia maternal ◦ Anormalidades placentárias ◦ Aspiração de líquidos placentários ◦ Aspiração de mecônio NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA NERVOSO ◦ SÍNDROME DE ASFIXIA NEONATAL ◦ História: ◦ Parto distócico (demorado) ◦ Queixaprincipal: apatia e sem reflexos após o nascimento ◦ Sintomas: ◦ Amplamente variável na dependência do grau das lesões nervosas. ◦ Apatia, decúbito, perda da relação com a mãe ◦ Sem a maioria dos reflexos normais, hipotonia, dispneia ◦ Rigidez espástica dos membros, tremores, perturbação nervosa e até convulsões NEONATOLOGIA Principais afecções SISTEMA NERVOSO ◦ SÍNDROME DE ASFIXIA NEONATAL ◦ Tratamento: ◦ Cuidados intensivos para a manutenção das funções vitais ◦ Fluidoterapia ◦ Oxigenoterapia ◦ Manutenção da temperatura corpórea ◦ Anti-inflamatório: DMSO (dimetilsulfóxido) 0,5 a 1,0 g/Kg a 10% em solução, IV ◦ Prognóstico reservado NEONATOLOGIA
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