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Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS)

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Causada por: retrovírus – vírus da 
imunodeficiência humana (HIV) 
Caracterizado por: profunda supressão da 
imunidade mediada por linfócitos T 
+ infecções oportunistas 
+ neoplasias secundárias 
+ distúrbios neurológicos 
❖ Epidemiologia: 
-Formas de transmissão do HIV 
• Contato sexual: 
75% de todos os casos no mundo = vírus no 
sêmen/secreções vaginais → entra via abrasões 
na mucosa → inoculação direta na corrente 
sanguínea → infecção das células dendríticas ou 
linfócitos T CD4+ 
Há propagação aumentada de outras DSTs 
concomitantes 
• Inoculação parenteral: 
 Predominantemente usuários de drogas 
IV com receptores de concentrados de 
produtos sanguíneos; 
-Menos comuns (<1 a cada 2 milhões de 
hemotransfusões) 
-Risco de transmissão acidental menor que 0,3% 
-TARV pós-exposição reduz risco adicional em 8x 
-Transmissão por picada de insetos é 
praticamente impossível 
• Transmissão vertical: 
-Mães infectadas → fetos ou RN 
-Transplacentária (no útero) 
-Durante parto 
-Ingestão do leite materno 
-obs: risco praticamente eliminado pela TARV 
materna; 
-risco maior se carga viral alta e/ou corioamionite 
• Grupos principais: 
-Homens homossexuais e bissexuais (50% dos 
casos relatados) 
-Usuários de drogas intravenosas (aprox. 20% dos 
pacientes) 
-Hemofílicos (aprox. 0,5% dos casos) 
-Receptores de sangue ou componentes (aprox. 
1% dos pacientes) 
❖ Etiologia – as propriedades do HIV: 
Retrovírus não transformante da família dos 
lentivírus 
1) HIV-1: mais frequentemente associados à 
AIDS nos EUA, Europa e África Central 
2) HIV-2: doença similar na índia e África 
Ocidental 
HIV- tem envelope lipídico composto por 2 
glicoproteínas: gp120 e gp41 
Há uma variabilidade nas proteínas do envelope 
→ dificuldade de direcionar vacina 
• Genoma viral do HIV: 
Genes retrovirais típicos: gene GAG; gene ENV; 
gene POL = sintetizados como proteína 
precursosa → processada proteoliticamente 
➔ Componentes da TARV são direcionados 
contra: 
Proteases e contra as polimerases retrovirais = 
sem elas, o vírus não consegue se replicar 
➔ Genes não presentes em outros 
retrovírus: 
TAT; VPU; VIF; VER = vão ajudar o HIV a fazer 
transcrição 
Tais genes podem ser alvos terapêuticos 
❖ Patogênese da infecção pelo HIV e AIDS: 
• Via patogênica central da AIDS: 
Há: depleção de linfócitos T auxiliares CD4+ - 
depois → disfunção de linfócitos T auxiliares 
sobreviventes – depois → profunda 
imunossupressão 
**O SNC é outro importante alvo do HIV – 
principalmente por ação dos monócitos 
• Ciclo de vida do HIV: 
Antígeno CD4 → receptor de alta afinidade para 
gp120 do HIB 
➔ Principais correceptores: 
 CCR5: presente nos monócitos ou 
macrófagos ➔ HIVs que usam esse 
correceptor = M trópicos 
 CXCR4: infecção do HIV nos linfócitos T ➔ 
HIVs que usam esse correceptor = T 
trópicos 
Mutações ➔ indivíduos resistentes à cepas de 
HIV M trópicos 
Nos M trópicos ➔ maioria dos HIV durante 
infecção aguda 
T trópicos ➔ no decorrer de uma infecção, os 
mais virulentos vão se acumulando 
 Depois que gp120 interage com CD4 + um 
dos correceptores → a Gp41 altera sua 
conformação – e então → permite que 
vírus seja internalizado – assim → genoma 
sofre transcrição reversa (ele fica livre 
dentro do genoma para ser acoplado 
dentro do núcleo celular – isso gera → 
DNA complementar de fita dupla (pró 
viral) 
Obs: infecções produtivas somente nas células 
de memória e linfócitos T ativados 
Linfócitos T naive são protegidos pela citidina 
desaminase 
➔DNA de fita dupla (pro viral) → os linfócitos T 
quiescentes (adormecidos) = vão receber o DNA 
pró viral e vão transforma-lo em uma forma 
chamada forma epissomal linear 
→Nos linfócitos T proliferantes = quando 
recebem o DNA pró viral = vão ter integração 
direta do DNA pro viral com o genoma da célula 
infectada 
• Após a integração: 
O DNA pró-viral: 
- pode ficar latente por meses/anos 
- pode ser transcrito em células ativas para 
produzir partículas virais 
-NF-kB (citocina)= se liga às sequências terminais 
que flanqueiam genoma do HIV → faz com que 
tenha ativação do vírus que estava em sua forma 
quiescente e → induzem a transcrição viral = 
formação de novos vírus 
• Mecanismos de depleção do linfócito T 
na infecção pelo HIV: 
-HIV cria efeito citopático direto da replicação 
viral → se liga ao linfócito T e vai se replicar 
dentro dessas células 
Com a replicação, há: → interferência na síntese 
proteica do linf. T; → permeabilidade aumentada 
da membrana; 
-O HIV pode destruir progressivamente os órgãos 
linfoides que conduzem a maturação de CD4+ → 
aumenta chance do aparecimento da AIDS 
-Morte celular induzida por ativação crônica das 
células não infectadas (as células começam a ver 
as outras infectadas pelo HIV e começam a 
agredi-las → na intenção de mata-las) 
-Fusão de células via gp120 e morte 
-Ligação gp120 aos LTCD4+ ativando apoptose ou 
eliminação por CTL (linfócitos T citotóxicos) 
• Infecção pelo HIV de linfócitos não T: 
➔Monócitos e macrófagos: 
Brotam quantidades pequenas de vírus; 
São refratários aos efeitos citopáticos do HIV 
Podem agir como reservatórios ou veículos do 
vírus (especialmente para o SNC) 
➔Células dendríticas e células da mucosa: 
Transportam vírus para os linfonodos regionais; 
Células dendríticas foliculares são importantes 
reservatórios para que o vírus possa ficar 
enclausurado 
-partículas virais com anticorpos = fixam-se às 
células dendríticas → causa infecção 
➔Ativação paradoxal de linfócitos B policlonais: 
Há: 
- defeitos nos linfócitos T auxiliares; 
- reativação/reinfecção por CMV e/ou EBV 
- ativação direta por gp41 
- aumento de IL-6 pelos macrófagos → promove: 
estado febril, falta de apetite e recrutamento dos 
macrófagos 
• Patogênese do acometimento do SNC: 
Monócitos infectados: → liberam diretamente 
citocinas tóxicas → induzem produção de NO 
neuronal via gp41 → permite a produção de 
EROS 
-dano neuronal via gp120 solúvel 
❖ História natural da infecção pelo HIV: 
• Primeira fase: 
Disseminação do vírus e síndrome retroviral 
aguda 
 Há: 
-viremia transitória 
-semeadura disseminada do tecido linfoide 
mucoso 
-queda temporária de T CD4 
Obs: pode haver soroconversão pelo anticorpo 
positivo e controle parcial da replicação 
 clinicamente – há: 
Doença aguda autolimitada ➔ manifesta-se por: 
- inflamação na garganta; erupções cutâneas; 
fadiga, mialgia; febre; adenopatia; perda de peso 
- infecção da mucosa: permite que células 
dendríticas epiteliais capturem vírus → seguem 
para linfonodos – vírus, uma vez que estão nos 
linfonodos → infectam TCD4+ por contato direto 
• Segunda fase: 
Há: melhora clínica + recuperação parcial dos 
linfócitos TCD4+ 
-dura = 6-12 semanas 
- linfócitos TCD4+ circulantes = indicam melhora 
ou piora do paciente 
Obs: a carga viral na fase aguda reflete o 
equilíbrio entre HIV e defesas do hospedeiro 
-altas cargas virais no fim da fase aguda = podem 
ser observadas → gera rápida progressão para 
AIDS 
• Terceira fase: 
Latência clínica (apesar de contínua replicação), 
onde há: 
-rápida regeneração dos linfócitos T, contudo, 
com depleção progressiva 
-pode haver declínio da função imune e infecções 
oportunistas menores (ex: candidíase oral) 
Tipicamente – dura: 7-10 anos (depende) 
-Fatores de rápida progressão: levam o indivíduo 
a ter a AIDS 
-Fatores de não progressão: 
5-15% dos pacientes: contagem estável de CD4; 
Baixa carga viral; Livre de sintomas; 
Controladores de elite = 1%: que têm fatores de 
não progressão e acabam não desenvolvendo a 
AIDS 
❖ A AIDS em si: 
Prenunciada pelo rápido declínio nas defesas do 
hospedeiro; 
Se manifesta por: baixa contagem de CD4+; 
aumento na carga viral 
• Clinicamente, o indivíduo tem: 
Febre prolongada; perda de peso e diarreia; 
infecções oportunistas;neoplasias secundárias; 
doenças neurológicas; doenças indicadoras de 
AIDS 
• Categorias clínicas das pessoas que 
podem cursar para AIDS: 
A: Assintomático, HIV agudo (primário) ou 
linfadenopatia generalizada persistente: A1 = 
>500células TCD4+/uL; A2 = 200-499 células 
TCD4+; A3 = < 200 células TCD4+/uL 
B: sintomático, condições não A ou C: B1 = = 
>500células TCD4+/uL; B2 = 200-499 células 
TCD4+; B3 = < 200 células TCD4+/uL 
C: condições indicadoras da AIDS (incluindo 
doença constitucional, neurológica ou neoplasia) 
= já há a síndrome da imunodeficiência adquirida 
❖ Aspectos clínicos da AIDS: 
• Manifestações clínicas: 
 desde síndrome retroviral assintomática a aguda, 
até a infecção ou malignidade potencialmente 
fatal. 
 Características clínicas em sua 
manifestação completa incluem: 
Infecções oportunistas; 
Tumores; 
Doença do sistema nervoso central; 
 
• Infecções oportunistas: 
São responsáveis pela maioria das mortes de 
pacientes com AIDS não tratados; 
A maioria dos casos = representa a reativação de 
infecções latentes e não infecções de novo. 
Obs: a terapia antiretroviral altamente ativa 
(HAART) = modificou significativamente o 
espectro e a frequência dessas infecções 
oportunistas secundárias. 
 Microrganismos que fazem parte das 
infecções oportunistas: 
-Pneumocystis jirovecii: 
Pneumonia; 
Ocorre em 15-30% dos pacientes não tratados 
-Tuberculose e as infecções micobacterianas 
atípicas (infecções fúngicas): 
Ocorrem na fase tardia do quadro de grave 
imunossupressão; 
1/3 das mortes por AIDS em todo o mundo é 
atribuível à tuberculose (causado pelo 
micobacteria tuberculosis) 
-Cândida: 
Patógeno fúngico mais comum (oral, vaginal ou 
esofágico) 
-Citomegalovírus: 
Pode ser sistêmico, porém, com maior frequência 
envolve os olhos e o trato GI 
-Cryptococcus: 
Ocorre em 10% dos pacientes; 
Predominantemente como meningite. 
-Toxoplasma gondii: 
Causa encefalite e é responsável por 50% das 
lesões de massa no SNC 
-Papovavírus JC: 
Causa leucoecefalopatia multifocal progressiva 
-Vírus do herpes simples: 
Manifesta-se como ulcerações mucocutâneas 
crônicas 
-Cryptosporidium, isospora belli, microsporídios, 
micobactérias atípicas e bactérias entéricas 
(Shigella e Salmonella): 
Podem causar diarreia intratável 
 Tumores: 
Ocorrerão em 25-40% dos pacientes com AIDS 
não tratados 
-Uma característica comum é que todos os 
tumores são causados por vírus de DNA 
oncogênico; 
➔ Sarcoma de Kaposi (SK): 
Neoplasia mais comum (embora a terapia HAART 
tenha reduzido sua frequência); 
Células fusiformes: que formam canais 
vasculares; 
Infiltrados inflamatórios crônicos associados: são 
causados pelo herpes-vírus humano 8 (HHV-8, 
também chamado de herpes vírus do SK) 
-A infecção latente por HHV-8 resulta na 
produção de: 
homólogos virais de ciclina D e vários inibidores 
de p53: promovendo a proliferação celular 
-As células infectadas produzem: 
um homólogo viral pró-inflamatório de IL-6 e um 
receptor acoplado à proteína G: induz a liberação 
de fator do crescimento endotelial vascular. 
-Linfócitos B infectados por HHV-8: 
 infectam as células endoteliais, produzindo SK; 
 são fonte de linfomas primários de efusão em 
pacientes com AIDS. 
**O SK associado à AIDS é bem distinto da forma 
esporádica do SK em indivíduos não infectados 
por vírus HIV. 
➔Linfomas: 
Podem ser: sistêmicos, de SNC ou de cavidades 
corporais; 
-10% dos pacientes com AIDS irão desenvolver 
esses tumores 
→Linfomas não Hodgkin de linfócitos B 
agressivos: 
Especialmente extranodais (como o SNC) 
-Etiologia dos linfomas: 
Maioria deve-se à proliferação contínua de 
linfócitos B policlonais, impulsionada pela 
infecção por EBV: seguida pela emergência de 
uma população oligoclonal ou monoclonal, ou 
-->devido hiperplasia de linfócitos B do centro 
germinativo: ocorre inicialmente nas infecções 
por HIV; pode promover a linfomogênese pelo: 
aumento da proliferação de linfócitos B:pela 
aquisição coincidente de mutações oncogênicas 
(ex: em MYC e BCL6) 
➔Outros tumores: 
Carcinoma de células escamosas de cérvice 
uterina e ânus: provavelmente refletindo maior 
suscetibilidade à infecção por Papilomavírus 
humano (HPV). 
Obs: a infecção pelo HIV resulta em diversas 
alterações, que podem auxiliar no 
desenvolvimento de linfomas das células B. 
• Doença do sistema nervoso central: 
Ocorre em 40-60% dos pacientes; 
Além das infecções oportunistas e tumores, os 
pacientes podem apresentar: mielopatia vacular; 
neuropatia periférica; meningite asséptica aguda. 
-É mais comum → uma encefalopatia 
progressiva, designada: complexo demencial 
relacionado com AIDS. 
 encefalite por HIV: 
observa-se o nódulo microglial e as células 
gigante multinucleadas; 
❖ Efeito da terapia antirretroviral (HAART 
ou TARV) no curso clínico da infecção 
pelo HIV: 
Envolve mais de 25 compostos em 6 distintas 
categorias de fármacos; 
Os regimes triplos de fármacos em pacientes 
aderentes são eficazes na redução da carga viral 
até níveis indefinidamente não detectáveis; 
Com a recuperação gradual das contagens de 
linfócitos T, a morbidade têm caído 
proporcionalmente. 
Os pacientes tratados ainda portam o DNA viral 
em seus tecidos linfoides: podem disseminar a 
infecção ou desenvolver a infecção ativa, se 
interromperem o tratamento. 
Longo prazo: pode causar toxicidades, incluindo: 
redistribuição de gordura, resistência à insulina, 
doença cardiovascular prematura e disfunções 
renal e hepática. 
Pode ocorrer: síndrome inflamatória da 
reconstituição imune: pode ocorrer como 
consequência de um sistema imune em 
recuperação na presença de pesada carga de 
micróbios persistentes (ex: micobactérias atípicas 
ou Pneumocystis).

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