Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doenças Benignas do Esôfago Anatomia ● Órgão túbulo-muscular com 25 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro. ● Em endoscopia a medida é contada a partir da arcada dentária superior (ADS). ● O esôfago propriamente dito vai de 16 - 40 cm ADS. ● LIMITE SUPERIOR: C6 no esfíncter esofágico superior → posterior a cartilagem tireóidea. ● LIMITE INFERIOR: T11 o esôfago cervical está localizado mais à esquerda da coluna, o torácico mais a direita e o abdominal mais a esquerda do plano mediano. -Constrições: ● Constrição Broncoaórtica (torácica): esôfago é cruzado pelo arco da aorta e pelo brônquio principal esquerdo. ● Constrição Diafragmática: esôfago atravessa no hiato esofágico do diafragma. -Histologia: ● Mucosa ● Submucosa ● Muscular ● Serosa / Adventícia OBS: os ⅔ superiores tem adventícia e ⅓ inferior (abdominal) tem serosa (peritônio). -Musculatura: ● ⅓ superior é formado por músculo estriado (voluntário). ● ⅓ médio é uma mistura de estriado com liso ● ⅓ inferior é só músculo liso. OBS: um dos principais defeitos do hiato, que promovem o desenvolvimento de DRGE é o ligamento frenoesofágico (fixa o diafragma abdominal). Patologias do Esôfago DRGE -Definição: -Inflamação da mucosa do esôfago, por refluxo do conteúdo gastrointestinal (ácido ou básico). -Etiologia: ● Perda da continência do EEI. ● Problema no ligamento frenoesofágico. -Sintomas: ➔ Pirose (Azia) ➔ Disfagia: dificuldade para engolir (alta, média ou baixa). ➔ Odinofagia: dor para engolir ➔ Dor retroesternal -Classificação: ● Los Angeles: ○ Grau A: erosões de 5mm. ○ Grau B: erosões > de 5mm. ○ Grau C: erosões confluentes acometendo menos de 75% da circunferência do esôfago. ○ Grau D: erosões confluentes acometendo mais de 75% da circunferência do esôfago. OBS: os graus A e B não confirmam diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico. ● Savary-Miller: -Complicações: ● Esofago de Barrett ● Estenoses ● Úlceras ● Sangramento ● Adenocarcinoma esofágico -Tratamento: -Tratamento Medicamentoso: ● Dobrar a dose do inibidor de bomba de prótons ● Procinéticos ● Sintomáticos -Tratamento Não-Medicamentoso: ● Perda de peso ● Fracionamento de refeições ● Elevar a cabeceira da cama ● Cessar tabagismo e etilismo -Cirúrgico: ● Intratabilidade clínica ou complicações ● Estenose ● Ulceração ● Esôfago de Barrett ● Sangramento OBS: avaliar comorbidades, condições clínicas, IMC < 30kg/m² Esôfago de Barrett -Definição: -Metaplasia do esôfago por agressão ácida do estômago. -Mecanismo: Agressão → metaplasia intestinal → displasia → adenocarcinoma -Diagnóstico: EDA + biópsia a cada 6 meses. Hérnia Hiatal ● Tipo 1 - Deslizamento →DRGE ● Tipo 2 - Rolamento → DRGE e diminuição da distensão gástrica e dor torácica. ● Tipo 3 - Mista → volvo -Qualquer extensão de epitélio colunar que tenha metaplasia intestinal na biópsia. -Diagnóstico: ● EDA ● Raios-X contrastado de EED ● Phmetria e manometria: exames mais utilizados atualmente. -Tratamento: -Tratamento Medicamentoso: ● Inibidor de bomba de prótons ● Procinéticos ● Sintomáticos -Tratamento Não-Medicamentoso: ● Perda de peso ● Fracionamento de refeições ● Elevar a cabeceira da cama ● Cessar tabagismo e etilismo -Cirúrgico: ● Redução do conteúdo herniário ● Reconstrução do segmento abdominal do esôfago ● Hiatoplastia ● Fundoplicatura total floppy Nissen Megaesôfago/Acalasia -Definição: -Dilatação esofágica (acalasia) por disfunção da musculatura, trazendo dilatação progressiva com comprometimento da propagação do alimento. -Sintomas: ➔ Disfagia (progressiva) ➔ Tomar líquido após a ingestão de sólido para conseguir progredir o alimento ➔ Perda de peso ➔ Pneumonia aspirativa -Etiologia: ● No Brasil a causa mais frequente é a doença de Chagas ● Esclerodermia ● Congênito -Classificação em Grau: -Classificação em Tipo: ● Incipiente: < 4 cm (grau I), sem perda do eixo esofágico ● Não-avançada: 4-10cm (graus II e III), sem perda do eixo esofágico. ● Avançada: > 10cm (grau IV), horizontalização do esôfago, aperistalse esofágica -Diagnóstico: ● EDA com cromoscopia e lugol: não faz o diagnóstico do megaesôfago, mas faz o diferencial com doenças neoplásicas. ● Esôfago-estômago-duodeno contrastado: ○ Afilamento do terço distal (“rabo de rato”). ○ Ausência de bolha gástrica ● Manometria esofágica: ○ Hipertonia do esfíncter inferior do esôfago (EIE) ○ Aperistalse esofágica ○ Aumento da pressão basal do esôfago. ● US de abdome superior ● Tempo de esvaziamento gástrico ● Sorologia para doença de Chagas -Tratamento: ● Incipiente: dilatação endoscópica com balão, toxina botulínica, bloqueador de canal de cálcio. ● Não-avançada: cardiomiotomia anterior (+6cm até -2cm da TEG) com fundoplicatura posterolateral-anterior videolaparoscópica (Heller-Pinotti). ● Avançada: esofagectomia subtotal com esofagogastroplasia cervical Varizes Esofágicas -Definição: ↑ de pressão nas veias que drenam o esôfago, logo o risco de ruptura é maior → hematêmese. -Mas a principal causa de ruptura das veias varicosas é o trauma: álcool, alimentos de consistência endurecida. -Associado ao trauma, a cirrose também exerce papel fundamental, visto que altera componentes da cascata de coagulação. -Diagnóstico: ● EDA Estenose Cáustica -Definição: -Corrosão por agente químico. -Classificação: Divertículo de Zenker -Definição: -Herniação das camadas mucosa e submucosa do esôfago cervical entre as fibras oblíquas do músculo constritor inferior da faringe e as fibras horizontais do músculo cricofaríngeo (triângulo de Killian). -Fisiopatologia: -Comprometimento do relaxamento da musculatura cricofaríngea → alta pressão. -Sintomas: ➔ Disfagia ➔ Tosse, mau hálito ➔ Pneumonia aspirativa -Diagnóstico: ➔ Eesôfago-estômago-duodeno contrastado ➔ EDA para descartar neoplasias -Tratamento (sintomáticos ou > 1cm): -Cirúrgico: ● Procedimento: diverticulectomia ou diverticulopexia + miotomia da musculatura cricofaríngea. ● Vantagem: tratamento do divertículo e da sua causa. ● Desvantagem: procedimento cirúrgico sob anestesia geral, geralmente pacientes idosos e com comorbidades. -Endoscópico: ● Procedimento: diverticulotomia endoscó- pica (secção do septo), miotomia endoscópica. ● Vantagem: menos invasivo. ● Desvantagem: maior chance de recidiva
Compartilhar