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MARKETING DE SERVIÇOS Vanessa Foletto da Silva Qualidade dos serviços Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar o conceito de qualidade dos serviços e sua posição estratégica. � Listar as lacunas que compreendem a qualidade de serviços. � Reconhecer a qualidade dos serviços como norteadora para resultados estratégicos. Introdução Compreender os fatores determinantes de qualidade na visão estratégica da organização e na percepção do cliente é fundamental para garantir percepção de valor, satisfação e lealdade dos clientes em curto, médio e longo prazo. Neste capítulo, você vai estudar o modelo de lacunas na qualidade dos serviços, o que engloba a visão do cliente quanto aos serviços prestados e a visão da empresa que presta serviços ao cliente. O conceito de qualidade dos serviços e sua posição estratégica A palavra qualidade é ampla e utilizada em infinitas situações. Podemos obser- var, contudo, que sempre que nos referimos à qualidade, em qualquer situação, esta vai depender inevitavelmente de vários fatores, que, modificados, podem alterar a percepção de qualidade. A noção de qualidade varia em cada pessoa ou setor, que tem ou cria seu próprio conceito. Pode-se dizer, resumidamente, que qualidade é a ausência de qualquer defeito. Tecnicamente, qualidade pode ter dois significados, as características de um serviço ou produto, que dão suporte na satisfação de requisitos específicos ou implícitos, ou, ainda, um serviço ou produto sem deficiências. Na maioria dos casos, o conceito recai na perspectiva do cliente, dizendo que a qualidade percebida correspondeu ou mesmo superou sua expectativa inicial, ou seja, está diretamente relacionada com o nível de satisfação do cliente. Sua satisfação é função e reação ao desempenho percebido e das expectativas criadas. A qualidade percebida pelo cliente está diretamente relacionada ao seu nível de satisfação em função do desempenho percebido e das expectativas geradas. Há três possibilidades nas relações entre expectativas e percepções: a expectativa é menor que sua percepção; a qualidade percebida é boa, quando a expectativa é igual à percepção da qualidade percebida, é aceitável; e, por fim, quando a expectativa é maior que a percepção, a qualidade percebida é muito pequena. O serviço ao cliente é um processo que tem por finalidade fornecer benefícios significativos de valor agregado. Um programa de serviço ao cliente deve identificar e priorizar todas as atividades destinadas a atingir objetivos e, além disso, deve incorporar medidas de monitoramento e desempenho. É preciso implementar uma política de melhoria permanente, sem acomodação, para não ser ultrapassado pelo crescimento e pela evolução da concorrência. O que sabemos por estratégia, ou, ainda, o que sabemos sobre a capaci- dade das empresas para alcançar um desempenho superior e competir? Em primeiro lugar, sabemos que para se ter uma estratégia adequada, é preciso ter uma meta adequada e plausível, nada mais nada menos que ter um excelente retorno. Ao desenvolver sua estratégia de serviços ao cliente, deve observar qual segmento pretende alcançar, especificamente na prestação de serviços, em que os empregados desempenham um papel fundamental, porque são aqueles que criam o produto e se comunicam com o consumidor diretamente. Os indicadores de desempenho têm importância fundamental na gestão da empresa. É primordial entender o planejamento estratégico e ter objetivos definidos de maneira clara no momento da definição das metas a serem al- cançadas. Partindo disso, a elaboração e a gestão dos indicadores de desem- penho podem e devem estar direcionadas ao monitoramento da evolução dos resultados e servir como parâmetro no processo de tomada de decisões e/ou na elaboração de um melhor rendimento. Existem outros indicadores que são relevantes e que devem ser considerados, como o de produtividade, qualidade, capacidade e estratégia, que orientam e dão a real situação da empresa com relação aos objetivos traçados e alcançados. O êxito na gestão de qualidade está ligado diretamente ao esforço e ao trabalho de equipe. É importante selecionar no mercado de trabalho os recursos humanos daqueles profissionais mais preparados e com maior potencialidade Qualidade dos serviços2 e aptidão para exercer funções na organização. A gestão da qualidade deve ser um processo ininterrupto, por meio de manutenção, procura e permanente atualização dos seus profissionais, gerando vantagem de competitividade e maior sustentabilidade. As características básicas dos serviços, a intangibilidade, a heterogeneidade e a inseparabilidade, necessitam ser estudadas e consideradas para se ter um entendimento conclusivo do que seja realmente qualidade de um bem. “Na simultaneidade, serviços são consumidos quase que simultaneamente ao mo- mento em que são produzidos, tornando difícil ou quase impossível detectar e corrigir as falhas antes que elas ocorram e afetem o cliente” Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988 apud FREITAS, 2005, p. 4). “A produção e o consumo dos serviços são inseparáveis” (CARMAN; LANGEARD, 1980). Por isso, a qualidade dos serviços não pode ser arquitetada na fábrica e depois entregue intacta ao consumidor. Em serviços intensivos em trabalho, por exemplo, a qualidade ocorre durante a prestação do serviço, normalmente numa interação entre o cliente e a pessoa de contato da empresa prestadora (CARMAN; LANGEARD, 1980). A empresa prestadora também pode ter menos controle administrativo sobre a qualidade dos serviços nos casos em que a participação do consumidor seja intensa (por exemplo, cortes de cabelo e consultas médicas), porque o cliente afeta o processo. Nessas situações, o input do consumidor (descrição do resultado do corte de cabelo e descrição dos sintomas) passa a ser crítico para a qualidade da prestação de serviços. A intangibilidade dos serviços diz respeito àqueles que têm um caráter não tangível, ou seja, que se possa medir ou tocar, não é um produto físico, que pode ser armazenado. A maioria dos serviços é intangível (LOVELOCK; WRIGHT, 2002). Serviços não são objetos, mas são prestados, envolvendo o desempenho dos prestadores de serviço. Por isso, raramente é possível estabelecer especificações de fabricação precisas quanto a uma qualidade uniforme. Os serviços, em sua maioria, não podem ser contados, medidos, inventariados, testados e verificados antes da venda para garantir a qualidade. Por causa da intangibilidade, a empresa pode ter dificuldades para entender como os consumidores percebem seus serviços e avaliam a sua qualidade. A heterogeneidade dos serviços é aquela que contém muito trabalho e o forte relacionamento do fator humano; sua prestação varia de um produtor para outro, assim como de cliente para cliente ou mesmo de um dia para outro. Não se pode garantir uma qualidade que seja uniforme, ou seja, a sua realização varia em cada momento e de cliente para cliente. 3Qualidade dos serviços As lacunas que compreendem a qualidade de serviços Existe uma gama de discrepâncias, que podemos chamar de lacunas fun- damentais, que existem entre as percepções de qualidade de serviço pelos gestores e as tarefas relacionadas à prestação de serviço aos consumidores. Essas lacunas, se não observadas ou corrigidas, podem ocasionar grandes obstáculos nas tentativas de se prestar um serviço de reconhecida qualidade. A lacuna existe entre a expectativa do consumidor e a percepção da admi- nistração. Algumas observações de executivos sobre o que os consumidores esperam de um serviço de qualidade, em estudos e pesquisas realizados, foram convergentes ou iguais às expectativas dos consumidores. Porém, ocorreram discrepâncias importantes entre as percepções dos executivos e as expectativas dos consumidores, como em relação a privacidade, segurança, manutenção e reparos. A partir da aplicação do SERVQUAL, serviço versus qualidade,é possível desenvolver um modelo conceitual que identifica e explica as lacunas que originam as deficiências da qualidade, ou seja, diferenças entre as expectativas e a percepção. Portanto, a lacuna do cliente consiste na diferença existente entre as suas expectativas e as percepções com o serviço recebido. Em uma situação que seria perfeita, as expectativas e as percepções seriam iguais, em que o cliente perceberia que está recebendo exatamente o que ima- ginou que deveria receber. Isso na teoria, porque na prática não é bem assim que funciona. De uma maneira geral, o objetivo do empreendedor, baseado em informações sobre as expectativas e percepções do cliente, é diminuir ao máximo essa distância. Partindo de pesquisas e estudos, Lovelock e Wright (2002, p. 108-109) afirmam que: [...] a qualidade do serviço é o grau em que um serviço atendeu ou supera as expectativas do cliente. Se o cliente recebeu um serviço acima de sua expec- Qualidade dos serviços4 tativa, isto é, foi percebido abaixo do esperado o grau de satisfação será baixo. A qualidade é julgada de acordo com a satisfação percebida. Partindo desse estudo, é possível reunir em sete as lacunas e os principais desafios para quem administra a qualidade de serviços. Confira o Quadro 1. Fonte: Adaptado de Dettmer, Socorro e Katon (2002, p. 7-8). Lacuna no conhecimento A diferença entre o que os fornecedores de serviço acreditam que os clientes esperam e as necessidades e expectativas reais do cliente. Lacuna nos padrões A diferença entre percepções da administração sobre as expectativas do cliente e os padrões de qualidade estabelecidos para a entrega do serviço. Lacuna na entrega A diferença entre padrões de entrega especificados e o desempenho real do fornecedor de serviço. Lacuna nas comunicações internas A diferença entre aquilo que o pessoal de propaganda e vendas julga que são as características do produto, desempenho e nível de qualidade do serviço e aquilo que a companhia realmente é capaz de entregar. Lacuna nas percepções A diferença entre aquilo que é realmente entregue e aquilo que os clientes percebem ter recebido (porque são incapazes de avaliar acuradamente a qualidade do serviço). Lacuna na interpretação A diferença entre aquilo que as campanhas de comunicação de um fornecedor de serviço realmente prometem e aquilo que um cliente acha que foi prometido por essas comunicações. Lacuna no serviço A diferença entre o que os clientes esperam receber e suas percepções do serviço que é realmente entregue. Quadro 1. Lacunas e desafios para quem administra a qualidade de serviços. Os administrados de serviços devem ter em mente de que mesmo antes de adquirir um serviço, este já tem uma expectativa sobre sua qualidade. Depois de concretizado, ele inevitavelmente compara a qualidade esperada e quilo que lhe foi entregue. A diferença entre o desempenho do fornecedor e as suas expectativas forma uma lacuna da qualidade, que serve de alerta e 5Qualidade dos serviços impõe uma melhoria na qualidade do serviço, diminuindo, assim, a lacuna existente (SANTOS, 2012). Na identificação dos critérios ou componentes de avaliação utilizados pelo cliente para avaliar a qualidade do serviço, podem ser reunidas cinco categorias, a saber: resposta, que é a disposição em auxiliar o cliente e prestar um serviço rápido; garantia do conhecimento e amabilidade do funcionário, agregada à capacidade de gerar e transmitir segurança e confiança; tangíveis que se relacionam às aparências das instalações, dos meios, do pessoal e do material de comunicação; empatia no cuidado e atenção personalizada dedicada ao cliente; e, por último, confiabilidade, que reside na capacidade de executar e entregar um serviço de forma confiável e precisa, conforme lhe foi prometido. A empresa, ou o empreendedor, que está realmente comprometida e de- dicada em servir e apresentar serviços com qualidade deve obrigatoriamente atentar a vários fatores, sendo alguns deles o monitorar a opinião do cliente, identificar dificuldades e propor melhorias. Com o objetivo de orientar, per- mitindo-se identificar e preencher as lacunas, uma empresa deve dominar os aspectos descritos a seguir. Lacuna 1 Saber o que os clientes esperam. Providências: visualizar melhor qual o seu cliente; realizar pesquisas qualitativamente e quantitativamente sobre as expectativas do cliente periodicamente, porque as expectativas mudam; identificar o significado de qualidade do cliente, aquilo que os satisfazem, como segurança, flexibilidade, credibilidade, atendimento, entre outros; gerar canais de comunicação; aproximar o cliente, possibilitando dar sugestões e reclamar; excluir os elevados níveis de autoridades, os funcionários precisam estar próximos dos clientes para identificar seus desejos e ponderações; e investir em treinamento de pessoal, aumentando a comunicação do funcionário e do cliente. Lacuna 2 Estabelecer os padrões corretos para a qualidade do serviço. Medidas corretivas: enumerar todos os fatores relativos à necessidade do cliente, iden- tificando as secundárias com a devida atenção; e analisar todo o ciclo dos serviços, examinando suas etapas, do ponto de vista do cliente. Qualidade dos serviços6 Lacuna 3 Garantir que o desempenho do serviço atende aos padrões. Providências devidas: adaptar o processo às expectativas do cliente, identificando os ins- trumentos de contato com o cliente e adequando as suas expectativas; adaptar tecnologia ao trabalho, possibilitando sua satisfação; estabelecer padrões e modos de operação para orientar funcionários, não comprometendo a flexi- bilidade e a autonomia; estabelecer medidas de desempenho, com o objetivo de aumentar sua capacidade e atingir os objetivos com maior qualidade; e aplicar ferramentas de análise da qualidade, pelos quais se possa medir o nível de qualidade atingido. Lacuna 4 Assegurar que a entrega corresponde às promessas feitas. Medidas correti- vas: coordenar operações e marketing, em razão da comunicação direta com o cliente; criar expectativas racionais, não criando falsas expectativas, superiores às que as operações podem executar (a mídia responsável pela criação das expectativas do cliente com relação ao serviço, que deve corresponder ao que foi anunciado); comunicar no decorrer do processo; e ficar atento a possíveis falhas durante o processo, estimulando a comunicação entre prestador e cliente, possibilitando a correção das expectativas. Lacuna 5 Falha na percepção do cliente. Resulta das lacunas 1 a 4, em razão de o prestador falhar em não identificar de forma adequada e correta as expectativas do cliente. Determina, então, a melhor maneira que vai atender, desencorajando expectativas criadas. O cliente pode entender o serviço de forma diferente ao que foi prometido e anunciado. 7Qualidade dos serviços A qualidade dos serviços como norteadora para resultados estratégicos Com a ausência de evidências tangíveis, que embasariam a avaliação da qualidade, os clientes dependem de outras informações. Alguns autores su- geriram que o preço se torna um indicador importante e crucial de qualidade de serviço, na falta de outros parâmetros. Em razão da intangibilidade dos serviços, uma empresa pode ter maiores dificuldades em entender como os consumidores reagem e percebem os serviços e sua qualidade. “Quando um prestador de serviços souber como seu serviço será avaliado pelo consumidor, poderemos sugerir como influenciar essas avaliações numa direção desejável” (GRÖNROOS, 1993 apud PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006, documento on-line). Qualidade nada mais é do que uma comparação entre expectativas e de- sempenho (GRÖNROOS, 1993). A satisfação com os serviços está relacionada com a conformação ou a negação de suas expectativas. Segundo Churchill Junior e Surprenant o paradigma da “desconfirmação”, “a satisfação está relacionada ao porte e à direção da experiência da ‘desconfirmação’, onde a ‘desconfirmação’ estárelacionada às expectativas iniciais da pessoa” (1982 apud PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006, documento on-line). Informações e pesquisas recentes demonstram que, num curto espaço de tempo, a oferta de uma qualidade superior vai melhorar a lucratividade ao possibilitar a prática de aplicar preços melhores. Em um longo prazo, a melhoria referente à qualidade é uma forma eficaz para conquistar mercados e aumentar sua participação. Administração. Conhecer as concorrências. Para ser mais rentável que os competidores somente há duas alternativas: ter preços mais altos que a concor- rência, ter custos mais baixos que o rival, e entregar um produto de qualidade e valor compatível. Isto é uma questão matemática simples, mas ao mesmo tempo é algo que muitas empresas não consideram. A maioria das indústrias sabe qual é a sua rentabilidade comparada, mas não conseguem entender bem por que a rentabilidade que possuem é maior ou menor (PORTER, 2018, p. 3). Vale sempre lembrar que um cliente satisfeito e bem atendido sempre retorna e vai consumir novamente. Fica fidelizado após uma experiência positiva e certamente vai recomendar a outras pessoas, futuros clientes, fazendo uma propaganda do serviço sem qualquer custo. Em face dos elementos que inte- gram a percepção de qualidade em serviço do cliente, estudiosos recomendam para as empresas que estas devem fortalecer a imagem e dar amostras claras Qualidade dos serviços8 de qualidade aos seus clientes e consumidores, combinando alguns fatores e desenvolvendo uma estratégia de qualidade na prestação de serviço pela empresa. Por exemplo, oferecer ao cliente serviços rápidos e eficientes, em um espaço curto de tempo, apresentando os principais atributos da qualidade a partir da visão do cliente considerados na sua avaliação referente ao serviço, possibilitando, assim, o desenvolvimento de um método capaz de mensurar suas expectativas e percepções em cada uma das dimensões, possibilitando também a identificação da qualidade observada pelo cliente nos serviços que lhe foram prestados. Quanto mais a concorrência e a competição entre as empresas aumentam, mais o cliente fica exigente e crítico em relação a padrões de qualidade de serviços e atendimento, que são determinados em função de o mercado estar cada vez melhor. Para evitar que os serviços sejam fornecidos com qualidade baixa, Grönroos (1993) indica cinco medidas que devem ser implementadas pelas organizações: � desenvolver instrumentos de pesquisa para entender as reais necessi- dades e expectativas (explícitas e implícitas) dos clientes; � transformar as necessidades e as expectativas do consumidor em projetos de serviços que possam realmente atendê-los; � transformar o projeto em especificações adequadas de serviço ou pa- drões que possam ser implementados (nesta etapa, benchmarking é uma técnica recomendada); � prestar os serviços em conformidade com as especificações estabelecidas; � não criar expectativas que não possam ser atendidas ou cumpridas (gap entre as expectativas do cliente e o atual serviço fornecido). Conforme as características dos serviços, um modelo de gerenciamento que busca a excelência pode ser composto por três elementos, sendo o cliente a peça fundamental para que a empresa alcance o sucesso. Segundo Albrecht (1998, p. 32 apud FREITAS, 2005, p. 7), tais elementos são: 9Qualidade dos serviços � Foco do serviço: consiste nos procedimentos e ações que devem ser planejados e implementados para que retratem os reais desejos e ne- cessidades do cliente. � Funcionários: são todas as pessoas pertencentes à organização e que, uma vez conhecido o foco do serviço, devem estar preparados para realizá-lo. � Suporte técnico: neste aspecto estão englobados sistemas, técnicas e procedimentos que auxiliam a prestação dos serviços. Para atingir os resultados esperados, é necessário planejamento e ação. Com estratégia, deve-se estabelecer o que deve ser feito para alcançar um objetivo. Por outro lado, o projeto revela como funcionará, na prática, a efetivação das medidas definidas por uma decisão estratégica. É no projeto que os recursos são definidos e destinados, para se atingir os resultados almejados. Os projetos são feitos e implementados pelas empresas, para possibilitar uma política de inovação ou de melhoria nos processos existente na organização, ou, ainda, de criação de novos projetos que propiciem mais valor e rentabili- dade para o negócio, sem desconsiderar que o investimento em qualidade dos serviços deve ser permanente, por ser fundamental nesse processo. Considerando todos os aspectos anteriores, para manter-se competitiva no mercado de trabalho, a empresa deve ter uma política voltada para a inovação, que faça parte da sua estratégia, nunca desconsiderando que é preciso investir na melhor qualidade dos serviços ou criar novos ambientes, que podem ser, por meio de novas formas ou canais de comunicação, que interajam com cliente, parceiros, fornecedores, sócios, etc. É preciso, ainda, investir em desenvolvi- mento e pesquisa, pois são fundamentais para atingir o topo ou se manter nele. Segundo Lovelock e Wright, os desempenhos de serviço que surpreendem e encantam os clientes por ficarem acima do esperado são vistos como de qualidade superior. O oposto traz insatisfação aos consumidores. Se o produto ou serviço for dentro do esperado, é considerado adequado. É justamente aí que o concorrente com qualidade superior vem fazer-lhe uma visita. Não se devem deixar lacunas na satisfação do cliente, pois isso afeta diretamente a qualidade percebida no que diz respeito à empresa. Ainda com base nos estudos de Lovelock e Wright (2001, p. 113-114) iden- tificamos os vários níveis de satisfação ou insatisfação experimentados pelos clientes após cada experiência com o serviço de uma empresa à medida que está atende ou ultrapassa suas necessidades. Os clientes são assim classificados: � 1= muito insatisfeito Qualidade dos serviços10 � 2= relativamente insatisfeito � 3= indiferente � 4= relativamente satisfeito � 5= muito satisfeito. Suas pesquisas demonstram que os clientes classificados entre 0 e 3 são muito inclinados a desertar da empresa, visto que suas expectativas quanto ao serviço não foram superadas. Os clientes com nota 4 foram parcialmente satisfeitos; o serviço é no mínimo adequado, isto é, suas expectativas foram iguais às suas percepções. Significa que a qualquer momento um serviço concorrente pode oferecer maiores vantagens e atrair o cliente. E, finalmente, os clientes classificados como 5 foram encantados e permanecerão fiéis à empresa. Provavelmente farão um boca a boca em seu favor. 11Qualidade dos serviços ALBRECHT, K. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. CARMAN, J. M.; LANGEARD, E. Growth strategies of service firms. Strategic Management Journal, v. 1, n. 1, p. 7-22, jan./mar. 1980. CHURCHILL JUNIOR, G. A.; SURPRENANT, C. An investigation into the determinants of customer satisfaction. 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São Paulo: Saint Paul, 2016. MADERO, J. F. Gestão de escritórios de advocacia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. Qualidade dos serviços12
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