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Sistemas Temporizadores do Organismo

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Ritmos que se repetem a cada dia são chamados de circadianos, 
sendo os que possuem uma frequência maior (menor que um dia) 
são os ultradianos e os que possuem uma frequência menor (maior 
que um dia) são os infradianos. 
Os sistemas temporizadores do organismo são formados por 3 
componentes, sendo eles os aferentes, os marcapassos e os 
eferentes. Eles induzirão o organismo a operar em ritmos bem 
sincronizados com os ciclos naturais. 
Um dos marcapassos do sistema temporizador circadiano fica no 
diencéfalo: 
 
O nome dele é núcleo supraquiasmático, já que está situado no 
hipotálamo, bem acima do quiasma óptico. Trata- se de um par de 
núcleos pequenos que recebem axônios de ambas as retinas, 
originários de células ganglionares que, ao mesmo tempo, são 
fotorreceptores, capazes de detectar mudanças de luminosidade do 
ambiente através de um pigmento fotossensível chamado de 
melanopsina. Esses axônios são GLUTAMATÉRGICOS e saem do 
trato óptico logo após o cruzamento quiasmático para formar um 
feixe curto, chamado de retino-hipotalâmico. Uma outra região do 
sistema visual estende axônios para o núcleo supraquiasmático: o 
tálamo, especificamente a porção ventral do núcleo geniculado 
lateral. 
As aferências que chegam até o núcleo supraquiasmático portanto 
são adequadas à função que se postula para ele: de temporizador 
circadiano. Ou seja, capaz de gerar um ritmo acoplado ao ciclo dia-
noite. A luz é absorvida pela melanopsina das células ganglionares 
fotorreceptoras, cujos axônios excitatórios ativam os neurônios 
supraquiasmáticos, e esses, portanto, aumentam a frequência de 
disparos durante o dia, diminuindo durante a noite. 
Para onde vão as eferências do tal núcleo supraquiasmático, 
localizado no hipotálamo, temporizador circadiano? 
Esses neurônios se dividem em duas classes principais: os que 
projetam para diversos outros núcleos do hipotálamo e os que 
projetam para o prosencéfalo basal e o tálamo. O acesso aos demais 
núcleos hipotalâmicos faz com que seja possível influenciar diversas 
funções autônomas/viscerais, enquanto que a eferência para o 
tálamo permite uma influência sobre os comportamentos motivados. 
Assim, o núcleo supraquiasmático confere periodicidade às funções, 
não participando delas, já que essas funções continuam normais 
exceto quanto à ritmicidade. 
A luz é o que efetivamente sincroniza o marcapasso com o ciclo dia-
noite, sendo o estímulo temporizador. Sua influência chega ao núcleo 
supraquiasmático através das fibras retino-hipotalâmicas. 
Quando o neurônio marcapasso se despolariza a cada ciclo, o 
potencial de repouso se aproxima do limiar de disparo do neurônio, 
e então surgem potenciais de ação que, naturalmente, são 
conduzidos adiante pelo axônio. Na repolarização, o potencial de 
repouso é restaurado ao seu valor normal, mas logo volta a se 
despolarizar lentamente e o ciclo se repete. Essa é uma propriedade 
intrínseca da membrana dos neurônios marcapasso. 
As conexões eferentes do núcleo supraquiasmático (com outros 
núcleos hipotalâmicos e com o prosencéfalo basal) veiculam os 
comandos para que algumas das funções autônomas, 
neuroendócrinas e comportamentais (inclusive a vigília-sono) possam 
ser regulados de acordo com o período de 24 horas. 
*Existem outros relógios biológicos para controlar os ciclos não 
circadianos. O mais conhecido deles fica no epitálamo, uma porção 
do diencéfalo localizada posteriormente ao tálamo. Sua parte mais 
saliente se chama gândula pineal ou epífise, emergindo do 
diencéfalo como um pequeno cogumelo, ficando ligeiramente sobre 
o mesencéfalo. A pineal é um marcapasso infradiano (frequências 
menores que um dia. 1x no mês, por exemplo). A luz também é um 
estímulo para a pineal, mas o circuito responsável é mais indireto 
que o supraquiasmático temporizador circadiano): 
Nesse caso, estarão envolvidos o feixe retino-hipotalâmico, já 
mencionado; conexões do supraquiasmático com outros núcleos do 
hipotálamo (especialmente o núcleo paraventricular); longas 
projeções descendentes desses núcleos para o corno 
intermediolateral da medula espinal, onde ficam os neurônios da 
divisão simpática do SNA; as fibras pré-ganglionares que inervam o 
gânglio cervical superior; as fibras pós-ganglionares que inervarão a 
pineal, utilizando a noradrenalina como neurotransmissor. 
 
O que faz a pineal? 
Sob ativação simpática, as células da pineal aumentam a síntese do 
hormônio melatonina. Uma das ações desse hormônio é reduzir a 
atividade das gônadas durante o inverno, pois é quando as noites 
são mais longas e os dias mais frios. Esse hormônio é o efetuador 
de fenômenos fisiológicos que variam com as estações do ano. 
O ciclo vigília-sono é um dos ritmos circadianos, sendo, portanto, 
também sincronizado pelo sistema temporizador regido pelo núcleo 
supraquiasmático. Nós temos sistemas moduladores que podem ser 
específicos ou difusos. 
Os sistemas moduladores difusos controlam o nível de consciência 
e o comportamento do indivíduo. Podemos estar acordados, alertas, 
distraídos, sonolentos e dormindo profundamente, sendo que isso 
tudo pertence a um mesmo espectro de níveis de consciência e de 
comportamento que oscilam a cada 24 horas, em um ciclo conhecido 
como vigília-sono. 
Diferentes sistemas difusos foram identificados, e a maioria dos 
neurônios que lhes dão origem reside no tronco encefálico, às vezes 
reunidos em núcleos bem definidos, outras vezes frouxamente 
distribuídos em meio a uma rede de fibras nervosas dispostas em 
todas as direções constituindo um conjunto que recebe o nome 
genérico de formação reticular. Essa formação reticular se estende 
desde o bulbo até o mesencéfalo. Muitos neurônios dela irão 
preencher as condições para exercer funções moduladoras difusas 
como: ter corpos celulares pequenos, axônios ramificados com ramos 
ascendentes (agindo sobre o diencéfalo e o telencéfalo) e também 
ramos descendentes, que chegarão à medula. 
*A estimulação elétrica da formação reticular mesencefálica causava 
modificação no EEG semelhante à que ocorre na transição sono-
vigília. Assim, a formação reticular funciona como um centro interno 
de controle do estado geral do cérebro. Vale mencionar também que 
a mesma formação reticular que ativa o cérebro na transição à vigília 
também é ativada durante um determinado estado do sono (sono 
paradoxal) (sistema modulador colinérgico, descrito mais a frente). 
O cérebro controla ativamente o sono, sendo estimulado pela 
formação reticular mesencefálica não só para sair dele, mas também 
para iniciar os sonhos. 
Outros neurônios com características semelhantes estão presentes 
em núcleos distintos do bulbo e da ponte, como é o caso do locus 
ceruleus e do núcleo da rafe mediana; no teguemento mesencefálico; 
e até mesmo no prosencéfalo basal, como o núcleo meynert e a 
área septal. 
Tais neurônios, devido a suas características, têm baixas velocidades 
de condução e potenciais de ação que disparam como metrônomos, 
com frequências regulares. Essas características funcionais, 
associadas à natureza difusa de seus axônios, são compatíveis com 
a hipótese de que se trate realmente de neurônios moduladores. 
Além disso, constatou- se a existência de diferentes sistemas 
moduladores difusos, cada um deles caracterizado por empregar um 
determinado neutrotransmissor. Isso faz com que haja a criação de 
microclimas neuroquímicos. 
O balanço entre os diversos neurotransmissores de liberação difusa 
no tecido neural faria modular a excitabilidade dos neurônios e, com 
isso, seria possível controlar dinamicamente o seu nível de atividade 
 
geral. Em conjunto, o resultado funcional seria o controle do nível de 
consciência e da atividade comportamental geral do indivíduo. 
Os neurônios noradrenérgicos formam o conjunto mais numeroso. 
Alguns dos seus sistemas moduladores estão localizados no bulbo, 
emitindo projeções que irão para o hipotálamo,a partir de onde 
participarão do controle das funções cardiovasculares e 
neuroendócrinas. Na ponte (no locus cereleus) estarão outros 
sistemas moduladores com neurônios noradrenérgicos, responsáveis 
por atuar no controle vigília-sono. As projeções desse sistema vão 
para todo o SNC, do córtex cerebral até a medula, reafirmando sua 
função reguladora na vigília-sono. 
Os sistemas moduladores adrenérgicos se misturam no bulbo com 
os noradrenérgicos, atuando no trato GI (motilidade) e tônus 
vasomotor simpático (neurônios se projetando para a coluna 
intermediolateral da medula) e cardiovascular (neurônios se 
projetando ao hipotálamo). 
Sistemas mediadas pela serotonina situados na rafe do mesencéfalo 
e da ponte, com fibras ascendentes para todo o mesencéfalo irão 
atuar na modulação da excitabilidade cortical e subcortical, de modo 
a influenciar no sono-vigília. 
Os sistemas colinérgicos estão relacionados com manutenção da 
vigília e com o início do sono paradoxal, estando localizados na 
formação reticular mesencefálica, com projeção ascendente para o 
cérebro e descendente até o bulbo. 
Já os neurônios que sintetizam histamina localizam- se no 
hipotálamo, com projeções ascendentes e descendentes que se 
ramificam em vastas regiões do prosencéfalo e robencéfalo, 
participando da regulação dos 
comportamentos de alerta, ou 
seja, modulam a excitabilidade 
cortical durante a vigília. 
Alguns desses moduladores 
são extremamente difusos, 
como os neurônios 
noradrenérgicos do locus 
ceruleus e os serotoninérgicos 
da rafe pontina e 
mesencefálica, invervando basicamente todo o SNC, modulando a 
excitabilidade global e, assim, controlando o nível de consciência do 
indivíduo, entre o alerta e o sono profundo. Outros sistemas 
moduladores participam dos mecanismos do sono e da vigília de 
modo um pouco menos difuso, como os neurônios noradrenérgicos 
descendentes da formação reticular pontina, que são responsáveis 
pela diminuição do tônus muscular que ocorre quando o indivíduo 
adormece. Ao mesmo tempo, todas as células noradrenérgicas 
ascendentes do tronco encefálico modulam regiões do hipotálamo 
encarregadas do controle cardiovascular e neuroendócrino, e, assim 
produzem as alterações de frequência cardíaca e de secreção 
hormonal que ocorrem durante o sono e a vigília. 
Os fenômenos do sono podem ser subdivididos em comportamentais, 
autonômicos e eletroencefalográficos. 
Quando o indivíduo adormece, ele diminui sua atividade reativa aos 
estímulos externos, apresenta redução na atividade motora e assume 
uma postura típica, geralmente deitado de olhos fechados. O 
eletromiograma e o eletro-oculograma se tornam menos ativos. Há 
uma diminuição da frequência cardíaca e respiratória, queda da PA, 
da motilidade do TGI, queda na temperatura e redução da atividade 
metabólica. 
Sobre o eletroencefalograma, durante a vigília, ele apresenta um 
ritmo rápido e de baixa voltagem e alta frequência, sendo substituído 
por um ritmo lento e de alta voltagem e baixa frequência durante o 
sono. O EEG da vigília é descrito como dessincronizado, por 
representar a atividade sináptica não coincidente de uma enorme 
população de neurônios de todos os tipos. 
Os dois estados do sono: Durante o adormecimento, quando o 
indivíduo se torna sonolento, observa- se que o eeg passa de um 
traçado dessincronizado típico (beta), para um traçado ligeiramente 
diferente de voltagem um pouco maior e menor frequência, o ritmo 
alfa. Esse é o estágio 1. No estágio 2 o eeg passa apresentar algumas 
ondas de alta voltagem com um eletro-oculograma e com um 
eletromiograma mais estáveis. Logo em seguida, nos estágios 3 e 4, 
o sono se torna mais profundo, sendo mais difícil de acordar o 
paciente, que a essa altura está imóvel, mudando de posições 
ocasionalmente. As ondas agora são de alta voltagem e baixa 
frequência (sigma). 
* O tálamo não deixa passar tão facilmente a informação que recebe, 
tornando-se menores, menos variados e mais sincronizados os 
potenciais sinápticos no córtex. Isso se traduz no EEG em ondas de 
alta voltagem e baixa frequência. 
Depois de mais de uma hora de sono, o eeg volta a se tornar 
dessincronizado, os olhos passam a se mover ativamente, embora o 
corpo do indivíduo permaneça imóvel. Assim, o indivíduo dorme 
tranquilamente, mas seu EEG parece com o de vigília. 
Assim dois estados diferentes de sono são constatados. O primeiro, 
com seus 4 estágios, sendo o sono de ondas lentas, e o segundo é 
o sono paradoxal, ou sono REM. No ser humano, o sono paradoxal 
ocupa cerca de 20% do tempo. 
Geralmente, ao adormecer, em menos de 1 hora seu sono passará 
pelos estágios 1 a 4 do sono de ondas lentas, depois alternará entre 
os estágios 3 e 4 durante cerca de meia hora, passando a seguir por 
um período de aproximadamente 20 minutos (ou 30) de sono 
paradoxal, repetindo tudo outras vezes. De 90 e 90 minutos haverá 
uma alternância entre o sono de ondas lentas e o sono paradoxal, 
mas ao longo da noite a duração de cada estágio e do sono paradoxal 
ficará gradualmente maior. 
Mas quem regula o sono e a vigília? 
Há sistemas neurais que mantém o indivíduo alerta e ativo durante 
a vigília, outros que iniciam os fenômenos do sono e controlam a 
transição gradual pelos estágios do sono de ondas lentas, outros 
ainda que ligam e desligam os fenômenos do sono paradoxal 
ciclicamente, e ainda outros que possibilitam o despertar. 
Sabe-se também que em todos os estágios e estados do sono, há 
grupos de neurônios com fibras ascendentes que controlam a 
excitabilidade do tálamo e do córtex cerebral e outros com fibras 
descendentes que regulam a atividade dos órgãos (coração, pulmão, 
trato digestório e outros), além dos músculos. 
Os neurônios relés (talamocorticais) dos núcl22eos específicos do 
tálamo apresentam dois modos de operação: um modo de 
transmissão e um modo de disparo em salvas. O primeiro é 
característico da vigília, consistindo na permanente ativação das vias 
talamocorticais pelas sinapses excitatórias (glutamatérgicas) de 
fibras aferentes. 
*Os potenciais de ação que chegam provenientes de fibras da retina, 
por exemplo, quase sempre provocam potenciais pós-sinápticos 
excitatórios nos neurônios do núcleo geniculado lateral, que, por sua 
vez, provocará a ocorrência de potenciais de ação conduzidos ao 
córtex visual. 
Já o modo de disparo em salvas, por sua vez, é diferente e 
característico do sono: os neurônios relés do tálamo se tornam 
menos excitáveis e só conseguem disparar potenciais de ação de 
tempos em tempos, e não constantemente, de acordo com a 
chegada irregular de estímulos aferentes. 
Durante a vigília, os neurônios tálamo-corticais são mantidos 
ligeiramente despolarizados, com o potencial de ação próximo ao 
limiar de disparo. A transmissão sináptica é altamente eficaz nessas 
condições, e resulta na ativação massiva dos dendritos das células 
corticais (por isso o EEG da vigília é dessincronizado). Durante o 
sono, entretanto, os neurônios tálamo-corticais ficam 
hiperpolarizados, com o potencial de membrana longe do limiar. A 
transmissão sináptica ocorre apenas ocasionalmente (em salvas) e o 
resultado é um EEG sincronizado no córtex. 
EXPLICAÇÃO: Os neurônios talâmicos possuem um canal de cálcio 
que é dependente de voltagem que se torna ativo quando a 
membrana é hiperpolarizada, mas é desativado quando ela 
despolariza. Assim, no modo de transmissão não entra cálcio através 
desses canais, mas no modo de disparo em salvas os canais abrem- 
se quando a membrana hiperpolariza, produzindo um potencial de 
cálcio despolarizante, que atingirá o limiar e provocará alguns PAs. A 
questão é que a despolarização fechará os canais de cálcio voltagem 
dependentes, a membrana se hiperpolariza e o ciclo se repete. 
Mas o que isso tem a ver com a vigília e com o sono? 
Existem núcleos no próprio tálamo e no tronco encefálico cuja 
função é controlar o modo de operação dos neurônios relés. O do 
tálamo se chama núcleo reticular e contém neurônioscom os 
mesmos canais de cálcio dependentes de voltagem. A maioria dos 
neurônios reticulares é inibitória, empregando GABA COMO 
NEUROTRANSMISSOR. Seus axônios inervam amplamente os 
demais núcleos talâmicos e quando estão ativos ocorrerá 
hiperpolarização 
O núcleo reticular não recebe aferentes sensoriais para operar no 
modo de transmissão, mas recebe aferentes dos sistemas difusos 
aminérgicos e colinérgicos. Assim, seus canais de cálcio impõe-lhe 
um modo de disparo em salvas que é repassado aos demais 
neurônios talâmicos durante o sono, sincronizando-os. 
Os neurônios modulatórios do tronco encefálico que usam 
noradrenalina e serotonina disparam durante a vigília e acentuam o 
estado acordado. Alguns neurônios colinérgicos acentuam eventos 
durante o sono REM, enquanto outros neurônios colinérgicos estão 
ativos no estado da vigília. 
Esses sistemas modulatórios difusos controlam os comportamentos 
rítmicos do tálamo. 
Vários conjuntos de neurônios aumentam suas taxas de disparo em 
antecipação ao momento de acordar e durante as várias formas de 
alerta. Eles incluem as células do locus ceruleus, que contém 
noradrenalina, células dos núcleos da rafe, que utilizam serotonina, 
células que usam acetilcolina do tronco encefálico e do prosencéfalo 
basal, neurônios do mesencéfalo que usam histamina como 
neurotransmissor e neurônios do hipotálamo que usam 
HIPOCRETINA (OREXINA) como neurotransmissor. Esse último 
promove a vigília e inibe o sono, assim como os outros, facilitando a 
atividade de neurônios que acentuam certos tipos de 
comportamento motor e também está envolvido na regulação dos 
sistemas neuroendócrinos e neurovegetativos. 
Coletivamente, esses neurônios estabelecem sinapses diretamente 
em todo o tálamo, no córtex cerebral e em outras muitas regiões do 
encéfalo. 
Os efeitos gerais de seus transmissores são a despolarização de 
neurônios, um aumento de sua excitabilidade e a supressão das 
formas rítmicas de disparo. Ou seja, esses neurônios agem no núcleo 
reticular do tálamo, inativando as transmissões em salvas e 
sincronizadas, características das fases do sono. Assim, o indivíduo 
permanece em alerta. 
Sobre os fatores promotores do sono, a substância-chave é a 
ADENOSINA, utilizada por todas as células para construir moléculas 
apor células da glia, atuando como neuromoduladores nas sinapses. 
Os níveis de adenosina aumentam ao longo da vigília. Ela tem um 
efeito inibitório sobre os sistemas moduladores difusos, que tendem 
a promover a vigília. Assim, o aumento da supressão dos sistemas 
que modulam a vigília aumenta a probabilidade de o encéfalo entrar 
em atividade síncrona de ondas lentas, características do sono não 
REM. 
Após o sono iniciar, os níveis de adenosina caem lentamente, e a 
atividade nos sistemas moduladores gradualmente aumenta, até 
acordarmos e um novo ciclo ser iniciado. 
*A perda de neurônios contendo hipocretina (orexina) leva a um 
distúrbio, chamado de narcolepsia 
NARCOLEPSIA é um distúrbio do sono que pode envolver: sonolência 
diurna excessiva, cataplexia (repentina paralisia muscular), paralisia 
do sono (perda do controle muscular na transição vigília-sono, 
alucinações hipnagógicas (sonhos vívidos). O monitoramento de EEG 
mostra que uma pessoa narcopléptica vai diretamente do estado de 
vigília para uma fase REM do sono. Basicamente os sintomas da 
narcolepsia podem ser interpretados como uma intrusão anormal das 
características do sono REM durante a vigília. 
**Ainda não há cura para narcolepsia e os tratamentos cuidam dos 
sintomas. Antidepressivos tricíclicos (que têm efeitos supressores do 
sono REM) podem reduzir a cataplexia e a paralisia do sono. 
INSÔNIA é a insuficiência do sono e entre suas causa principais 
está a apneia obstrutiva do sono, em quem o indivíduo se queixa 
bastante de sonolência e cansaço durante o dia, mas não apresenta 
alterações na hora de dormir. 
Nesses casos, o que ocorre é uma excessiva atonia muscular, o que 
acaba gerando um colabamento da musculatura da faringe, não 
permitindo a perfusão adequada. Assim, o indivíduo recupera a 
consciência para ventilar sem nem mesmo se dar conta, 
permanecendo no estágio 1 do sono de ondas lentas. Isso acontece 
sucessivas vezes, gerando interrupções durante o período de sono. 
SEDATIVOS E HIPNÓTICOS: 
Efeitos sedativos são tranquilizantes ou calmantes (ansiolíticos), 
levando a um relaxamento. Assim, todo fármaco sedativo é ansiolítico, 
mas nem todos os ansiolíticos serão sedativos. 
O efeito hipnótico (induz o sono fisiológico) fará com que haja uma 
consequência sonífera na pessoa em que o fármaco foi administrado, 
assim produzem o sono. 
*o efeito sedativo é diferente de um sono fisiológico, de maneira 
que um paciente sedado por muito tempo poderá sofrer 
consequências de privação de sono posteriormente. 
Crises de ansiedade podem ser tratadas com sedativos, enquanto 
que os hipnóticos podem ser utilizados, por exemplo, em pacientes 
com insônia. 
Os principais sedativo-hipnóticos são os benzodiazepínicos, como o 
clonazepam (rivotril), diazepam, bromazepam, alprazolam; além dos 
barbitúricos, como os fenobarbitais, primidona, tiopental etc. 
-BENZODIAZEPÍNICOS: 
A maioria é bem absorvida por via oral, embora também possam ser 
administrados por via intravenosa. (intramuscular no caso de ataques 
epilépticos). 
*atravessam a barreira placentária e estão no aleitamento também, 
devendo ser evitados em gestantes, já que podem causar profunda 
depressão respiratória nos fetos. 
Eles são bastantes lipofílicos, devendo ser metabolizados em 
substâncias hidrofílicas pelo fígado para que possam ser 
devidamente eliminados. Por isso, sua meia vida pode variar de 
algumas horas (preferíveis como hipnóticos) até 40 horas 
(preferíveis como sedativos) 
MECANISMO DE AÇÃO: se ligam a sítios de potencialização dos 
receptores GABAa. O GABA é o principal neurotransmissor inibitório 
do SNC. Ele conta com alguns tipos de receptores, sendo eles do 
tipo A, B e C. O primeiro e o último são do tipo ionotrópicos, enquanto 
que o do meio é metabotrób´pico. Uma vez sensibilizados pelo GABA, 
esses receptores permitem a entrada de cloreto na célula, fazendo 
com que haja hiperpolarização. No entanto, além dos sítios para GABA, 
esses receptores apresentam outros sítios que podem ser 
estimulados pelos benzodiazepínicos de forma que o canal seja 
modulado por eles, aumentando a sensibilidade desses receptores 
ao GABA. 
*Não são agonistas de GABA, já que não causam a abertura do canal, 
mas sim aumentam a sensibilidade do receptor ao GABA ou algum 
outro agonista extrínseco. 
Tem efeito inibitório difuso e inespecífico 
EFEITOS TERAPÊUTICOS: efeito sedativo (ansiolítico), sendo que 
doses mais altas podem levar a um coma e depressão respiratória; 
efeito hipnótico (indução do sono); 
*uso de benzodiazepínicos para dormir regularmente não é benéfico 
porque, apesar de em doses mais baixas ele induzir uma hipnose 
(sono mais próximo do fisiológico), seu efeito ainda contará com o 
efeito sedativo, que irá gerar uma depressão (mais baixa ou mais 
alta, dependendo da dose) do sistema nervoso central. Assim, mesmo 
dormindo durante toda a noite, as pessoas podem ainda apresentar 
sintomas de privação do sono. 
A amnésia anterógrada também pode ser alcançada com o uso de 
benzodiazepínicos, fazendo com que o indivíduo, a partir da 
administração, não lembra do que ocorrer. Isso tem uma aplicação 
prática no estágio pré-cirúrgico. Necessita altas doses. 
Eles podem gerar analgesia, mas antes da analgesia certamente vão 
causar uma depressão respiratória. 
Além disso, têm efeito anticonvulsivante, já que são depressores do 
SNC, e têm efeito espasmolítico (relaxamento muscular) 
INTOXICAÇÃO: Pode vir com o coma, depressão respiratória e 
depressão cardiovascular. O flumazenil é um antagonista dos sítios 
de ligação dos benzodiazepínicos, tendo uma maior afinidade, no 
entanto, sem apresentar nenhum efeito. 
O flumazenil não funciona comintoxicação por barbitúricos e etanol, 
funcionando apenas para os benzodiazepínicos e zolpidem. Ele é 
usado mais quando a pessoa ainda não entrou em depressão 
respiratória. (deve ser dada a atenção maior para o suporte 
respiratório). 
O uso crônico de benzodiazepínicos irá gerar tolerância, de modo 
que nem o próprio GABA endógeno da pessoa conseguirá agir 
adequadamente, gerando sono e irritabilidade, além de dores difusas 
e déficit cognitivo. 
-BARBITÚRICOS 
São fármacos que envolvem desde sedação até a anestesia geral. 
Exemplo: pentobarbital e fenobarbital. 
Os barbitúricos atuam nos canais gabaérgicos de cloreto, sendo que 
o neurotransmissor GABA se liga à subunidade alfa e beta, e os 
benzodiazepínicos se ligam no alfa e gama. Os fármacos barbitúricos 
apenas modulam o canal em pequenas doses, sendo que, em altas 
doses, ele passa a agir como um agente mimético (atuando como 
agonistas gabaérgicos), sendo bastante perigosos, já que em caso de 
intoxicação, substâncias como o flumazil, que apenas competem com 
sítios diazepínicos, não terão ação. 
Indicação clínica: 
-Sedação pré-operatória (traz mais calma ao paciente); 
-Pode induzir ação anestésica 
-Tratamento epiléptico (paciente convulsionando por um longo 
período de tempo). Eles não são, no entanto, a primeira linha de 
tratamento. 
 
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