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Semiologia médica I Letícia – ATM 26 Abordagem do paciente com dor no quadril: A articulação do quadril está localizada profundamente na pelve e tem como principais características a força, a estabilidade e a grande amplitude de movimento. A estabilidade é resultado do encaixe da cabeça do fêmur no acetábulo. Na face anterior do quadril, identificar: crista ilíaca ao nível de L IV; tubérculo ilíaco; espinha ilíaca anterossuperior; trocanter maior e tubérculo púbico. Na face posterior, localize: espinha ilíaca posterossuperior, trocanter maior, tuberosidade isquiática e articulação sacroilíaca. Há quatro grupos musculares responsáveis por movimentar o quadril: 1. GRUPO FLEXOR: situado na parte anterior e flexiona a coxa. O principal flexor do quadril é o m. Íliopsoas, que se estende da crista ilíaca ao trocanter menor. 2. GRUPO EXTENSOR: localiza-se na porção posterior e estende a coxa. O principal extensor é o glúteo máximo. 3. GRUPO ADUTOR: é medial e movimenta a coxa em direção ao corpo. Os músculos desse grupo originam-se nos ramos do púbis e do ísquio, e terminam sua inserção na face posteromedial do fêmur. 4. GRUPO ABDUTOR: é lateral e estende-se da crista ilíaca à cabeça do fêmur. Movimenta a coxa em direção contrária à do corpo, e inclui o Semiologia médica I Letícia – ATM 26 músculo glúteo médio e glúteo mínimo, responsáveis por estabilizar a pelve durante a fase estática da marcha. Paciente com do dor no quadril: Sacroileíte – inflamação nas articulações sacroilíacas; Doença degenerativa discal; Osteonecrose; Tendinite do psoas; Bursite trocantérica; Fratura de ramos púbicos. Fratura por estenose do fêmur proximal. Alterações no quadril relacionadas ao individuo: idade, o sexo, genética, densidade mineral óssea e fatores nutricionais (como carência de vitamina D). Alterações no quadril relacionadas à articulação: ocupação/atividade física, força muscular, alinhamento articular, discrepância do tamanho de membros e morfologia osteoarticular. Homens possuem mais prevalência de problemas de quadril devido às diferenças morfológicas da anatomia do quadril masculino. → 1 a 2 cm de diferença entre o tamanho dos membros é normal. 1. IMPACTO FEMORO ACETABULAR: É a principal alteração mecânica do quadril; É o contato articular anormal entre a cabeça femoral e o acetábulo, ou na junção do colo com a cabeça femoral; Esse contato articular defeituoso causa impacto entre as estruturas em determinados movimentos do quadril. É a lesão labral e cartilaginosa do quadril secundaria ao impacto do colo contra a borda anterossuperior do acetábulo. Tipos de impacto: PINÇA: mais comum em mulheres (30-40 anos); Contato linear entre a margem acetabular e a junção cérvico-cafáica. Dor na flexão e rotação externa (entrar e sair do carro); Estalidos no quadril ao realizar movimentos curtos. Ossificação do labrum e aprofundamento do acetábulo. Em RX aparece o “sinal do cruzamento”. É sentido com a palpação. O paciente sente dor na flexão acima de 90°, adução e rotação interna. Dor na flexão acima de 90° abdução e rotação externa. Impacto posterior: extensão e rotação externa do quadril CAM: perda de esfericidade da cabeça do fêmur que causa um impacto acetabular secundário. Mais comum em homens jovens (20-30 anos) e atletas; Causado pela compressão do acetábulo durante movimentos vigorosos como flexão. Cabeça femoral maior que o acetábulo “Fêmur em cabo de pistola” Dor na marcha e na flexão; Lesão cartilaginosa maior no labrum anterossuperior; COMBINADA: apresenta-se da forma CAM e pinça no mesmo paciente. 2. BURSITE TROCANTÉRICA inflamação da bursa trocantérica localizada na porção lateral do quadril. Semiologia médica I Letícia – ATM 26 Dor irradia para a coxa em direção ao joelho; Piora à noite quando deita em decúbito sobre o lado afetado; dor maior quando se levanta de uma posição sentada, caminhada e corrida; Sensibilidade sobre o trocanter maior; Tratamento: não há necessidade de exame complementar e o tratamento é feito com gelo, alongamento e anti-inflamatório. TÉCNICAS DE EXAME: Inspecione a marcha quanto à largura da base (deve ser de 5-10 cm de um calcanhar ao outro), ao deslocamento da pelve e à flexão do joelho. Avalie a simetria dos membros. Palpe os marcos ósseos. Com o paciente e decúbito dorsal, solicite a ele que coloque o calcanhar da perna que está sendo examinada sobre o joelho oposto para que seja possível palpar as estruturas inguinais. Nervo, artéria e veia femorais dividem o ligamento inguinal sobrejacente em duas partes; os linfonodos situam-se mais medialmente. Se sentir dor no quadril, palpe a bolsa (psoas), abaixo do ligamento inguinal, porém em um plano mais profundo. Com o paciente em decúbito lateral e o quadril flexionado e em rotação interna, palpe a bolsa trocantérica, localizada acima do trocânter maior. Normalmente, a bolsa isquioglútea, situada sobre a tuberosidade isquiática, não é palpável, exceto nos casos de inflamação. MARCOS ÓSSEOS ANTERIORES: a. Crista ilíaca na borda superior da pelve, no nível de IV. b. Siga a curva anterior para baixo e localize o tubérculo ilíaco, marcando o ponto mais largo da crista, e continue a rastrear para baixo em direção à espinha ilíaca anterossuperior c. Coloque seus polegares sobre as espinhas anterossuperiores e deslize os seus dedos, desde o tubérculo ilíaco até o trocânter maior do fêmur. d. Movimente, então, os seus polegares medial e obliquamente até o tubérculo púbico, que se situa no mesmo nível do trocânter maior. MARCOS POSTERIORES: a. Palpe a espinha ilíaca posterossuperior diretamente abaixo das depressões visíveis logo acima das nádegas; b. Colocando seu polegar e seu dedo indicador esquerdos sobre a espinha ilíaca posterossuperior, localize a seguir o trocânter maior lateralmente com seus dedos, no nível da prega glútea, e coloque seu polegar medialmente sobre a tuberosidade isquiática. A articulação sacroilíaca nem sempre é palpável, mas pode ser dolorosa à palpação. Semiologia médica I Letícia – ATM 26 Abordagem do paciente com dor no joelho: A articulação do joelho é a maior do corpo humano. Envolve três ossos: fêmur, tíbia e patela. A articulação do joelho não tem estabilidade intrínseca, o que a torna dependente de quatro ligamentos para manter o fêmur e a tíbia que aí se articulam no lugar adequado. Além disso, a ação de alavanca do fêmur sobre a tíbia e a ausência de amortecimento por tecido adiposos ou músculos, torna o joelho extremamente vulnerável a lesões. Considerações gerais: Avaliar se já houve lesão aguda, derrame articular, osteoartrite, sintomas mecânicos ou doenças sistêmicas que acometam o joelho. 1. LESÃO DOS LIGAMENTOS COLATERAIS: geralmente traumas laterais. Golpe lateral lesa LCM e golpe medial lesa LCL. 2. LESÕES DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: Histórico de rotação quando o pé é fixado ao solo; Geralmente o tratamento é cirúrgico. 3. LESÕES DO LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR: relacionado a traumas na região anterior da tíbia, que empurra o LCP rompendo-o. Pode haver comprometimento de alça; 4. Lesões de menisco: traumas relacionados à rotação do joelho fletido. Bloqueio e sensação de clique; edema recorrente ou crônico. Geralmente ocorre no corno posterior, que é menos móvel e tem mais carga. O exame físico se baseia no teste de McMurray: rotação interna (identifica lesão do menisco lateral) e rotação externa (identifica lesão do menisco medial). 5. RUPTURAS DO TENDÃO PATELAR: ocorre geralmente por atividades violentasde salto; Acomete indivíduos com menos de 40 anos; Dor grave a incapacidade de deambular. No exame físico é palpável defeito na patela, que migrou em direção superior e os pacientes são incapacitados de estender o joelho. Correção cirúrgica urgente. 6. OSTEOARTRITE : dor de caráter mecânico que gera limitação funcional. Rigidez matinal menor de 30 min; Pacientes com 40+. Crepitação e sensibilidade óssea do joelho, além de falta de calor articular. O tratamento inicial é conservador; Abordagem do paciente com dos no tornozelo: Antepé, mediopé e retropé; O tornozelo é do tipo gínglimo, formada pela tíbia, fíbula e tálus. As principais articulações do tornozelo são: tibiotalar e talocalcânea. Semiologia médica I Letícia – ATM 26 Dor no antepé: Antepé que tem metatarso e falanges é a parte mais móvel do pé. 1. METATARSALGIA: dor plantar sobre a cabeça dos metatarsais. Sobrecarga excessiva; Aumento de sensibilidade dolorosa plantar. Dor maior sobre o segundo e terceiro metatarso. Diagnóstico diferencial: fratura por estresse, sinovite da MTF, neuroma de Morton, ou outras bursites e sinovites de MTF. As principais causas são deslocamento de conformação/posição e hálux valgo. 2. FRATURA METATARSIANA POR ESTRESSE: desenvolvimento insidioso da dor do antepé após o aumento da atividade física ou mudança de calçado. Dor a palpação direta do metatarso; 3. NEUROMA DE MORTON: neuropatia por compressão dos nervos interdigitais. Segundo e terceiro dedo são os mais envolvidos. Dor em queimação com irradiação para os dedos; Piora com o uso de calçados apertados 4. HÁLUX VALGO: desvio lateral do hálux (joanete).O tratamento deve ser feito com AINES, calçados confortáveis, espaçadores e cirurgia. Distúrbios das articulações do mediopé: 1. ARTICULAÇÃO SUBTALAR: atua na conversão do movimento do antepé durante a marcha. É difícil de ocorrer por traumas físicos. Pé chato/varo, sem a curvatura embaixo. Distúrbios das articulações do retropé: 1. FASCIÍTE PLANTAR: dor matinal ao iniciar a marcha. Muitas vezes confundida com esporões do calcâneo. O esporão é uma consequência da fasciíte plantar, não uma causa. 2. SINDROME DO TÚNEL DO TARSO: compressão do nervo tibial posterior no túnel do tarso produz dor unilateral junto à região plantar do pé e dedos do pé. Percussão ou compressão do nervo tibial posterior provoca sintomas. TÉCNICAS DE EXAME FÍSICO : Palpe com os polegares a face anterior de cada articulação buscando edema, sensibilidade ou empastamento. Palpe o calcanhar, especialmente as partes posterior e inferior, bem como a fáscia plantar. Verifique se provoca dor a palpação dos ligamentos medial e lateral do tornozelo, dos maléolos medial e lateral, a ponta distal da tíbia e da fíbula e as articulações metatarsofalângicas. Comprima a parte anterior do pé entre o polegar e os dedos. Comprima um ponto imediatamente proximal às cabeças do 1º e 5º metatarsais. Palpe as cabeças dos cinco ossos metatarsais e os sulcos entre eles. Amplitude de movimento: avalie a flexão e a extensão na articulação tibiotalar (do tornozelo). No pé, avalie a inversão e a eversão nas articulações talocalcânea (segundo a Terminologia Anatômica, antes denominada articulação subtalar) e transversa do tarso. Semiologia médica I Letícia – ATM 26 Articulação do tornozelo (tibiotalar): promova a dorsiflexão e a flexão plantar do pé do paciente no nível do tornozelo. Articulação talocalcânea: estabilize o tornozelo com uma das mãos, segure o calcanhar com a outra e efetue a inversão e a eversão do pé. Articulação transversa do tarso: estabilize o calcanhar e efetue a inversão e a eversão da parte anterior do pé.
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