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Problema 02 Incontinência Urinária

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1. Compreender o processo de incontinência urinária na pessoa idosa. 
Em indivíduos jovens, incontinência normalmente resulta de disfunção do trato urinário inferior de maneira isolada, em idosos é comum a sobreposição de diversas causas. Muitas vezes a IU não ocorre isolada, mas como um sintoma que faz parte de doenças que são controláveis ou mesmo curáveis como é o caso da bexiga hiperativa ou do enfraquecimento dos músculos da pelve. 
Incontinência Urinária deve-ser tratada como uma doença. 
· Epidemiologia: 
O problema é duas vezes mais comum no público feminino. Cerca de 35% das mulheres, com mais de 40 anos e após a menopausa, apresentam algum grau do distúrbio.
A incidência de IU aumenta proporcionalmente à idade , e é ainda maior em idosos institucionalizados, principalmente do sexo feminino pelo menor canal uretral. Nos idosos que frequentam os ambulatórios, a IU está presente em 10 -15% dos homens e 20-25% das mulheres. Já nos pacientes internados, esse número supera os 30 %. A IU é uma doença crítica, pois os pacientes pouco relatam a sua existência devido a vergonha e os profissionais raramente questionam os pacientes sobre o quadro.
· Definição: Comitê de padronização da incontinência urinária. Incontinência Urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina (International Continence Society, 2010) ou uma perda de urina em quantidade e frequência suficiente para causar um problema social ou higiênico, como um escape ocasional até incapacidade total para segurar qualquer quantidade de urina. Isso causa grande impacto na vida do paciente, como isolamento social, diminuição das atividades diárias, baixa autoestima, insegurança, de pressão e institucionalização.
· A doença é caracterizada pela perda involuntária de urina provocada pelo desgaste e perda do tônus muscular na região pélvica tratando-se da incontinência de esforço ou por uma hiperatividade da bexiga. Já a perda de urina por urgência é nos casos de bexiga hiperativa. Nessas condições, o problema tem picos na menopausa e após os 75 anos.
· A IU pode ser dividida em: 
 ✓ Temporárias = agudas 
✓ Permanentes = crônicas (esforço, urgência, sobrefluxo e funcional)
· Fisiopatogenia 
Um conjunto de fatores colabora para a IU, mas os principais são os efeitos do envelhecimento na bexiga, diminuição da pressão uretral e distúrbios do assoalho pélvico. 
Na bexiga, observamos aumento das contrações desinibidas do músculo detrusor, aumento do volume residual (50 a 100 ml), aumento da frequência urinária, diminuição da capacidade elástica da bexiga e diminuição da velocidade do jato urinário. 
 Na uretra, a diminuição da pressão ocorre pela diminuição da ação muscular esfincteriana, diminuição da aposição úmida das paredes mucosas, diminuição da complacência e elasticidade, além da diminuição da vascularização peri-uretral. 
No assoalho pélvico, podemos ter atrofia muscular, alteração do tecido conectivo, lesões no nervo pudendo e estiramento ou esforço excessivo. 
Todos esses fatores , quando ocorrem simultaneamente, podem desencadear um processo de IU. 
MOTIVO EM IDOSOS: 
✓ A senescência favorece o desenvolvimento; 
✓ A continência depende, além do trato urinário inferior, da integridade das funções mentais e mobilidade; 
✓ Aumentam as contrações involuntárias do músculo detrusor; 
✓ A capacidade vesical e a habilidade em se adiar a micção diminuem;
· Classificação: 
Incontinência Urinária Transitória 
Caracteriza-se pela perda de urina precipitada por insulto psicológico, medicamentoso ou orgânico, que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante. 
As causas de incontinência urinária transitória podem ser resumidas pelo mneumônico DIURAMID. 
O delirium, estado confusional agudo caracterizado por flutuação da consciência e desorientação, é uma síndrome cerebral orgânica de etiologia multifatorial extremamente prevalente entre idosos. Incontinência pode ser seu primeiro sinal. 
As infecções do trato urinário inferior, por causar inflamação da mucosa vesical e consequente aumento da aferência sensitiva, podem contribuir para bexiga hiperativa e incontinência urinária. 
De maneira similar, a carência de estrógenos em idosas pode levar a uretrite e vaginite atrófica, gerando irritação local e risco aumentado de infecções, bexiga hiperativa e incontinência urinária.
Condições que cursem com restrição de mobilidade, além das causas óbvias como artroses, paresias, imobilizações, outras como hipotensão postural e pós-prandial, calçados inapropriados e medo de cair podem dificultar a chegada ao toalete e justificar episódios de incontinência. 
Condições que cursam com aumento do débito urinário tais como: ingesta excessiva de fluidos, diuréticos, distúrbios hidreletrolíticos (hiperglicemia , hipercalcemia), insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência venosa periférica, hipoalbuminemia. 
Medicamentos por diversos mecanismos afetam a continência. É uma das causas mais comuns em idosos.
Impactação fecal 
Distúrbios psiquicos. 
Incontinências Crônicas (05)
Incontinência Urinária por Estresse ou Esforço: 
Perda involuntária de urina, em pequenos a moderados volumes, que ocorre com o aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro, atividade física) na ausência de contrações vesicais.
É a principal causa em mulheres jovens. 
Na mulher os mecanismos envolvidos são:  
· Hipermobilidade uretral, decorre do comprometimento do suporte anatômico dos órgãos pélvicos resultando em descida e rotação do colo vesical e uretra proximal com incapacidade de fechamento adequado contra a parede vaginal anterior. Fatores de risco incluem obesidade, partos vaginais, hipoestrogenismo e/ou ci rurgias.  
· Deficiência esfincteriana intrínseca, é a perda do tônus do esfíncter uretral secundária a lesão neuromuscular (trauma cirúrgico) ou atrofia uretral. 
· No homem, a incontinência urinária de estresse é incomum. Quando presente ocorre por deficiência esfincteriana intrínseca secundária a cirurgias prostáticas (principalmente a prostatectomia radical) e mais raramente traumas pélvicos e lesões neurológicas (trauma raquimedular, espinha bífida). Vale salientar que no pós-operatório imediato de prostatectomia radical é comum a ocorrência de incontinência urinária com melhora ou resolução dos sintomas de 1 a 2 anos. Porém, uma pequena parcela desses pacientes pode persistir com os sintomas após este período.
Incontinência Urinária de Emergência (Por Imperiosidade)
É o tipo mais comum de incontinência estabelecida em idosos na comunidade. 
Caracteriza-se pela perda de urina em grandes volumes precedida ou acompanhada de um desejo imperioso de urinar (urgência). 
A perda urinária é variável e depende da função do esfíncter uretral e da capacidade do paciente em suprimir a urgência. 
Em idosos, a hiperatividade do detrusor pode ocorrer em pacientes cuja contratilidade vesical está preservada e em pacientes com comprometimento da contratilidade da bexiga associado. Essa condição conhecida como “hiperatividade do detrusor com hipocontratilidade” é a mais frequente em idosos frágeis, cursa com volumes residuais pós-miccionais elevados e seu reconhecimento é importante para diferenciar outras causas de retenção urinária. 
· Significado de hiperatividade do detrusor: A bexiga hiperativa ocorre quando o músculo detrusor que reveste a bexiga não relaxa adequadamente durante a fase de enchimento. Com isso, há aumento da pressão interna na bexiga, fazendo com que haja maior vontade de urinar com frequência.
Bexiga hiperativa é uma síndrome que inclui urgência urinária com ou sem incontinência, frequência elevada (oito ou mais micções em 24 h ) e noctúria (dois ou mais despertares para urinar).
· Sintomas: Perder Urina pornão conseguir tempo para chegar ao banheiro; Começar a perder urina, ao chegar ao elevador, ao tentar colocar a chave na porta de casa, ao ouvir ou mexer em água; Urinar muito frequentemente (mais de 08 vezes durante um período de 24 horas); Levantar-se muitas vezes durante a noite para urinar e/ou ainda deitado perder urina. 
Incontinência urinária por hiperfluxo ou transbordamento/paradoxal: Incontinência que decorre de inabilidade de esvaziamento vesical devido a hipocontratilidade do músculo detrusor, a obstruções uretrais ou ambos, ex: fecaloma. 
Em homens idosos a causa mais frequente é a obstrução uretral secundária a hiperplasia prostática benigna. 
Em idosos de ambos os sexos, impactação fecal e hipocontratilidade vesical secundária a neuropatia autonômica (cistopatia diabética) ou medicamentos com ação anticolinérgica também são causas frequentes. 
Incontinência urinária mista : É a coexistência de mais de um tipo de incontinência no mesmo paciente. Condição frequente entre idosos, especialmente nas mulheres que apresentam hiperatividade do detrusor e deficiência esfincteriana associadas. O manejo terapêutico deve ser individualizado, valorizando-se o tipo de incontinência, as condições médicas associadas, a repercussão, as preferências do paciente, a aplicabilidade, os riscos e os benefícios.
Incontinência Funcional: 
Tipo distinto de incontinência atribuído a fatores externos ao trato urinário, tais como comprometimento cognitivo, fatores ambientais que dificultem a chegada ao toalete, limitações físicas e psíquicas.
· Fatores de Riscos
Antecedentes: 
· Cirurgias prévias; 
· Tabagismo; 
· Tosse ; 
· Obesidade;
· Neurológicos; 
· Farmacológicos; 
· Obesidade; 
· Envelhecimento; 
· Menopausa; 
· Diabetes Mellitus; 
· Múltiplas gestações; 
· Histerectomia (retirada do útero);
· Traumas na região pélvica; 
· Hiperplasia Benigna da Próstata; 
· Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla; 
· Obstruções do trato urinário; 
· Bebidas diuréticas: álcool, café, chá, refrigerantes, adoçantes artificiais, xarope de milho, alimentos ricos em açúcar; 
· Medicamentos para doenças cardíacas e pressão arterial, sedativ os e relaxantes musculares;
· Clínica
A clínica da IU é plural, podendo se a presentar de várias formas. Nos casos de IU temporárias (agudas), percebemos que a incontinência aparece junto com algum fator precipitante, podendo ser delirium, infecções do trato urinário, uretrite ou vaginite atrófica, restrição da mobilidade, uso de medicamentos (diuréticos, anticolinérgicos, antidepressivos, antipsicóticos), impactação fecal ou distúrbios psiquiátricos. Esses dados devem ser evidenciados na anamnese. 
 No caso das IU permanentes (crônicas), po demos encontrar uma clínica variável dependendo do seu tipo. 
Vejamos a seguir essa estratificação: 
✓ IU de esforço: Perda involuntária de pequenas quantidades de urina durante situações que aumentam a pressão abdominal - tosse, riso, movimentos corporais. 
✓ IU de urgência: Perda involuntária de urina precedida por desejo súbito de urinar (urgência) 
✓ IU funcional: Incapacidades de chegar ao toalete a tempo: limitações físicas e ambientais, transtornos psíquicos, déficit cognitivo, etc. 
 ✓ IU de transbordamento: Perda involuntária de urina associada à hiperdistensão da bexiga. Após um aumento importante do volume e da pressão intravesical o esfíncter torna-se incompetente e deixa extravasar urina até a pressão retornar ao normal. 
Ainda podemos encontrar casos de IU mista, onde mais de uma situação clínica coexiste. 
É importante saber qual tipo de IU, pois o tratamento depende totalmente desta informação.
· Diagnóstico 
O diagnóstico de IU é eminentemente clínico. Com uma boa anamnese e exame físico conseguimos fechar o diagnóstico. Porém, algumas medidas podem ser tomadas para estratificarmos a causa dessa IU, o que irá interferir diretamente no tratamento. 
 De uma maneira geral, pacientes com IU devem ser avaliados de acordo com sua história clínica, de forma particularizada. Algumas opções de exames são sumário de urina (EAS) pa ra detectarmos possíveis alterações na filtração e/ou trajeto da urina, urocultura para investigar infecções, glicemia e perfil endócrino para possíveis causas endócrinas, função renal, dosagem de vitamina B12 (delirium) e PSA. 
 A avaliação do volume pós-residual é de suma importância, além de um estudo urodinâmico completo. 
 Uma medida simples e que deve ser empregada a todos os pacientes com suspeita de IU é o diá rio miccional. Nesse diário, o paciente irá a notar todas as vezes que urinar, dizendo o horário, a quantidade, se teve urgência ou não, quanto de água bebeu, se conseguiu chegar ao banheiro, disúria, polaciúria, após esforços, volume perdido, intervalo entre as micções. Isso é importante para termos certeza da classificação da IU e podermos estratificar o tratamento.
Bexigoma, prolapso de continência, 
· Tratamento:
No caso das IU temporárias (agudas), nós temos um grande potencial de curá -las, e o tratamento se baseia basicamente em tratar a doença de base, como delirium, infecção do trato urinário com antibiótico, restrição da mobilidade com deambulação sob vigilância, retirada de medicamentos causadores, impactação fecal com laxativos ou dietas específicas , tratamento dos distúrbios psiquiátricos, etc.
Nas causas crônicas, devemos ter um tratamento multidisciplinar, com orientações gerais (não beber muita água à noite, não fumar, não fazer uso de bebidas alcóolicas, praticar exercícios físicos, facilitar acesso ao banheiro com boa iluminação e adaptação com barras), encaminhamento para fisioterapia do assoalho pélvico para fortalecimento da musculatura, casos específicos encaminhar ao urologista/ginecologista, além da abordagem medicamentosa ou cirúrgica. 
✓ Tratamento de condições associadas (HAS descompensada, IC descompensada, neurológico) ; Exercícios de Kegel: específicos par a fortalecer os músculos da região pélvica; 
 - Recomendação da OMS como primeira linha de tratamento para incontinência urinária de esforço; 
1. Esvaziar a bexiga 
2. Identificar o músculo pubococcígeo, que pode ser feita ao interromper o jato de xixi, por exemplo; 
3. Voltar a contrair o músculo pubococcígeo depois de urinar para se certificar que sabe contrair o músculo corretamente; 
4. Realizar 10 contrações seguidas do músculo, evitando acionar outro músculo; 
5. Relaxar por alguns instantes; 
6. Retomar o exercício, fazendo pelo menos 10 séries de 10 contrações todos os dias.
Tratamento não farmacológico: 
De acordo com todas as diretrizes, as primeiras medidas a serem aplicadas são os métodos conservadores como as mudanças do estilo de vida e as terapias comportamentais. 
São tratamentos simples, sem efeitos adversos e de baixo custo. Em pacientes de idade avançada se deve priorizar a correção de fatores contribuintes como as comorbidades, a deterioração funcional e as iatrogenias medicamentosas. 
Dentre as intervenções sobre o estilo de vida destacam se:  
Perda de peso  
Não ingerir líquidos de forma abundante  
Evitar cafeína, álcool e tabaco.  
Eliminar as barreiras físicas de acesso ao banheiro. 
Os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (exercícios de Kegel) constituem o pilar do tratamento comportamental. São utilizados de maneira regular na incontinência urinária de esforço (IUE), incontinência urinária mista e na incontinência urinária de urgência. Têm como objetivo reeducar os músculos do assoalho pélvico, ensinando-os a contrair de forma voluntária. 
· Muitos métodostêm sido utilizados para ajudar os pacientes a identificar e exercitar corretamente os músculos do assoalho pélvico como biofeedback e estimulação elétrica. Essa técnica promove a facilitação do aprendizado da correta contração muscular, assim como auxilia a motivação da paciente durante o treinamento. Por meio desse método, uma sonda é introduzida no canal vaginal, com a finalidade de medir a pressão da contração muscular. Por sua vez, esse equipamento é conectado a um computador, o qual fornece feedback visual da contração dos músculos do assoalho pélvico por meio de gráficos ou um feedback auditivo, em tempo real. 
· O uso de cones vaginais de pesos variados exige que a paciente seja capaz de contrair os músculos do assoalho pélvico. A paciente, em posição ortostática, tentará impedir, por meio da contração dos músculos do assoalho pélvico, o deslizamento dos cones em virtude da atuação da gravidade.
· A estimulação elétrica consiste na aplicação de impulsos através de agulha ou eletrodos de superfície, sendo usada com a finalidade de inibir a hiperatividade do detrusor ou para me lhorar a musculatura do assoalho pélvico. 
· O treinamento vesical, por sua vez, consiste no preestabelecimento de intervalos para as micções que gradativamente são aumenta dos e que tem como objetivo incrementar a capacidade vesical reduzindo episódios de frequência e restabelecendo a função vesical.  
Tratamento farmacológico 
Incontinência de estresse/esforço (IUE) A realização dos exercícios de Kegel demonstrou taxas de cura ou melhora aos 3 a 6 meses, de maneira que se considera esse tratamento como de 1ª linha. Os exercícios podem ser feitos com a ajuda de cones vaginais para facilitar seu cumprimento. 
Os fármacos têm um escasso papel no tratamento desta devido a sua baixa eficácia e seus efeitos secundários. 
· Alfa- adrenérgicos (efedrina, fenilefrina). Estimulam a contração do músculo liso uretral. 
NÃO RECOMENDADOS, pois mostraram baixa eficácia com uma elevada taxa de efeitos adversos (arritmias cardíacas e hipertensão), quando comparados ao placebo. 
· Antidepressivos tricíclicos . Utilizam-se por seus efeitos anticolinérgicos e alfa-agonista, porém os DADOS SOBRE SUA EFICÁCIA SÃO INSUFICIENTES para justificar seu uso. Sua ação antimuscarínica sobre a musculatura lisa da bexiga é débil. 
· Duloxetina. É um potente antidepressivo inibidor da recaptação da norepinefrina e da serotonina. Sua capacidade de estimular o neurônio motor alfa adrenérgico pudendo (núcleo de Onuf na medula espinal sacral) aumenta a contratilidade do esfíncter estriado uretral . Observa-se, no entanto, ELEVADOS SURGIMENTO DE EFEITOS COLATERAIS, entre eles náuseas, os quais levaram à retirada da medicação em 20% dos pacientes. Em resumo, os benefícios sobre a própria IUE são questionáveis e seus efeitos adversos não são desprezíveis e são, em certas ocasiões, graves (problemas cardiovasculares, hepatotoxicidade, síndrome de Stevens Jonhson). 
· Estrógenos. A utilidade do tratamento vaginal NÃO está BEM ESTABELECIDA. Desconhecem-se os resultados a longo prazo. 
· A cirurgia é o TRATAMENTO DE ELEIÇÃO para os pacientes que não responderam ao tratamento não farmacológico e para as IUE graves.
Incontinência de Urgência (IUU) 
O treinamento da bexiga constitui a 1ª linha de tratamento. Consiste em ensinar ao paciente a urinar em períodos fixos e se baseia em dois princípios: 
(1) realizar micções frequentes voluntárias para manter um baixo volume de urina na bexiga 
(2) treinamento para inibir as contrações do detrusor, quando se apresenta a urgência. 
Os exercícios musculares de fortalecimento do assoalho pélvico também fazem parte do tratamento deste tipo de incontinência, sendo especialmente úteis quando combinados com o treinamento vesical. Como adjuvantes ao tratamento da IUU, é importante adequar a dieta, de forma a evitar a ingestão de alimentos/líquidos irritantes vesicais como a cafeína, bebidas gaseificadas, alimentos condimentados e evitar também a ingestão muito elevada de líquidos. 
· Anticolinérgicos: (oxibutinina), são os mais utilizados na IUU e constitui a 1ª linha de tratamento na bexiga hiperativa. Atuam bloqueando os receptores muscarínicos e deprimindo as contrações involuntárias do músculo detrusor. Em geral, a relação risco/benefício destes fármacos é desfavorável nos pacientes idosos com demência e não se recomenda seu uso concomitante com inibidores de acetilcolinesterase. Os efeitos podem se manifestar durante as prime iras 4 semanas, não devendo modificar a dose, nem efetuar mudanças de princípio ativo durante esse período. Os últimos comercializados desse grupo são a fesoterodina e a solifenacina. Na atualidade, flavoxato não é um fármaco mais recomen dado para esta patologia. 
· Antidepressivos. Normalmente, as doses empregadas são inferiores às utilizadas na depressão, portanto a toxicidade tende a ser menor. A imipramina é a mais estudada. 
· Toxina botulínica. Injetada no músculo detrusor, mediante cistoscopia, pode aliviar os sintomas da IU refratária ao tratamento anticolinérgico. Uma limitação importante é a elevada taxa de retenção urinária após o tratamento. Dispõe -se de mais evidência na IUU de causa neurológica. Recomenda-se a cirurgia só como último recurso nos casos graves.  
Incontinência Mista 
O tratamento consiste na combinação dos tratamentos a plicados nas incontinências de esforço e de urgência.  
Incontinência por transbordamento 
O tratamento mais efetivo é a cirurgia que é a melhor forma de tratar as dificuldades causadas por um útero miomatoso ou uma hiperplasia benigna de próstata. Uma alternativa à cirurgia para diminuir ou eliminar a urina residual é a sondagem intermitente. Até o momento da intervenção cirúrgica ou, no caso de não estar indicada, podem-se utilizar os fármacos. Utilizam-se alfabloqueadores e agonistas parassimpáticos , porém os DADOS DA EFICÁCIA SÃO CONTROVERTIDOS. 
O tratamento da incontinência urinária nos homens de idade avançada estará ligado com frequência associado a uma patologia prostática. Pode-se usar antagonistas alfa adrenérgicos não urosseletivos (doxazosina, terazosina e prazosina ), embora apresentem mais efeitos vasculares (hipotensão ortostática e tonturas) por seus efeitos sobre os receptores alfa 1. 
	2. Discutir os efeitos da incontinência urinária na vida psicossocial do idoso;
• Restrição da atividade física • Isolamento social • Baixa auto-estima • Insegurança • Depressão • Institucionalização • Alto custo financeiro 
	3. Conhecer a iatrogenia e relacionar ao caso clínico - geral, tipos e impacto na vida do idoso
· A Iatrogenia passou a ser considerada uma síndromes geriátricas 
· Definição: Os efeitos adversos das intervenções médicas (iatrogenia) constituem -se em eventos não intencionais que resultam em dano, complicações, incapacidade , aumento do tempo de internamento e morte, os quais resultam de cuidados e gerenciamento de saúde, e não da doença de base.
· O envelhecimento aumenta a prevalência de multimorbidade e, consequentemen te, do aumento no consumo de fármacos. Torna-se lógica a expectativa de serem encontradas maiores reações adversas e/ou interações medicamentosas nessa faixa etária, Outro fator predisponente é o fato de um paciente ser assistido por múltiplos profissionais, de diversas especialidades, que prescrevem intervenções e medicamentos e não se comunicam entre si. 
· Deve-se pensar em efeito adverso de medicamentos quando o paciente idoso apresentar, de forma aguda ou subaguda, declínio funcional, confusão mental, déficit cognitivo, distúrbios comportamentais, sintomas depressivos, queixas de tonturas, alterações da marcha e do equilíbrio, quedas repetidas, incontinência urinária e/ou fecal. As síndromes extrapiramidais também estão relacionadas com o uso de medicamentos e a sua ocorrência é mais comum em idosos. 
· No Brasil, o processoconhecido com o cascata iatrogênica é utilizado para descrever a situação em que o efeito adverso de um fármaco é interpretado incorretamente como nova condição médica que exige nova prescrição, sendo o paciente exposto ao risco de desenvolver efeitos prejudiciais adicionais relacionados ao tratamento potencialmente desnecessário.
· 
· Cascade iatrogenesis ou cascata iatrogênica que é “o desenvolvimento de complicações médicas múltiplas associadas com redução dos mecanismos para lidar com estressores externos”, tendo como exemplo um paciente com dor pós -operatória que é muito sedado, evoluindo para insuficiência respiratória, levando a necessidade de ventilação mecânica e que, subsequentemente, desenvolve uma pneumonia associada à ventilação mecânica. 
· Prescribing iatrogenesis ( Rochon e Gurwitz, 1 997) ou iatrogenia prescritiva que “ ocorre quando um evento adverso é interpretado incorretamente como nova condição médica que exige nova prescrição. 
· A tomada de medicamentos envolve sequência de etapas – prescrição, comunicação, dispensação, administração e acompanhamento clínico – o que a torna um ato complexo e vulnerável às iatrogenias , particularmente em idosos. Este processo pode ser prevenido já na etapa inicial da prescrição.
· O número de medicamentos é o principal fator de risco para iatrogenia e reações adversas, havendo relação exponencial entre a polifarmácia e a probabilidade de reação adversa, interações medicamentosas e medicamentos inapropriados para idosos. 
· Os pacientes idosos estão especialmente sujeitos à ocorrência de eventos iatrogênicos. Muitas vezes são tratados como qualquer outro paciente adulto, sem que se leve em consideração a singularidade do processo de senescência e senilidade. Desta forma, a prevalência dos eventos iatrogênicos na população idosa pode ser elevada, posto que estas pessoas não estão recebendo um tratamento caracterizado para sua idade e assim ficam mais suscetíveis aos erros dos profissionais da saúde. 
· Geralmente os tipos de iatrogenia de ação: decorrente da ação médica. Iatrogenia de omissão, relacionada a falta de ação do médico. 
Tipos de Iatrogenia: 
· IATROGENIA CIRURGICA: complicações pós cirúrgica e infecções hospitalares. 
· IATROFARMACOGENIA: decorrente do uso de medicamentos, de polifarmácias, da interação medicamentosa e do desconhecimento das alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas ao envelhecimento. 
· INTERNAÇÃO HOSPITALAR: que pode potencializar os riscos decorrentes do declínio funcional, da subnutrição, da imobilidade, da úlcera, depressão e da infecção hospitalar. 
· IATROGENIA DA PALAVRA: associada ao desconhecimento de técnicas de comunicação de más notícias. 
· IATROGENIA DO SILÊNCIO: decorre da dificuldade de ouvir adequadamente o paciente e sua família. 
· IATROGENIA SUBDIAGNÓSTICO: tendência de atribuir todas as queixas apresentadas pelo idoso ao fenômeno da idade, o que pode resultar em erro grave. 
· CASCATA PROPEDÊUTICA: solicitação de exames é feita de forma desnecessária, extensiva, sem indicação precisa. 
· Omissão 
· Comunicação
· Ação
· DISTANÁSIA: prolongamento artificial da vida sem perspectiva de reversibilidade, com sofrimento para o paciente e sua família.
· PRESCRIÇÃO DE INTERVENÇÕES SEM COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA: impõe ao paciente risco desnecessário. EXCESSO DE INTERVENÇÕES REABILITADORAS: excesso de equipe interdisciplinas assim como faz a polifármacia

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