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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE LICENCIATURA EM QUÍMICA DETERMINAÇÃO DO TEOR Mg(OH)2 EM LEITE DE MAGNÉSIA ANA PAULA NOSSOL, ANDRÉ FAGUNDES, CLEIDE MACIEL DOMINGUES E LARISSA. PROFESSORA JAMILE ROSA RAMPINELLI Química Analítica. SÃO BENTO DO SUL-SC 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 OBJETIVO GERAL 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5 METODOLOGIA 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 9 CONCLUSÃO 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13 INTRODUÇÃO O magnésio é um metal alcalino terroso que constitui um dos mais importantes cátions intracelulares, sendo, por sua vez, o quarto mais abundante do organismo humano. Este elemento químico, é imprescindível para a ativação de enzimas, na regulação da permeabilidade celular, na excitação neuromuscular e no transporte de energia (FERREIRA et al, 2017). De acordo com Schwinn (2010) a suspensão em água desse composto chama-se leite de magnésia que é utilizado como medicamento. Partindo das especificações analíticas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) o leite de magnésia é um líquido branco, com odor característico, isento de grumos, sabor característico, alcalino ao papel de tornassol e ao soluto de fenolftaleína. É uma suspensão de hidróxido de magnésio, em que cada 100 g deve conter não menos que 7,0 g e não mais que 8,5 g de Mg(OH)2. Para realizar essa prática, utilizou-se a técnica de retrotitulação, onde a mesma permite determinar o excesso de uma solução padrão utilizada inicialmente para reagir com o analito com uma segunda solução padrão (SKOOG et al, 2006). OBJETIVO GERAL Determinar o teor de hidróxido de magnésio [Mg(OH)2] em amostras de leite de magnésia. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Russel (1994) o método volumétrico de titulação se baseia na determinação do volume de uma solução de concentração conhecida (titulante), necessário para reagir quantitativamente com um soluto (titulado). No qual a concentração molar de um ácido em uma solução aquosa é determinada pela adição vagarosa de uma solução básica de concentração conhecida na solução do ácido, ou vice versa. Em conformidade com Baccan (1985) uma padronização, a concentração de uma solução volumétrica é determinada pela sua titulação contra uma quantidade cuidadosamente medida de um padrão primário ou secundário ou do volume exatamente conhecido de outra solução padrão. Segundo Skoog (2006) às vezes é necessário adicionar um excesso de titulante padrão e então determinar a quantidade excedente por titulação indireta com um segundo titulante padrão. Parafraseando Silva (2011) a titulação indireta consiste em adicionar um excesso, exatamente conhecido, da solução padrão ao analito e depois determinar a parte desse excesso que não reagiu com uma outra solução padrão. É utilizada, principalmente, quando a amostra não é solúvel em água como no caso do hidróxido de magnésio, mas é solúvel no reagente da titulação direta ou ainda quando não se tem indicador adequado à titulação. O hidróxido de magnésio, na forma de suspensão conhecida como de leite de magnésia, reage com quase todos os ácidos, por ter uma baixa solubilidade seu efeito neutralizante é maior, logo o Mg(OH)2 em excesso permanece no estômago. Para essa prática, necessitou-se a utilização do indicador fenolftaleína, como cita Atkins (2013) a cor de um indicador ácido-base muda devido a alteração na estrutura molecular causada pelo próton, que faz a absorção de luz ser diferente em concentrações mais ácidas ou básicas no meio reacional em que está inserido. A mudança de cor não ocorre subitamente, verificando um pequeno intervalo de pH (2 unidades) o que corresponde a faixa de viragem do indicador. METODOLOGIA Como preparo da base iniciou-se adicionando 50 mL de HCl em um béquer de 250 mL com água destilada, em uma proveta agitando-se com utilização de um bastão de vidro e reservando a proveta. Após o preparo da base pesou-se 5 gramas da amostra de leite de magnésia em três béqueres, ocorreu uma pequena variação de pesagem, onde: Tabela 1 - Pesagem das amostras de Leite de Magnésia em cada titulação 1ª Pesagem 2ª Pesagem 3ª Pesagem 5,07g 4,99g 4,99g Logo após, utilizou-se um balão volumétrico, adicionou-se, em cada um, 50 mL da solução padrão de HCl 0,5N. Logo após a solução foi agitada até ser dissolvida completamente. Seguiu-se o experimento colocando três gotas de fenolftaleína em cada solução.Para início da titulação, ambientou-se a bureta com solução padrão de NaOH e a colocou no suporte. Imagem 1: Adição do indicador ao erlenmeyer. Fonte: Os autores. Posteriormente, a bureta foi preenchida, até o atingimento do menisco, com a solução padrão de NAOH com a utilização de um béquer. Em seguida cada Erlenmeyer foi colocado sob a bureta para realizar a titulação. Iniciou-se o processo de titulação, onde o titulante foi acrescentado ao analito através de gotejamento até ocorreu o momento de viragem da solução. Imagem 2- Momento de transição Fonte: Os autores. O processo acima descrito repetiu-se por três vezes, a fim de verificar as possíveis diferenças de resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Como resultado obteve-se: Tabela 2- Indicação dos diferentes volumes. Titulações Massa de leite de magnésia pesada (g) Volume Final Volume Gasto Titulação 1 5,07 3,5ml 21,2 ml Titulação 2 4,99 3,4ml 21,6 ml Titulação 3 4,99 4,9ml 20,1 ml A tabela relaciona as respectivas massas de leite de magnésia pesadas e os volumes de titulante gastos nas três amostras tituladas ,interpreta-se que a variação decorrente das duas primeiras titulações para a última é devido a troca da pessoa da equipe que realizou a titulação,visto que, a agitação ocorre de forma diferente de pessoa para pessoa, bem como a velocidade do gotejamento. Com as informações acima citadas conseguiu-se calcular as concentrações de hidróxido de magnésio em leite de magnésio utilizando os princípios de uma titulação ácido-base, na qual foi titulado o excedente do HCl que não reagiu com o Mg(OH)2 presente na solução com o NaOH.Onde, temos: Concentração real de HCl = 0,089 mol/L 1000mL 0,089 mol de HCl 50mL x mol x= 0,00445 mol (Total de HCl) Calculou-se o excesso de HCl, para o volume de NaOH gasto na titulação, uma vez que a proporção estequiométrica é de 1:1 ( HCl + NaOH NaOH + H2O). Na primeira titulação tem se: 1000mL 0,089 mol 8,4 mL x mol y= 0,0007476 mol (excesso de HCl) Dessa forma, é possível calcular a quantidade de HCl que reagiu com o Mg(OH)2: 0,00445 – 0,0007476= 0,0037024 mol Com base na estequiometria: Mg(OH)2 + 2HCl MgCl2 + 2H2O, logo tem-se uma proporção de 1:2. Sendo assim: Número de mols. = M1.V1 - M2.V2 N= 0,5.50.10-3 - 0,25.21,2.10-3 N= 0,025 - 5,3.10-3 N= 0,0197 1 ----------- 2 x ---------- 0,0197 2x= 0,0197 x= 9,85.10-3 mols/Mg(OH)2 9,85.10-3 Mols . 58g / mol 0,5712 ------- x 5,0724--------- 100% 57,13 - 5,0724 x a =11,26% Titulação 2 N= 0,5.50.10-3 - 0,25.21,6.10-3 N= 0,025 - 5,4.10-3 N= 0,0196 1 2 x 0,0196 2x= 0,0197 x= 9,8.10-3 mols/Mg(OH)2 9,8.10-3 Mols . 58g / mol 0,5684 ------- x 4,99--------- 100% 56,84 - 4,99 x a=11,39% Titulação 3 N= 0,5.50.10-3 - 0,25.20.10-3 N= 0,025 - 5,05 .10-3 ,2 N= 0,01995 1 ---------- 2 x ------- 0,01995 2x= 0,01995 x= 9,875.10-3 mols/Mg(OH)2 9,85.10-3 Mols . 58g / mol 0,5785 ------- x 4,9964--------- 100% 57,85 - 4,9964 x a=11,54 % Tabela 3- Resultado das porcentagens nas três titulações Titulações Porcentagem Titulação 1 11,96% Titulação 2 11,39% Titulação 3 11,54% Como média das porcentagens, temos: 11,63% Ao comparar o resultado da média das porcentagens com as informações da embalagem, verificou-se que: CONCLUSÃO O teor de Mg(OH)2 presente no leite de magnésia teve um valor médio de 11,63 %, entretanto a ANVISA determina que esse valor esteja em torno de 7,0% a 8,0%, logo a amostra se encontra fora dos padrões estabelecidos. Ressalta-se que outros fatores podem ter influenciadonesse resultado, pois, o ácido utilizado no início do procedimento pode ter sofrido variação entre sua real concentração e o que o rótulo fornece de informação , visto que o mesmo encontra-se a um tempo no ambiente do laboratório e a medida que abre e fecha o frasco auxilia essa variação dessa concentração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública nº 8, de 31 de janeiro de 2006. Disponível em: <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP[16127-1-0].PDF>. Acesso em: 01 de abril de 2022. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química. Questionando a vida moderna e o meio ambiente. Tradução técnica: Ricardo Bicca de Alencastro. 5. ed. Porto Alegre, RS: Bookmam, 2012. BACCAN, Nivaldo. ANDRADE, J. C. GODINHO, O. E. S. BARONE, J.S. Química Analítica Quantitativa Elementar. 2. ed. São Paulo: EdgardBlücherLtda, 1979. FERREIRA, A. P., et al. Determinação do teor de hidróxido de magnésio em leite de magnésia comercial. 2017. SECITEC. Disponível em: http://eventos.ifg.edu.br/secitecitumbiara/wp-content/uploads/sites/9/2018/03/3 Acesso em: 01 de abril de 2022. RUSSELL, B. J. Química Geral Volume I. Trad.: Márcia Guekezian. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1994. SCHWINN, F. A.; BECKER, H.; VOGT, L.; WILLIMS, M. Funções Inorgânicas: Bases. 2010. Turma do 1º ano B - Ensino Médio Prof.ª Núria Meurer. Disponível em:<http://nuriameurerciencias.blogspot.com/p/funcoes-inorganicas-2010.html>. Acesso em:01 de abril de 2022. SILVA, L. Química Analítica Avançada: Volumetria de Neutralização. UFJF, 2011. Disponível em: . Acesso em: 01 de abril de 2022. SKOOG, Douglas A.; WEST, Donald M. Analytical Chemistry an Introduction. 8. ed. Books/ Cole ThomsomLerning, 2000.
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