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AULA 6 Método Hanhemaniano (Cinquenta Milesimal ) Fluxo contínuo Fernanda M. Peixoto • Alguns profissionais acreditam que esse método é o aperfeiçoamento, pois se trata de um método capaz de desenvolver medicamentos poderosos e suaves. • Escala 1/50.000 Método Cinqüenta Milesimal Hahnemann (1755 – 1847), no Organon 6ª edição, propôs um novo método de dinamização que resultava numa redução material de cinqüenta mil vezes a cada grau de potência, esse novo método é conhecido como cinqüenta milesimal, LM (algarismos romanos L é cinqüenta e M igual a mil) ou potências Q. Método Cinqüenta Milesimal 1a. Etapa (Trituração da droga até 3CH trit) 2ª Etapa (preparação do 10 grau de potência) • Dissolver 0,063g do 3 CHem 500gotas de uma mistura de uma parte de álcool 96% e quatro partes de água destilada. • Dessa solução, colocar uma gota em um frasco de vidro, e acrescentar 100 gotas de álcool 960 GL . • Aplicar cem sucussões. • Umedecer, com 1 gota da solução 500 microglobulos (100 microglobulos devem corresponder a 0,063g). • Separá-los, rapidamente, sobre papel de filtro e deixar secar à temperatura ambiente por 6h. Este é o medicamento na 1LM. Método Cinqüenta Milesimal 3ª Etapa (preparação dos demais graus de potência) • Dissolver um microglobulo em uma gota de água, em um frasco de vidro. • Acrescentar 100 gotas de álcool 960 GL. • Aplicar cem sucussões. • Umedecer, com 1 gota da solução 500 microglobulos (100 microglobulos devem corresponder a 0,063g). • Separá-los, rapidamente, sobre papel perolado e deixar secar à temperatura ambiente por 6h. Este é o medicamento na 2 LM. • Para preparar os demais graus de potência, seguir o método descrito nos itens 1 a 5. Médico americano James Tyler Kent Biografia • James Tyler Kent (1849-1916) nasceu na cidade de Nova Iorque, e graduou-se em medicina aos 21 anos pelo Medical College Bellevue e aos 25 anos no Instituto de Medicina Eclética na cidade de Cincinnati, Ohio. • Foi professor de anatomia e cirurgia. Seu interesse em estudar homeopatia surgiu por volta de 1879, após a cura de sua esposa pelo homeopata Dr.Phelan, ao qual recorreu após diversas tentativas mal sucedidas de curá-la com os alopatas e ecléticos da época. • A partir de então se aprofundou nos estudos, prática e ensino da homeopatia. • Foi professor da Faculdade de Medicina Homeopática da Filadélfia, membro da Sociedade Médica Homeopática de Illinois, da Associação Hahnemaniana Internacional. Médico americano James Tyler Kent Usado para preparar altíssimas dinamizações. Projetou aparelho dinamizador. Sempre inicia-se com a potência 30 CH. Não apresenta escala definida. Interrompe-se sempre 2 dinamizações anteriores àquela que se pretende fazer. As 2 últimas dinamizações serão feitas manualmente e álcool 70% e a última no álcool desejado para dispensação 9álcoo. Deve-se calibrar o aparelho antes de começar Cada rotação corresponde a 1 sucussão. Os aparelhos podem ter 3600 rpm ou 13000 rpm 100 rotações corresponde 1 passagem. Calibração: determinar a vazão . Ex.: 67 ml/min Ponto de partida Medicamentos na 30CH em etanol 70%. Dipensação 200FC até 100M FC Revolução industrial- máquinas para potências elevadas Pp= 30CH,ii=água purificada 1. Sistema de alimentação composto por um funil de separação de fases, que serve de reservatório do insumo inerte. 2. Coluna de vidro para manter a pressão da água estável do inicio ao final do processo, garantindo, desse modo, um fluxo continuo e constante. 3. Torneira para permitir o escoamento da água do reservatório do insumo inerte para câmara de dinamização. 4. Válvula para controle do fluxo de água proveniente do reservatório superior. Ela deve permitir o escoamento para câmara de dinamização de volume de insumo inerte(água destilada) suficiente para preenchê-la ao mesmo tempo em que o motor proporciona cem rotações. 5. Câmara dinamizadora, também conhecida como ampola dinamizadora ou cachimbo, de vidro termo-resistente, para poder ser esterilizado, com uma entrada e saída laterais para o insumo inerte(água destilada). 6. Palheta, pá ou hélice de vidro, também termo-resistente, para promover o turbilhamento da diluição. 7. Motor com capacidade suficiente para promover, com a hélice, o turbilhamento do meio liquido, a fim de liberar energia medicamentosa. Limpeza do equipamento As partes que entram em contato com o liquido dinamizado (cachimbo e hélice) devem ser lavadas com água destilada e, a seguir, esterilizadas, a cada nova dinamização (estufa 30min 1800 C). As partes que encontram em contato com insumo inerte (funil de separação, coluna de vidro e válvula de regulagem) devem ser lavadas e esterilizadas, os anéis de vedação normalmente feitos de plásticos ou borracha devem ser lavados com água destilada e deixados imersos por duas horas em etanol 70%. Cuidados especiais A entrada do insumo inerte na câmara deve acontecer próximo ao centro do vórtice do liquido em dinamização. Cem sucussões correspondem a cem rotações da hélice dinamizadora. Alcançado o tempo programado para o término da operação, desligar simultaneamente a entrada de água e o motor. O processo será interrompido sempre duas dinamizações anteriores àquela que se pretende obter. Fazer mais duas dinamizações manuais de acordo com o método hahnemanniano, primeira preparada em etanol 70%, para ficar armazenada no estoque e servir como matriz, e a segunda para atender à prescrição médica. Ex: 199FC para dispensação da 200FC, 999FC para dispensação da 1000FC(1M FC). A calibração da entrada de água destilada deve ser realizada sempre que o aparelho for novamente montado, após ter sido feita sua manutenção e limpeza. Calibração do Fluxo Equipamento com cachimbo de volume de 2ml e com motor de 3600rpm. 3600 rotações ---------------- 60 segundos 100 rotações ----------------- X segundos X = 1,6666 segundos 2ml devem passar pelo cachimbo em 1,6666 segundos (1dinamização). Como seria difícil medir 2ml neste curto espaço de tempo, padroniza-se 60ml, assim: 2ml ------------ 1,6666 segundos 60ml ------------ X segundos X = 50 segundos Técnica de calibração Abrir a válvula de controle do fluxo e acionar o motor deixando fluir a água até que o cachimbo fique totalmente cheio e comece a vazar pela saída lateral através de um dreno. Fechar a válvula de controle do fluxo, esperar o término da saída da água e desligar o motor. Colocar o dreno no cálice de 60ml, para coleta da água que sai pela lateral. Iniciar o processo, abrindo a válvula de controle do fluxo e acionar o motor ao mesmo tempo. Anotar o tempo necessário para que o nível atinja 60ml. Repetir a operação regulando a válvula de controle do fluxo até que esse tempo seja de cinqüenta segundos. Está pronta a calibração do fluxo de água. Técnica de preparação Preparar uma 30CH em etanol 70%. Encher o cachimbo com o medicamento na potência 30CH. Acrescentar quantidade suficiente de água destilada no funil de separação. Se a quantidade for maior que a capacidade do funil, durante o processo deve-se acrescentar água, sem a interrupção da dinamização. Acionar simultaneamente a entrada de água e a rotação do motor. Terminado o tempo previsto para operação, interromper o processo. Realizar mais duas dinamizações manuais (1/100). Como calcular o tempo necessário? N = (FC -2) – 30CH Onde: N- número de dinamizações FC- potência FC final Para 200FC, temos: N = (200 -2) – 30 N = 168 dinamizações 1 dinamização -------------------- 1,6666 segundos 168 dinamizações ---------------- XX = 280 segundos Ponto de partida FC Final Tempo (seg) Volume (ml) 30CH 200 280 336 30CH 500 780 936 30CH 1.000 1.613 1.636 30CH 5.000 8.280 9.936 30CH 10.000 16.613 19.936 30CH 50.000 83.280 99.936 30CH 100.000 166.613 199.936 Como saber o volume necessário de água? 60 ml ---------------- 50segundos X --------------- 280 segundos X = 336 ml de água destilada Outra forma de saber o volume e tempo necessário Utilizar a tabela do equipamento. Exemplo1 : Um farmacêutico deseja preparar um medicamento 200FC, partindo em um equipamento de 13.000 rpm (Rotações por minuto). Como ele realizará os cálculos do tempo que levará? b) Sendo a vazão de 72 mL por minutos, qual será o volume gasto? Exercício 1 Resposta: a) 200FC-30 CH= 170 170 -2 =168 passagens 1 passagem------100 rotações 168 pass----------x = 16800 rotações 13.000 rot ------1 minuto 1 min ----60 seg 16.800 rots---- y= 1,292min 0,292min---z= 17,52seg Tempo total= 1 min e 18 seg b) 72 mL por minuto, assim 72 x 1,292= 93,02mL / 93 mL Exercício 2 Exemplo2: Um farmacêutico deseja preparar um medicamento 10000FC, partindo de outro 5000FC, utilizando um equipamento de 13.000 rpm (Rotações por minuto). Como ele realizará os cálculos do tempo que levará? E volume gasto? 10000FC-5000FC=5000passagens 5000-2= 4998 passagens 1 pass-----------100 rot 13000 rot--------1 min 4998 pass------x = 499.800 rotações 499.800 rotações------y = 38,446 min 1 min-------60 seg 0,446 min----z= 26,76seg = 27 seg Total: 38 min e 27 seg b) 72mL/ min === 72 x 38,446min= 2768,1 mL/ 2770mL São preparações medicamentosas obtidas a partir de produtos biológicos, quimicamente indefinidos: secreções, excreções, tecidos, órgãos, produtos de origem microbiana e alérgenos. Essas preparações podem ser de origem patológica (nosódios) ou não patológicos (sarcódios), elaboradas conforme a farmacotécnica homeopática. São divididos em duas categorias: bioterápicos de estoque e isoterápicos • Os bioterápicos de estoque são produtos cujo insumo ativo é constituído por amostras preparadas e fornecidas por laboratório especializado. Só podem ser considerados medicamentos homeopáticos aqueles que determinou-se a patogenesia, os demais são apenas preparados segundo a farmacotécnica homeopática Bioterápicos-Exemplos: 1. Códex - soros, vacinas, toxinas e anatoxinas, inscritos na Farmacopéia Francesa, preparada por laboratórios especializados (Instituto Pasteur francês ou Mérieux). Ex. BCG, Staphylotoxinum, Tuberculinum. 2. simples - Obtidas a partir de "vacinas estoques" constituídas por culturas microbianas puras, lisadas e atenuadas em determinadas condições. Ex.Colibacillinum, Influenzinum, Streptococcinum. 3. Complexos - definidos pelo seu modo de obtenção (secreções ou excreções patológicas) ou seu modo de preparação. Ex. Luesinum, Psorinum, nosódios intestinais Bach-Paterson. 4. Ingleses (Nosódios Intestinais de Bach-Paterson) 5. Bioterápicos Dr. Roberto Costa - (nosódios vivos Roberto Costa)- São preparados com microrganismos vivos, na escala decimal, usando como diluente cloreto de sódio 0,9%. A solução de partida é uma suspensão contendo três bilhões de microorganismos por ml, em solução. Até a D 11 as diluições são feitas em solução fisiológica 0,9%. Da D12 em diante, as diluições são feitas em solução hidroalcoólicas 50%. Para cada diluição são dadas 50 sucussões. São preparações medicamentosas obtidas a partir de insumos relacionados com a patologia/enfermidade do paciente, elaboradas conforme a farmacotécnica homeopática, sendo classificadas como autoisoterápicos e heteroisoterápicos. 1. AUTOISOTERÁPICOS São isoterápicos cujos insumos ativos são obtidos do próprio paciente (fragmentos de órgãos e tecidos, sangue, secreções, excreções, cálculos, fezes, urina, culturas microbianas e outros) e destinados somente a este paciente. 2 HETEROISOTERÁPICOS São isoterápicos cujos insumos ativos são externos ao paciente (alergenos, alimentos, cosméticos, medicamentos, toxinas, poeira, pólen, solventes e outros), que de alguma forma o sensibiliza. Laboratório de Análises Clínicas Abrigo da luz,calor,aromas Manter afastado de computadores / quaisquer eletroeletrônicos Administrar 20-30 minutos antes ou após as refeições e de escovar dentes Intervalo entre medicamentos Evitar o contato com cânfora/ mentol - - Manipulação dos medicamentos Atenção farmacêutica (encaminhamento, orientações) - Problemas menores- MUITA discussão - - () RDC 67/07 e 87/08- Controle de qualidade (matrizes, água) - Sala exclusiva Homeopatia, EPIs, limpeza - Presença do farmacêutico Homeopata- obrigatória Fiscalização: CRF e ANVISA • RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 67, DE 8 DE OUTUBRO DE 2007-Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. • Fixa os requisitos mínimos exigidos para o exercício das atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais das farmácias, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos, aquisição e controle da qualidade da matéria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, além da atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional. • GRUPOS DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA FARMÁCIA • GRUPO V Manipulação de medicamentos homeopáticos Regulamento Técnico e Anexos I (quando aplicável) e V Boas Práticas de Manipulação “A mente é que nem paraquedas, só funciona quando aberta...” Autor desconhecido