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HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) - definição, epidemiologia, etiofisiopatologia, clínica, diagnóstico e tratamento

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VICTORIA CHAGAS 
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA 
 
 
O QUE É? 
 
- É a hiperplasia (proliferação) das células do epitélio do estroma da próstata, gerando um tecido 
nodular adenomatoso. 
 
 
 
 
EPIDEMIO 
- É a neoplasia benigna mais comum do homem 
- Afeta 50% de indivíduos entre 51-60 anos e em mais de 80% dos homens na 9ª década de vida 
- Uma forma hereditária de HPB é identificada em 9% dos pacientes operados pela doença e em 
até 50% daqueles submetidos à cirurgia antes dos 60 anos de idade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETIOFISIO 
PATOLO 
GIA 
 
 
➢ ETIOLOGIA/FATORES DE RISCO 
 
• Idade avançada → tempo de exposição e maior sensibilidade a testosterona 
• Presença da testosterona 
• História familiar de doença precoce 
 
 
➢ FISIOPATOLOGIA 
 
- A testosterona livre penetra na célula 
epitelial prostática e, por ação da enzima 5-
alfa-redutase, é transformada em DHT 
(diidrotestosterona) – a forma biologicamente 
ativa do hormônio. 
- A DHT se liga a receptores androgênicos nucleares, formando um complexo que atua sobre 
genes específicos e inicia um processo de síntese proteica que modula a proliferação das células 
epiteliais. 
- Além de atuar diretamente no epitélio, a DHT estimula também as células do estroma, levando-
as a secretar fatores de crescimento, que, através de mecanismos 
parácrinos, estimulam ainda mais a proliferação glandular. 
- Um fenômeno interessante explica a relação entre idade e HPB: na 
medida em que o homem envelhece é natural que aumentem os níveis de 
estrogênio em seu sangue. O estrogênio induz as células prostáticas a 
expressarem receptores de androgênio. Logo, homens mais velhos 
possuem próstatas “mais sensíveis” aos androgênios circulantes. 
- A proporção de estroma/epitélio glandular que, na próstata normal é de 
2:1, pode atingir, na HPB, a proporção de 5:1. Tal processo leva à compressão extrínseca da uretra 
prostática, compressão essa que pode ser mecânica e/ou funcional. 
 
• Obstrução ureteral: 
- Mecânico: compressão dos nódulos adenomatosos 
- Funcional/dinâmico: contração das fibras musculares do estroma prostático → Estas fibras, ricas 
em receptores alfa-1-adrenérgicos, tendem a se contrair por influência do sistema nervoso 
simpático. Este mecanismo explica os quadros de prostatismo em pacientes com próstatas pouco 
volumosas, bem como a rápida variação dos sintomas observada em alguns pacientes. 
 
• Resposta vesical: 
- Hipertrofia do músculo detrusor para tentar manter o fluxo urinário → com o tempo há uma 
redução da complacência e capacidade vesical → sintomas irritativos 
 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA 
 
 
- Pacientes podem ser 
assintomáticos no início 
- Sintomas podem ser obstrutivos 
(esvaziamento ou pós-miccionais – 
presente em 70-80% dos pacientes) 
e irritativos (armazenamento – 50-
70% dos pacientes)→ 
 
 
➢ COMPLICAÇÕES 
• Retenção urinária aguda – 2 a 10% dos pacientes 
- Representa a incapacidade abrupta de esvaziamento vesical 
- Pode ter dor, cólicas, bexigomas... 
• ITU e prostatite – 5% dos pacientes 
- Essas infecções resultam de colonização prostática ou da presença de urina residual e 
podem provocar bacteremia, o que justifica a remoção da próstata em infecção persistente 
• Litíase vesical → urina estaseada formam cálculos 
• Falência do detrusor (bexiga) → devido hipertrofia 
• IRA ou IRC → refluxo vesicoureteral – hidronefrose – IRA pós renal 
• Hematúria → pensar em outras afecções como neoplasias urogenitais ou litíase renal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓS 
TICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Clínico (anamnese e exame físico) + exames complementares 
 
➢ TOQUE RETAL 
- Deve se avaliar 
o Tamanho e contorno 
o Presença de nódulos 
o Lesões suspeitas de malignidade 
o Tônus do esfíncter anal → distúrbio neurológico que pode 
estar causando bexiga neurogênica 
- Na HPB, o toque retal costuma revelar uma próstata de tamanho aumentado (simétrico), de 
consistência fibroelástica e com o sulco interlobular preservado. 
- Se nódulos endurecidos → biópsia transrretal guiada por USG (pensar em adenocarcinoma) 
 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES 
• Exame de urina tipo l → Piúria (pensar em ITU) e Hematúria (USG - CA urogenital) 
• Ureia e creatinina → avaliar função renal → Nefropatia obstrutiva 
• PSA → deve se pedir para todos os pacientes 
- > 60 anos → VR: <4,0 ng/ml → se estiver muito aumentado pode pensar em CA 
- Se >1,6 → maior risco de HPB → Na HPB, alguns indivíduos apresentam PSA na faixa entre 4-10 
ng/ml (a chamada “zona cinzenta”, onde tanto a HPB quanto o Ca de próstata podem explicar) 
 
• Outros: 
o USG (abdominal ou transrretal) 
- Recomendadas em pacientes com função renal reduzida ou ITU ou hematúria 
o Urufloxometria (estudo urodinâmico) 
- Em suspeitas de distúrbio neurológico ou persistência de sintomas após RTU 
o Uretrocistocopia 
- Indicada para pacientes com sintomas de trato urinário baixo com antecedente de 
trauma uretral, estenose de uretra ou cirurgia local prévia 
VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATA 
MENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ ESCORE INTERNACIONAL 
DE SINTOMAS 
PROSTÁTICOS (IPSS) → 
Usado para guiar o 
tratamento do paciente 
 
 
o Leve de 0 a 7 pontos 
o Moderado de 8 a 19 
o Grave de 20 a 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• ASSINTOMÁTICOS, SINTOMAS LEVES E SEM COMPLICAÇÕES: 
- Observar e acompanhar anualmente (conservador) 
- Algumas medidas comportamentais podem ajudar a reduzir os sintomas: 
o Diminuir ingesta de líquidos a noite 
o Reduzir uso de álcool, café e cigarros (efeito diurético e irritativo) 
 
• SINTOMATOLOGIA MODERADA: 
- Terapia farmacológica 
o Bloqueador alfa-1-adrenérgico → relaxar o músculo liso 
Ex.: Tansulosina 0,4-0,8 mg 1x ao dia (seletivo) e Doxazosina 
o Inibidores da 5-alfa-redutase → reduz volume glandular (20-30%) e interfere no PSA 
podendo mascarar uma neoplasia maligna 
Ex.: Finasterida (5 mg/dia) e dutasterida (0,5 mg/dia) 
 
* Efeitos colaterais → hipotensão ortostática, cefaleia, disfunção ejaculatória, vertigem ... 
** Fazer terapia combinada se sintomas obstrutivos importantes e de grande volume (>40g) → 
recomendado intervalo de 4 horas entre medicamentos, podem interagir e causar hipotensão. 
 
• SINTOMATOLOGIA GRAVE: 
- Terapia medicamentosa inicialmente 
- Terapia cirúrgica se não responsivo ou indicação absoluta 
o Ressecção transuretral (RTU) – por uretrocistocopia 
o Prostatectomia subtotal → cálculos/divertículos vesicais e próstatas volumosas (>80 g) → 
retira somente o tecido adenomatoso (próstata inteira retira em CA de próstata) 
** Complicações: disfunção erétil, ejaculação retrógrada, infecção urinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATA 
MENTO 
 
➢ INDICAÇÃO ABSOLUTA PARA CIRURGIA: 
• Retenção urinária aguda 
• ITU de repetição → pode fazer bacteremia e sepse 
• Hematúria macroscópica persistente 
• Litíase vesical 
• Insuficiência renal – aguda ou crônica 
• Divertículos vesicais 
 
 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Bexiga de idoso 
• Doenças neurológicas ou urológicas 
• Doenças com sintomas obstrutivos como estenose 
→ O rápido aparecimento de sintomas, apresentação antes dos 50 anos de idade ou a 
ocorrência de sintomas irritativos sem sintomas obstrutivos constituem sinalizações que ddx!