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CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 RADIOLOGIA NA INVESTIGAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO LESÕES VASCULARES: Relacionadas a obstrução vascular (isquêmica) ou ruptura vascular (hemorrágica). ● Doença vascular isquêmica: Principais artérias que irrigam o encéfalo: A TC é um excelente método para AVCi. A sensibilidade é de 70% nas primeiras 24h. - Achados radiológicos: Imagem mais hipodensa, corticosubcortical, exerce efeito expansivo característico pela compressão dos sulcos e ventrículos subcorticais e deslocamento de estruturas adjacentes, no território cerebral médio, sendo compatível com evento agudo. Evento hiperagudo (coágulo dentro da artéria cerebral média), sinal da artéria cerebral média hiperdensa, que corresponde a fase mais precoce do evento isquêmico (sinal de cordão?) Na RM a sensibilidade é de 100% nas primeiras 24h. Há um hipersinal na difusão (branco) e hiposinal no MAPA (preto) de AVCi, os quais são complementares CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 lesão isquêmica em território da artéria cerebral média esquerda. Observe que apesar de ponderada em T2 o líquor apresenta-se hipointenso (preto) na sequência FLAIR. MAPA de perfusão mostra as áreas de penumbra (preto e vermelho), as quais ainda podem ser salvas. No evento isquêmico tem possibilidade de evento hemorrágico (branco) Pode determinar atrofia de estruturas adjacentes, indicando lesão antiga/isquemia crônica. Observa-se alargamento dos sulcos corticais e ventrículos adjacentes. Em idosos vasculopatas (hipertensos e diabéticos), há microangiopatia e gliose (fica mais pretinho perto dos ventrículos), é como se a perfusão não ocorresse bem na zona de fronteira das artérias. Infartos venosos: CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 Pode ocorrer obstrução dos seios por trombose. Foge do padrão natural, já que nao respeita as áreas das artérias. A angiorressonância observa os seios. ● Doença vascular hemorrágica Podemos classificar as hemorragias intracranianas de acordo com sua localização em: • Hemorragia intraparenquimatosa. As principais causas de hemorragias intra-axiais são: • Hipertensão: pacientes hipertensos têm maior predisposição a sangramentos cerebrais, que predominam na cápsula externa, putâmen, tálamo e ponte. • Aneurismas: geralmente são oriundos da artéria cerebral anterior, bifurcação da artéria cerebral média ou do topo da artéria carótida interna. • Malformações vasculares: malformações arteriovenosas e angiomas cavernosos podem romper-se e causar volumosos sangramentos intracranianos. • Angiopatia amilóide: depósitos de proteína amilóide nas paredes das artérias cerebrais, o que aumenta o risco de sangramento em pacientes idosos e normotensos. Manifesta-se por hemorragias múltiplas, periféricas, bilaterais, geralmente poupando o tronco encefálico, núcleo da base • Coagulopatias: pacientes com deficiência de vitamina K, doença hepatocelular, uso de anticoagulantes. • AVCI com reperfusão: a transformação hemorrágica do acidente vascular isquêmico pode ocorrer em 50 a 70% dos casos de isquemia. • Prematuridade:É frequente a hemorragia cerebelar em prematuros abaixo de 32 semanas. • Neoplasias: vários processos expansivos intracranianos podem evoluir com sangramentos, dentre os mais frequentes, destacamos: • Tumores primários do SNC: oligodendroglioma, glioblastoma, ependimoma. • Tumores secundários: metástases de melanoma, coriocarcinoma, rim, tireóide e pulmão. • Trauma. - Achados na radiologia Achados da RM: gradiente eco e T2- pontinhos pretos. Pode-se avaliar o tempo de sangramento. Fase aguda (ate 7 duas): imagem hiperdensa e halo hipodenso.No estágio CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 subagudo (l a 4 semanas), ela torna-se progressivamente isodensa com relação ao parênquima até que, em sua fase mais crônica (> 4 semanas), torna-se hipodensa, evoluindo para a encefalomalácia ou gliose. • Hemorragia subdural e extradural. Hematoma extradural é entre a dura máter e o crânio. Geralmente decorrente de fraturas, o sangramento é de origem arterial. Sinal do limão, convexo. Hematoma subdural é entre a dura máter e o subaracnóide. Decorrente de sangramento venoso, sangramento heterogêneo, pode desviar estruturas da linha mediana. Sinal da banana. • Hemorragia subaracnóide. Delineia os sulcos • Hemorragia intraventricular. Dentro dos ventrículos PROCESSOS INFLAMATÓRIOS E INFECCIOSOS: - Via hematogênica (TB, criptococose) - Contiguidade (otomastoidites, sinusites, trauma etc.). ● Cisticercose: A cisticercose é a infecção parasitária mais comum do sistema nervoso central, decorre da infestação do homem pela larva do Cysticercus cellulosae, da Taenia solium e raramente da Taenia saginata. Sua apresentação radiológica depende da fase que se encontra. Classificada em: Intraparenquimatosa, subaracnóidea, racemosa e intraventricular. - Intraparenquimatosa: CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 No estágio vesicular, observamos lesões císticas com paredes delgadas, pode ser visualizado o escólex excentricamente no cisto, geralmente sem realce pelo meio de contraste e sem edema. A fase vesicular-coloidal é o início da degeneração da larva, verifica-se um realce anelar pelo meio de contraste e presença de edema adjacente à lesão. Observa-se parede mais espessa (- líquido e + parede), o paciente começa a apresentar alguns sintomas por causa do edema periférico. RM ver melhor o edema. No estágio nodular-granular, ocorre uma retração e um espessamento da parede do cisto, com redução do edema, o escólex se calcifica e pode, ainda, haver algum realce anelar pelo contraste. Na fase nodular calcificada, a lesão apresenta calcificação completa, sem realce pelo contraste e sem edema (imagem) - Racemosa O tipo racemoso é menos frequente e se apresenta como lesões císticas tipo cacho CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 de uvas, realce variado pelo meio de contraste, não apresenta escólex e pode acarretar dilatação ventricular secundária ao processo inflamatório meníngeo. Pode causar hidrocefalia obstrutiva. ● Meningite 80% dos casos: a Neisseria meningitidis, o Streptococcus pneumoniae e o H. influenzae. A bactéria alcança as meninges por disseminação hematogênica ou por extensão de estruturas adjacentes (sinusite, trauma, abscesso epidural). Observa-se espessamento difuso e focal das leptomeninges, associada a intenso realce pós contraste. ● Abcesso cerebral Quando microrganismos (principalmente Staphylococcus Aureus e Streptococcus) alcançam o parênquima encefálico, ocorre uma resposta inflamatória à infecção, com a morte de tecido cerebral e necrose. Lesão expansiva com conteúdo liquefeito (material necrótico) no seu interior e cápsula interna com realce pós contraste. Pode apresentar edema perilesional com efeito de massa, deslocando estruturas adjacentes. O paciente apresenta infecção importante, cursando com febre e aumento do PCR. Via hematogênica ou contiguidade. ● Herpes Na primoinfecção, acredita-se que o vírus penetre no SNC através da mucosa nasal e bulbo olfatório, daí a explicação para CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 causar doença preferencialmente no córtex frontal e lobos temporais. Geralmente o comprometimento é unilateral, mas é comum o acometimento dos dois hemisférios. O realce pelo contraste é variável. Edema e espessamento dos giros. ● Tuberculose Geralmente decorre de uma disseminação hematogênica de um foco pulmonar. Radiologicamente, podemos verificar a obliteração das fissuras e cisternas encefálicas por material resultante do exsudato inflamatório, que apresentam realce intenso após a administração do meio de contraste ● Toxoplasmose Mais frequente infecção parasitária do SNC em imunossuprimidos. Caracteriza-se por múltiplas lesões de aspecto nodular, contornos irregulares e realce anelar pelo meio de contraste, associadas a halo de edema, e de distribuição aleatória pelo parênquima encefálico. Em fases tardias, após tratamento clínico, as lesões podem evoluir para calcificações, que são mais bem caracterizadas ao exame de tomografia computadorizadae não podem ser diferenciadas da cisticercose. MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS podem ser geneticamente determinadas ou adquiridas. A maioria das malformações que ocorre nas fases mais precoces da gestação é, predominantemente, de origem genética, enquanto as que ocorrem nas fases mais tardias estão, geralmente, relacionadas com lesões de origem infecciosa ou vascular que interferem no desenvolvimento de uma determinada área do encéfalo ● Malformação de Chiari As malformações de Chiari são um espectro de anormalidades congênitas e deve-se utiizar a linha de MCRAE como referencia . Podem ser classificadas em 4 subtipos: - Chiari tipo I CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 caracteriza-se pelo deslocamento caudal das tonsilas cerebelares pelo forame magno). Geralmente é assintomática nas crianças, mas adolescentes e adultos podem desenvolver cefaleias e paralisia de nervos cranianos. Pode estar relacionada com outras alterações, como a siringomielia (cavidades tubulares císticas dentro da medula espinal), alterações de vértebras e base do crânio e hidrocefalia. - Chiari tipo II Ocorre herniação das tonsilas, do vérmis cerebelar, de parte do quarto ventrículo e da porção inferior do bulbo, para dentro do canal vertebral. A malformação de Chiari II vem, quase sempre, associada a uma mielomeningocele toracolombar (90% dos casos). A fossa posterior é pequena, o quarto ventrículo é baixo e alongado, e a hidrocefalia é frequente - Chiari tipo III verificam-se os achados de Chiari II, mas a meningomielocele é substituída por encefalocele cervical com frequente herniação do cerebelo e do tronco encefálico para seu interior - Chiari tipo IV Extremamente rara e consiste em uma acentuada hipoplasia cerebelar, geralmente associada a do tronco encefálico. As manifestações clínicas estão relacionadas com o grau de atrofia cerebelar. CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 ● Malformação de Dandy-Walker Hipoplasia ou ausência do vérmis cerebelar, associada a uma dilatação cística do quarto ventrículo, que se apresenta aumentado e aberto posteriormente. Geralmente está relacionado com hidrocefalia decorrente da atresia dos forames de Luschka e Magendie. É comum sua correlação com anomalias do corpo caloso ● Cistos aracnóides Lesões congênitas da membrana aracnóide que se expandem, acumulando liquor. Caracterizam-se por uma lesão com densidade e sinal compatível ao liquor. Os lugares mais comuns dos cistos aracnóides intracranianos são: a fossa temporal, a região suprasselar e a fossa posterior ● Hidrocefalia A hidrocefalia decorre de um distúrbio da circulação do liquor, que pode estar relacionado com um processo obstrutivo que impede sua drenagem, com uma produção excessiva ou com a deficiência de sua reabsorção, resultando em uma dilatação ventricular progressiva e hipertensão intracraniana ● Esquizencefalia Caracteriza-se por uma fenda uni ou bilateral localizada nos hemisférios cerebrais, estendendo-se do córtex à região ventricular. Pode ser classificada em esquizencefalia de lábios fechados (quando a fenda é de pequena dimensão) ou de lábios abertos (quando apresenta maiores dimensões). A fenda aberta, geralmente, é revestida por substância cinzenta heterotópica O quadro clínico da esquizencefalia é bastante variado. A maioria das crianças apresenta epilepsia, CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 muitas vezes de difícil controle. A gravidade dos sintomas está relacionada com o grau de envolvimento do cérebro ● Holoprosencefalia A holoprosencefalia é decorrente de um defeito da diverticulação e da clivagem do tubo neural. Pode ser classificada em: • Holoprosencefalia lobar. Manifestações clínicas são menos graves, é a sua forma mais diferenciada. Há formação dos ventrículos, incluindo os cornos temporais e occipitais, mas com septo pelúcido ausente, os núcleos da base, geralmente, são bem formados, mas podem apresentar algum grau de fusão. É comum haver disgenesia do corpo caloso. A criança frequentemente apresenta atraso do desenvolvimento psicomotor leve ou moderado • Holoprosencefalia semilobar. CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 Forma intermediária, em que o cérebro é menos dismorfo, verifica-se a formação de um terceiro ventrículo, com alguma separação dos núcleos da base e tálamo. Também é comum a micro e/ou hidrocefalia • Holoprosencefalia alobar. Apresentação mais completa e grave, em que se observa uma grande cavidade ventricular única (holoventrículo), com giros espessados (paquigiria) e fusão dos gânglios da base e tálamos. Há também agenesia de corpo caloso, hipoplasia do nervo óptico e microcefalia. NÃO É ANENCEFALIA, porque apresenta tronco e resto de parênquima na periferia. TUMORES INTRACRANIANOS BENIGNOS ● Meningioma CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 É um processo expansivo, originário das meninges de revestimento do sistema nervoso, sendo o mais frequente tumor do SNC. Geralmente, localiza-se ao longo do seio sagital, convexidades laterais e na asa do esfenoide. No compartimento infratentorial usualmente compromete a cisterna do ângulo pontocerebelar. Radiologicamente apresenta-se com uma massa extra-axial, com intenso realce pelo meio de contraste, podendo apresentar calcificações, é geralmente associado a áreas de edema cerebral adjacentes MALIGNOS ● GLIOMAS - Astrocitomas Caracteriza-se por um processo expansivo, predominando em substância branca, com efeito de massa e edema. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os astrocitomas podem ser divididos em quatro subgrupos: 1. Astrocitoma pilocítico: GRAU I. caracterizam-se por uma lesão cística com nódulo periférico. 2. Astrocitoma de baixo grau: GRAU II. 3. Astrocitoma anaplásico: GRAU III. apresentam-se como lesões expansivas heterogéneas, com realce variado pelo meio de contraste, associadas a edema 4. Glioblastoma multiforme: GRAU IV. massa volumosa, heterogénea, com áreas de necrose central, margens mal definidas e realce pelos meios de contraste . Ocasiona acentuada distorção do parênquima encefálico adjacente, geralmente está associado a significativo efeito de massa e edema perilesional, as calcificações são raras - Ependimoma CLEYCIANA MAYARA BARBOSA IMAGEM - P6 Tumor originário das células ependimárias, que revestem o sistema ventricular e o canal central da medula. A grande maioria origina-se do revestimento ependimário do quarto ventrículo, apresenta realce pelo meio de contraste, pode apresentar calcificações em até 50% dos casos e lesões císticas. Massa heterogênea, pode ter hidrocefalia associada. Predomina em crianças e adolescentes. - Oligodendroglioma Processo neoplásico dos oligodendrócitos, que geralmente apresenta baixo grau de agressividade. Corresponde a cerca de 10-15% dos gliomas e são mais frequentes em adultos, predominando em regiões frontoparietais, calcificações são frequentes e apresentam pouco ou nenhum realce pelo meio de contraste - Meduloblastoma É um tumor neuroectodérmico primitivo que predomina em crianças e adultos jovens. Compromete, principalmente, o cerebelo e o quarto ventrículo e pode propagar-se através do líquor para os ventrículos supratentoriais. Geralmente apresenta-se como uma massa hiperdensa na TC (massa branca, conseguindo diferenciar de ependimoma), em virtude de sua alta celularidade. Apresenta realce pelo meio de contraste. - Metástase As metástases para o SNC decorrem, principalmente, de neoplasias originárias do pulmão, mama e melanomas. Apresentam-se como lesões nodulares, geralmente múltiplas, que comprometem difusamente o encéfalo. Apresentam realce heterogêneo pelo meio de contraste e halo de edema adjacente. Pode parecer abcesso, mas é único e não tem infecção.
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