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As anormalidades cromossômicas englobam o processo de alterações no cromossomo de uma célula e tem uma relação direta com a gestação, por este ser um período que se inicia em detrimento da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, ou seja, a fusão de duas células, que se dividem formando novas células, e que vão se diferenciando e formando os primeiros tecidos, órgãos e sistemas corporais, até que o organismo se desenvolva. Todo esse processo acontece nos genes e cromossomos, que são parte do DNA, e serão os responsáveis por dar origem às características do indivíduo. No decorrer deste artigo, serão destacadas algumas anormalidades cromossômicas dando ênfase a suas possíveis causas e consequências num âmbito biopsicossocial. Partindo de uma análise biológica, considera-se que no cariótipo humano, ou seja, no grupo de cromossomos existentes na espécie humana, existe um total de 23 pares de cromossomos. Logo, um ser humano, em condições biológicas sem anomalias, tem 46 cromossomos, sendo 23 herdados do pai e 23 da mãe. Dentro dessas possibilidades, existe uma diversidade cromossômica que permite a formação de diferentes tipos de cor de pele, cabelo, olhos, impressões digitais, grupos sanguíneos, entre outras características que tornam cada ser humano único e se formam durante a divisão celular, nos processos de mitose e meiose. É necessário que haja a estabilidade numérica e morfológica dos cromossomos para que um ser humano se desenvolva por completo nos âmbitos físicos e psicológicos. Alterações mínimas na estrutura genética de um indivíduo podem causar grandes problemas na formação e desenvolvimento das células e até síndromes incompatíveis com a sobrevivência desse indivíduo, gerando condições fenotípicamente inviáveis ou anormais. A maioria dos casos de aborto espontâneo, por exemplo, envolvem situações em que houveram alterações de fragmentos cromossômicos que impossibilitavam o desenvolvimento do feto ou o tornavam desfavorável. Num âmbito de categorização, as alterações cromossômicas podem ser estruturais ou numéricas. As anormalidades que ocorrem na estrutura do cromossomo podem ser de deleção, onde, no momento da divisão celular, uma parte do cromossomo é deletada, de multiplicação, onde alguma parte ou estrutura do cromossomo se multiplica de forma desordenada, de inversão, em que a sequência da fita de DNA pode ser invertida, e ainda, de translocação, que acontece com a troca de porções de um cromossomo para o outro. Quando as alterações se dão no número de cromossomos, elas se subdividem em euploidia, onde todo o seu genoma é afetado, ou seja, envolve todos os cromossomos, e em aneuploidia, ocorre a adição ou perda de apenas um tipo de cromossomo. As alterações cromossômicas são responsáveis por cerca de 60 síndromes diferentes. Uma das mais conhecidas entre as anormalidades cromossômicas é a síndrome de Down, onde existe a presença de um cromossomo a mais que o previsto, totalizando 47. Algumas características dessa síndrome são os olhos amendoados, baixa estatura, mãos e pés menores e pescoço achatado. A tendência a ter problemas cardíacos ou respiratórios e dificuldade no processo de aprendizagem também são sinais dessa alteração cromossômica numérica. Outro exemplo muito utilizado é a síndrome de Turner, que é uma alteração estrutural e só acomete mulheres. Nela, o cromossomo X é ausente ou parcialmente ausente e resultará em complicações como problemas cardíacos, puberdade deficiente, infertilidade e baixa estatura. Mediante o exposto, conclui-se que as anormalidades cromossômicas podem ser causadas por alterações estruturais ou numéricas dos cromossomos durante os processos de divisão celular, podendo inviabilizar o desenvolvimento físico e mental ou até mesmo a sobrevivência do indivíduo, como nos casos de aborto espontâneo. O ser humano que cresce e se desenvolve em meio a essas alterações do DNA pode ter como consequência um atraso no desenvolvimento cognitivo ou fisiológico, como nos casos de síndromes que caracterizam essas situações. Isabella Pedro Teixeira