Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de graduação em Medicina Italo Oliveira Perutti Tecnologia de informação e comunicação (Tics) Porto Velho- RO 2022 • Os surtos reacionais representam episódios inflamatórios que se intercalam no curso crônico da hanseníase. • Devem ser prontamente diagnosticados e tratados. • Encaminhe aqui uma resenha (texto) definindo as reações do Tipo 1 e do Tipo 2. As reações imunológicas são complicações de caráter inflamatório que acontecem a nível sistêmico. As reações podem ocorrer antes do tratamento (casos em que o paciente procura atendimento médico no cenário de uma reação), durante o tempo do tratamento, ou até meses e anos após a realização do tratamento. Essas reações costumam afetar 30 a 50% dos pacientes com hanseníase. Existem dois tipos de reações da hanseníase: Reação do Tipo 1 (T1R, reação reversa ou RR): ocorre geralmente em pacientes que possuem doença limítrofe. Acomete pacientes com doença de tipo BT (tuberculóide borderline), BB (meio-limite) ou BL (virchowiana limítrofe). As manifestações clínicas são caracterizadas por: mancha hiperpigmentada e inchada na lesão de pele, preexistente, principalmente na face ou sobrejacente a um tronco nervoso principal , presença de eritema e endurecimento das lesões preexistentes, inflamação associada podendo levar a lesão nervosa grave com paralisia e deformidades, edema de mãos e pés associados a dores nas articulações, lesões ulceradas na pele, dor ou sensibilidade nos nervos periféricos, perda da função nervosa juntamente com fraqueza muscular e diminuição da sensibilidade. Na ausência de tratamento a reação do tipo 1 perdura por vários meses. Esse tipo de reação parece resultar do aumento espontâneo da imunidade celular e da hipersensibilidade do tipo retardado aos antígenos do Mycobacterium leprae. Fonte: universidade Ceuma Figura 1: Hanseníase com reação do tipo 1 Reação Tipo 2 (T2R, eritema nodoso hansênico ou ENH): ocorre principalmente em pacientes com doença do tipo virchowiana limítrofe e lepromatosa (BL e LL). Clinicamente esse tipo de reação é definido como erupção súbita de muitos nódulos de caráter doloroso que podem ser tanto superficiais quanto profundos na derme. Esses nódulos podem criar pústulas e sofrer ulceração liberando um pus amarelado contendo BAAR (bacilo álcool-ácido resistente) em degeneração. As lesões são encontradas nas superfícies extensoras dos membros e na face. Outras manifestações clínicas são: febre alta, cefaleia, insônia, depressão (devido a dor generalizada), linfadenopatia dolorosa, sensibilidade muscular e articulações doloridas e inchadas. O período de duração da reação do tipo 2, sem tratamento, é de uma a duas semanas, mas a reação costuma ser recorrente, as vezes ao longo de meses. Fonte: Universidade Ceuma Figura 2- Hanseníase com reação tipo 2 O fenômeno Lucio é uma complicação que acontece raramente e se apresenta como uma vasculopatia necrosante súbita em pacientes que possuem hanseníase virchowiana de longa data e não tratada. Acontece principalmente em pacientes de descendência mexicana. As ulcerações podem ser extensas e fatais. A distinção dos dois tipos reacionais é difícil de ser realizada, isso porque, elas têm diferentes mecanismos imunológicos subjacentes, mas esses são pouco compreendidos e os fatores que desencadeiam esses mecanismos ainda são desconhecidos. Alguns sintomas como fadiga, mal-estar e febre podem se fazer presentes em ambos os tipos de reação. As reações podem simular alergias a medicamentos, agravamento da doença, neuropatias, e em casos graves, choque séptico. É importante saber que as reações não ocorrem pelo tratamento medicamentoso, isso quer dizer que o tratamento farmacológico não deve ser interrompido, mas sim deve ser continuado, muito embora seja necessário a modificação no uso de rifampicina quando a prednisona é usada para o controle da reação. REFERÊNCIAS: Hanseníase: Epidemiologia, microbiologia, manifestações clínicas e diagnóstico - David Scollard, MD, PhD , Barbara Stryjewska, MD, Mara D acso, MD, MS - https://www.uptodate.com/contents/leprosy-epidemiology-microbiology-clinical-manifestations-and-diagnosis. Hanseníase: Tratamento e Prevenção - David Scollard, MD, PhD , B arbara Stryjewska, MD, Mara Dacso, MD, MS - https://www.uptodate.com/contents/leprosy-treatment-and-prevention.
Compartilhar