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@HARMONIZZE_ 1 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Doença metabólica sistêmica crônica, resultando em hiperglicemia: Baixa produção de insulina. Resistência periférica à insulina. Consequências: alterações na utilização de carboidratos e no metabolismo lipídico e proteico. Diabetes Tipo I (juvenil ou insulinodependente): CETOSE: na maioria das vezes com características auto-imunes. Presença de anticorpos contra insulina, ilhotas pancreáticas, etc. Diabetes Tipo II (adulto, insulinodependente não obrigatoriamente): SEM CETOSE: relacionado na maioria das vezes à idade, sobrepeso ou obesidade. Diabetes Secundária: Medicamentosa, gestacional (2° ou 3° trimestre), infecções, pancreatopatias (fibrose cistica) - ANDRADE (2014) Manifestações clínicas clássicas da Diabetes: Hiperglicemia associada à poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso e cansaço fácil. Muita sede, cansaço fácil, aumento de apetite, emagrecimento, urina aumentada. Consequências clíncias da Diabetes: Infecções de repetição: dermatites, vulvovaginites; Incontinência urinária: enurese noturna em crianças; Insuficiência vascular periférica; Doença cardiovascular, acidentes vascular cerebral; Retinopatia; Neuropatia periférica; Disfunção erétil; Letargia, cansaço, desânimo etc. Tratamento médico da Diabetes: Dieta e exercício. Medicamentos: Insulina. Hipoglicemiantes orais: Clorpropamida (Diabinese), Glibenclamida (Daonil), Metformina (Glifage), Repaglinida (Pranding). Metabolismo de colágeno Alterações PMN < Citocinas DIABETES INFECÇÃO BUCAL Infecção metastática >Mediadores inflamatórios (IL, TNF, etc) Alteram metabolismo glicêmico e lipidico 2 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Diabetes e Odontologia: RAJHANS et al. (2011): presença de doença periodontal em 86,8% dos pacientes diabéticos estudados, e, ainda, afirmam que o status glicêmico está diretamente relacionado ao processo de mobilidade dentária. KODOMA et al. (2011): em ratos diabéticos a cárie e doença periodontal progridem de forma mais acelerada. Em algumas vezes, o tratamento odontológico isolado já melhora o quadro clínico da Diabetes (Periodontia, Endodontia). Complicações orais da Diabetes: Gengivite e doença periodontal. Xerostomia. Aumento na incidência e severidade de cárie. Abcessos periapicais. Dificuldade de cicatrização. Infecções secundárias: candidíase. "Queimação" dos tecidos orais. Sangramento aumentado. Cárie: a incidência ou não de cárie é questionável. Urina: é comum juntar formigas ao redor do sanitário. - Vernillo, 2001, Miley & Terezhalmy, 2005 Complicações agudas em pacientes diabéticos: Hipoglicemia Cetoacidose GLICEMIA Hipoglicemia Hiperglicemia - Chandu et al., 2003 SINTOMAS: Fala mole arrastada. Agitação. Sonolência. Dor de cabeça. Fome. SINAIS: Salivação intensa. Tremores. Sudorese. Taquicardia. Confusão. Coma. SINTOMAS: Poliúria. Polidipsia. Perda de peso. Náuseas/vômitos. Dor abdominal. Visão embaçada. SINAIS: Xerostomia. Desidratação. Hipotensão. Taquicardia. Hálito cetônico. Confusão. Sonolência. Coma. - + 3 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Hipoglicemia: Complicação mais comum no atendimento do paciente diabético, contudo pode ocorrer também com pacientes "normais". Ocorre quando a glicemia está abaixo de 40-50 mg/dl. Administrar bebida açucarada: paciente consciente. Administrar soro glicado: paciente inconsciente. Conduta de atendimento: Anamnese dirigida. Cuidados com alimentação (evitar variações da glicemia). Redução do estresse. Anestesia local: vasoconstritor com restrição (2 tubetes de Lidocaína 2% por sessão). Analgésicos e antinflamatórios: evitar a prescrição, porque apresentam alto grau de ligação com as proteínas plamáticas, competindo com hipoglicemiantes. Optar por Dipirona/ Paracetamol e Corticosteróides (dose única). Uso de antibióticos: Avaliar risco/ beneficios de profilaxia: somente para procedimentos invasivos (RAR subgengival, cirurgias periodontais, exodontias, implantes). 1 g pré-operatório. Manter 500 mg por 2-3 dias nos casos de cirurgias. Se o paciente além da Diabetes, possuir risco de endocardite, administrara dose profilática sempre que houver sangramento. Antibioticoterapia agressiva: em razão de maior risco e dificuldade de cicatrização. Exames laboratoriais: Glicemia em jejum (mínimo de 8h, alguns laboratórios exigem 10-12h): 70-99 mg/dl. 100 a 125 mg/dl: indicio de intolerância a glicose. > OU=:126 mg/dl: DIABETES. Glicemia em horário aleatório: > ou = 200 mg/dl (com sintomas). Glicemia 2h após 75g de glicose: Normal: <140. Intolerância à glicose: > ou = 140/ < 200 mg/dl. DIABETES:> ou = 200 mg/dl. Hemoglobina Glicada (A1c): normal (4-6%). - Sociedade Brasileira de Diabetes Insulina: Mecanismo de ação: armazena a glicose dentro das células, em forma de glicogênio, que fornece energia muscular para realização de atividades corporais. Quando há uma deficiência na produção de insulina, a glicose fica solta no plasma sanguíneo e a produção de glicogênio no interior das células é dificultada. A insulina possui tempo de meia vida curto. É administrada via subcutânea (injetável). 4 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Existem alguns tipos de insulina: Insulina de absorção lenta: ação prolongada, administrada geralmente no período da manhã. Insulina de absorção intermediária. Insulina de absorção rápida: ação rápida, administrada normalmente antes de cada refeição. PACIENTE Requer cuidados adicionais Tireóide: Regulação da Tireóide: A produção de T3 e T4 na glândula tireóide é regulada pelo hipotálamo e hipófise. Para garantir níveis estáveis dos hormônios tireoidianos, o hipotálamo monitora os níveis circulantes de Conhecer. Reconhecer. Qual a situação da doença. Estado geral do paciente. Doença Tratamento odontológico Tiroxina (T4): metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. Oferta de oxigênio. Triiodotironina (T3): potencializa a ação de outros hormônios (catecolaminas e hormônio do crescimento. Calcitonina: regulação de Cálcio e Fósforo. TRH: presente apenas no cérebro, não é identificado na corrente sanguínea. TSH (T3, T4 e calcitonina): presente na corrente sanguínea. Hipertireoidismo: Aumento T3, T4 e calcitonina. Hipotireoidismo: Diminuição T3, T4 e calcitonina. 5 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA hormônios tireoidianos e responde a níveis baixos liberando o hormônio liberador de tirotropina (TRH). Este TRH então estimula a hipófise a liberar o hormônio estimulante da tireóide (TSH). Quando os níveis dos hormônios da tireoide aumentam, a produção de TSH diminui, o que, por sua vez, retarda a liberação de um novo hormônio da glândula tireoide. A glândula tireóide precisa de iodo e L-tirosina para formarT4 e T3. Uma dieta deficiente em iodo pode limitar a quantidade de T4 que a glândula tireóide pode produzir, gerando hipotireoidismo. Bócio: Hipertrofia da tireóide. Nem sempre o aumento é funcional e/ou relacionado ao hipertireoidismo. Tireoidites: inflamação. Tireoidite de Hashimoto, mais comum. Tumores da tireóide: Benignos (adenomas) ou malignos (carcinomas). Cuidados gerais no tratamento odontológico: Identificação da doença primária. Identificação da função tireoidiana (hipo ou hiper). Avaliação de sinais vitais e sintomatologias. Grau de comprometimento da doença/ categoria de risco para atendimento. Emergências: mixedema (hipo), crise tireotóxica (hiper). Prevenção e tratamento agressivo de infecções. Categorias de risco para pacientes com distúrbios da Tireóide: PACIENTE Conceitos: Queda na produção dos hormônios da tireoide, a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Ele é o distúrbio mais comum dessa glândula e costuma ser associado ao ganho de peso. Uma das causas é a tireoidite de Hashimoto, doença autoimune em que o próprio sistema de defesa cria anticorpos para atacar as células da tireoide. Relata doença Histórico da doença. Medicação. Avaliação sinais vitais: exames físicos e laboratoriais. Não relata doença Avaliação de sinais vitais e exame físico. Controlado com exames recentes Sem sintomatologia. Baixo risco. Controlado sem exames recentes Sem sintomatologia. Risco moderado. Não- controlado Com sintomatologia. Alto risco. 6 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Deficiência de lodo. Tireoidite Crônica (doença de Hashimoto). Uso de hormônios tireoidianos. lodo radioativo. Tratamento médico do Hipotireoidismo: Diagnóstico: dosagem de TSH (+ ou normal) e T4 (-). Teste do pezinho em recém-nascidos. Tratamento: Terapia de reposição da Tireóide. Dose variada: 12,5 até 250µg (avaliar o grau de comprometimento/reposição. L-tiroxina (T4). PURAN T4. Tratamento odontológico do Hipotireoidismo: Resposta exagerada aos depressores do SNC: Em pacientes descompensados é contraindicado o uso de ansiolíticos. Tratamento agressivos as infecções: Infecções leves: Amoxicilina. Infecções moderadas: Amoxicilina + Metronidazol. Achados bucais: Retardo na erupção dental. Reparo ósseo deficiente. Baixo tônus muscular. Protusão de língua. Implicações Clínicas: Tratamento agressivo às infecções. Resposta exagerada aos depressores de SNC. “Coma" Mixedematoso. Mixedema Frequentemente o evento precipitante do coma mixedematoso é uma infecção oculta ou declarada. Edema generalizado, acompanhado de diversas perturbações (apatia, cansaço, etc), proveniente de uma insuficiência da glândula. Conceitos: Aumento de T3 e T4 devido à hiperfunção da própria glândula. Relacionado a perda de peso. Tireotoxicose: qualquer aumento de hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela tireóide ou não. Pode ser de origem exógena (medicação) ou endógena. Hipertireoidismo primário: Doença de Graves. Bócio tóxico multinodular. 7 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Hipertireoidismo secundário: Tireoidite subaguda. Aumento de TSH. Sintomas: Os sintomas mais frequentes são: nervosismo, intolerância ao calor, tremores, perda de peso, palpitações cardíacas, fraqueza muscular e fadiga. Olhos: Fixidez no olhar. Exoftalmia. Estrabismo. Sistema cardiovascular: Volume sistólico aumentado. Maior débito cardíaco. Maior pressão no pulso. Taquicardia, fibrilação. Sistema gastrointestinal: Aumento do apetite. Perda de peso. Motilidade intestinal aumentada. Tratamento médico do Hipertireoidismo: Diagnóstico: Dosagens hormonais do T3, T4 e TSH. Teste de estímulo com TRH. Cintilografia e Mapeamento Tireoidiano (lodo 131 ou Tecnécio 99) Tratamento: Medicamentoso Beta-bloqueadores-propranolol (sintomático). Tiouréias: Propiltiuracil e Metimazol. Radioiodoterapia. Cirurgia. Tratamento odontológico do Hipertireoidismo: Achados bucais: Cáries e periodontopatias. Esfoliação e erupção dental precoce. Implicações Clínicas: Osteoporose, fibrilação atrial, hipertensão e ICC. "Crise tireotóxica" Tratamento agressivo às infecções: Ginecomastia: hipertrofia das glândulas mamárias. 8 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Infecções leves: Amoxicilina. Infecções moderadas: Amoxicilina + Metronidazol. Cuidado com aminas simpatomiméticas: Restrição de vasoconstritores em razão dos problemas cardiovasculares. Mudanças pessoais. Mudanças sociais/ profissionais. Alterações fisiológicas. Mudanças Fisiológicas durante a gravidez: Alterações funcionais no trato gastro-intestinal causam retardo no esvaziamento gástrico, indigestão, náusca, vômito (Lobstein et al, 1997). Em torno da vigésima semana de gravidez, um aumento de aproximadamente 40% no volume de sangue é verificado (Weller & Revs, 2000). Aumento da atividade hepática (Niebyl, 2003). Metabolização e excreção mais rápida. Volume alterado na taxa de filtração glomerular (Lobstein et al., 1997). Gravidez e a odontologia: Sempre que possível, o tratamento invasivo não emergencial deve ser adiado para depois do nascimento da criança. URGÊNCIAS devem ser solucionados prontamente, em qualquer época. Cuidados no tratamento odontológico: Tempo e posição de atendimento. Sessões curtas. Evitar cansaço, estresse. Posição: semi-sentada ou decúbito lateral. Evitar decúbito dorsal. Resumindo... Para o tratamento odontolológico, avaliar: Informações durante a anamnese: ganho (hipotireoidismo) ou perda (hipertireoidismo) de peso. Avaliação dos sinais vitais: FC diminuída (hipotireoidismo) ou FC aumentada (hipertireoidismo). Hipotireoidismo: ponderar uso de medicamentos ansiolíticos, em razão da resposta exagerada aos depressores do SNC. Hipertireoidismo: ponderar uso de anestésicos locais do tipo amina simpatomimética. Há restrição de vasoconstritores em razão dos problemas cardiovasculares. Pacientes compensados: Prilocaína 3% com Felipressina. Pacientes não compensados: o uso de vasoconstritores é contraindicado. 9 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Prescrição medicamentosa e uso de anestésicos locais. Utilização de raios X. Período mais seguro para realizar o tratamento odontológico. 1º trimestre: risco de aborto e má formação fetal. 2º trimestre: já ocorreu a formação fetal. Período mais seguro. 3º trimestre: risco de antecipação do parto. Utilização de raios x: Evitar exposições desnecessárias. Proteção de chumbo. Na tomada radiográfica em odontológica, para que 1% dos fetos apresentem algum problema é necessário receber uma quantidade de radiação equivalente à: 6 tomografias pélvicas. 15 mil radiografias de tórax. 500 mil tomadas periapicais. Prescrição medicamentosa: A gravidez e a lactação podem ser consideradas como as únicas situações em que dois organismos diferentes (mãe e feto) são expostos a mesma droga. Vantagens/ riscos. Boa relação entre médico e dentista. Categorias de risco potencial dos fármacos para o feto e suas definições: CATEGORIA DO FÁRMACO DEFINIÇÃO A Resultados de estudos controlados em mulheres não demonstraram risco para o feto no 1° trimestre de gestação e não há evidênciase problemas nos trimestres posteriores. A possibilidade de dano fetal é remota. B Resultados de estudos em reprodução animal não demonstraram risco fetal, mas não existem estudos controlados em mulheres. C Resultados de estudos em animais revelaram efeitos adversos no feto (teratogênicos, embriológicos ou outros), mas não existem estudos controlados em mulheres. O benefício potencial do fármaco pode justificar o risco potencial ao feto. D Existem evidências de risco fetal em humanos, mas o benefício do uso em gestantes pode ser aceitável, apesar do risco potencial (p. ex., se o fármaco é necessário para uma situação de risco de morte, ou no caso de doenças muito graves para as quais os fármacos seguros não podem ser usados ou são ineficazes). X Resultados de estudos em animais ou humanos demonstraram anormalidades fetais ou evidencias de risco fetal. O risco do uso do fármaco em gestantes sobrepuja claramente qualquer possível benefício. Não usar em hipótese alguma em grávidas ou quando existe a possibilidade de gravidez. Fonte: U.S. Food and Drug Administration ANALGÉSICOS: Paracetamol 750 mg: 1 comprimido de 6/6 horas, durante 3 dias. (1º escolha) 10 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Dipirona Sódica 500 mg: 1 comprimido de 6/6 horas, durante 3 dias. ANTINFLAMATÓRIOS: AINES e salicilatos devem ser evitados. CORTICOSTERÓIDES: Dose única. Dexametasona ou Betametasona 4 mg: 1 comprimido, dose única, 1h pré-operatório (preferencialmente). ANTIBIÓTICOS: Infecções leves e moderadas: Amoxicilina 500 mg: 1 cápsula de 8/8 horas, durante 5-7 dias. Alérgicos às penicilinas: Estearato de Eritromicina 500 mg: 1 comprimido de 6/6 horas, durante 5-7 dias. Infecções graves: Amoxicilina 500 mg + Metronidazol 250 mg: Amoxicilina, 1 cápsula de 8/8 horas e Metronidazol, 1 comprimido de 8/8 horas, durante 5-7 dias. Amoxicilina + Clavulanato de Potássio 500/125 mg: 1 comprimido revestido de 8/8 horas, durante 5-7 dias. Alérgicos às penicilinas: Clindamicina 300 mg: 1 cápsula de 8/8 ou 6/6 horas, durante 5-7 dias. Azitromicina 500 mg: 1 cápsula de 24/24 horas, durante 5-7 dias. Profilaxia antibiótica: Amoxicilina 2g: dose única, via oral, 1 hora antes do procedimento. Alérgicos às penicilinas: Clindamicina 600 mg: dose única, via oral, 1 hora antes do procedimento. Azitromicina 500 mg: dose única, via oral, 1 hora antes do procedimento. SEDAÇÃO VIA ORAL: (Lactantes) Midazolam 7,5 a 15 mg: via oral, dose única, 15 a 30 minutos antes do procedimento. FLÚOR: Fluorterapia sistêmica é contra-indicada (fluorose). Princípios para uso de medicamentos nas lactantes: Avaliar a necessidade da terapia medicamentosa. Considerar o ajuste da dose, sem perder o efeito da medicação. A troca de informações com o pediatra é sempre recomendada. Preferir fármacos já estudados e seguros para as crianças, que sejam pouco excretados pelo leite materno. Por exemplo, optar pelo paracetamol em vez do ácido acetilsalicílico; penicillinas em vez de quinolonas. 11 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Evitar as associações, preferindo as formas puras dos medicamentos: Paracetamol em vez de preparações contendo paracetamol + ácido acetilsalicílico + cafeína). Evitar a prescrição ou administração de fármacos de ação prolongada, dificultando a excreção pela lactante: Na sedação mínima, por via oral, optar pelo Midazolam ao invés do Diazepam. Na anestesia local, preferir a Lidocaína ao invés da Bupivacaina. Programar o horário de administração do fármaco à mãe, evitando que o período de concentração máxima no sangue e no leite materno coincida com o horário da amamentação. Em geral, a exposição do lactente ao fármaco pode ser diminuída se o mesmo for empregado pela mãe imediatamente antes ou após a amamentação. Orientar a mãe para observar a criança em relação aos possíveis efeitos colaterais da medicação: Alteração do padrão alimentar, hábitos de sono, problemas gastrintestinais, etc. Sob supervisão médica, orientar a mãe para retirar seu leite com antecedência e estocá-lo em congelador (no máximo por 15 dias), para alimentar o bebê no caso de interrupção temporária da amamentação. Anestésicos locais: Anestésicos locais com vasoconstritores podem ser seguramente administrados em grávidas e lactantes. Aspiração prévia: reduzir risco de injeção intravascular. Os benefícios do uso de anestésicos locais com vasoconstritor justificam o seu uso. Anestésicos de escolha Lidocaína 2 % com Epinefrina (1:100.000): 2 tubetes- 3,6 ml por sessão. Lidocaína 2 % com Epinefrina (1:200.000): 4 tubetes- 7,2 ml por sessão. O máximo de vasoconstritor permitido é 0,04 mg por sessão. Usar sempre seringa anestésica com refluxo e realizar punção aspirativa, evitando injeções intravasculares. Articaína 4% com Epinefrina (1:200.000) também pode ser usada. 4 tubetes- 7,2 ml por sessão. Respeitando a dose máxima de vasoconstritor permitida - 0,04 mg por sessão. Anestésicos para usar com precaução: Prilocaína 3% com Felipressina 0,03 UI. Prilocaina: risco de metemoglobinemia na mãe e no feto. Felipressina: derivada da Vasopressina, semelhante a ocitocina. Promove contrações da musculatura lisa uterina, podendo antecipar o parto. Mepivacaína 3% sem vaso: deve ser evitada na gestação e lactação, por ser mais absorvível e tóxica. 12 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Anestésicos que não devem ser usados: Bupivacaína: apresenta a maior cardiotoxicidade. Grávidas com hipertensão não controlada: Avaliar risco/benefício do atendimento ambulatorial ou hospitalar, em conjunto com o médico. Opções anestésicas: Prilocaina 3% com Felipressina 0,03UI. Mepivacaína 3% sem vaso. Saúde x Doença: Qual o conceito de saúde? O que é normal, o que é variação da normalidade e o que é patologia? Diagnóstico: O diagnóstico é um exercício de probabilidade. Atuação do cirurgião-dentista: Prevenção. Diagnóstico biópsia incisional ou citologia esfoliativa/punção. Teste azul de toluidina. Preparo pré-oncoterapia. Cuidados pós-oncoterapia. OBS: O tratamento do câncer é médico. Drenagem ganglionar: Cervical posterior: drenagem de parte posterior da cabeça pode ser sinal de infecção respiratória. Saúde Doença Anamnese Exames Clínicos Exames radiográficos Exames laboratoriais D ia g n ó st ic o 13 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Cervical anterior: infecções sistêmicas. Pré-auricular: ATM. Tonsilar: região tonsilar e região faríngea posterior. Submandicular: estruturas da região do assoalho de boca. Submental: principalmente dentes e órgãos intra-orais. Supraclavicular: abdômen e tórax. Câncer: Câncer é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células, que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos (metástase). Etimologia: grego karkinos (Caranguejo) - Hipócrates 400 a.C. Displasia: lesão pré-cancerígena. O câncer se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas. Neoplasia (tumor): Tumor benigno: 14 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Formado por células bem diferenciadas (semelhantes às do tecido normal), estrutura típica do tecido de origem. Crescimento progressivo, pode regredir, mitoses normais e raras. Massa bemdelimitada, expansiva, não invade nem infiltra tecidos adjacentes. Não ocorre metástase. Tumor maligno: Formado por células anaplásicas (diferentes das do tecido normal), atípico, falta diferenciação. Crescimento rápido, mitoses anormais e numerosas. Massa pouco delimitada, localmente invasivo, infiltra tecidos adjacentes. Metástase frequentemente presente. O câncer é uma neoplasia maligna. Carcinogênese: O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere-se e dê origem a um tumor visível. Esse processo é composto por três estágios: Estágio de iniciação: os genes sofrem ação dos agentes cancerígenos. Estágio de promoção: os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada. Estágio de progressão: multiplicação descontrolada e irreversível da célula. Fatores de risco do câncer: Alimentação 30% Tabagismo 30% Hereditariedade 15% Infecção 5% Exposição profissional 5% 15 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Obesidade e falta de exercícios 5% Álcool 3% Raios UV 2% Medicamentos 2% Poluição 2% Outros 1% Classificação TNM: T: a extensão do tumor primário. N: a ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais. M: a ausência ou presença de metástase à distância. Estadiamento câncer (Classificação TNM): Objetivos 1. Ajudar o médico no planejamento do tratamento. 2. Dar alguma indicação do prognóstico. 3. Ajudar na avaliação dos restos de tratamento 4. Facilitar a troca de informações entre os centros de tratamento. 4. Contribuir para a pesquisa continua sobre o câncer humano. Atinge majoritariamente homens e possui baixa taxa de mortalidade. TNM- Boca: TX: o tumor primário não pode ser avaliado. T0: não há evidencia de tumor primário. Tis: carcinoma in situ. NX: os linfonodos regionais não podem ser avaliados. N0: ausência de metástase em linfonodos regionais. MX: a presença de metástase à distância não pode ser avaliada. 16 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA M0: ausência de metástase à distância. M1: metástase à distância. Lábio, Cavidade Oral: T1 ≤ 2 cm. T2 > 2 a 4 cm. T3 > 4 cm. T4a Lábio: invade cortical óssea, nervo alveolar inferior, assoalho da boca, pele. Cavidade oral: invade cortical óssea, músculos profundos extrínsecos da língua, seios maxilares, pele. T4b Espaço mastigador, lâminas pterigoides, base do crânio, artéria carótida interna. N1 Homolateral, único, ≤ 3 cm. N2 (a) Homolateral, único, > 3 a 6 cm. (b) Homolateral, múltiplo, ≤ 6 cm. (c) Bilateral, contralateral, ≤ 6 cm. N3 > 6 cm. Lesões pré-cancerizáveis: Existem lesões e condições pré-cancerizáveis. Bases para o diagnóstico de câncer bucal: Diagnóstico precoce e rastreamento. Quando o diagnóstico é precoce o prognóstico é mais favorável. O diagnóstico precoce é o segredo para o sucesso do tratamento. Displasia leve: leucoplasia plana. Displasia severa: leucoplasia mosqueda, eritroplasia, leuco-eritroplasia nodular. Diagnóstico diferencial do câncer bucal: Neoplasias malignas: sem halo eritematoso, bordo evertido, bordos endurecidos, não cicatriza, mais de 2 semanas. Neoplasias benignas: cor e textura semelhantes ao tecido vizinho, sem bordos endurecidos, halo eritematoso, sem bordo evertido, sem bordos endurecidos, cicatriza em 2 semanas. Líquen plano Eritroplasia Hiperceratose friccional Hiperplasia fribrosa inflamatória Traumas crônicos de baixa intensidade e mascar fumo Candidíase crônica Queilite actínica Leucoplasia 17 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Prognóstico do câncer bucal: (Grupamento por estádios) Tipos de câncer bucal: Carcinoma espinocelular (basocelular ou carcinoma de células escamosas): mais comum 90- 95%. Glândulas salivares: carcinomas adenocísticos (cilindromas), carcinomas muco-epidermóides, tumores de células acinares e adenocarcinoma. Sarcomas: aro na boca, evolução rápida, alta capacidade de metástase. Mais comuns em adultos jovens e crianças. Melanoma: raro na boca, evolução rápida, alta capacidade de metástase. Outros: metástases, manifestações bucais de tumores, etc. Tratamento do câncer bucal: Tratamento médico. Cirurgia. Radioterapia. Quimioterapia. Paleativo (cirurgião-dentista). Atuação do cirurgião-dentista: Prevenção. Diagnóstico. Biópsia incisional: em lesões pequenas, onde não é possível realizar biópsia incisional, deve-se optar pela citologia esfoliativa e caso haja traços de malignização, encaminhar ao médico para cirurgia (excisão com 10 mm de margem livre e 10 mm de profundidade). Preparo pré-oncoterapia. Paracoccidioidomicose Carcinoma espinocelular Melanoma 18 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Cuidados pós-oncoterapia. Consequências bucais do tratamento oncológico: Consequências diretas: Dano funcional e estético (cirurgia). Xerostomia. Mucosite. Osteonecrose. Osteorradionecrose. Osteonecrose induzida por agentes anti-reabsortivos. Consequências indiretas: Desconforto bucal. Aumento no risco e severidade de cárie e periodontite. Mucosite gera morbidade variada, podendo até mesmo limitar o tratamento oncológico. Imunossupressão com maior susceptibilidade à infecções oportunistas (cândida, herpes, etc). Preparo odontológico pré-oncoterapia: Identificação da doença: Localização tumor primário. Forma de tratamento médico proposto. Classificação TNM Remoção de focos inflamatórios/ infecciosos de maneira radical. Troca de restaurações metálicas (quando houver indicação médica) Orientações sobre dieta e higienização da boca: Dieta líquida, evitar sal e alimentos ácidos. Cuidados trans e pós-oncoterapia: Prevenção e tratamento da xerostomia: Normalmente surge nas primeiras semanas de tratamento radioterápico, com doses de 2-10 Gy Hidratação persistente da mucosa bucal. Utilização de flúor tópico. Moldeiras com flúor neutro no momento da radioterapia. Favorece a remineralização de esmalte e ajuda a controlar a incidência de cárie de radiação. Saliva artificial. Radioterapia com intensidade modulada de feixe (IMRT). Transferência de glândula submandibular. Sialogogos sistêmicos (Betanecol 25mg, 2x/dia). Mucosite oral: Normalmente surge nas primeiras 2 semanas de tratamento radioterápico, quando as doses chegam a 30 Gy. Na quimioterapia a intensidade da mucosite varia de acordo com o medicamento, dose e duração. Muitas vezes a mucosite acompanha todo o tratamento oncológico. 19 @HARMONIZZE_ por AGATHA SANTANA Hidratação persistente da mucosa bucal. Utilização de analgésicos/ anestésicos tópicos. Utilização de antibióticos tópicos (clorexidina 0,12%). Sem álcool. Utilização de antimicrobianos sistêmicos, quando necessário. Laser terapêutico e profilático. OBS: a mucosite forma uma placa branca (fibrina), que quando removida causa sangramento. Osteonecrose: Hipocelularidade e hipovascularização óssea, com aumento de fibrose intramedular. Maior incidência em doses acima de 7000 cGy. Radio-induzida: osteorradionecrose. Medicamentosa: osteonecrose induzida por agentes anti-reabsortivos. O preparo pré-oncológico é de suma importância para a prevenção: Evitar cirurgias e procedimentosinvasivos durante o tratamento oncológico, realizar adequação do meio bucal previamente. Grau variado de morbidade. Tratamento variado: conservador e cirúrgico.