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Esta última tinha uma função inicial importante na antiguidade: era o instrumento para conservar e transmitir a memória de um povo. Imagine o quanto foi difícil quando as antigas civilizações queriam se lembrar, exatamente, de algo que tinha acontecido há algum tempo e não tinham livros de história para contar. Eles não tinham computadores para digitar e imprimir o seu legado cultural, alguns povos não tinham nem mesmo uma grafia! Escrever um texto naquela época era um sacrifício! Felizmente, hoje temos diversos instrumentos que nos ajudam a comunicar de forma escrita, como o computador, o celular (mensagens), a internet, livros, etc. E a este tipo de comunicação, à produção textual, foram acrescentadas outras funções; além de fazer registros da cultura dos povos, a escrita é instrumento de firmação de contratos e resoluções e de divulgação de ideias, notícias, histórias, literatura, dentre outros. Explorando um pouco a produção textual em língua portuguesa como instrumento acadêmico e profissional, vejamos as características ligadas à estruturação desses textos. 4.1 – Tipos textuais Para entender sobre a elaboração dos textos é necessário, compreender que há tipos textuais diferentes. Observe os três trechos a seguir: Trecho I Após passar nas etapas de pré-seleção e nas fases nacional e internacional, todas, o lote da Fazenda Rainha, (Propriedade da Família Marinho da Rede Globo), de São Sebastião da Grama que fica na região da Mogiana Paulista foi escolhido pelo júri internacional como o melhor café do 12º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil – Cup of Excellence 2011, com a nota 91,41 pontos. Fonte: http://www.revistacafeicultura.com.br/, acesso em 25/11/2011. Trecho II O debate sobre café e saúde é amplo e muito vasto. Inúmeras pesquisas apontam para os benefícios da bebida. Hoje o café é tido como aliado no tratamento de diversas doenças. Vale ressaltar, porém, que café não é remédio e que seu excesso pode sim trazer prejuízos. Por isso, é preciso ficar de olho na quantidade consumida, que não deve nunca passar de três xícaras diárias. Fonte: http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20377, acesso em 25/11/2011. Trecho III A coffea canephora é autóctone da África central e ocidental. Não foi reconhecida como uma espécie de cafeeiro até ao séc. XVIII, cerca de cem anos depois do reconhecimento da coffea arabica. A planta tem um sistema de raízes pouco profundo e cresce como uma árvore ou um arbusto robusto até cerca de 10 metros. Floresce irregularmente, demorando os bagos 10 a 11 meses a amadurecer, produzindo grãos ovais. A planta robusta rende maior colheita do que a arabica e é menos susceptível a pestes e doenças. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Coffea_canephora, acesso em 25/11/2011. Cada um desses trechos tem um tipo textual predominante, quais seriam eles? Os tipos textuais são: narração (trecho I), dissertação (trecho II é parte de uma dissertação), descrição (trecho III). O trecho I é uma narração, mesmo que pequena, pois há um fato que está sendo contado. O texto narrativo, usualmente, busca durante o seu desenvolvimento contar um fato, respondendo as seguintes questões: onde ? | quando? --- FATO --- com quem? | como? http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=42500 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=42500 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=42500 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=42500 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=42500 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=42500 http://www.revistacafeicultura.com.br/ http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20377 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20377 http://pt.wikipedia.org/wiki/Cafeeiro http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII http://pt.wikipedia.org/wiki/Coffea_canephora O trecho II é parte de uma dissertação, é parte porque a dissertação caracteriza-se por ser um texto mais completo, com introdução, desenvolvimento dos argumentos e conclusão; ela é um texto de opinião, em que o autor demonstra os argumentos que reforçam seu ponto de vista sobre o tema e apresenta uma conclusão sobre o que foi exposto. É um tipo textual muito usado na área acadêmica, base de artigos, resenhas, autoavaliações, etc. O trecho III é uma descrição, pois fornece dados e características de algo, no caso, o café canephora. A descrição é um tipo textual usado dentro da narração e da dissertação, pois fornece descrição de elementos necessários tanto para contar o fato (texto narrativo) quando para construir certos argumentos (dissertação). Apesar de esses tipos textuais terem, de forma geral, características variadas, eles podem se misturar dentro de um mesmo texto, é bem possível elaborar uma dissertação que contenha trechos narrativos e/ou descritivos relacionados aos argumentos. 4.1 – Gêneros e suportes Além de tipos textuais, numa produção textual, temos diferenciações de gêneros, os quais vão delimitar como o texto será escrito. Os gêneros são textos caracterizados pelo suporte em que eles são apresentados. Mas antes que você se pergunte o que seriam esses suportes, tenho um exemplo para você. O e-mail que você verá a seguir é o suporte, que poderíamos chamar de canal (o elemento comunicativo responsável pela transmissão da comunicação que você viu no Capítulo 3), este suporte dá a característica de como este texto é escrito, formando assim o gênero e-mail. Observe que o e-mail abaixo, por se tratar do e-mail de uma empresa, está caracterizado mais formalmente; foi feita a adequação linguística de acordo com a instituição, isto é, se a instituição que envia o e-mail quer mostrar sua credibilidade, ela precisa usar a língua na norma culta, caso contrário, por exemplo, poderiam pensar que o e-mail é falso e que foi enviado por outro emissor. Verifique que o e-mail, portanto, tem características de uma carta (ainda que eletrônica). Se fosse um emissor Mas o que seriam esses gêneros? mais íntimo e conhecido do receptor, provavelmente, o e-mail teria sido escrito de forma mais informal. Há diversos suportes assim como gêneros textuais correspondentes, por exemplo, a música é um suporte e há o gênero de composição musical, o jornal é um suporte, por meio dele há o gênero editorial; nessa lógica. Alguns gêneros textuais são muito parecidos e, por isso, podem nos confundir, sendo assim, é preciso atentar para qual o objetivo do texto. Para explicar essa questão, vamos fazer com que esse aprendizado seja realmente útil! Na vida acadêmica, é comum o uso de certos gêneros textuais para auxiliar no aprendizado reflexivo sobre os conteúdos discutidos. Existem três gêneros que podem ser pedidos aos alunos como produções textuais na maioria dos cursos técnicos ou superiores, são eles: fichamento, resumo e resenha. Qual seráa diferença entre eles? Vejamos. FICHAMENTO – Para realizar um fichamento, normalmente, pede-se a leitura de um livro ou artigo e que, após essa leitura, seja feita a citação das partes mais relevantes. Com as citações entre aspas (“”) e seguidas das suas respectivas páginas. É mais um trabalho de seleção e cópia, que servirá para estudos posteriores. Exemplo (pequeno trecho de fichamento): SAVIANI, Demerval.A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. 10. ed. Campinas,SP: Autores Associados, 2006. p. 200 a 223. AS DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO NA NOVA LDB - Conceito de Educação “[...] a educação escolar emergiu na modernidade como uma forma principal e dominante de educação, erigindo-se em ponto de referência e critério para se referir as demais formas de educar.” (p. 202). “[...] a educação escolar deve se vincular ao mundo do trabalho e à prática social [...] o significado real desse enunciado dependerá do entendimento que se tem de „mundo do trabalho‟ e „prática social‟” (p.202) No início, coloca-se a referência do livro ou texto fichado, em seguida os títulos e/ou subtítulos, logo após, linha por linha, as citações relevantes. Note que, como as citações são retiradas do texto, há a presença de pontuação [...] indicativa de que havia algo antes da frase citada, ou mesmo no meio de frases. RESUMO – A produção de um resumo (muito usado deste o ensino fundamental) também pressupõe a leitura de um texto, livro, artigo, etc. Contudo, diferentemente do fichamento, nesta produção textual, o aluno deverá escrever com as próprias palavras a compreensão do texto, relatando as parte mais importantes. Não é possível fazer cópia do texto, o aconselhado é que se façam paráfrases (escrever de outra forma, mas com o mesmo sentido, o que foi dito), mas buscando a síntese do texto, sem parafrasear tudo que está contido nele. Exemplo: FATORES DE CRESCIMENTO DAS RECEITAS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉ Resumo – Este trabalho objetiva analisar o comportamento da receita obtida com as exportações de café por meio das taxas de crescimento das variáveis preço do produto no mercado internacional, quantidade exportada, taxa de câmbio e políticas governamentais. Para tanto, foi utilizado o modelo shift-share, adotando-se como período de análise para os anos compreendidos entre 1989 e 2001. Os resultados permitem verificar que a variável preço é a mais relevante na determinação do comportamento da receita e em menor intensidade as outras variáveis incorporadas no modelo. Mesmo assim, observa-se que as receitas, durante o período analisado, cresce a uma taxa de 2% a.a. Tal comportamento indica que as mudanças estruturais as quais a atividade cafeeira foi submetida não impediram o bom desempenho da cultura, fato este percebido por meio da variável receita advinda das exportações brasileiras de café. Palavras-chave: modelo shift-share, economia cafeeira, política agrícola. O exemplo acima é de resumo de artigo acadêmico, formulado pelo(s) próprio(s) autor(es) do artigo com base em todo o texto que escreveram. É possível perceber que há uma necessidade de demonstrar somente os pontos mais relevantes do texto, fornecendo as informações necessárias para que o leitor perceba o que estará contido no texto completo e julgue se será oportuna a leitura desse artigo. RESENHA – Já a produção de uma resenha requer mais reflexão e leitura crítica. Também deve partir da leitura de um texto, às vezes, de dois, para contrastar autores, por exemplo. Este gênero seria um resumo comentado. Na resenha, deve se colocar os pontos principais do texto lido (ou textos lidos); fazendo uma análise crítica e/ou comparativa do que foi exposto, isto é, concordando ou discordando de alguns pontos, com suas devidas e relevantes justificativas. Exemplo: GERALDI, J. W. (org.).Unidades básicas do ensino do português.In: O texto na sala de aula: Leitura e produção. 2ª ed., Cascavel: Assoeste, 1985. O ensino-aprendizagem da língua portuguesa, há muito, vem se deparando com a problemática da leitura, da produção de textos e da análise linguística abordada em sala de aula. A proposta do professor João Wanderley Geraldi, no texto “UnidadesBásicas do Ensino do Português”, referente a essa problemática, apresenta pontos positivos, os quais podem ser aplicados e/ou adaptados, considerando a realidade vivenciada por nós, professores, em sala de aula; no entanto com algumas ressalvas. Tal proposta sugere um trabalho de leitura com textos “curtos”: crônicas, reportagens, etc; e com textos “longos”: romances e novelas, em que o aluno teria de ler pelo simples prazer, sem algum tipo de avaliação. A proposta de leitura em sala de aula, a partir da seleção de diferentes gêneros de textos, a fim de desenvolver o gosto pela leitura, pode ser válida; porém, o descompromisso em avaliar o aluno, seja por meio de fichas, de relatórios, como é proposto pelo autor, é que deixa a desejar. Penso que oaluno não deve deixar de ser avaliado, não por critérios rígidos e intransigentes; mas por uma avaliação que considere sua série e sua faixa etária. A tentativa do autor em relacionar os três aspectos – a leitura de textos, a produção de textos e a análise linguísticas – é viável. A leitura de textos, considerando o aspecto quantitativo, possibilitará ao aluno o maior contato com os mesmos. Assim, segundo o autor, melhor será o seu desempenho e maior será a possibilidade de desenvolver o gosto pela leitura. A prática da leitura subsidiará o trabalho com a produção de textos, pois quanto maior o número de leitura, maior será a reflexão do aluno e melhor será o seu desenvolvimento na formação de ideias, afirma Geraldi. É bastante pertinente a proposta do professor, pois acredito que uma das maiores dificuldades do aluno na produção de textos é a falta do que dizer, a falta de organização de ideias. Sugere que, a partir da produção textual do próprio aluno, pode-se iniciara prática da análise linguística. Concordo com essa sugestão, mas o professor não pode se esquecer de criar meios para não constranger esse aluno. Essa análise não pode limitar-se a simples correção de aspectos gramaticais, mas sim deve conduzir o aluno a reescrever seu próprio texto, fazendo com que ele consiga elaborar conscientemente textos com sentidos. A proposta do professor Geraldi referente ao trabalho com textos em sala de aula é salutar, uma vez que concebe linguagem enquanto interação entre produtor, texto e leitor. Creio que o aluno, para desenvolver a habilidade de produção de textos, precisa previamente de bastante leitura. Somente a partir daí ele poderá compreender a estrutura de seu código linguístico e utilizá-lo de forma consciente na produção de textos Observe pelo exemplo, que o texto da resenha é de opinião crítica em relação ao que foi exposto pelo autor do livro. Ao mesmo tempo em que relata os pontos importantes do livro, o autor dessa resenha coloca as suas concordâncias ou discordâncias em relação a algum ponto, justificando-as. O nome de quem escreveu o livro aparece diversas vezes, para que o autor da resenha possa confirmar as ideias contidas nesse livro que para ele procedem. 4.2 – Conectivos Visto os tipos textuais, seus suportes e gêneros; é preciso agora, entender um pouco mais sobre como organizar ideias para sua produção textual. Como uma colcha que vai sendo tecida; o texto, enquanto comunicação escrita, precisa de pontos que interliguem as ideias e confiram solidez aos argumentos. Esses pontos são os conectivos ou conjunções. Para usá-los bem em seu texto, vamos observar qual é a função deles, qual a relação de sentido que certos conectivos podem estabelecer entre as frases. Para introdução de ideias opostas, utilize: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, que. Também as locuções: no entanto, não obstante, ainda assim, apesar disso. Exemplo:Ela estuda, no entanto não trabalha. Para adição de ideias na argumentação, use: e, nem (e não),também, que; e as locuções: mas também, senão também, como também, além disso. Exemplo: Ela estuda e trabalha. Para alternar elementos no texto, faça uso de: ou…ou, ora…ora, já…já, quer…quer… Exemplo: Ou ela estuda ou trabalha. Para concluir ideias e/ou argumentos: logo, portanto, pois (posposto ao verbo). Também as locuções: por isso, por conseguinte, pelo que… Exemplo: Ela estudou com dedicação, logo deverá ser aprovada. Para dar explicações, que justificam o que foi dito anteriormente, utilize: que, porque, porquanto, visto que, já que... Exemplo: Vamos estudar porque as provas começam amanhã. Para propor condições no seu texto, não deixe de usar: se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que, dado que, a menos que, a não ser que, exceto se… Exemplo: Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicação. Para comparar, contrastar argumentos, use: que, do que (depois de mais, maior, melhor ou menos, menor, pior). Também as locuções: tão…como, tanto…como, mais…do que, menos…do que, assim como, bem como, que nem…Exemplo: Ela é mais estudiosa do que a maioria dos alunos. http://www.infoescola.com/portugues/conectivos/ http://www.infoescola.com/portugues/conectivos/ Para indicar relação de tempo, tem-se: quando, apenas, enquanto.Também as locuções: antes que, depois que, logo que, assim que, desde que, sempre que… Exemplo: Ela deixou de estudar com dedicação, quando foi aprovada. Se observar, a partir de agora os próximos textos que for ler, comprovará que eles são tecidos e organizados por meio desses conectivos. Atenção! Procure não usar o mesmo conectivo diversas vezes no texto, tente usar sinônimos! 4.3 – Atividade Após aprendermos mais um pouco sobre esse instrumento de produção que é a língua portuguesa, vamos praticar! Para praticar o que foi lido, o exercício proposto é fazer uma resenha do artigo “Qualidade do café” (a seguir). Para fazer essa produção textual, você precisará seguir as instruções: 1- Ler o texto e sublinhar os pontos mais importantes. 2- Formular um resumo com base nesses pontos. 3- A partir do resumo, elabore um comentário geral sobre o artigo, apontando de forma crítica, com justificativa plausível, pontos relevantes com os quais você concorda ou discorda. 4- Não se esqueça de usar conectivos para que o seu texto fique bem organizado e compreensível! ARTIGO - Qualidade do café Mauro Scigliani Martini maurosmartini@hotmail.com Desenvolver habilidades que permitam reconhecer a qualidade de algum tipo de bebida ou alimento é uma tarefa árdua e complexa, demanda um grande investimento pessoal em cursos e treinamentos. Isto não significa que devamos nos render diante da habilidade visual, colocando para segundo plano os demais sentidos, com o passar do tempo e um pouco de disciplina, qualquer pessoa é capaz de colecionar impressões sobre esse ou aquele alimento que experimentou, reconhecendo com alguma facilidade aquilo que a agrada ou não. Embora um punhado de teoria seja imprescindível para se educar o hábito de degustar café, a curiosidade continua sendo a melhor ferramenta para se descobrir os sabores ocultos da bebida. Há muitas variáveis que afetam a qualidade final da bebida do café, entre elas podemos citar a espécie da planta, o preparo dos grãos, a mistura de grãos, a torração e a moagem, o empacotamento e o preparo da bebida. Portanto, para se incrementar a sensação mailto:maurosmartini@hotmail.com http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20834 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20834 de prazer propiciada por um excelente café, é necessário que tenhamos informações corretas e saibamos educar nosso aparato sensorial, notadamente a língua e o olfato. Ao consumir café, a primeira sensação percebida é o amargor, tal sensibilidade se apresenta mais intensamente no fundo da língua, gosto que muitos entendem como café “forte ou fraco” dependendo da intensidade do amargor percebido. Poucos consumidores são capazes de ir além desse diagnóstico quanto ao sabor da bebida, pelo simples fato de que generosas colheres de açúcar ou de gotas de adoçante estão camuflando os sabores presentes na bebida, super-sensibilizando a região da língua responsável pelo reconhecimento do sabor doce. No mercado brasileiro deseja-se o mínimo de amargor, entretanto, ser tolerante ao amargo e até mesmo apreciar esse particular gosto é um passo importante na capacitação para a degustação do café. Outro sabor possível de ser encontrado na bebida é o ácido, percebido nas laterais do fundo da língua. Esse gosto, igualmente repudiado pelos consumidores não treinados, não deveria ser motivo de afronta, em qualquer alimento uma leve acidez é desejável, pois desse modo pode ocorrer o “despertar das papilas” tendo assim uma maior percepção de sabores. O preparo dos grãos na etapa de pós-colheita interfere no surgimento do gosto ácido, os preparados de forma tradicional no Brasil, ou seja, demoradamente secos a pleno sol, propicia uma bebida com apenas traços de acidez, o que minimiza a possibilidade do desenvolvimento de distúrbios do aparelho digestivo. O sabor doce, percebido na ponta da língua, é aquele para o qual nossa percepção sensorial torna-se indulgente. Particularmente no Brasil, nas camadas sociais menos favorecidas, percebe-se um elevado consumo de açúcar (afinal, trata-se de alimento altamente energético com baixíssimo custo), tornando-os sensorialmente “míopes” para todos os sabores que não sejam o doce. Há de chegar o dia em que o único gosto doce reconhecido na bebida será aquele proveniente naturalmente de grãos de alta qualidade. Além do sistema sensorial gustativo, os sabores só são reconhecidos com a participação concomitante do olfato. O café é uma bebida particularmente rica em compostos químicos aromáticos voláteis, ou seja, que se difundem no ar. O aroma característico exalado durante a preparação de um café de alta qualidade por si só produz sensações prazerosas, despertando a vontade de consumir uma xícara da bebida. Com os estímulos nervosos dos sistemas gustativos e olfativos atuando em conjunto, forma-se a impressão geral do alimento ou bebida. Numa xícara de café de boa qualidade podem-se distinguir, entre outros, aromas como especiarias, amêndoas e nozes, chocolate, cereais crus e torrados, caramelo, frutados e etc. e alguns cheiros indicam produtos de má qualidade: mofo, terra, batata crua, remédio e etc. Por fim, no Brasil é considerada uma bebida de qualidade aquela que apresenta o máximo de doçura, acidez moderada e o mínimo de amargor e que apresenta aromas agradáveis ao olfato. Deve-se ter atenção à intensidade de torra, pois esta interfere no aroma da bebida, sendo que na torra mais leve é preservada maior quantidades de aromas, portanto é a mais recomendada quando o interesse é preservação da qualidade. Mauro Scigliani Martini é Tecnólogo em Cafeicultura graduado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais e atua como consultor na área cafeeira. Fonte: http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20834, acesso em 30/11/2011. http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20834 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20834 http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=20834 ________________________Desenvolvimento da Atividade____________________ RESENHA: MARTINI, M.S. Qualidade do café. Disponível em :http://www.revistacafeicultura.com.br/ index.php?tipo=ler&mat=20834, acesso em 30/11/2011. ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________
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