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Mecanismos de Defesa da Psicanalise

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Mecanismos de Defesa da Psicanálise 
INTRODUÇÃO 
Os desafios do ambiente externo e de nossas 
pulsões internas, que nos ameaçam por meio da 
ansiedade, podem ser conflitos com pessoas 
íntimas ou ameaças à nossa autoestima 
(constrangimento, culpa, autodecepção e etc). 
Para isso, o ego, que é governado pelo princípio 
da realidade, tenta lidar realisticamente com o 
ambiente. No entanto, às vezes, ocorrem 
distorções da realidade para proteger o ego 
contra as pulsões dolorosas ou ameaçadores 
que vem do id, que opera de acordo com as 
exigências do princípio do prazer. 
Esses processos que distorcem a realidade para 
proteger o ego são chamados de mecanismos 
de defesa. 
OS 10 MECANISMOS DE DEFESA 
NEGAÇÃO: Recusa em reconhecer um estímulo 
que provoca ansiedade. 
- Ex.: Um paciente recebe a notícia de que está 
gravemente enfermo e prefere pensar que o 
diagnóstico foi trocado ou que a doença não 
é nada, continuando viver como se não tivesse 
nada. 
INTELECTUALIZAÇÃO: É a fuga para a razão, 
onde o indivíduo evita emoções desconfortáveis, 
concentrando-se em fatos e lógicas. Nesse caso, 
a situação que envolve o indivíduo é tratada 
como um problema interessante em uma base 
racional, enquanto os aspectos emocionais são 
completamente ignorados, sendo, portanto, 
ignorados. 
- Ex.: Um paciente descobre que tem câncer e 
pede detalhes sobre a probabilidade de 
sobrevivência e as taxas de sucessos de vários 
remédios. 
- Ex.: Uma mulher que foi estuprada procura 
informações sobre outros casos e a psicologia 
de estupradores e vítimas. Ela tem aulas de 
autodefesa a fim de se sentir melhor, ao invés 
de abordar mais diretamente as questões 
psicológicas. 
PROJEÇÃO: O indivíduo exterioriza as pulsões 
que provocam ansiedade, depositando-as em 
outras pessoas. 
- Ex.: O medo é um sentimento incomodo, que 
ameaça o paciente. Ao sentir medo e 
ansiedade, o paciente passa se livrar dos 
sintomas, projetando nas pessoas próximas 
ou até no médico. Destaca-se que a reação 
emocional do médico diante disso pode ser 
ficar inseguro quanto ao tratamento que está 
prescrevendo. 
REPRESSÃO: Repele os pensamentos 
ameaçadores, enviando-os para o inconsciente. 
- Ex.: Uma lembrança traumatizante é enviada 
para o inconsciente devido ao medo e ao 
horror vivenciado. 
FORMAÇÃO REATIVA: É o processo de afastar 
pulsões ameaçadoras superenfatizando o 
oposto em nossos pensamentos e atitudes. 
- Ex.: Atitudes homofóbicas falam de reações 
diante da angústia provocada por desejos do 
inconsciente. 
DESLOCAMENTO: Ocorre quando alguém desvia 
o alvo de medos ou desejos inconscientes. 
- Ex.: Um homem que, quando humilhado pelo 
chefe, vai para casa, bate nas crianças e 
chuta o cachorro. 
REGRESSÃO: É quando voltamos para os 
estágios iniciais e mais seguros da vida. 
- Ex.: Perceptível em crianças, quando ela deixa 
de ser amamentada. Assim, ela passa a agir 
como se estivesse começando a andar. 
RACIONALIZAÇÃO: O indivíduo constrói uma 
argumentação intelectualmente convincente e 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
aceitável, que justifica os estados “deformados” 
da consciência. 
- Ex.: Os alemães bebem muita cerveja, mas não 
há nenhum razão para pressupor que na 
Alemanha exista uma personalidade 
bebedora de cerveja. 
- Ex.: O indivíduo cria toda uma falsa teoria 
sobre seu pai e o coloca como responsável por 
tudo o que lhe aconteceu, em todas as fases 
da vida. 
RECALQUE: O indivíduo não vê o que ocorre, uma 
vez que há uma supressão de parte da realidade. 
Esse é o mais radical dos mecanismos de defesa. 
- Ex.: Uma pessoa recalcada fala mal dos 
outros, porque, por exemplo, tem inveja. Neste 
sentido, o recalque faz com que a pessoa 
tenha inveja ou raiva de outras pessoas. 
SUBLIMAÇÃO: Ocorre quando as pessoas 
transformam suas emoções conflitantes em 
estabelecimentos produtivos. 
- Ex.: Um açougueiro que leva impulsos hostis e 
os converte em “cortes” de carnes, de uma 
forma que é perfeitamente aceitável na 
sociedade. 
ANGÚSTIA E DEFESA DO PROFISSIONAL 
Quando o médico atende pacientes com sua 
mesma idade, pode pensar “isso aconteceria 
comigo” e, dessa forma, gerar uma angústia. 
Para tratar do paciente, o profissional da saúde 
acaba por criar uma certa distância emocional 
da situação. 
TRANSFERÊNCIA: Trata-se de uma repetição de 
protótipos infantis vividas com um sentimento de 
atualidade acentuada. 
- Ex.: Uma paciente que faz uma peregrinação 
custosa, indo de especialista em especialista, 
fazendo muitas consultas. Diante desses 
pacientes, os médicos tendem a se sentir 
frustrados e culpados por não conseguir 
curar suas dores. 
CONTRATRANSFERÊNCIA: As reações emocionais 
do profissional são entendidas diante do 
paciente. 
- Ex.: O profissional se sente irritado com a 
refratariedade dos sintomas do paciente, e 
passa a ser grosseiro com ela, podendo 
encaminhá-la para uma colega.

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