Portfolio Unopar - Pedagogia - 2 Semestre

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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR
MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
LARISSA MARIANA BERNARDO SILVA TOLEDO
PORTFÓLIO INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL 
“A Base Nacional Comum Curricular e as práticas pedagógicas”
CUIABÁ/MT
OUTUBRO/2021
LARISSA MARIANA BERNARDO SILVA TOLEDO
PORTFÓLIO INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL 
“A Base Nacional Comum Curricular e as práticas pedagógicas”
Portfólio Interdisciplinar Individual (PTI) apresentado para obtenção de pontuação das atividades interdisciplinares do curso de Licenciatura em Pedagogia, 100% EAD, 2º semestre, da Universidade Pitágoras Unopar.
CUIABÁ/MT
OUTUBRO/2021
1. INTRODUÇÃO
O Conselho Nacional de Educação (CNE) no dia 22 de dezembro de 2017 apresentou a “RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2” que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em todo o âmbito da Educação Básica, norteando as práticas na política nacional da educação no Brasil. O conteúdo apresentado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem caráter normativo e define um conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens que são essenciais e de direito de todas crianças, jovens e adultos, portanto, define as bases curriculares para um ensino de qualidade nas escolas públicas e privadas (BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2017). 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem o objetivo de estabelecer uma educação de qualidade promovendo equidade, isto significa, que todos devem ter um acesso digno à educação. Assim, o documento tem critérios objetivos e nítidos que definem quais os conhecimentos e habilidades que os estudantes devem desenvolver ao longo de sua trajetória no ambiente escolar. Destarte, é por meio dessa base que o Estado garantirá a qualidade do ensino e preparará o estudante para o futuro, formando cidadãos que participarão ativamente no desenvolvimento da sociedade (BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2017).
Para uma melhor compreensão dessa perspectiva vale-se resgatar primeiramente qual foi a motivação que levou a construção desse instrumento normativo. Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nasce da necessidade de ter indicações cristalinas sobre o que os estudantes precisam adquirir de conhecimento para estarem preparados para as exigências do mundo contemporâneo, uma vez que, ocorreram transformações em diversos setores da sociedade, principalmente no campo do mercado de trabalho. 
Nesse sentido, essa produção textual individual (PTI) objetiva incentivar o desenvolvimento de novos saberes e fomentar práticas pedagógicas. Desse modo, serão apresentadas discussões acerca da BNCC, como as bases epistemológicas podem ter ligação com o estabelecimento dessas novas práticas curriculares, por fim, será apresentada uma proposta de como implementar no ambiente escolar as competências gerais estabelecidas no documento.
2. DESENVOLVIMENTO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tem como mote principal que a “Educação é a Base”, nesse sentido, o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação (CNE), entende que é somente a partir da educação que conseguimos progredir, ou seja, a educação é a base para as outras conquistas, seja na esfera privada ou público. Portanto, um país somente se desenvolve por meio da educação.
Como um documento normativo, a BNCC define o que os professores devem abordar nos processos de ensino e o que o estudante deve desenvolver a partir das competências definidas como essenciais nesse processo de aprendizagem. À vista disso, o docente e o discente a partir da BNCC tem uma visão explícita do que é importante no seu processo de aprendizagem, assim, o documento busca proporcionar suporte técnico para que esses estudantes sejam capazes de aplicar esse aprendizado no seu futuro. Estabelecendo uma base comum é possível garantir uma planejamento organizado, fazendo a junção do conteúdo que é essencial e levando em consideração as subjetividades desses estudantes. Por conseguinte, conforme o texto da BNCC esse instrumento normativo é considerado uma:
Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação (BRASIL, 2017. p. 4).
Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ao ser estabelecida como norteador do currículo nacional da educação, é um documento que procura superar a fragmentação das políticas educacionais, desse modo, estabelece um regime colaborativo, para que a federação, os estados e os municípios trabalhem com um currículo alinhado. Nesse sentido, por meio da BNCC é possível haver a promoção de uma educação de qualidade e que promova a igualdade e a equidade em todo o território nacional (BRASIL, 2017).
Conforme Apolinário, Tarragó e Ferst (2021), a BNCC orienta os profissionais da educação a construírem um currículo com “novas” concepções, introduzindo um método de competências gerais a serem introduzidas no planejamento pedagógico e desenvolvidas no dia a dia escolar. Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem o propósito de resolver lacunas nesse processo de aprendizagem, desse modo, é mais um instrumento que garante o que preconiza o Plano Nacional de Educação (PNE), isto é, assegura uma aprendizagem comum para todos (APOLINÁRIO; TARRAGÓ; FERST, 2021). Outrossim, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) introduz o conceito de competências, de acordo com o documento:
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 2017. p. 4). 
	Por meio dessas competências, são inseridos no currículo pedagógico premissas essenciais, como: conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo, repertório cultural, comunicação, cultura digital, trabalho e projeto de vida, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, por fim, responsabilidade e cidadania. Segundo Apolinário, Tarragó e Ferst (2021), essas novas competências promovem estímulos para proporcionar transformações em nosso meio social.
Ademais, Apolinário, Tarragó e Ferst (2021) também postulam que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), impacta diretamente na “(...) relação de conhecimentos com conceitos e procedimentos, bem como ênfase às habilidades, às atitudes e aos valores para resolver problemas do cotidiano no contexto da cidadania e do mundo do trabalho (p.3)”. Por isso, faz-se necessário investigar as bases epistemológicas da BNCC, principalmente as tendências pedagógicas presentes na mesma (APOLINÁRIO; TARRAGÓ; FERST, 2021). Para Da Silva (2018), tendências pedagógicas têm papel importante para as práticas docentes, é por meio delas que o professor sustenta suas bases filosóficas e educacionais, por tanto, é o meio que o educador articula teoria e prática.
No texto "Tendências Pedagógicas: Perspectivas Históricas e Reflexões para a Educação Brasileira”, o autor utiliza Luckesi (1991 apud DA SILVA, 2018) para definir tendência pedagógica, para o autor:
Luckesi (1991) considera como tendência pedagógica diversas teorias filosóficas que pretendem compreender e orientar práticas educacionais em diversos momentos e circunstâncias da história humana na educação brasileira. Ações educativas interpretam o desempenho da educação na sociedade e, como tal, classificam-se em educação como redenção, educação como reprodução e educação como transformadora da sociedade. Essas tendências possibilitam a compreensão da educação enquanto prática educacional,compreensão filosófica sobre seu sentido e política, quanto ao direcionamento para a ação (p. 2).
 
	As tendências pedagógicas surgem no contexto social, destarte, podem contemplar uma classe dominante ou trabalhadora, além disso, influencia diretamente as práticas dos docentes nos ambientes pedagógicos (DA SILVA, 2018). De acordo com Libâneo (1989 apud DA SILVA, 2018), as tendências são classificadas em dois grupos, Pedagogia Liberal, engloba a linha tradicional, renovadora progressista, renovadora não diretiva e tecnicista, o segundo grupo é da Pedagogia Progressista, que abarca a tendência libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. Foerste (1996 apud DA SILVA, 2018) salienta que:
(...) uma tendência não elimina a outra, o surgimento de uma nova corrente teórica não significa o desaparecimento de outra, a definição de um perfil predominante em uma concepção não descarta a possibilidade de outras formas de manifestação consideradas próximas entre si (p. 2).
	 Desse modo, as tendências pedagógicas surgem em diferentes contextos social e histórico, e diferentes teóricos, mas coexistem em um mesmo espaço e tempo. Nesse sentido, todas fazem contribuições significativas ao processo de ensino e aprendizagem, portanto, são fundamentais para a prática docente, pois conduz o processo educativo (DA SILVA, 2018). Por consequência, podem se divergir, mas também nota-se que há movimento em que essas tendências se complementam (DA SILVA, 2018). 
Desse modo, nota-se por meio do texto de Apolinário, Tarragó e Ferst (2021) que dentro da BNCC as tendências coexistem, os autores apontam a relação das tendências pedagógicas presentes nas competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na primeira e quarta competência, é identificada as tendências do campo progressista, as quais são a progressista crítico-social e libertária (APOLINÁRIO; TARRAGÓ; FERST, 2021). Segundo Da Silva (2018), busca uma “atuação da escola consiste em preparar o estudante para o mundo e suas contradições, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização para a participação ativa e organizada na democratização social'' (p. 6). Tratando-se da tendência progressista libertária, Libâneo (1989 apud DA SILVA, 2018) tem uma tendência anti-autoritária, desse modo, o “(...) professor exerce o papel de conselheiro e também de instrutor-monitor. Ele espera que a escola exerça a transformação na personalidade dos estudantes na perspectiva libertária e autogestionária” (p.6). 
Já a segunda e terceira competência da BNCC tem tendências pedagógicas do campo liberal, as quais são, liberal renovada progressista e liberal renovadora (APOLINÁRIO; TARRAGÓ; FERST, 2021). Na tendência liberal renovada progressista, a educação é vista como “(...) a corrente que trata de mudar o rumo da educação tradicional, intelectualista e livresca, dando-lhe sentido vivo e ativo (LUZURIAGA, 1980, p. 227 apud DA SILVA, 2018, p.4)”. Por fim, Da Silva (2018) estabelece que a tendência liberal renovadora “defende uma escola que possibilite a aprendizagem pela descoberta, partindo do interesse do aluno na experimentação e na construção do conhecimento'' (p. 3).
Assim sendo, Apolinário, Tarragó e Ferst (2021) em sua pesquisa buscaram apontar a relação das tendências pedagógicas presentes nas competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Nesse sentido, avaliaram as quatro primeiras competências gerais presentes na BNCC, para os autores, dentro da pesquisa realizada nessas quatro competências foram detectadas as tendências pedagógicas dos dois espectros, Pedagogia Liberal e Pedagogia Progressista. 
Por fim, atendendo a proposta da PTI, foi utilizada a plataforma remota Canva para produzir o material constando as posturas que caminham em direção ao desenvolvimento de cada uma das competências gerais indicadas na BNCC. Nesse sentido, foi elaborado um infográfico constando de forma simplificada as dez competências gerais da BNCC.
		
Disponível em: https://www.canva.com/design/DAEuNw0NvDk/5bo6c70eovLoyWKw1UoKuA/view?utm_content=DAEuNw0NvDk&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&utm_source=sharebutton
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, com base nos conceitos aprendidos na disciplina do semestre, foi possível obter uma outra perspectiva para se pensar as práticas pedagógicas. Assim, tendo em vista as discussões realizadas ao longo dessa produção textual, Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento proporciona um extenso debate para se pensar sobre os processos de aprendizagem, bem como refletir sobre o espaço escolar, em que há diversas relações que são construídas a partir da relação do indivíduo com o mundo e nas consequências que esse troca traz para ele e para o grupo como um todo. 
Portanto, foi possível compreender que o documento normativo intitulado como Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tem relevância e importância, pois visa enfrentar as desigualdades no ensino, estabelecendo uma base curricular comum para todos e define as competências que cada estudante deve desenvolver no sistema educacional brasileiro, contudo, ainda está muito longe de solucionar as lacunas existentes nos espaços escolares.
4. REFERÊNCIAS
APOLINÁRIO, Josimere de Souza Lima; TARRAGÓ, Saiuri Totta; FERST, Enia Maria. Tendências pedagógicas e competências gerais da base nacional comum curricular para a educação básica: implicações para o currículo. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 3, p. 33227-33240, 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2017.
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. CONSELHO PLENO. Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017.
DA SILVA, Aracéli Girardi. Tendências pedagógicas: perspectivas históricas e reflexões para a educação brasileira. Unoesc & Ciência-ACHS, v. 9, n. 1, p. 97-106, 2018.