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UFPE - Universidade Federal de Pernambuco CTG - Centro de Tecnologia e Geociência DEQ - Departamento de Engenharia Química Maria Eduarda Samyra Relatório: Derivados Cristalinos Recife - PE 2022 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) Departamento de Engenharia Química (DEQ) Química Industrial - Análise Orgânica Discentes: Maria Eduarda e Samyra Derivados Cristalinos Resumo: Este experimento tinha como objetivo a determinação do ponto de fusão de uma amostra líquida desconhecida. Não foi necessário a presença de um solvente para a utilização da técnica de derivados cristalinos tendo em vista que era uma amostra líquida. O rendimento obtido foi de 52,41%. E a partir desta técnica, obtivemos como resultado, apresentando o um valor de 240,5±3,0ºC para o ponto de fusão. A partir desses resultados, chegamos à conclusão de que a amostra é um aldeído. Palavras chave: derivados cristalinos, ponto de fusão Introdução Existem diversas maneiras de se identificar uma substância. Os procedimentos que variam de testes qualitativos simples, como identificação de grupos funcionais às mais sofisticadas técnicas instrumentais, como espectroscopia no infravermelho, ressonância magnética nuclear e espectrometria de massas. A técnica de cristalização envolve a dissolução do material, neste experimento trata-se de uma amostra líquida, em um solvente a quente e após este processo, realizar um resfriamento lento em solução. Esta técnica é um dos principais testes para a identificação de um composto desconhecido, pois ela converte este composto desconhecido em um composto conhecido a partir de mais alguns métodos. Para a realização desta técnica de forma a obter um resultado favorável, é necessário que a reação de formação deste derivado seja de forma preferencialmente quantitativa, não produzindo rearranjos ou produtos secundários. O método para a obtenção pode variar de experimento para experimento, pois depende da disponibilidade dos reagentes que serão utilizados, onde torne mais fácil o manuseio do produto final, o derivado cristalino. O primeiro método conclusivo utilizado neste experimento foi o teste do ponto de fusão. Este processo, em relação a uma substância pura, pode tornar mais fácil a identificação da mesma, apesar de que outra substância possa ter o mesmo ponto de fusão. Porém, isso torna o grupo de substâncias mais restrito, facilitando a identificação. Também seria possível utilizar outros métodos, como a identificação através do odor, caracterização e aparência da substância, mas como certas substâncias possuem semelhança em relação a esses aspectos, não seria um processo conclusivo. Este experimento trata-se da identificação de uma amostra líquida, e a partir do conhecimento que temos, onde sabemos que o derivado cristalino de uma substância é uma forma mais estável e pode-se obter o ponto de fusão com uma maior precisão, é favorável utilizar este processo para obter um resultado mais preciso. Materiais - Erlenmeyer - Béquer - Bastão de Vidro - Vidro de relógio - Pipeta de Pasteur - Placa de Petri - Espátula - Papel de filtro - Pisseta - Balança analítica - Gelo - Recipiente isolante térmico - Pipeta graduada - Pinça - Água destilada gelada - Àcido Sulfúrico concentrado - Amostra desconhecido - Auxiliar de pipetagem - Funil - Suporte universal - 2,4- dinitrofenil- hidrazina Procedimento Experimental Primeiramente o grupo recebe a amostra 4 juntamente com os demais materiais necessários para a realização da prática. Posteriormente, em um erlenmeyer de 50mL, adiciona-se 0,2 g de 2,4- dinitrofenil- hidrazina e 3,0 mL de água destilada. Em um processo de agitação, gota a gota, adiciona-se 1,1mL de ácido sulfúrico concentrado. Após, adiciona-se 2 gotas padrão (0,05 mL) totalizando 0,1mL da amostra desconhecida. Após, adiciona-se água destilada gelada para retirar os sólidos da parede do erlenmeyer e facilitar a solubilização. Após essa etapa, os sólidos devem estar completamente solubilizados. Caso contrário, a solução deve ser filtrada para minimizar as partículas em suspensão. Posteriormente, submete-se a solução ao banho de gelo por 10 minutos e realiza-se a segunda filtragem. Caso a filtragem resulte em uma solução turva, repete-se o procedimento do banho de gelo e é realizada uma nova filtragem. Finalmente, calcula-se a massa do sólido filtrado e o ponto de fusão através do fusiômetro. Resultados e Discussão Essa prática teve como objetivo a utilização da técnica de derivados cristalinos, uma técnica para a identificação de substâncias, convertendo um composto desconhecido em um composto conhecido, denominado de derivado, com o objetivo de determinar o ponto de fusão do derivado e, com isso, determinar qual é o composto desconhecido. O experimento foi realizado conforme o procedimento experimental com alterações, pois foram necessárias duas filtrações, ao invés de uma, e não foi realizada a cromatografia. Dessa maneira, foi possível chegar aos procedimentos e resultados descritos a seguir: Em posse das vidrarias e materiais para a prática, foi pesado 0,2g de 2,4-dinitrofenil-hidrazina com o auxílio de um erlenmeyer e uma balança analítica, mostrado na imagem 1. Imagem 1 - pesagem da 2,4-dinitrofenil-hidrazina. Em seguida, foram adicionados 3 ml de água destilada à massa pesada e adicionou-se, gota a gota, 1,1 ml de ácido sulfúrico concentrado para dissolver o sólido, como mostra a imagem 2. Imagem 2 - dissolução em ácido sulfúrico concentrado. Foi adicionado, ainda, um volume de 0,1 ml, de acordo com a tabela 2 do procedimento experimental, utilizando 2 gotas padrão (0,05 ml) da substância desconhecida (amostra 4), e pôde ser observada uma mudança visual, como mostra a imagem 3. Imagem 3 - resultado da adição da substância desconhecida. Assim, a amostra foi levada ao banho de gelo e adicionou-se água destilada gelada para ajudar na precipitação. Após 10 minutos no banho de gelo, a solução foi levada para a filtração comum com o devido ajuste e peso do papel de filtro definidos, foi possível perceber poucas partículas sólidas no papel de filtro e a solução que passou pela filtragem foi recolhida em um segundo erlenmeyer e apresentou coloração bastante semelhante e partículas sólidas na solução, como mostra a imagem 4. Imagem 4 - Resultado da primeira filtração. Em debate com a professora e com o técnico, foi realizada uma segunda filtração e, novamente com o papel de filtro ajustado e devidamente pesado, a filtração comum foi feita e se obteve um resultado mais satisfatório, com mais partículas no papel filtro e a solução recolhida no béquer com coloração diferente da que foi filtrada, como mostra a imagem 5. Imagem 5 - Resultado da segunda filtração. Realizadas as filtrações, os dois papéis de filtro foram colocados em uma placa de petri e levados para um dessecador. Após uma semana, foi possível perceber que o papel filtro da primeira filtração estava degradado, enquanto o da segunda filtração permaneceu em boas condições, como mostra a imagem 6. Imagem 6 - À esquerda, papel filtro da primeira filtração e, à direita, papel filtro da segunda filtração. Seguindo a orientação da professora e do técnico, os resultados da primeira filtração não serão utilizados neste relatório. Já o resultado da segunda filtração, foi levado para o fusiômetro, com o auxílio de um capilar, como mostra a imagem 7. Imagem 7 - Amostra do derivado no fusiômetro. Sendo assim, o ponto de fusão foi determinado entre as temperaturas de 239ºC e 242ºC, apresentando uma faixa de temperatura de fusão de 240,5±3,0ºC. Análise para descobrir qual é o composto desconhecido: Foi possível concluir que a amostra é um aldeído, devido ao estiramento da carbonila, que representa um pico forte entre 1.740-1.725 cm-1. Também é possível perceber o seu sobretom em 3.450 cm-1 e foi notado o dubletode fermi na faixa de 2.760-2.700 cm-1. Pelo espectro de massas, é possível ver o pico base em 105 e em 106, dando a massa do composto. Por fim, o pico do íon molecular ocorre em 77, após a perda do CO, para resultar no íon fenila (m/z = 77), referente a um aldeído aromático, tudo isso é percebido ao analisar as imagens 8 e 9. Imagem 8 - Espectroscopia de infravermelho médio da amostra 4. Imagem 9 - Espectro de massa da amostra 4. Com o ponto de fusão do derivado em mãos, foi possível concluir, analisando as tabelas do procedimento experimental, que o composto desconhecido se trata de um benzaldeído com massa de 106 g/mol, ponto de ebulição de 179ºC e com derivado (hidrazona) com ponto de fusão na faixa de temperatura obtida no experimento. Cálculo de rendimento: - Massa da 2,4-dinitrofenil-hidrazona = 198 g/mol - Massa da 2,4-dinitrofenil-hidrazona = 238 g/mol Então: 198 g — 238 g 0,2 g — xg Massa teórica = 0,2404 g Massa obtida = placa de petri com o papel filtro após filtragem - placa de petri com papel filtro antes da filtragem Massa obtida = 86,348 g - 86,222g = 0,126 g de 2,4-dinitrofenil-hidrazona Cálculo do rendimento: 0,1260/0,2404*100 = 52,41% Conclusão Após a realização do procedimento experimental e construção dos resultados e aspectos envolvidos, concluímos que: A realização do experimento pode trazer diversos erros, impactando diretamente no resultado final. Como exemplo, podemos citar o volume de H2SO4 utilizado; o volume e temperatura de água destilada colocado para auxiliar na solubilização; pureza do sólido e das soluções utilizadas; transferência de solução de um recipiente para outro e principalmente os procedimentos que foram adicionados ao original pelo grupo, com o objetivo de melhorar os aspectos da prática, bem como os resultados. Partindo para a identificação da substância, encontramos um valor de 52,41% para o rendimento e concluímos que a amostra desconhecida se trata de um aldeído. A prática em si não apresenta processos muito complexos mas diversos erros podem ser cometidos. Sendo a perda a maior fonte de erro. Uma possível conclusão para o objetivo do experimento em questão é compreender processos que levam a identificação dos compostos, dentre os diversos métodos disponíveis. Pode ser ele o mais adequado ou o que apresenta a menor margem de erro. Referências [1] Identificação de substâncias puras ou em formulações por meio de análise espectral e quimiometria. Disponível em: <https://openaccess.blucher.com.br/downloa d-pdf/326/20253>. [2] ECHA, Como caracterizar e identificar uma substância. Disponível em: <https://echa.europa.eu/pt/support/substance- identification/how-to-characterise-and-identi fy-your-substance>. [3] Identificação de compostos desconhecidos. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/317519658/ identificacao-de-compostos-desconhecidos>. [4] Identificação de compostos orgânicos utilizando a espectroscopia no infravermelho médio. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/16Zz09kAA lcNPXWPAfFgrAFt9aqAOKp9j/view>
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