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• Art. 256 do RIISPOA → tratamento termico de ultra-alta temperatura (UAT) aplicado ao leite a uma temperatura entre 130ºC e 150ºC por 2 a 4 segundos, em fluxo continuo (após a chegada do leite na indústria o mesmo não pode mais entrar em contato com o ar), imediatamente após o processo o leite deve ser resfriado a 32ºC e envase sob condições assépticas (em câmera fechada sem presença de microrganismos do ar) e em embalagens esterilizadas quimicamente (com peroxido de hidrogênio, luz UV e vapor quente) hermeticamente fechadas (sem contato com o ar) → processo extremamente cuidadoso em relação ao contato com microrganismos (alta tecnologia), mas com menor qualidade do perfil sensorial. • Eliminação de praticamente todos os microrganismos, principalmente os termoduricos e os esporos (100% dos patogênicos e 99,9% dos deteriorantes) → produto comercialmente estéril → não pode ser chamado de estéril porque não elimina alguns esporos. • Produto possui uma durabilidade muito maior porque o tratamento térmico é mais rigoroso. Tipos de tratamento – calor indireto (mídia quente ou mídia fria não entra em contato com o leite) • Menos comum de ser usado → usado mais para tratamento de leite condensado e creme de leite. • Troca de calor em placa → Leite passa em contrafluxo com a mídia quente/mídia fria, sub pressão, até atingir 130 a 150ºC por 2 a 4 seg. o Mais fácil de ocorrer erro porque é difícil garantir o tempo correto do leite no maquinário → leite não pode passar mais de uma vez pelo maquinário, se deu errado o leite não pode ser mais aproveitado. o Maior chance de ocorrer formação de cristais de cálcio → local onde o leite passa é muito fino. o Maior chance de choque térmico no leite. • Troca de calor tubular → leite vai passando no meio dos tubos de mídia quente ou fria (quanto é mídia quente os tubos se expandem e quando é mídia fria os tubos se encolhem), entrando e saindo do sistema (preserva a estabilidade térmica do leite) o Menor chance de entupimento do maquinário ou erro de tempo do processo. o Choque térmico não é tão grande quanto a UAT por placa → pré- aquecimento de forma gradativa, depois ocorre tratamento e depois o resfriamento gradativo. • Torre – superfície raspada → leite sobe no maquinário sob pressão e é homogeneizado por pás que se encontram dentro do maquinário e por fora tem a mídia quente ou fria passando. o Usada para produção do leite condensado e creme de leite de caixinha → produtos viscosos (precisa de um maior tempo por uma temperatura alta para que o produto atinja a viscosidade). Tratamento UAT – calor direto • Tratamento mais utilizado para o leite fluido. • No tratamento UAT tem que fazer o pré aquecimento → leite passa em contrafluxo com a mídia quente (vapor quente se mistura com a mídia fria) → previne instabilidade térmica (choque térmico) e polpa energia do processo. o Não há riscos de floculação, coagulação ou entupimento do maquinário porque o leite vai aumentando a temperatura de forma gradativa. • Injeção de vapor → ao entrar o leite é bombeado e passa em contrafluxo pelo trocador de calor por placa (vapor se mistura com a mídia fria para formar a mídia quente) → depois passa por uma pressão de 4bar → agulhas injetam vapor (calor direto que garante a temperatura que deve ser atingida no processo) que entra em contato com o leite e eleva a temperatura a 130 a 150ºC por 2 a 4 seg → leite passa por um retardo (garantir que o tempo do tratamento foi atingido). o Além da injeção de calor o leite ainda pode ser aspergido em vapor quente que entra em contato com as partículas do leite. • Leite vai para um tanque de expansão (a 32ºC) com bomba em vácuo parcial, em temperatura de refrigeração → promove a evaporação do vapor excessivo do leite que foi ejetado no processo. o Não pode ser bomba de vácuo total para não puxar a água natural do leite → apenas o excesso de água deve evaporar nesse processo. o A água usada para a refrigeração do tanque de expansão é a mesma água usada para temperar o vapor que irá passar em contrafluxo com o leite para fazer o pré- aquecimento. • Após passar pela bomba de vácuo, o leite passa pelo homogeneizador para quebrar os glóbulos de gordura em glóbulos menores (leite passa por duas fases para não ter formação de “grumos”) que serão recoberto por caseínas para irão se repelir (digestão não pesa devido aos glóbulos de gordura estarem muito pequenos) → depois o leite passa por contrafluxo para reduzir a temperatura e depois fica armazenado em tanques de 20 a 30ºC ou é imediatamente envazado (recomendável) → embalado em envase asséptico em embalagem estéril (por isso é um produto longa vida e não precisa ficar refrigerado) o mais rápido possível. Estabilizante – citrato de sódio • = monofosfato de sódio, difosfato de sódio ou trifosfato de sódio. • Leite reconstituído → leite em pó que foi estocado devido ao excesso de produção ou adquirido de outra empresa em algum momento foi adicionado a água. • O citrato de sódio é um estabilizante do leite que minimiza o aparecimento da instabilidade térmica → o estabilizando sequestra o cálcio e impede que o cálcio entre em contato com a caseína (em altas temperaturas as caseínas tendem a interagir mais) e que ocorra a formação de flocos → minimiza as chances de problemas tecnológicos. • O máximo que pode ser adicionado de estabilizante é 0,1%. • Algumas empresas fazem um bom controle de qualidade e não faz o uso de estabilizantes devido à alta estabilidade térmica já presente no leite. • Os sais do leite compõem 0,8% da composição do leite → em associação com os estabilizantes os sais compõem 0,9% → altera levemente a crioscopia da água (reduz -0,02ºH) → no resultado final isso fornece um micro lucro para a empresas. o Se adicionar um pouco de água aumenta a crioscopia. Esporos e UAT • A única preocupação no leite UAT são os esporos → no tratamento UAT ainda sobra alguns esporos. • A principal preocupação são os esporos do Bacillus sporothermodurans (bacilo termodúrico) → tolera a temperatura de 148ºC → tratamento UAT tende a não eliminar totalmente os esporos. o Importante passar o leite pelo bactofuga (clarificação), processo pré-beneficiamento, que elimina os esporos presentes no leite. • O controle de qualidade do leite é feito através da avaliação da acidez titulável (0,14 a 0,18g de ácido lático/100ml de leite) → a acidez do leite UAT não pode aumentar mais de 0,02g → >0,02g indica que tem presença de algum microrganismo que está se multiplicando e acidificando o leite. • O plano microbiológico de amostragem é duas classes (ou o lote é todo aceito ou é todo condenado) → avalia-se 5 amostras coletadas de forma aleatória → se pelo menos uma das 5 amostras coletadas apresentar mais de 100 colônias, o lote é todo descartado. o Coloca a caixinha de leite em estufa a 37ºC por 7 dias → tempo suficiente para ter a gelificar ou não o leite → se o leite estufou já é um indicativo ruim. o Depois disso o leite é plaqueado para avaliar se tem presença de microrganismos. • Cozimento botulínico → O processo 12D reduz muito mais a carga microbiana do leite que a pasteurização → na pasteurização o processo é 2D e elimina 99% dos microrganismos. Valor nutricional • A caseínas não se desnaturam porque elas possuem a estrutura mais simples. • O processo UAT desnatura as proteínas do soro (são instáveis termicamente) → proteína perde a funcionalidade, mas não perde o valor nutricional. • A desnaturação das proteínas do soro, principalmente a β-lactoglobulina, está associada com um sabor de cozido ao leite UAT → sabor mais forte, redução dos compostos voláteis (sãoeliminados quando o leite quente é colocado no tanque frio durante o processo de retirada do excesso de vapor quente) o que causa alteração sensorial ao produto. • Leite UAT é mais fácil de ser digerido porque os glóbulos de gordura são menores. Envase e embalagem • A esterilização da embalagem ocorre com peróxido de hidrogênio (elimina qualquer microrganismo presente na superfície) que é ainda mais ativado ao passar por uma luz UV, passa por um jato quente (70ºC) e depois por um vapor quente (retira resíduo de peróxido) e por um vapor quente para retirar qualquer microrganismo que ainda possa ter ficado na embalagem → esse processo ocorre em ambos os lados da embalagem. • Após a esterilização da embalagem é realizado o envase asséptico (não há contato do leite com o ar). • A embalagem é composta por uma camada de polietileno, uma camada de papel, uma camada de polietileno, uma folha de alumínio (impede que o leite entre em contato com a luz e tenha oxidação do produto) e por ultimo duas camadas de polietileno para evitar que o leite tenha contato com o alumínio. • O fato de a embalagem ser esterilizada, o envase ser asséptico e a esterilização comercial → garante o longo tempo de prateleira do leite UAT. o Importante se atentar ao armazenamento do leite na fazenda e na prateleira → evitar que tenha esporos no leite. • A paleta de cores no fundo da caixinha do leite é o padrão de cores do maquinário. • O UAT ainda é o leite mais comercializado no Brasil porque a qualidade inicial do leite no Brasil ainda é ruim e a pasteurização elimina só 99% dos microrganismos deteriorantes → esse 1% que sobra reduz a validade do leite e é mais vantajoso para a empresa produzir o leite que tem um prazo de validade maior → além do leite pasteurizado depender mais de controle da refrigeração.
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