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LAPAROTOMIA/CELIOTOMIA MEDIANA A laparotomia e a celiotomia é indicada principalmente em casos de distúrbios agudos abdominal em equinos. A laparotomia geralmente é realiza à campo, e o acesso ocorre pelo flanco do animal. Já a celiotomia mediana ocorre no centro cirúrgico, tendo-se uma exploração ampla da cavidade abdominal destes animais. A indicação deste de procedimento cirúrgico requer um diagnóstico provisório adequado e a determinação da necessidade da cirurgia em um cavalo com cólica frequentemente é emergencial, alguns sinais específicos podem ser levados em consideração para determinar este procedimento cirúrgico que são: 1. Dor – Apresenta-se de forma incontrolável/severa e o animal não responde à Flunixin ou Detomidina, necessitando de repetições de uso 2. Refluxo – Geralmente o animal apresenta um fluido de coloração amarelada, na quantidade maior que 4 litros. 3. Palpação retal – O ID apresenta-se distendido, o cólon também está distendido ou deslocado, esta distensão não pode ser aliviada com medicamento e também pode ser possível palpar uma massa de corpo estranho. 4. Ausculta – Os sons intestinais apresentam-se ausentes. 5. Fluido peritoneal – Observa-se a proteína aumentada, com presença de hemácias e neutrófilos degenerados. Quando não indicar a cirurgia ? Principalmente em situações em que há ausência de dor, a temperatura do animal está maior que 39.2 C°, a contagem sanguínea apresenta neutrofilia ou neutropenia (<3.000ug/l) e quando durante a ausculta observa-se sons intestinais progressivos. Técnica de celiotomia mediana: O animal é previamente sondado com sonda nasogástrica e sedado com anestesia geral inalatória, sendo posicionado em decúbito dorsal. Realiza-se uma incisão de pele na linha média ventral na região reto umbilical em torno de 20 cm, posteriormente faz-se a incisão tecido subcutâneo, na linha alba, na gordura retroperitoneal e no peritônio. Realizar a palpação das estruturas, a secção do peritônio e esgarça-lo digitalmente. A primeira estrutura a ser visualizada normalmente é o ceco, caso não apareça pode indicar que ele se encontra deslocado de sua posição anatômica normal. A primeira grande curvatura visualizada é a flexura pélvica, todas as saculações devem ser ventrais em contato com a parede abdominal. O ponto para a abertura para ser realizada a lavagem do ceco é tênia ventral da flexura pélvica, no ceco maior. Assim que encontrar o ceco e a prega ceco - cólica realizar a punção e a retirada do gás, encontrar a prega íleo-cecal e realizar a punção para aspirar o gás. Realizar a exposição do cólon maior, cólon ventral direito, cólon dorsal esquerdo. Fazer a exposição do intestino delgado e ordenha do seu conteúdo para o ceco, fazer a palpação das regiões fixas das artérias mesentérias, diafragma, duodeno, bexiga e demais regiões. Também verificar todas as porções fixas do lado esquerdo (estômago, baço..) e do lado direito (fígado, duodeno, rim direito...). Após correção da patologia, o intestino é devolvido à cavidade abdominal em sua posição anatômica normal. A seguir, realizar a sutura em três camadas. Neste caso, o fechamento do peritônio não é vantajoso. A linha alba é fechada com fio inabsorvível 4 em padrão simples contínuo ancorado ou Suttan. O tecido subcutâneo é fechado em padrão Cushing com fio absorvível 2-0 e a pele pode ser fechada com sutura simples interrompida com fio inabsorvível 0. PELE > LINHA ALBA > SUBCUTÂNEO > GORDURA RETROPERITONEAL > PERITÔNEO > PALPAÇÃO > SECÇÃO > ESGARÇAR > VISUALIZAR CECO > FLEXURA PÉLVICA > LAVAGEM DO CECO NA TÊNIA VENTRAL DA FLEXURA PÉLVICA NO CÓLON MAIOR > PREGA CECO CÓLICA > PREGA ÍLEO CECAL > EXPOSIÇÃO DOS TIPOS DE CÓLON > EXPOSIÇÃO DO ID E ORDENHA PARA O CECO > PALPAÇÃO DAS REGIÕES > VERIFICAÇÃO DAS PORÇÕES > SUTURA EM TRÊS CAMADAS. Ordem da exploração: CECO – CÓLON MAIOR – CÓLON MENOR – RETO – BEXIGA –RIM DIREITO – ÚTERO E OVÁRIOS /ANÉIS INGUINAIS –BAÇO-LIGAMENTO NEFRO ESPLÊNICO –RIM E - ESTÔMAGO – DUODENO – FÍGADO – PREGA ÍLEO CECAL – ÍLEO – RESTANTE DO ID NO SENTIDO ORAL DO JEJUNO AO LIG. DUODENO CÓLICO Cuidados trans-cirúrgicos Ter cuidado ao manipular as alças intestinais. Não há possibilidade de abrir o abdômem e explorar apenas 1 segmento Necessidade de tato nas diferentes estruturas do intestino. Necessário uma equipe que esteja treinada, devendo haver pelo menos duas trocas de material durante a cirurgia. Necessidade de um volante que fica sempre hidratando os segmentos intestinais, interessante que seja soro frio nas condições em que há indício de compressão ou inflamação. Necessidade de um cirurgião auxiliar que será responsável pelo controle de pequenas hemorragias, acesso visual, contenção dos segmentos, auxilio em enterrafia e na reparação intestinal. É considerado o rei da mesa. Necessário outro volante para cuidar dos materiais, buscar fármacos e etc. O cirurgião principal de forma geral explora e expõe os segmentos intestinais. Terapêutica na emergência na mesa Em casos de congestão de alça pode-se utilizar soro frio/ gelado com 1 mL de heparina na alça. Quando a alça apresenta coloração arroxeada, deve-se fazer a prova de beliscamento, também pode –se utilizar soro frio de 2 litros com 20 mL de DMSO. Terapêutica pós-opératórios Envolve o uso de Flunixin 1,1 mg/Kg, IM, SID, durante 5 dias, DMSO sol. 10 %, IV, 100 mL em 1 litro de soro, durante 5 dias. Uso de antibióticos como associação de penicilinas 20.000 UI/Kg, IM, SID, durante 7 dias e Gentamicina 6,6 mg/Kg, IM, SID, por 5 dias. Uso de Heparina SC 15.000 UI/animal, por 3 dias, uso de de forma profilática para não causar aderência à sutura. Realizar fluidoterapia de reposição com 8/10 Litros/dia Cuidados pós-operatórios O animal não deve se alimentar nos 3 primeiros dias. Jejum sólido por 48-72 horas e jejum líquido de 36 horas. O retorno à alimentação deve ser em pequenas quantidades, 1/3 do alimento por dia. Deve-se realizar a limpeza e proteção da ferida 1 ou 2 vezes por dia. Pode-se utilizar tapete higiênico para drenar a ferida por no mínimo 7 dias. A retirada dos pontos ocorre em torno de 7-10 dias. ENTEROTOMIA, ENTERECTOMIA, ENTERECTOMIA COM ANASTOMOSE Enterotomia – Incisão do intestino Enterectomia – Remoção de um segmento do intestino Anastomose – União de dois vasos/segmentos A enterotomia é indicada para casos de compactação de cólon ou quando há presença de enterólitos. Já a enterectomia e enterectomia com anastomose é indicada em casos de gangrena ou necrose intestinal. Em casos em que houver até 30 % do intestino delgado estiver inviável ainda há uma viabilidade técnica. Porém, se atingir a região íleo- ceco e ceco-cólon é indicado a eutanásia. Técnica de enterectomia término-terminal: Realizar tricotomia ampla e antissepsia da região. Realizar a celiotomia através da incisão mediana ventral pré umbilical e explorar a cavidade abdominal. Após a identificação do segmento que está comprometido, exteriorizar e isolar o segmento na cavidade abdominal com uso de compressas e campos estéreis umedecidos com Ringer com lactato de sódio na temperatura de 37 C°. Realizar a o esvaziamento do segmento do jejuno através da ordenha, ocluindo-o nos pontos oral e aboral numa distância de 15 cm do segmento que será removido. Para a oclusão pode-se utilizar uma luva cirúrgica envolvendo o intestino atravessando o mesentério e criando um pequeno defeito com uma pinça hemostática. Colocar uma pinça intestinal de Doyem com 4 clampeamentos em cada eixo das extremidades, num ângulo de 60 ° em relação ao segmento que será removido. Realizar a ligação dos vasos mesentéricos e depois seccionar o mesentério com uso de uma tesoura romba-romba e seccionar o intestino com bisturi. Após isso, é feita a sutura do intestino nas bordas axiais em padrão simples contínuo com fio absorvível 2-0. O mesentériotambém deve ser suturado com padrão simples contínuo com fio absorvível 2-0 e ao final da anastomose deve-se retirar os dedos de luva e lavar o segmento intestinal com a solução utilizada inicialmente. O intestino é devolvido à cavidade abdominal. A parede abdominal é fechada com fio inabsorvível 4 na linha alba em padrão simples contínuo ancorado ou Suttan. Aproximar o subcutâneo com fio absorvível 2-0 em padrão Cushing e a fechar a pele com fio inabsorvível 0 em padrão simples interrompido. HÉRNIA X EVENTRAÇÃO X EVISCERAÇÃO Hérnia pode ser definida como a protrusão ou projeção de um órgão ou cavidade através de um defeito anatômico através da parede abdominal, do diafragma ou peritônio. Para ser considerada uma hérnia verdadeira deve conter anel heniário, saco herniário e conteúdo herniário. O principal sintoma clínico é a tumefação. Hérnias Umbilicais São manifestações comuns em equinos jovens, principalmente potros podendo ocorrer até o 7 dias após o nascimento. Bovinos também podem ser acometidos, podendo acontecer principalmente devido a uma formação anatômica frágil de cavidade recém formada, quando a linha alba não se fecha totalmente formando um ponto que pode ocorrer uma evisceração. Hérnias umbilicais podem ser congênitas ou adquiridas, as congênitas estão associadas a fatores hereditários e as adquiridas por fatores infecciosos, traumatismo ou até mesmo erro técnico durante algum procedimento cirúrgico. O diagnóstico é através da palpação digital e exame ultrassonográfico. Algumas hérnias que possuem um diâmetro menor que 2 cm podem se resolver espontaneamente, mas hérnias maiores principalmente aquelas em que há estrangulamento de alças intestinais e comprometimento de jejuno e íleo só são resolvidas cirurgicamente. O tratamento cirúrgico é através da herniorrafia, que pode ser realizada em animais jovens a partir de 5 a 6 meses de idade. A cirurgia tem dois objetivos principais que são remover o saco herniário e reparar a alça intestinal afetada. Não é recomendado a utilização de grampos ou braçadeiras, nem mesmo injeções intra-herniárias de substâncias irritantes pois as mesmas podem trazer complicações. Técnica de herniorrafia: O animal deve estarem jejum sólido de 48 horas e hídrico de 12 horas. Para medicação pré anestésica pode-se utilizar Xilazina (1 mg/Kg), éter glicerol (0,1g/IV), cetamina (1 mg/Kg) e diazepan (0,1mg/Kg) e anestesia inalatória com Isofluorano. O animal é colocado em decúbido dorsal, deve ser realizado a tricotomia e antissepsia de rotina e preparação do campo cirúrgico. Se for bovino, é realizada com medicação pré-anestésica xilazina (0,05 mg/kg IV) e, após 15 minutos, cetamina (2,0 mg/kg IV) e a manutenção do plano anestésico com infusão contínua de xilazina (0,05mg/mL), éter gliceril guaiacol (50 mg/mL) e cetamina (1 mg/mL), numa taxa de infusão de 2 mL/kg/hora. Realiza-se incisão elíptica ao redor da hérnia, expor o tecido subcutâneo e musculatura, divulsionar o tecido subcutâneo e fazer a penetração e amputação do saco herniário e posterior redução do conteúdo. Fechar a ferida cirúrgica com padrão de sutura vertical de colcheiro modificada com fio inabsorvível nylon 0. Aproximar o subcutâneo com sutura simples contínua fio absorvível nylon 0 e síntese de pele em padrão simples contínuo com fio inabsorvível 0. Terapia e Cuidados pós-operatórios: Antibioticoterapia com associação de penicilina potássica 18.000 UI/animal e procaína 20.000 UI/animal, SID, IM, 7 dias e Flunixin 1,1 mg/Kg, SID, IM, 5 dias. Cuidados diárias com limpeza da ferida com água e clorexidine e unguento e spray repelente. Retirada de pontos com 7 dias. EVISCERAÇÃO: Obrigatoriamente apresenta o órgão ou estrutura exteriorizada pra fora do corpo por uma solução de continuidade de pele. EVENTRAÇÃO: Tem-se uma ruptura de origem traumática da parede abdominal com saída das vísceras, que permanecem contidas pelo subcutâneo e pela pele. Não ocorre exteriorização em foco aberto e não existe os três componentes de uma hérnia. EVENTRAÇÃO VENTRO-LATERAL-PERINEAL O animal é submetido à MPA prévia com xilazina (0,2 mg/kg), éter glicerol 50 g diluído em cloreto de sódio 0,9, 500 mL e infusão de cetamina 2 mg/kg. Animal é colocado em decúbito lateral direito, incisão na porção ventral do flanco esquerdo de 15 cm na pele e subcutâneo. Visualização das estruturas aderidas (no caso de eventração – aderência de músculo transverso com peritônio), deslocar a aderência desbridando o peritônio em toda a região que está aderido. Realizar o fechamento do peritônio com sutura simples contínua e para reforçar a rafia pode-se utilizar pericárdio bovino fixando a tela com sutura Wolf, fio inabsorvivel. Aproximar subcutâneo em padrão simples contínuo, fio inabsorvível 0 e pele em padrão simples interrompido. Terapêutica Associação de penicilinas 20.000 UI/Kg a cada 6 horas, IV e gentamicina 6,6mg/Kg, a cada 24 horas, IV, Fenilbutazona 6mg/kg, a cada 12horas, IV. Limpeza diária e curativo três vezes ao dia. Retirada dos pontos com 15 dias. O uso de bandagens ou cintas é em casos de eventração medial, latero-medial ou laterais. RUMENOTOMIA É uma técnica cirúrgica indicada principalmente em casos que se deseja remover corpos estranhos metálicos que podem levar a reticuloperitonite traumática, além disso também indica-se em casos que se deseja realizar o esvaziamento do rúmen, quando está em sobrecarga. Outras situações que também pode ser utilizada é na impactação do rúmen e impactação e atonia do abomaso e do omaso. Técnica de rumenotomia: A técnica pode ser realizada com o animal em posição quadrupedal, devendo estar previamente contido. A sedação pode ser realizada com Xilazina 0,02 mg/Kg, deve ser realizada tricotomia e antissepsia prévia. O bloqueio realizado é o paravertebral, em “L’’ invertido. Deve-se iniciar localizando anatomicamente a 13 ° costela e as hipófises transversas (L1, L2, L3, L4), o que facilita a localização. Se introduz uma agulha 14/16 G na altura do último nervo torácico entre T3 e L1, cranial ao primeiro processo transverso esquerdo, injeta-se 5 mL de lidocaína 2% com vasoconstritor, depois se introduz a agulha e injeta-se mais 5 mL de lidocaína entre L2 e L3. A introdução deve ser feita nos pontos ventrais e dorsais. A técnica se inicia com uma incisão de pele de aproximadamente 20 cm na fossa paralombar esquerda, incisão de subcutâneo, as estruturas observadas serão o músculo oblíquo externo do abdome, oblíquio interno do abdomem, músculo transverso e peritônio. Esgarçar a musculatura digitalmente até o rúmen. Externar e ancorar o rúmen a pele em padrão simples contínuo com fio nylon inabsorvível 0, esta ancoração tem o objetivo de diminuir o risco de deiscência e contaminação. Explorar o rúmen manualmente retirando-se o motivo da patologia, palpar o retículo que deve estar vazio. Após retirada da patologia, fazer a limpeza do local cirúrgico, desfazer a ancoragem e iniciar a síntese das estruturas. O rúmen é fechado com uma única camada com uma liha de suturas invertidas com fio categuete cromático. Fechar os planos musculares com fio absorvível nylon 0 em padrão simples contínuo, bloqueado. Sutura de pele com padrão simples interrompido. A sutura do peritônio não é necessária pois o mesmo está aderido ao músculo transverso. Terapêutica pós operatória Uso de Flunixin Meglumine 1,1 mg/Kg, SID, durante 5 dias, IM, associação de Penicilinas 20.00 UI/ animal, IM, SID, 7 dias, soro antitetânico 30.000 UI/animal. Limpeza da ferida. Variação na técnica Existe uma variação na técnica de rumenotomia que ocorre em casos que é necessário coletar material rumenal. Essa coleta é seriada sem a necessidade de relaparotomia, é muito mais desconfortável para o animal, ela não deve ser realizada sem justificativa técnica, deve-se ter bastante cuidado na manutençãopois a mesma possui riso de peritonite. A diferença desta técnica é que pode-se utilizar a implantação de uma bolsa de tabaco (cânula ruminal) suturada à pele com fio absorvível 0 e neste caso o rúmen é ancorado à pele em padrão Wolf. A terapêutica é semelhante à técnica tradicional. DESLOCAMENTO DO ABOMASO A posição normal do abomaso é sobre o assoalho abdominal na linha branca para o lado esquerdo entre o rúmen e a parede ou para o lado direito em direção caudal após a dilatação. O deslocamento do abomaso pode ocorrer principalmente em vacas leiteiras nas primeiras 6 semans pó parto, vacas gestantes, novilhas, machos e bezerro. É mais frequente o deslocamento para a direita onde as principais causas incluem aumento do fluxo para o abomaso devido a elevadas proporções de concentrado de ração, ausência de exercício para se alimentar, retenção de placenta, mastite, capacidade de profundidade do abdômen, AINES, hipocalcelmia e obstrução do piloro. Já o deslocamento para o lado esquerdo ocorre devido ao acúmulo de gases, atonia ruminal, alcalose metabólica, hiplocoremia, hipocalcemia e inaninação crônica. Na DAD o animal pode se apresentar anorexo, com queda na porção de leite, fezes pastosas ou oleosas e neras, bezerros tentam escocear o abdômen, desidratação, alteração na FC, fraqueza e decúbito. O diagnóstico é feito por auscultação do rúmen que podem apresentar movimentos ausentes, na auscultação com percurssão, pode-se ouvir pings metálicos, auscultação com balotamento: pings metálicos e com uso de sonda gástrica: borbulhar se for DAE e palpação retal, se for DAD abdômen distendido e rúmen vazio. O tratamento clínico pode ser feito com rolamento, fluidoterapia e metoclopramida 0,3 mg/Kg, caso não resolva recomenda-se a correção cirúrgica. OMENTOPEXIA PELO FLANCO DIREITO - Tratamento de DAE e DAD - Sutura da camada superficial do omento maior na região do piloro até a parede abdominal do flanco. ABOMASOPEXIA PARAMEDIANA VENTRAL - DAE e DAD - Animal em decúbito dorsal - A incisão de 8cmcaudal ao processo xifóide entre a linha média e aveia subcutânea abdominal direita, e posteriormenteo abomaso é fixado junto à rafia (padrão contínuo simples de 8-12cm) do peritônio, com o devido cuidado para não penetrar o lúmen abomasal. - Abordagens ventrais predispõem ao desenvolvimento de infecções incisionais e eventração pela localização da ferida pós-cirúrgica. ABOMASOPEXIA PELO FLANCO ESQUERDO - DAE - Animal em pé - Incisão na fossa paralombar esquerda. O abomaso é visualizado e deve ser utilizado o padrão de sutura contínua com um fio não-absorvível longo na camada sero-muscular da curvatura maior do órgão. Após colocação da sutura deve-se realizar a descompressão do abomaso com agulha 14G, e posteriormente o fio não-absorvível é passado através da parede abdominal ventral criando a pexia. - Desvantagem: acesso restrito a segmentos intestinais, sendo contra-indicada na avaliação e manipulação de outras estruturas abdominais. - Complicações: danos acidentais a veia mamária, encarceramento do omento ou intestino delgado e posicionamento inadequado do órgão ocasionando obstrução parcial do fluxo. ABOMASOPEXIA PELO FLANCO DIREITO - DAD - Posição quadrupedal - Sinais clínicos mais agudos - Líquido retirado de forma mais fácil através da incisão do flanco. CESARIANA Indicada em casos de distocia maternal ou fetal. Pode ser realiza com o animal decúbito ou em estação. Abordagem pelo flanco ou paralombar esquerda Incisão padrão para um feto não contaminado viável ou recentemente morto, porque neste caso a vaca é capaz de tolerar a cirurgia em estação. Abordagem pelo flanco direito Usada quando existir distensão acentuada do rúmen ou quando for observado no exame clínico que a remoção pelo lado direito é mais recomendada. Abordagem ventral Incisão paramediana ventral, com o animal em decúbito dorsal. Abordagem ventro-lateral esquerda Mais recomendada, rúmen fácil de manipular. Incisão de pele, incisão de subcutâneo, incisão m. ab. Externo e interno, transverso, alcaçando cavidade peritoneal. Após penetração, exteriorizar o útero, localicar um membro do feto e fazer a incisão nesta região, retirar o feto. Fechar o útero com sutura contínua Cshing, fio inabsorvível 0. Fechamento de musculatura e pele simples continuo, inabisorvível 0. Realizar a contenção do animal em um brete, fazer aplicação de anestesia pela epidural, utilizando 3ml de xilocaína diluída em 20 ml de soro fisiológico. Posteriormente, mover o animal para decúbito lateral direito com realização de tricotomia e desinfecção no flanco esquerdo utilizando álcool e iodo. Em seguida, foi realizar a anestesia local com lidocaína, cerca de 60 ml feito em L invertido pegando os nervos que saem da espinha dorsal. Após uma incisão na pele de cerca de 30 centímetros, divulsionar dos músculos oblíquos abdominais e transverso com incisão no peritônio e útero na região da curvatura maior. Retirar o feto deixando os restos placentários. Suturar o útero com fio absorvível, em padrão invaginante seromucoso (sutura de Utrecht); em seguida com padrão simples contínuo. As camadas da musculatura também suturar com padrão simples contínuo e a pele com sutura de Wolff. Pós – operatório Uso de Flunixin Meglumine 1,1 mg/Kg, SID, durante 5 dias, IM, penicilina potássica 18.000 UI/animal e procaína 20.000 UI/animal, IM, SID, 7 dias, soro antitetânico 30.000 UI/animal. Limpeza da ferida. PROLAPSO Para ocorrer um prolapso vaginal três fatores são importantes para o seu desencadeamento: a parede vaginal tem que estar relaxada, o lúmen deve estar grande e é preciso uma força que desloque-o de sua posição normal. A ocorrência desta patologia pode estar relacionada a fatores como predisposição hereditária (mais comum em bovinos e ovinos), relaxamento exagerado do sistema de fixação da vagina na cavidade pélvica (fêmeas idosas/multíparas), aumento de pressão intra-abdominal ( gestações gemelares), agentes mecânicos, autoperpetuação, desequilíbrio de CA:P no pós parto, disfunções hormonais, obesidade, hidropsia dos env. Fetais, timpanismo, defeitos anatômicos, inflamação. GRAUS Grau 1 – Pequena protrusão intermitente da mucosa vaginal através dos lábios vulvares. Grau 2 – Mucosa vaginal se projeta continuamente através dos lábios vulvares, com a possibilidade da bexiga ficar presa no órgão evertido. Grau 3 – Toda a mucosa vagina e colo uterino se projeta através dos lábios vulvares e o selo vertical pode se liquefazer, permitindo contaminação bacteriana do útero, causando placentite e morte fetal. Grau 4 – Eversão em que toda a mucosa vaginal parece necrosada e fibrosada. Técnica O animal deve estar em jejum sólido e hídrico de no mínimo 12 horas, e colocado em brete para iniciar o procedimento. Neste caso, é realizada a anestesia epidural intercoccígea, deve-se fazer a tricotomia e antissepsia prévia da região e localizar o espaço adequado que deve ser entre a primeira e segunda vértebra intercoccígea (CO1- CO-2 CO-3). Realizar o teste de gota pendente para verificar se está no local adequado. Injetar com uma agulha de 40x60, 20 mL de lidocaína com vasoconstritor. Realizar a manobra de reposicionamento da mucosa cuidadosamente, instigar previamente lidocaína na mucosa, utilizar luva previamente lubrificada com vaselina, pode-se também utilizar soro gelado em temperatura de <20 °, também realizar a massagem do tecido exposto com lidocaína. SUTURA DE CASLICK A sutura realizada pode ser através da sutura de Caslick ou a sutura de Buhner. A sutura de Caslick é mais indicada para animais que apresentam eversão vaginal não irritada em grau 1, em pacientes que não estão prenhez ou que apresentar eversão vaginal durante o estro, além disso animais que são doadores de embrião e em casos de pneumovagina ou valvuloplastia.Realizar a remoção das bordas de cada lado da vulva num tamanho de aproximadamente 0,5 cm utilizando-se uma tesoura de Mayo e após a remoção das mucosas, realizar sutura em pontos simples isolado ou “U” vertical com fio nylon 2- 0. Importante realizar a sutura em 2/3 da comissura labial de ventral para dorsal, deixando 1/3 da parte ventral para o animal poder urinar adequadamente. Realizar limpeza da ferida e utilização de spray de prata. SUTURA DE BUHNER Esse tipo de sutura é mais eficaz para graus de eversão mais avançados, devem ser colocados o mais profundamente possível de forma que a linha de retenção seja o mais cranial possível dos lábios vulvares. Sua desvantagem é porque produz uma força de tensão maior e necessitar de mais acompanhamento com o animal. Realiza-se incisão de 1 cm na rima dorsal e ventral da vulva. Passar a agulha de buhner pelo espaço subcutâneo até sair em cima, depois passar a fita esterilizada na agulha e tracionar a agulha de volta para o fio sair em baixo. Realizar o mesmo procedimento do outro lado, unir as duas extremidades e dar um nó.
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