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Por Breno C. Vizzoni Lobo frontal: atividade mental superior – motricidade e linguagem de expressão. Lobo parietal: sensibilidade e gnosias sensitivas. Lobo temporal: Audição e atividade psicossensorial. → Lesão: o Alucinações ou perversões auditivas. o Agnosias auditivas, afasia de Wernicke, perturbações psíquicas. o Alucinações olfatórias. Lobo occipital: visão. → Lesão: o Ilusões e alucinações; o Alexia e hemianopsia. Anamnese I. Data de início da doença; II. Modo de instalação da doença; III. Evolução cronológica dos sintomas; IV. Exames e tratamentos realizados; V. Antecedentes familiares e pessoais; VI. Condições pré-natais; VII. Condições de nascimento; VIII. Condições de DNPM; IX. Vacinação; X. Hábitos. Importante sempre evitar palavras técnicas no diálogo com o paciente. Afirmações sem o devido esclarecimento não podem ser aceitas! “Ah, tô com a vista escura!” “O que seria vista escura pra você? Escura quanto?” Informações de parentes ou acompanhantes podem ser necessárias quando o paciente tiver nível intelectual reduzido, transtornos mentais, crises epiléticas, alterações de consciência ou quando for criança. ESCALA DE COMA DE GLASGOW Atualizada em 2018 com adição da avaliação pupilar! Quanto maior o valor, mais consciente está o paciente. SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS Cefaleia Dor na face Tontura → Vertigem: tontura com sensação de rotação. → Com sensação de desmaio; → Com sensação de desequilíbrio; → Com sensação desagradável na cabeça. Transtornos do movimento Fasciculações: contrações breves, arrítmicas e limitadas. Perda de inervação. Convulsões: movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntário e paroxísticos. Generalizados. Tetania: crises exclusivamente tônicas (mãos e pés). Hipocalcemias e alcalose respiratória por hiperventilação. Amnésia Permanente ou transitória. Distúrbios visuais Ambliopia: menor acuidade. Amaurose: cegueira. Hemianopsia: perda de metade do campo visual. Diplopia: visão duplicada. Distúrbios auditivos Hipoacusia ou acusia; Zumbido ou tinido: estimulação anormal do ramo coclear do NC VIII. Náuseas e vômitos Mal-estar, tanto em região epigástrica como na faríngea + palidez cutânea, bradicardia, sudorese, repulsa ao alimento. Disfagia Alteração do transporte do alimento da boca ao estômago. Disbasia Alteração na marcha. Distúrbios esfincterianos Distúrbios do sono Dores radiculares Distúrbios das funções cerebrais superiores Alterações da comunicação por meio da linguagem, fala, escrita e leitura Disfonia, disartria, dislalia, disritmolalia, dislexia, disgrafia. Afasias Motora (de Broca), receptiva (de Wernicke) ou global. Alterações do estado mental; Alterações das gnosias Gnosia é função específica de cada região cortical. Agnosia = perda Pode envolver perda visual, auditiva, de percepção de objetos quando analisados de olhos fechados, de percepção do próprio corpo em relação ao espaço ou ainda da fisionomia alheia ou a própria. Alterações das praxias Praxia = atividade gestual consciente e intencional Apraxia construtiva: perda de gestos organizados. Ideomotora: execução de gestos simples. Ideatória: gestos simples isolados com perda de sequência após serem constituídos em ato mais complexo. Do vestir. Da marcha. Bucolinguofacial. EXAME DO ESTADO MENTAL Mimental State (MEEM) Tabela de análise de aspectos da consciência, semelhante à Escala de Glasgow, no sentido de pontuar e classificar. Valores normais: 27 a 30 pontos. Tolerável (normal): 24 a 27 pontos. Comprometimento mental: abaixo de 23. É importante levar em conta o nível de escolaridade do paciente! EXAME FÍSICO Avaliação geral e inspeção Pescoço e coluna cervical Limitação dos movimentos: meningite, hemorragia subaracnoidea, tensão muscular, doenças osteoarticulares e radiculopatias. Palpação e ausculta de carótidas: sempre em comparação (amplitude, existência de frêmito ou sopro). Rigidez nucal: hemorragia ou meningite. → Brudzinski! Flexão brusca da cabeça com flexão reflexa dos MMII. Coluna lombossacral Lasègue: Ergue-se a perna estendida com joelho imobilizado. Em caso de dor na face posterior do membro antes de 30º de elevação = Lasègue +. Kernig: Extensão da perna com coxa fletida em ângulo reto sobre a pelve. Se houver dor ao longo do trajeto, com tentativa de impedir o movimento, tensão muscular ou ciartralgia. MARCHAS Cerebelar/do ébrio Marcha de bêbedo. Incoordenação dos movimentos. Lesão cerebelar. Tabética Olhar fixo no chão com movimentos bruscos e violentos ao levantar e abaixar os membros inferiores. Perda de sensibilidade proprioceptiva por lesão medular. Tabes dorsalis, mielose funicular, mielopatia vacuolar, mielopatia por deficiência de cobre. De pequenos passos Passos muito curtos com arraste da planta do pé. Paralisia pseudobulbar e atrofia cortical degenerativa. Vestibular/em estrela Lateropulsão ao andar, como se fosse empurrado para o lado ao tentar andar retamente. Lesão vestibular. Paciente relata visualizar estrela quando está de olhos fechados após ir e voltar para frente. Anserina Acentua lordose lombar e inclina o tronco. Doenças musculares. Parksoniana Anda em bloco, sem movimento dos braços, com cabeça inclinada para frente. Passos pequenos e rápidos, como se caísse. Claudicante Manca em um dos lados. Insuficiência arterial periférica, lesões locomotoras e estenose do canal vertebral lombar. Em tesoura/espástica Membros enrijecidos e espásticos. Pés se arrastam e pernas se cruzam ao caminhar. Manifestações espásticas da paralisia cerebral. Escarvante Paralisia da dorsiflexão. Toca o solo com a ponta do pé e tropeça. Helicópode Membro superior fletido em 90º no cotovelo e mão fechada em leve pronação. MI ipsilateral é espástico e joelho não flexiona. Perna é arrastada em forma de semicírculo ao trocar de passo. Hemiplegia espástica – AVE. EQUILÍBRIO ESTÁTICO Prova de Romberg! Pequenas oscilações são normais em indivíduos saudáveis. Quando houver tendência de queda, o teste é positivo. 1) Quando houver tendência imediatamente após fechar os olhos = lesão das vias de sensibilidade proprioceptiva consciente. 2) Quando houver tendência após tempo de latência = lesão vestibular para o lado da queda. Labirintopatias, tabes dorsalis, degeneração combinada subaguda e neuropatia periférica. MOTRICIDADE O movimento pode ser voluntário, involuntário ou reflexo. Motricidade espontânea Solicita-se ao paciente executar série de movimentos. Amplitude precisa ser avaliada. Grau e a sede da limitação, se houver, precisa ser investigada. Motricidade voluntária Espontânea e força muscular. Sistema motor voluntário comandante dos movimentos de vários segmentos é representado pelos neurônios centrais/superiores, situados no córtex frontal, precisamente na região pré-central, formando o trato corticospinal (antigo piramidal). Seus axônios terminam em níveis medulares diferentes com neurônios motores secundários; periféricos, se localizam nas colunas ventrais da medula, por onde saem e alcançam a os músculos. FORÇA MUSCULAR 06 graus de força, de 0 a V, sendo zero nenhum movimento e V o movimento normal Avalia-se a força muscular com duas provas possíveis, principalmente: prova dos braços estendidos e prova de Mingazzini. Em ambas as técnicas se avalia a permanência dos membros em posição de extensão durante dois minutos. Em casos deficitários, pode ocorrer oscilações ou quedas progressivas. TÔNUS MUSCULAR Estado de tensão constante dos músculos, em repouso ou não. Exame é feito em repouso. Inspeção, palpação e análise de movimentos passivos são necessários ao exame. No casode movimentos passivos, a passividade analisará a resistência ou de fato a passividade do músculo, enquanto a extensibilidade verificará se existe ou não exagero no grau de extensibilidade da fibra. COORDENAÇÃO É o planejamento dos movimentos, envolvendo pelo menos dois setores nervosos: cerebelo e sensibilidade proprioceptiva. O cerebelo se responsabiliza por coordenar de fato os movimentos, enquanto a sensibilidade proprioceptiva informa ao cerebelo as modificações de posição dos segmentos do corpo. Perda de coordenação é ataxia. Pode ser cerebelar, sensitiva ou mista. Em lesão sensitiva, o paciente aprimora e usa mais a visão para fiscalizar os movimentos, mas de olhos fechados a ataxia se acentua. Em dano cerebelar isso não ocorre. Prova dedo-nariz: com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz com o indicador. Repete-se a prova algumas vezes: primeiro, com os olhos abertos e, depois, fechados. Prova calcanhar-joelho: decúbito dorsal - o paciente é solicitado a tocar o joelho oposto com o calcanhar do membro a ser examinado. Prova dos movimentos alternados: realizar movimentos rápidos e alternados, tais como: abrir e fechar a mão, movimento de supinação e pronação, extensão e flexão dos pés → diadococinesia, e a capacidade de realiza-los é chamada eudiadococinesia. Disdiadococinesia – dificuldade Adiadococinesia – incapacidade REFLEXOS Extereoceptivos: estímulos feitos na pele ou mucosa externa com estilete rombo (material arredondado). Cutaneoplantar (flexão dos dedos) e cutaneoabdominal (contração dos músculos abdominais e lateralização do umbigo ao lado estimulado). Obs.: sinal de Babinski: extensão do hálux que indica lesão no trato corticospinal! Reflexos proprioceptivos, profundos, musculares ou miotáticos – todos sinônimos! É a percussão do tendão do musculo a ser examinado! Aquileu, patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador, biciptal e triciptal! Caracteriza-se e se organiza de arreflexia até hiperreflexia. Alguns reflexos serão melhor sentidos do que vistos, como o aquileu. Isso expressa a necessidade de utilizar as duas mãos para realizar os testes. SENSIBILIDADE A sensibilidade geral está presente no estímulo aplicado. A subjetiva é a queixa sensitiva do paciente. Estímulos de qualquer natureza sobre órgãos receptores são conduzidos por vias ao SNC. As vias sensitivas se relacionam diretamente com as vias motoras, formando o arco reflexo. Sensibilidade superficial Hipoestesia, anestesia ou hiperestesia. Sensibilidade tátil Algodão ou pincel macio. Sensibilidade térmica Tubo de ensaio com água quente ou gelada. Materiais de aço também servem e são mais acessíveis. Sensibilidade dolorosa Estilete rombo, gerando dor sem lesão. Pequena agulha do martelo neurológico. Obs.: dermátomo: área da pele inervada por axônios sensitivos das áreas correspondentes, avaliada por teste tátil nessas áreas. Sem sensibilidade na área = possível lesão na raiz medular. Sensibilidade profunda Sensibilidade vibratória – palestesia Diapasão de 128Hz sobre proeminência óssea. Sensibilidade pressórica – barestesia Compressão digital ou manual em massas musculares. Sensibilidade cinético-postural/artrocinética – batiestesia Deslocamento suave de segmentos do corpo em várias direções a serem reconhecidas pelo paciente. Sensibilidade dolorosa profunda Compressão moderada que não suscitaria dor. EXAME DOS NERVOS CRANIANOS Nervo olfatório I Distinção de odores de olhos fechados em cada narina. Nervo óptico II Acuidade visual: tabela de Snellen. Campimetria: dispor as mãos em H e solicitar ao paciente reconhecer qual mão se mexe enquanto fixa o olhar. Fundoscopia: Uso do oftalmoscópio para analisar a translucidez dos humores e da integridade das estruturas internas da retina. Mácula lútea, nervo óptico e vasos arteriovenosos. Nervo oculomotor III, Nervo troclear IV e Nervo abducente VI Verificam os movimentos dos músculos extrínsecos dos olhos. → III: Retos, exceto o lateral, e oblíquo inferior. → IV: Oblíquo superior. → VI: Reto lateral. Motilidade extrínseca: análise dos movimentos do olho em sentidos horizontal e vertical. Prova de convergência ocular: aproximar gradativamente objeto aos olhos do paciente. Motilidade intrínseca: fotomotricidade e convergência ocular! Usa-se foco luminoso para verificar os movimentos midriático e miótico. Sensibilidade Objetiva Geral Profunda Vibratoria, pressórica, cinético-postural, dolorosa Superficial Tátil, térmica e dolorosa. Espacial Olfação, visão, gustação e audição Subjetiva Reflexos Fotomotor direto: contração da pupila estimulada. Fotomotor consensual: contração da pupila oposta. De acomodação: contração pupilar de acordo com a aproximação de um objeto (acomodação do foco óptico). Elementos analisados Discoria: irregularidade do contorno pupilar. Isocoria: igualdade de diâmetro entre as pupilas. Anisocoria: desigualdade de diâmetro. Nervo trigêmeo V Raiz motora: mastigação. ⸫ verifica-se: - Atrofia das regiões temporais e masseterinas. - Desvio mandibular durante abertura da boca. - Debilidade do lado paralisado quando se cerra os dentes. - Dificuldade na lateralização mandibular. Raízes sensitivas – nn. oftálmico, maxilar e mandibular. Pesquisa da sensibilidade corneana: mecha de algodão que toca suavemente entre a esclerótica e a córnea. O paciente deve estar com os olhos virados para o lado oposto, a fim de perceber o menos possível a prova. Resposta: reflexo córneo-palpebral. Nervo facial VII Verifica-se a motricidade dos músculos da face, responsáveis pelas expressões. ⸫ pede-se que o paciente enrugue a testa, franza os supercílios, feche as pálpebras, assobie etc. Nervo vestibulococlear VIII Prova de Rinne e Weber: raiz coclear ⸫ audição. Pesquisa de nistagmo, provas de Romberg, calórica e rotatória: raiz vestibular ⸫ equilíbrio. Nervo glossofaríngeo IX e Nervo vago X É possível analisar distúrbios da gustação em suspeita de lesão unilateral do NC IX, mas não é corriqueiro. Em caso de lesão unilateral dos dois: → Desvio do véu palatino ao lado normal. → Desvio da parede posterior da laringe ao lado normal. → Disfagia com regurgitação de líquidos pelo nariz. → Disfunção do reflexo velopalatino. Nervo acessório XI Exclusivamente motor! Análise dos músculos esternocleidomastoideo e porção superior do trapézio. Nervo hipoglosso XII Exclusivamente motor! Verificar desvio da língua, quando exteriorizada. Verificar tônus: solicitar ao paciente que comprima o ápice da língua contra a bochecha e palpar a bochecha para verificar a força. Palpação da língua também é possível para que se analise sua consistência. Referências Semiologia Médica, Porto, 8ª ed.
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