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Gerenciamento de Projetos Educacionais Livro

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Gerenciamento de 
Projetos Educacionais
1ª edição
2017
Gerenciamento de 
Projetos Educacionais
3
Palavras do professor
Olá! Seja bem-vindo (a) à nossa disciplina de Gerenciamento de Projetos 
Educacionais. No decorrer dessas 80 horas do curso, observaremos mui-
tos fatos interessantes e importantes sobre a prática do professor e que 
irão lhe ajudar na sua formação enquanto educador para que possa ter 
uma prática mais dinâmica.
Então, vamos explicar para você qual a real função de um professor: tem 
o dever de ensinar os alunos, transmitir conhecimento, preparar o estu-
dante para a vida, fazendo com que ele pense e escolha o melhor cami-
nho para seguir.
Como profi ssional de Pedagogia pode trabalhar em muitas áreas e insti-
tuições públicas e privadas. Os currículos atuais, segundo as novas diretri-
zes do Governo Federal, são direcionados para formar os professores para 
trabalhar com os níveis de Educação Infantil, Ensino Fundamental I e para 
as áreas de Gestão de instituições de ensino (Administração Escolar, Edu-
cação Especial, Orientação Educacional e Pedagogia Empresarial). Essas 
áreas podem ser atuadas depois de terminar a faculdade de Pedagogia, 
bastando escolher a que você mais se identifi ca.
Desejamos que, com o estudo do tema desta disciplina, Projetos Educa-
cionais, você possa utilizá-lo como mais um recurso na metodologia de 
trabalho e que essa possa dar vida ao conteúdo, tornando o seu trabalho 
mais rico e atraente. Com isso, podemos valorizar o que o aluno já sabe, 
retirando a exclusividade do saber só do professor. Nós, docentes, não 
sabemos tudo e aprendemos todos os dias com nossos alunos.
Vamos estudar o conceito e as modalidades de projetos, sua estrutura 
básica, avaliação, elaboração, ciclo de vida, etapas, desenvolvimento e 
impactos na sociedade. Você sabe o que é um projeto? Quais são suas 
diferentes modalidades? De que maneira avaliá-lo? Então, vamos pensar 
sobre isso.
Inicialmente, temos que pensar qual é o papel do educador quando esta-
mos trabalhando com projetos, pois é uma modalidade diferente. Temos 
que pensar que esse papel de professor não é somente daquele que tem 
o total conhecimento de algo e pode transmiti-lo, e sim que podemos 
construi-lo com os alunos por meio dessa metodologia. Ela, se bem pla-
nejada e estruturada, é muito importante e dá muito certo. O papel do 
professor, nesse contexto, é estimular, observar e mediar, criando situa-
ções de aprendizagens signifi cativas.
4
Palavras do professor
Então, vamos, futuros professores, estudar e nos encantar por essa linda 
profi ssão. Os saberes não cessam. Bons estudos!
1
5
Unidade 1
Sistemas educacionais. Conceito 
e modalidades de projetos
Para iniciar seus estudos
Olá, seja bem-vindo(a) à disciplina de Gerenciamento de Projetos Educa-
cionais. Nesta primeira unidade, você irá aprender sobre sistemas edu-
cacionais, seus conceitos e modalidades de projetos. Vamos aprender de 
forma sistematizada como ocorre a intervenção de projetos, aprofun-
dando os seus conhecimentos sobre o tema. Será interessante. Então, 
vamos começar!
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar os sistemas educacionais e os projetos como formas 
de intervenção sistematizada.
• Apresentar o conceito e as modalidades de projetos educacionais. 
6
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
1.1 Sistema educacional Brasileiro 
Por meio do conhecimento das estruturas do sistema educacional, fica mais fácil ter um conhecimento da rea-
lidade sociocultural e aplicar uma teoria da educação para dar significado à tarefa de integrar os problemas e 
o conhecimento, indicando os objetivos e o meio para uma atividade coletiva. No nosso caso, o trabalho com 
projetos educacionais. 
De que maneira se dá a organização do sistema educacional no nosso país? Vamos estudar agora um pouco 
sobre essa organização, um conhecimento muito importante, ainda mais para você que irá trabalhar na área 
educacional.
A organização do sistema educacional brasileiro está dividida de acordo com os sistemas da União, dos estados, 
do Distrito Federal e dos munícipios. As leis que regem o nosso sistema educacional são as que vigoram por 
meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), instituída pela Lei nº 9.394/96, e pela Constituição 
Federal de 1988. 
Atualmente ele está estruturado da seguinte forma: 
• Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio;
• Educação Superior. 
Existe uma divisão da atuação e das responsabilidades, em que os municípios têm a função de atuar na Educação 
Infantil e no Ensino Fundamental, já os estados e o Distrito Federal são responsáveis pelo Ensino Fundamental e 
Médio. O Governo Federal presta assistência técnica e financeira aos estados, Distrito Federal e aos municípios e 
organiza o sistema de Educação Superior. 
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é realizada nas creches para as crianças que têm até três 
anos, e nas pré-escolas, para aquelas de quatro e cinco anos. 
O Ensino Fundamental tem duração mínima de nove anos (conforme a Lei nº 11.274, de 06/02/2006), é obri-
gatório e gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade e terminando aos quatorze. Tem por 
objetivo a formação básica do cidadão, devendo o Poder Público garantir sua oferta para todos, inclusive aos que 
não tiveram acesso na idade própria.
O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, tem duração de três anos e oferece uma formação geral, 
incluindo a preparação geral para o trabalho.
Além do ensino regular, temos algumas modalidades específicas: a Educação Especial, uma modalidade que 
atende às crianças que têm alguma necessidade especial nas escolas regulares, e a Educação de Jovens e Adultos, 
destinada às pessoas que não puderam efetuar os estudos na idade certa por diversos motivos.
Temos também a Educação Profissional, que é uma diferente forma de educação ligada ao trabalho, às ciências 
e à tecnologia, com foco direto nas aptidões do trabalho. O nível técnico é ministrado separado do nível médio, 
mas quem faz um curso técnico tem o diploma de nível técnico, que equivale ao nível médio, podendo optar por 
fazer o Ensino Médio ou um curso técnico e com os dois terá o diploma de Ensino Médio. 
A Educação Superior engloba os cursos de Graduação nas diversas áreas do conhecimento para aqueles que 
concluíram o Ensino Médio e tenham prestado o vestibular (desde que tenha se classificado). 
Após a Educação Superior, há os cursos de Especialização de lato sensu –os quais incluem também os cursos de 
Master Business Administration (MBA), com duração de 360 horas e possuem certificado, e não diploma no fim 
do curso. Já as pós-graduações stricto sensu compreendem os programas de Mestrado e Doutorado, os quais são 
abertos a candidatos que já concluíram o nível superior. Ao fim do curso, o aluno obtém o diploma.
7
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
Os sistemas educacionais ao redor do mundo são sempre testados e reavaliados para sempre produzir os melho-
res resultados acadêmicos e formar cidadãos mais preparados. Apesar de nenhum sistema ser completamente 
perfeito, existem algumas nações que tiveram ganhos significativos com os seus sistemas de ensino, além de ter 
ótimas habilidades pessoais que ajudaram seus alunos a se destacarem. São eles: os japoneses, que desenvolvem 
o seu caráter antes mesmo de suas habilidades intelectuais (por exemplo: os alunos aprendem a limpar sua sala 
de aula); os finlandeses, que passam grande parte do tempo explorando a natureza e brincando fora de sala de 
aula; os singapurenses, que trabalham as suas habilidades sociais e emocionais e investem muito em tecnologia; 
na Alemanha não existe diferenciação entre as idades, isto é, todos estudam juntos. Isso ajuda a trabalhar com 
as diferenças.
Elencar esses países é importante para percebermos os bonsexemplos. O Brasil já avançou bastante no quesito 
educação, mas ainda temos muito para melhorar, como investir e valorizar o professor, pensar nas estratégias 
emocionais e positivas da criança etc. Se conseguirmos, aos poucos, caminhar, um dia chegaremos aonde que-
remos: uma educação de qualidade que é de direito para todos, segundo nossa Constituição Federal, e nós, pro-
fessores, devemos lutar para que isso aconteça.
Um projeto educacional não está limitado somente ás escolas ou universidades. Qualquer empresa, instituição, 
setor organizado, organização não governamental , comunidade organizada, pode propor e desenvolver projetos 
educacionais em seus contextos de atuação e formação.
Um projeto educacional, tem sua efetiva realização no Sistema Educacional, que é o conjunto formado por:
• Pessoas: docentes, discentes, corpo administrativo, gestores terceirizados e demais envolvidos;
• Processos internos e externos mapeados, conhecidos, implementados e em uso;
• Sistemas de informação: plataforma de interação, softwares de simulação, softwares de gestão;
• Conteúdos: próprios, desenvolvidos em parcerias e compartilhados;
• Materiais: impressos, digitais;
• Modelos de Gestão: politicas, programas, planos, projetos, diretrizes, regimentos, normativas, manuais, 
controles, modelo de medição a avaliação de desempenho, modelo pedagógico, etc.;
• Métodos: modelos de avaliação da instituição, do docente, do discente e dos processos de ensino-apren-
dizagem;
• Meios/infraestrutura: meios logísticos de distribuição de materiais e o meio de comunicação. 
Todos esses elementos constituem um Sistema Educacional deverão ser organizados, integrados e articulados, 
dentro do contexto, cada um no seu tempo, com seus recursos, para cumprir as suas finalidades especificas da 
formação humana sejam qual for o seu tipo ou modalidade.
Dada a evolução de um Sistema Educacional, diversos tipos de projetos podem ser desenvolvidos de acordo com 
os objetivos a serem alcançados. Existem diferentes tipos de projetos educacionais, eles são classificados de 
acordo com as suas características. 
• Projetos de Trabalho
• Projetos de Intervenção
• Projetos de Pesquisa
• Projeto de Desenvolvimento
• Projeto de Ensino
8
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
1.2 Conceito de projetos
Vamos começar com a seguinte pergunta: você saberia responder o que é um projeto? Segundo a semântica (o 
significado) da palavra, “projeto” nos traz a visão do termo em diversos contextos.
Semântica é o ramo da linguística que estuda o significado das palavras, frases, textos de 
uma língua.
Glossário
Projeto {do latim Projectu, lançado para diante}:
1. Ideia que se forma de executar ou realizar algo no futuro, plano, intento, desígnio.
2. Empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema (exemplo: projetos educacionais).
3. Redação ou esboço preparatório ou provisório de um texto (exemplo: projeto de tese).
4. Esboço ou risco de obra a se realizar.
5. Arquitetura: plano geral de edificação.
Então, o que é um projeto? Segundo Maximiano (1997, p. 20), “é um empreendimento finito, com objetivos cla-
ramente definidos em função de um problema, oportunidade ou interesse de uma pessoa ou organização”. Já 
para Baker; Baker (1998, p. 5):
É uma sequência de tarefas com um início e um fim que são limitadas pelo tempo, pelos recursos 
e resultados desejados. Um projeto possui um resultado desejável específico; um prazo para exe-
cução; e um orçamento que limita a quantidade de pessoas; insumos e dinheiro que podem ser 
usados para completar o projeto. 
E para Weiss; Wysoki (1992, p. 3): 
Um projeto é um empreendimento com características de complexidade, unicidade, finitude, 
recursos limitados, envolvimento interfuncional, escalonamento de tarefas, orientado por objeti-
vos e com produto ou serviço final. 
Vamos conhecer outros tipos de projetos existentes e que talvez você nem saiba. 
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
Encontramos diferentes tipos de projetos e com diversas finalidades, tais como: 
• Projetos de reforma do sistema educacional nos seus diferentes níveis, incluindo as organizações de cur-
rículos, conteúdos e métodos;
• Projetos de inclusão de novas tecnologias da informação e comunicação nas escolas e nos processos 
pedagógicos;
• Projetos voltados para formação e capacitação de professores de nível básico e superior;
• Projetos de pesquisa metodológica pensando na melhoria do processo de ensino-aprendizagem;
• Projetos de implantação e funcionamento de escolas em rede;
• Projetos de criação de novos cursos em diferentes modalidades de formação;
• Projetos de desenvolvimento de sistemas de avaliação;
• Projetos de integração da escola com a comunidade etc.
Figura 1.1: Alunos trabalhando com projeto.
Legenda: Alunos trabalhando no projeto de Sistema Solar. 
Fonte: <https://previews.123rf.com/images/artisticco/artisticco1509/artisticco150900021/44895577-A-vector-illustra-
tion-of-elementary-school-students-working-on--Stock-Photo.jpg>. Acesso em 18 de Abril de 2017.
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
1.3 Projetos educacionais 
O Projeto Educacional tem a ação de duração finita, com os seus objetivos claramente definidos com relação aos 
seus problemas, oportunidades, necessidades, desafios ou interesses de um sistema educacional, de um edu-
cador ou de um grupo de educadores, com a finalidade de planejar, coordenar e executar ações voltadas para a 
melhoria do processo educativo e da formação humana , nos seus diferentes níveis e contextos. 
Agora, vamos dar continuidade aos nossos estudos sobre os projetos, mas direcionando o foco para a área da 
educação. 
• Prazo:
Com prazo de término definido (finito), ou seja, tempo determinado para iniciá-lo e para terminá-lo.
• Objetivos:
Devem ser claros, por exemplo: o que eu desejo com esse projeto? O que eu quero que os meus alunos 
alcancem com esse projeto? Isso tem que ficar bem nítido, desde o início – as oportunidades, as neces-
sidades, os desafios.
• Planejamento:
Essa palavra é bem importante na vida do professor, mas como o próprio nome diz é um planejamento, 
nem sempre irá acontecer como planejado. Isso porque trabalhamos com pessoas, e isso não pode frus-
trar, é normal, faz parte da rotina: hoje não aconteceu como planejado, não foi até onde desejava? Sem 
problemas, não devemos esquecer que os alunos são diferentes uns dos outros e cada um tem o seu 
tempo e jamais podemos apressá-los, queremos uma aprendizagem significativa.
Projetos educacionais não são limitados somente às escolas, universidades ou instituições educacionais. Eles 
podem ocorrer em qualquer instituição: em uma empresa, em organizações não governamentais, em comuni-
dades etc. O projeto só deve ter finalidades educativas, independentemente de ser uma escola ou fazer parte de 
um sistema educacional formal, ele será considerado um projeto educacional.
Agora explicaremos brevemente quais são suas etapas, pois teremos uma unidade na qual iremos estudar mais 
profundamente sobre o assunto: inicialização, planejamento, execução, controle e encerramento. 
1. Inicialização: deve conter o desenvolvimento da visão geral do projeto.
 » Reconhecer o que é importante efetuar no projeto;
 » Identificar e definir o problema ou a situação geradora;
 » Determinar o que vai ser realizado no projeto;
 » Definir qual será a abrangência do projeto.
2. Planejamento: objetivos, resultados esperados, recursos, prazos. 
 » Esboço do projeto;
 » Listar atividades e tarefas desejadas;
 » Sequenciar as atividades;
 » Definir cronograma e recurso para cada atividade.
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
3. Execução: organização, coordenação edireção de equipes.
 » Organizar e coordenar equipes;
 » Resolver conflitos e problemas;
 » Manter comunicação com os envolvidos no projeto.
4. Controle: acompanhamento e execução do projeto.
 » Monitorar a execução;
 » Adequar recursos.
5. Encerramento: avaliação dos resultados do projeto.
 » Analisar e avaliar os resultados;
 » Elaborar relatórios finais;
 » Divulgar os resultados finais;
 » Formular novas propostas.
É bem importante observar e seguir as etapas do planejamento do projeto para que, com base nisso, poder nor-
tear o seu trabalho, sendo bem elaborado, discutido e conduzido. Precisa existir um propósito: ter ciência do 
quer trabalhar, que conceitos e atitudes tomar, querer que seu aluno desenvolva trabalhando com determinado 
projeto. Com isso, irá desenvolver um conhecimento de qualidade. 
Na próxima parte, iremos estudar os sistemas educacionais do nosso país, que consiste na divisão básica de cada 
fase de organização do ensino. É muito importante sabermos sobre ela, pois no trabalho com projetos saberemos 
com quais temas podemos trabalhar em cada fase de ensino e aprofundamos os conhecimentos sobre como se 
dá a organização e as leis que regem o nosso sistema básico de ensino. 
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
1.4 Ciclo da aprendizagem
A elaboração do projeto segue suas fases, que devem ser seguidas para que se tenha sucesso. Dessa forma, 
ocorre a aprendizagem em forma de um ciclo, tendo as etapas: planejamento, montagem, ensaio, apresentação 
e avaliação. Assim acontece, de fato, a aprendizagem por parte dos alunos.
Figura 1.2: Ciclo da aprendizagem por projetos de trabalho.
Fonte: <https://pt.slideshare.net/dejanechauvin/projetos-educacionais-65210643>. Acesso em 18 de Abril de 2017.
Conheça o exemplo de uma escola que trabalha a Pedagogia de Projetos, possibilitando 
aos seus alunos um crescimento ético e integral e também fazendo com que os conteú-
dos sejam trabalhados de forma transdisciplinar. Acesse o link: <https://www.youtube.com/
watch?v=uncEoHdg1RM>.
13
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
Transdisciplinar é o estudo de várias matérias ao mesmo tempo. Internalização é a forma 
como o indivíduo interioriza as informações: adotando ou incorporando-as. 
Glossário
1.5 Projetos como forma de intervenção sistematizada 
Vamos iniciar perguntando se você sabe responder: o que é sistematizar? Vejamos o significado dessa palavra, 
segundo o dicionário Aurélio: 
1. Fazer com que fique sistemático; colocar em ordem; tornar coerente; ordenado.
Exemplos: O professor sistematizou a matéria da prova; O programa sistematizou-se com algu-
mas horas de programação.
2. Ordenar os elementos em um sistema; colocar em ordem ou de acordo com o sistema; Exem-
plo: Sistematizou as regras estabelecidas pelo chefe. 
E como devemos aplicar essa sistematização com os projetos? O intuito de trabalhar com os projetos é sair do 
tradicional (quando só o professor é o dono do saber, e sabemos que isso não é verdade). Nós temos conheci-
mento sim, mas também aprendemos muito com as crianças. Devemos deixar de lado o modelo engessado no 
qual o professor fala, e o aluno escuta. No novo modelo, ocorre uma inversão dos papéis: o aluno vai aprender 
na prática, na pesquisa, no estudo, buscando aquilo que for relevante, tomar decisões, trabalhar em grupo, for-
mando suas relações interpessoais.
O papel do professor será de mediador, isto é, aquele que vai ouvir e sanar as dúvidas do seu aluno, ajudando 
na construção do conhecimento. Essa mediação se dá com a criação de situações de aprendizagem nas quais 
os conteúdos que estão envolvidos no projeto devem estar de maneira sistematiza, facilitando a integração das 
diferentes áreas do conhecimento e utilizando sempre recursos e mídias variados. 
O professor precisa saber que o tema proposto para o seu projeto deve nascer da necessidade dos seus alunos, 
pensando com eles, ou seja, não deve ser algo que o docente imponha, pois isso pode desestimular os estudan-
tes, e sim fazer algo que vá despertar interesse e vontade neles em pesquisar, promovendo uma aprendizagem 
significativa. 
O professor também não pode esquecer que o projeto é algo aberto, flexível, a todo tempo você pode rever seu 
planejamento, modificá-lo de acordo com o interesse e as necessidades dos alunos, afinal, eles são os principais 
envolvidos.
O trabalho com projetos propõe mudanças no conceito de ensino- aprendizagem e, por consequência, na pos-
tura do professor. Hernández (1988, p. 49) enfatiza que o trabalho por projeto “não deve ser visto como uma 
opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função da escola”. Esse autor, inclusive, 
prevê que todas as coisas podem ser estudadas por meio de projetos, basta que tenha uma dúvida e se pesquise 
e vá atrás das respostas sobre o assunto. 
14
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
Devemos pensar que temos que lidar com as novas tecnologias (internet, computador, vídeo, smartphone), pois 
elas devem estar inclusas no trabalho com projetos, já que estão presentes na realidade da maior parte dos alu-
nos. Então, estamos diante de novas práticas pedagógicas: nos dias atuais, as tecnologias fazem parte da vida 
das pessoas e, consequentemente, temos que levá-las para nossa prática pedagógica, pois se tornaram ferra-
mentas interessantes. 
1.6 Uso das tecnologias 
Figuras 1.3 e 1.4
 
Legenda: Professora utiliza laptop em sala de aula como ferramenta de aprendizagem.
Fonte: <https://previews.123rf.com/images/pictrough/pictrough1003/pictrough100300187/6583093-Teacher-with-
-laptop-in-classroom-Stock-Photo.jpg>. Acesso em 18 de Abril de 2017.
A pedagogia de projetos ajuda os alunos, pois possibilita a integração dos conteúdos de várias áreas do conhe-
cimento, assim como a utilização das diversas mídias (computador, livros, televisão) e o trabalho dos professores 
de diversas disciplinas atuando em conjunto. Isso facilita a execução do projeto, pois não segmenta o trabalho, 
pelo contrário: possibilita a continuidade nas aulas dos outros professores, dando mais significado ao trabalho.
Nos projetos, as pessoas estão envolvidas para descobrir algo novo, procurando as respostas para os seus pro-
blemas e eles sempre partem de uma problemática. Eles são muito diferentes daquelas atividades nas quais o 
professor leva para seus alunos realizarem a partir de um tema e que o resultado será uma apresentação. 
Mostraremos, para que você não fique com dúvida, um modelo de projeto de forma simples e exemplificando-o 
de forma sistematizada. É sobre um tema bem atual e amplamente discutido no momento e que faz parte da 
nossa realidade: o lixo. 
Tema: O lixo e a reciclagem 
Nome da professora ou dos professores envolvidos no projeto
Público-alvo: alunos de determinada(s) série(s).
15
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
Duração: é o tempo desse projeto (pode ser o ano todo, pode ser trabalhado em vários períodos, de acordo com 
as necessidades que lhes forem apresentadas no decorrer do andamento do processo de aprendizagem etc.). 
Até porque esse tema é amplo, urgente, e a comunidade que vive em torno da escola pode ser convidada para 
participar e as famílias terem uma participação ativa. 
Justificativa: de onde nasceu essa ideia? Acreditamos que seja importante preservarmos o nosso meio ambiente, 
até para que os futuros descendentes possam ter um melhor lugar para viver, e isso parte das nossas atitudes e 
da conscientização de preservação desde crianças para preservar a nossa casa maior: o planeta.
Objetivo geral: é a meta maior que se deseja alcançar, o que se deseja alcançar com esse tema, por exemplo: 
conscientizar sobre a quantidade de lixo que produzimos e a importânciada sua separação para a coleta seletiva 
– tanto nas casas quanto na escola, por meio de ações concretas e mudanças de hábitos. 
Objetivos específicos: aquilo que será desenvolvido para obter sucesso com o objetivo geral, com o que se deseja 
alcançar.
• Trabalhar textos sobre o tema;
• Realizar pesquisar em grupo;
• Montar cartazes com textos;
• Conhecer o lixão da cidade;
• Ter na escola os quatro latões para coleta seletiva;
• Aprender a reutilizar o lixo;
• Apresentar a campanha para a comunidade.
Estratégias: como serão desenvolvidas essas atividades.
• Aula expositiva;
• Divisão dos grupos;
• Montagem e exposição de cartazes;
• Entrevista com as pessoas que coletam o lixo na comunidade;
• Aquisição dos quatro latões de lixo;
• Visita ao lixão;
• Divulgação dos trabalhos, apresentando-os em forma de paródias, teatro, música;
• Realização de trabalhos orais e escritos;
• Oficinas de reciclagem e reutilização de garrafas PET;
• Apresentação da campanha para toda a comunidade.
Avaliação: como será feita a avaliação desse processo? Esse trabalho é feito de ações concretas e realizadas 
por todos, e essa avaliação deve ser contínua e processual, partindo da preocupação das pessoas com o meio 
ambiente e conscientização com ele.
16
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
Avaliação contínua é quando o aluno é avaliado por inteiro, não somente no final, ou seja, ela 
é constante. Já a avaliação processual é aquela feita do processo, do conjunto de atividades e 
de tudo que é feito ao longo do processo. Processual e contínua, faz parte do processo diário. 
Glossário
Voltando ao nosso tema, na atual realidade e no momento da história em que vivemos, a escola deve oferecer aos 
seus alunos uma formação que oportunize a construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, autônoma 
e que não deixe de levar em conta a realidade histórica e social na qual eles estão inseridos.
A relação e a intervenção do professor como mediador destas relações possibilitam que a educação se dê de 
forma comprometida, que dê prioridade na formação de cidadãos críticos, autônomos e autênticos. Essa dinâ-
mica vem sendo realizada por professores que buscam mudar sua prática, deixando o ensino centrado somente 
na transmissão do conhecimento pelo professor e a assimilação dos conhecimentos por parte do aluno. 
Vamos pensar no ensino de forma organizada, na sistematização coletiva do conhecimento: professores e alu-
nos, juntos, são os agentes do processo, mudando as relações sociais do processo de ensino-aprendizagem. 
Como já citamos anteriormente, trabalhando mais em grupos (de forma cooperativa), os alunos constroem sua 
autonomia e fazem os seus questionamentos para o professor, que é o mediador do processo.
Na teoria de Vygotsky (apud OLIVEIRA, 1995, p. 30), fica clara sua participação em entender o homem como um 
sujeito histórico que, por meio do trabalho, intervém no meio ambiente, cria uma cultura e se desenvolve. É pelo 
trabalho coletivo que o homem estabelece relações sociais com os outros e cria instrumentos que facilitam a 
transformação do meio em benefício da sua sobrevivência. 
Partindo desta teoria, Vygotsky (apud OLIVEIRA, 1995) enfatiza que os mecanismos de transformação das fun-
ções, responsáveis pela evolução do pensamento, têm suas raízes na sociedade e na cultura. A linguagem é o 
sistema integrado de signos elaborados culturalmente, fundamental para os sistemas funcionais e, por conse-
quência, fator que determina a evolução do pensamento. 
O professor precisa ter ciência que o seu papel com a pedagogia de projetos é de mediador, com isso precisa ter 
os seus objetivos bem claros do que irá trabalhar, além dos conhecimentos da sua área, afinal o vínculo da apren-
dizagem passa pelo aluno e também pelo ambiente da sala de aula. O estudante deve ter liberdade de perguntar, 
questionar, criar e também errar. O erro faz parte do processo de ensino-aprendizagem, e não deve ser descon-
siderado. A correção é importante para que o aluno perceba onde precisa melhorar, dedicando-se mais naquilo 
que ainda não tem total domínio. O mediador, então, deve despertar o interesse por aprender e a curiosidade por 
outros assuntos que são importantes. É fundamental que o professor tenha vínculo com seu aluno e também 
laços de afetividade, pois essa proximidade facilita a aprendizagem.
Então, trabalhando com projetos, rompemos com o modelo tradicional de educação: apostamos em uma educa-
ção voltada para o desenvolvimento da aprendizagem com a participação ativa desses alunos dentro da proposta 
de projetos, cujo objetivo é a aprendizagem significativa. Assim, vemos uma luz no fim do túnel, pois é uma solu-
ção para o ensino romper com os antigos paradigmas da educação.
Vamos pensar em uma forma inovadora de oportunizar esses conhecimentos aos nossos alunos, para que possa-
mos formar os cidadãos que desejamos: críticos, reflexivos, autônomos. Ainda temos muito para percorrer, mas 
não podemos desistir. Se acreditamos na educação, devemos lutar pelos nossos propósitos.
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 1 - Sistemas educacionais. Conceito e 
modalidades de projetos
Ainda existem muitas pessoas analfabetas em nosso país, como mostra o mapa a seguir. São diversos os motivos 
e queremos lhe mostrar essa relação com o que estamos estudando e que temos relação direta com essa situa-
ção. Temos que mudar esse cenário. Pense nisso!
Figura 1.5
Legenda: Taxa de analfabetismo.
Fonte: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/09/nordeste-concentra-mais-da-metade-dos-analfabetos-do-
-pais-diz-ibge.html>. Acesso em 18 de Abril de 2017.
Com base no mapa anterior, por que essas pessoas ainda são analfabetas? Será que nunca 
estudaram ou se evadiram da escola? Se esse foi o caso, o que as levou a deixá-la: as meto-
dologias de ensino tradicionais contribuem para essa evasão? Refl ita sobre o assunto.
18
Considerações fi nais
Ao longo desta unidade, você estudou os seguintes itens:
• Projeto é algo que você irá realizar no futuro, com o objetivo de 
construir o conhecimento;
• Esses objetivos precisam estar claros e com prazo para iniciar e 
para terminar;
• Etapas de um projeto: inicialização, planejamento, execução, con-
trole e encerramento;
• Projeto é algo aberto, fl exível e seu planejamento pode ser mudado 
sempre que for necessário e de acordo com a necessidade;
• A temática deve nascer da necessidade dos alunos e pensada com 
o professor e os alunos, e não imposta pelo professor;
• O professor é o mediador do processo de ensino-aprendizagem 
para construir com aluno questionador, autônomo, refl exivo, 
cidadão, ter interação com os outros colegas, desenvolver suas 
habilidades e competências;
• Acontece uma inversão de papéis: o aluno faz o trabalho, e o pro-
fessor fi ca como mediador. Saímos do ensino tradicional, no qual 
o professor transmite o conhecimento, e o aluno assimila. Até 
acontece a assimilação, mas ela se dá de outra forma: o aluno é 
investigador do conhecimento, e o professor faz a mediação;
• Com relação ao sistema educacional brasileiro, ele está organi-
zado em níveis de ensino. É importante conhecer essa organiza-
ção, pois na hora do trabalho com projetos, na divisão dos temas 
por segmentos, é mais fácil para sabê-la;
• Sistematização: colocar em ordem, tornar o ensino coerente e 
ordenado.
Referências bibliográfi cas
19
HERNÁNDEZ, F. Transgressão e Mudança na Educação: os Projetos de 
Trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: Aprendizagem e Desenvolvimento, um Pro-
cesso Sócio-Histórico. 3. ed. São Paulo: Scipione, 1995.
2
21
Unidade de estudo 2
Ciclo de vida dos projetos. O 
projeto como estratégia de 
intervenção. 
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, vamos estudar as fases ou os grupos de processo de 
desenvolvimento que os projetos estão subdivididos. Esse conjunto de 
fases é conhecido como ciclo de vidado projeto. Vamos ver quais são os 
seus benefícios e as suas características. Vamos iniciar os estudos.
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar os modelos teóricos que mostram o ciclo de vida de 
um projeto. 
• Apresentar formas de intervenção na utilização de projetos. 
• Destacar a importância do trabalho com projetos no contexto 
acadêmico. 
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
1.1 Ciclo de vida do projeto 
O ciclo de vida de um projeto consiste em fases, que geralmente são sequenciais e que às vezes se sobrepõem, 
cujo nome e número são determinados pelas necessidades de gerenciamento e pelo controle das organizações 
envolvidas, a natureza do projeto em si e sua área de aplicação. Este pode ser moldado de acordo com aspectos 
exclusivos da organização e oferece uma estrutura básica para o gerenciamento do projeto, independentemente 
do trabalho específico desenvolvido (PMBOK, 2009, p. 21).
Suas principais características são: 
• Cada fase do projeto tem a entrega de um produto.
• No início de cada fase, são definidos o trabalho e as pessoas envolvidas.
• Apenas uma fase é planejada, e o planejamento da próxima fase só é feito quando se avança o trabalho 
que está sendo feito.
• O fim de cada fase é marcado por uma revisão.
• Uma fase só começa quando a outra acaba.
A noção de ciclo de vida é que qualquer produto ou qualquer instituição passa por um ciclo de noção, surgi-
mento, crescimento, maturidade, declínio e desaparecimento. 
Todo projeto pode ser subdividido em fases de desenvolvimento. O ciclo de vida pode ser dividido em um con-
junto de fases, que é subdividido em estágios, os quais, por sua vez, são subdivididos em atividades ou tarefas 
específicas em cada projeto. 
É importante definir as atividades que vão ser desenvolvidas no ciclo de vida do projeto: 
• As ações que serão executadas.
• Modificar o que for preciso para concluir o projeto.
• Gerenciar o projeto.
• Reutilizar as experiências de outros projetos. 
Como podemos verificar na imagem a seguir, as fases do ciclo de vida de um projeto são definidas pela organiza-
ção. No entanto, são mapeadas as fases genéricas do projeto ao ciclo de vida: o início, a organização, a prepara-
ção, a execução do trabalho e o encerramento do projeto. 
23
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
Figura 2.1: Fases do ciclo de vida. 
Legenda: Fases do ciclo de vida. 
Fonte: PMBOK, 2009 (p. 22).
1.2 Estruturas organizacionais e projetos 
De acordo com Kerzner (2006, p. 89):
Organizações podem ser definidas como grupos de pessoas as quais devem coordenar suas 
atividades a fim de atingir os objetivos organizacionais. A função de coordenação requer forte 
comunicação e um claro entendimento dos relacionamentos e interdependências entre pessoas. 
Estruturas organizacionais são ditadas por fatores tais como tecnologias e seus avanços, com-
plexidade, disponibilidade de recursos, produtos e/ou serviços, competição e requerimentos de 
tomada de decisão.
Com relação à comunicação em projetos, os três tipos de estruturas organizacionais são diferentes no que se 
refere à comunicação entre as pessoas que estão envolvidas no projeto. Na estrutura funcional, os indivíduos são 
agrupados por área de especialização dentro das diferentes áreas funcionais. 
Os estudos sobre o gerenciamento de projetos não é algo novo: suas primeiras teorias são da metade do século 
XIX, mas só na metade do século passado foi criado um instituto voltado exclusivamente ao gerenciamento de 
projetos. 
A proposta do “Guia de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos” é definida no PMBOK (2008, p. 4) como 
algo que 
existe uma grande aceitação do gerenciamento de projetos, por isso, a aplicação dos conheci-
mentos, processos, habilidades, ferramentas e técnicas adequadas para ter um impacto signifi-
cativo no sucesso do projeto. 
Os 42 processos apresentados no PMBOK (2008) estão sumarizados no Quadro 2.1 a seguir, por suas respectivas 
áreas de conhecimento:
24
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
Quadro 2.1: Processos do PMBOK.
ÁREA PROCESSOS
INTEGRAÇÃO Desenvolver o termo de abertura do projeto
Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto
Dirigir e gerenciar a execução do projeto
Monitorar e controlar o trabalho do projeto
Realizar o controle integrado de mudanças
Encerrar o projeto ou a fase
ESCOPO Coletar os requisitos
Definir o escopo
Criar EAP
Verificar o escopo
Controlar o escopo
TEMPO Definir as atividades
Sequenciar as atividades
Estimar os recursos da atividade
Estimar as durações da atividade
Desenvolver o cronograma
Controlar o cronograma
CUSTO Estimar os custos
Determinar o orçamento
Controlar os custos
QUALIDADE Planejar a qualidade
Realizar a garantia da qualidade
Realizar o controle da qualidade
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
RECURSOS HUMANOS Desenvolver o plano de recursos humanos
Mobilizar a equipe do projeto
Desenvolver a equipe do projeto
Gerenciar a equipe do projeto
COMUNICAÇÕES Identificar as partes interessadas
Planejar as comunicações
Distribuir informações
Gerenciar as expectativas das partes interessadas
Reportar o desempenho
RISCOS Planejar o gerenciamento dos riscos
Identificar os riscos
Realizar a análise qualitativa dos riscos
Realizar a análise quantitativa dos riscos
Planejar as respostas aos riscos
Monitorar e controlar os riscos
AQUISIÇÕES Planejar as aquisições
Realizar as aquisições
Administrar as aquisições
Legenda: Áreas de conhecimento e processos.
Fonte: PMBOK (2008, p. 28). 
1.3 Processo de gerenciamento de projetos
A aplicação dos conhecimentos necessita da adoção do processo apropriado. Cada área do conhecimento con-
tém diversos processos no gerenciamento de projetos.
Um processo é composto por um conjunto de atividades que é executado para alcançar o objetivo proposto e de 
suas ferramentas e técnicas que podem ser aplicadas e as saídas resultantes. Existem cinco grupos no processo 
de gerenciamento de projetos:
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Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
1. Concepção: é a fase inicial do projeto, quando é percebida a necessidade e ela é transformada em um 
problema estruturado a ser resolvido.
• Obter dados.
• Identificar necessidades e alternativas.
• Estabelecer objetivos.
• Estimar recursos.
• Apresentar proposta.
2. Planejamento: fase responsável por identificar e selecionar as melhores estratégias de abordagem do 
projeto. 
• Definir membros da equipe.
• Estabelecer escopo.
• Avaliar riscos.
• Estabelecer planejamento.
3. Execução: é a fase na qual tudo que foi planejado se materializa.
• Preparar a organização.
• Estabelecer os requisitos.
• Dirigir e controlar o tempo e a qualidade.
4. Monitoramento e controle: garantem que os objetivos do projeto serão alcançados com o monitora-
mento e as ações corretivas.
• Monitorar e controlar o trabalho de toda a equipe.
• Controlar as mudanças.
• Verificar o escopo.
• Controlar o cronograma.
• Efetuar o relatório sobre o desempenho.
5. Conclusão: é a fase na qual a execução do trabalho é avaliada. 
• Rever o projeto.
• Documentar e avaliar o projeto.
Cada uma dessa fases é importante para a aplicação do conhecimento, das habilidades e das técnicas para a exe-
cução do projeto de maneira segura. É uma competência para a organização e para unir os resultados do projeto 
com os seus objetivos.
A Imagem 2.3 a seguir representa a ordem das fases do processo de gerenciamento de projetos: a concepção 
(iniciação) é a fase inicial do projeto, na qual se tem o problema que será resolvido no decorrer do projeto; o pla-
nejamento é o momento de traçar as melhores estratégias para resolver esse problema; a execução é o momento 
de se colocar em prática o que foi planejado; o monitoramento observa asações do projeto para que seja alcan-
27
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
çado o objetivo; finalmente, o encerramento (conclusão) é o momento de fazer um fechamento do projeto, tanto 
com os alunos como com o grupo que participou da execução do trabalho. 
Figura 2.3: Gerenciamento de projetos. 
Legenda: Imagem 2.3: Gerenciamento de projetos. 
Fonte: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/24/7324973/slides/slide_21.jpg>.
1.4 A evolução do gerenciamento de projetos
O gerenciamento de projetos se manifestou como uma disciplina nos Estados Unidos por intermédio do seu 
percussor, Henry Gantt. Na década de 50, iniciou-se a era da gerência de projetos, em que eram controlados uti-
lizando somente o gráfico de Gantt, as técnicas informais e as ferramentas. Naquela época, foram desenvolvidos 
dois modelos de projetos: o PERT e o CPM, os quais se espalharam com rapidez e passaram a ser usados por várias 
empresas em todo o mundo.
Em 1969, o PMI iniciou uma metodologia de gerenciamento para desenvolver o interesse de diversas empresas 
do ramo da indústria e de software. Já em 1981, foi desenvolvido o guia PMBOK, contendo padrões e linhas mes-
tras da prática, as quais passaram a ser amplamente utilizadas.
Com os avanços tecnológicos, o desenvolvimento de diferentes metodologias e as ferramentas de gestão, o 
gerenciamento de projetos se fortaleceu e está cada mais presente nas organizações atuais, que utilizam os pro-
jetos para implantar suas estratégias e gerar um diferencial. 
28
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
1.4.1 PERT 
A sigla PERT vem do inglês Program Evaluation Review Technique e é uma técnica de avaliação e revisão de progra-
mas bastante utilizada em atividades de produção e projetos de pesquisa e desenvolvimento. Divide o projeto em 
seus componentes, e as tarefas são classificadas em uma sequência lógica 
(dispostas em um diagrama em forma de rede), além de determinar se as atividades são sequenciais ou simultâ-
neas.
Figura 2.4: Diagrama PERT. 
Legenda: Imagem 2.4: Diagrama PERT. 
Fonte: Disponível em: <https://pt.slideshare.net/muriloket/pert-27060712>. 
1.5 O projeto como estratégia de intervenção
Vamos iniciar esta seção tentando responder à seguinte questão: o que seria um projeto de intervenção? O sig-
nificado de projeto é aquele em que se pretende “realizar algo, uma intenção” (AURÉLIO ONLINE, 2017). Já o 
projeto de intervenção está relacionado a projetar para o futuro a intenção humana, neste caso, a intenção da 
intervenção do professor. .Desta forma, o projeto de intervenção tem a intenção de praticar as ações que foram 
definidas por um projeto definido e com suas atividades. 
A Pedagogia de Projetos demonstra uma nova maneira de se romper com o ensino tradicional por meio de um 
método no qual são incluídas várias disciplinas e diversos conhecimentos de uma maneira interdisciplinar. O 
29
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
trabalho com projetos é uma forma de repensar a escola, seus tempos, seu espaço, sua forma de lidar com os 
conhecimentos e como apresentar para os alunos uma nova configuração de desenvolvimento das atividades 
diárias.
Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o pro-
cesso de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser, 
nessa perspectiva, apenas um aprendiz de conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É 
um ser humano que está desenvolvendo uma atividade complexa e que nesse processo está se 
apropriando, ao mesmo tempo, de um determinado objeto do conhecimento cultural e ser for-
mado como sujeito cultural (LEITE, 1996, p. 32).
O trabalho com projetos favorece muitas possibilidades e uma delas é a que o aluno se perceba como coautor 
da sua aprendizagem, fazendo suas escolhas, assumindo suas responsabilidades, planejando suas ações e, dessa 
forma, se tornando sujeito da sua ação. O conhecimento, nesse caso, não é transmitido, e sim construído com o 
contexto do aluno, não fazendo separação dos aspectos cognitivos, emocionais e sociais. 
O professor não precisa ter dificuldade em pensar em um problema para o projeto, porque qualquer questão da 
vida cotidiana pode ser objeto de pesquisa do projeto: pode ser uma inquietação, posição a respeito do mundo, 
curiosidade, um tema da atualidade. À frente do problema, devem ser trabalhadas as diferentes maneiras de se 
olhar o mundo e, com isso, se constrói uma situação de aprendizagem (os alunos irão participar ativamente do 
processo de criação, pesquisar nos livros, jornais, revistas, informativos, internet e outras fontes de informação 
para buscar as respostas para suas dúvidas). 
O trabalho por projetos pode ser indicado pelo professor, pelos alunos ou por ambos. O ponto importante é que 
seja um tema atual e de interesse dos estudantes, e o tempo de duração depende do planejamento do professor 
e do decorrer das atividades. 
Além dos alunos estarem tendo acesso às informações e aos conhecimentos que estão sendo construídos com 
os projetos, são trabalhados outros tipos de aprendizagens e saberes muito importantes à vida humana: a inves-
tigação, a pesquisa, a descoberta, a interpretação, a argumentação, a comparação, a leitura e a releitura de fatos 
e situações. 
A Pedagogia de Projetos surgiu, portanto, da necessidade de um trabalho que valorizasse a participação do aluno 
no processo de ensino-aprendizagem, tornando-o parte do desenvolvimento do projeto.
Os projetos de trabalho contribuem para uma ressignificação dos espaços de aprendizagem de tal forma que eles 
se voltam para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participativos (HERNANDEZ, 1998). 
O projeto como intervenção pedagógica tem como objetivo potencializar a criatividade do aluno valorizando os 
conhecimentos já existentes, seus sentimentos e suas emoções, sua identidade, sua imagem, sua autoestima e 
sua interação como fatores importantes para o desenvolvimento das suas habilidades cognitivas e sociais. 
Conseguindo contemplar todas essas questões, iremos construir um cidadão que irá possuir seus critérios e seus 
valores, aquele quem conseguirá estabelecer relações com os outros de maneira solidária e harmoniosa. 
A Imagem 2.5 a seguir faz referência ao que estudamos sobre a Pedagogia de Projetos: os alunos realizaram o seu 
trabalho sobre projeto eletrônico, estudaram, pesquisaram, desenvolveram atividades e, no fim, desenvolveram 
um protótipo eletrônico.
30
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
Figura 2.5: Projeto eletrônico.
Legenda: Estudantes em uma classe apresentando o seu projeto eletrônico. 
Fonte: Disponível em: <previews.123rf.com>.
Pensemos nesta forma de construir um aluno que seja um cidadão, que tenha os seus valo-
res, saiba se relacionar de forma solidária e harmoniosa: sabemos que o trabalho com proje-
tos nos facilita esse trabalho e consegue alcançar esses objetivos. Você acredita ser possível 
atingir a todos os alunos com os objetivos desejados? Pense um pouco sobre o assunto. 
1.6 Projeto de intervenção pedagógica
Agora vamos analisar um exemplo de projeto de intervenção pedagógica aplicado em uma escola de Ensino 
Fundamental I com alunos do 3º ano e que ainda não têm uma leitura fl uente. Esse projeto envolveu professores, 
diretores, auxiliares de sala, coordenadora pedagógica, bibliotecária e os responsáveis legais pelos alunos. 
Título: Projeto de intervenção pedagógica no processo de leitura e escrita
Justifi cativa
31
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
O grande número de fracasso escolar, reprovação, distorção idade/série, esse último é o fator 
mais preocupante do cenário atual da educação brasileira, tem preocupado bastante os profes-
sores, porquealguma coisa está errada no sistema para que isso ocorra. 
De acordo com o Plano Nacional de Educação, toda criança deve ser alfabetizada até os oito anos 
de idade. De acordo com o Plano de Metas, devemos alfabetizar 96% das crianças dos Anos Ini-
ciais do Ensino Fundamental. Mas ainda não é a realidade, muitas crianças estão no 3º ano e não 
são alfabetizadas. Nessa escola 20% das crianças do 3º ano ainda não estão alfabetizadas. Por 
esse motivo, o projeto foi elaborado, que tem o objetivo de promover atividades para essas crian-
ças desenvolvam as competências necessárias para o processo de alfabetização. 
A alfabetização é uma das etapas mais importantes, porque contribui para evolução intelectual 
do aluno, quando o aluno aprende a ler, ele conquista sua autonomia. O processo vai ocorrendo 
de maneira gradual, na qual o aluno vai superando suas dificuldades e vai avançando para as 
próximas etapas. Nessa fase, o professor tem grande importância, porque é através dele dando 
possibilidades de aprendizagem ao aluno, respeitando a sua individualidade, incentivando suas 
potencialidades, fazendo com que ele crie as suas hipóteses sobre o conhecimento. 
Alfabetizar não é só codificar e decodificar: é muito mais que isso. É exigir do aluno interpretação 
e compreensão de maneira contextualizada, para que ocorra a aprendizagem da leitura e escrita. 
Alfabetizar não é só conhecer as letras, entender o significado das letras, o que elas representam. 
O professor nunca deve achar que seu aluno não é capaz. Cada criança tem o seu tempo, mesmo 
tendo suas dificuldades. Sempre é tempo e possível aprender. 
Objetivos
• Geral 
Contribuir para o processo de alfabetização e letramento dos alunos do 3º ano que apresentam 
dificuldade com a leitura e a escrita.
• Específicos
Alcançar a meta estabelecida pelo Plano Anual de Educação de 96% dos alunos alfabetizados do 
primeiro ao terceiro ano;
Propiciar a melhoria do nível de leitura e escrita dos alunos envolvidos.
Recursos
• Humanos
Diretora, coordenadora pedagógica, auxiliares, professora, bibliotecária e os responsáveis dos 
alunos.
Materiais
Banco de atividades impressas;
Jogos diversos (dominó silábico, alfabeto móvel, bingo, alfabeto recortado, jogo da memória etc.);
Livros paradidáticos;
Revistas, jornais;
Computador, internet.
Procedimentos metodológicos 
32
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
Participantes 
São 15 alunos com dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita (10 meninos e 5 meninas). 
Todos eles frequentam o 3º ano do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais de uma escola pública 
e a maioria já é aluno da escola desde o 1º ano. A idade mínima é de 8 anos e a idade máxima é 
de 10 anos. 
Procedimentos
1. Diagnóstico 
É feita uma avaliação diagnóstica com todos os alunos da escola para saber o desenvolvimento da 
leitura e da escrita. Através dessa avaliação constatou-se que ainda existiam essas crianças com 
bastante dificuldade na leitura e escrita e pode-se saber qual o tamanho da dificuldade. 
2. Atividade avaliativa de leitura e escrita 
Uma atividade com uma lista de palavras e formação de frases, palavras e complexas. 
3. Jogo troca-letra
Jogo para avaliar o nível de leitura dos alunos. A partir da imagem apresentada, os alunos for-
mavam palavras e depois fazia a troca de uma consoante, formava uma nova palavra. Exemplo: 
mala - bala.
Com essas atividades é possível perceber qual o nível de alfabetização que os alunos se encon-
tram. Alguns estavam na decodificação, decodificavam os símbolos e as letras. Outras liam, mas 
não conseguia construir sentido no que lia. Algumas não conseguiam reconhecer as letras do 
alfabeto. 
Processo de intervenção 
Depois de feito o diagnóstico, fica muito mais fácil saber de onde iniciar o trabalho. Com esses 
dados em mãos, percebeu-se que era necessária uma intervenção urgente, caso o contrário 
já eram casos de reprovação e de distorção idade/série, passava também o que exigia o Plano 
Nacional que todas as crianças se alfabetizassem até os oito anos de idade.
Percebe-se que os alunos necessitam, além de participar desse projeto em paralelo nas suas salas 
de aula, suas atividades devem ser diferenciadas, de acordo com as suas necessidades, caso o 
contrário não tem sentido nenhum, o trabalho tem que ser em conjunto. 
Foi elaborado um banco de atividades, que engloba os vários níveis do processo da escrita, para 
serem utilizadas com os alunos. De acordo com a evolução do aluno, o professor vai adequando 
as atividades. 
Avaliação 
Constantemente o projeto deve ser discutido e avaliado para ver sua real utilidade. Esse projeto 
sempre elenca os pontos positivos e negativos, aquilo que necessita melhorar. 
Foi notável o avanço dos alunos quanto à escrita, melhoria da autoestima, acreditando que todos 
são capazes. 
(Disponível em: <www.editorarealize.com.br/revistas/setepe/trabalhos/Modalidade_7datah
ora_24_09_2014_19_28_32_idinscrito_743_abe8708b381b7c3e4746ade09299adbd.pdf>.)
33
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade de estudo 2 – Ciclo de vida dos projetos.
A Imagem 2.6 a seguir representa o exemplo dado de projeto de intervenção de leitura e escrita, no qual parti-
ciparam as crianças com dificuldades de aprendizagem que ainda não tinham sido alfabetizadas. Em paralelo à 
sala de aula, participavam do projeto para iniciar a alfabetização. 
Figura 2.6: Alunos. 
Legenda: Alunos lendo e escrevendo. 
Fonte: Disponível em: <previews.123rf.com>.
O trabalho com projeto é uma maneira interessante de trabalhar com os alunos, pois:
• Ele traz um novo significado para o currículo. 
• Sugere que o processo de aprendizagem seja feito por meio do diálogo, das pesquisas e produções, con-
firmando que o conhecimento não é imobilizado, nem inalterável; 
• Busca um fazer científico instigando novas descobertas em um ambiente cooperativo, em um espaço 
especial de aprendizagem. 
Aprender é uma tarefa individual, e as tarefas propostas no projeto são somente um ponto de partida para a 
aprendizagem, que possibilita ao aluno os instrumentos para utilizar a sua criatividade e desenvolver a sua apren-
dizagem. Afinal, com sua reflexão e suas informações o estudante irá buscar conhecimento ao longo do desen-
volvimento do projeto. 
34
Considerações fi nais
Ao longo desta unidade, você estudou os seguintes itens:
• O ciclo de vida de um projeto é a divisão do projeto em fases, do 
início ao fi m.
• O processo de gerenciamento de projetos tem cinco grupos: con-
cepção, planejamento, execução, monitoramento e controle, 
conclusão.
• Projeto de intervenção é quando se projeta algo no futuro com a 
intenção humana. É projetar, mas também colocar em prática (no 
caso, a intenção do professor).
• O trabalho com projetos desenvolve nos alunos autonomia, criati-
vidade, refl exão, além de romper com o ensino tradicional: é uma 
nova maneira de desenvolver o ensino-aprendizagem dos alunos.
• Afi nal, o ponto mais importante da escola é priorizar o conheci-
mento dos alunos. 
Referências bibliográfi cas
35
AURÉLIO ONLINE. Projeto. Dicionário do Aurélio Online - Dicionário 
Português. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/projeto>. 
Acesso em: 19 abr. 2017.
KERZNER, H. Gestão de Projetos: as Melhores Práticas. 2. ed. Porto Ale-
gre: Bookman, 2006.
LEITE, L. H. A. Pedagogia de Projetos: Intervenção no Presente. Presença 
Pedagógica, Belo Horizonte, Dimensão, 1996. 
PLANO DE TRABALHO... Disponível em: <www.editorarealize.com.br/revis-
tas/setepe/trabalhos/Modalidade_7datahora_24_09_2014_19_28_32_
idinscrito_743_abe8708b381b7c3e4746ade09299adbd.pdf>. Acesso 
em: 19 abr. 2017.
PMBOK. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos. 5. 
ed. em português. Project Management Institute (PMI); Global Standard: 
EUA, dez. 2008.
______. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos. 4. 
ed. em português. Project Management Institute (PMI); Global Standard: 
EUA, dez. 2009.37
3Unidade 3
Elaborando um projeto: 
estrutura básica para o 
planejamento
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, iremos iniciar a discussão sobre a estrutura básica de um 
projeto educacional. Para isso, buscaremos refl etir a respeito de alguns 
elementos essenciais para a sua constituição, fazendo apontamentos 
para indicar que ele não se restrinja a apenas uma metodologia de ensino. 
Iremos também apresentar a estrutura básica de um projeto, detalhando 
sobre como elaborar o escopo e o plano de ação. Desejamos a todos um 
excelente aproveitamento!
Objetivos de Aprendizagem
• Analisar a importância do trabalho com projetos na educação.
• Apresentar a estrutura básica de um projeto educacional.
• Descrever, a partir de uma análise problematizadora, como elabo-
rar a etapa de escopo do projeto educacional e o plano de ação, a 
fi m de instrumentalizar o aluno para a práxis educativa.
38
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 3 - Elaborando um projeto: 
estrutura básica para o planejamento
3.1 Introdução ao tema: a importância de se trabalhar com 
projetos na área educacional
Na atualidade, as novas formas de produção, os valores centrados no consumo, os avanços científicos e as ino-
vações tecnológicas impactam o mundo do trabalho e a educação. O cenário traz em si a preocupação, por um 
lado, com a superação das desigualdades sociais e, por outro, com o desafio imposto pelo aumento gradativo da 
marginalização em decorrência da automatização, informatização e da alta especialização do setor produtivo. 
A escola e a educação possuem, nesse contexto, um papel social importante para superar as diferenças entre a 
igualdade formal (todos são iguais perante a lei) e a real, conforme aponta Saviani (2008). 
Marginalização: corresponde à exclusão de determinados grupos do meio social. Eles ficam 
à margem da sociedade, estando excluídos do acesso à educação, segurança, moradia, ali-
mentação, saúde, saneamento básico, entre outros.
Glossário
Automatização: substituição do trabalho humano por máquinas. Exemplo: troca da costura 
manual pela máquina de costura industrial.
Glossário
E como, no contexto educacional, podemos transformar a nossa prática de forma que ela contribua para superar 
as diferenças sociais existentes?
Um dos caminhos consiste na adoção de uma pedagogia revolucionária e crítica, conforme definida por Saviani 
(2008). Para isso, devemos buscar fazer a análise da prática social, ou seja, compreender o contexto social em que 
estamos inseridos. Para tanto, algumas reflexões devem estar presentes, tais como: 
• Qual é o contexto social da comunidade no entorno da escola? E da sociedade em que se está inserido? 
• Existe muita desigualdade social – pessoas que não têm acesso a saneamento básico, alimentação, edu-
cação e saúde em condições ideais?
Essas são algumas perguntas que devem nortear a compreensão do contexto social em que vivemos. Devemos 
também buscar fazer a problematização das relações existentes, pois, por meio de uma análise crítica, podere-
mos compreender melhor a realidade em que vivemos. Assim, questionar sobre a existência ou não dos direitos e 
deveres sociais e individuais e o porquê de a situação não refletir o ideal, se for o caso, é necessário. 
39
Gerenciamento de Projetos Educacionais | Unidade 3 - Elaborando um projeto: 
estrutura básica para o planejamento
A partir da compreensão da prática social e a sua problematização, a educação e a escola devem buscar a ins-
trumentalização teórica e prática dos alunos, pois estas são necessárias para o “equacionamento dos problemas 
detectados na prática social” (SAVIANI, 2008, p. 71). Assim, a partir da dialética entre a realidade observada 
versus o conhecimento teórico e prático dos alunos, conduzimos o aprendizado para a catarse, ou seja, o enten-
dimento dos caminhos possíveis para a transformação da realidade social. 
É por meio desse processo que se fomenta uma pedagogia crítica na qual coloca a educação sob um novo olhar, 
preparando os alunos para uma participação social e cidadã que rompa com a marginalização existente.
Problematização: analisar determinado objeto ou fenômeno com a criticidade para discuti-
-lo para além dos conceitos prévios existentes.
Glossário
Dialética: oposição, diálogo entre pressupostos contraditórios em busca do significado.
Glossário
Catarse: libertação ou expulsão. No contexto estudado, é a síntese do processo de aprendizagem.
Glossário
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Quando falamos em desigualdade social, devemos lembrar que no Brasil os 10% mais ricos 
têm uma renda média (familiar per capita) mais do que 50 vezes maior que os 10% mais 
pobres. Muitos fatores levaram essa situação a ser realidade no Brasil, mas sabemos que a 
educação tem sido um instrumento importante para a reprodução dessas desigualdades. 
Por isso, a importância de buscarmos práticas educacionais que busquem superar a mar-
ginalização existente. Quer saber mais sobre o assunto? Acesse: <https://www.brasildefato.
com.br/node/7045/>.
Concomitante à crescente necessidade de buscarmos alternativas que visem a uma educação pautada na peda-
gogia crítica e revolucionária, observamos o fortalecimento da adoção de projetos na área educacional, conforme 
visto nas unidades anteriores. Por que os projetos educacionais vêm sendo utilizados com mais frequência?
Para Hernández (1998, p. 61), trabalhar com projetos possibilita:
a. aproximar-se da identidade dos alunos e favorecer a construção da subjetividade, longe de um 
prisma paternalista, gerencial ou psicologista, o que implica considerar que a função da escola 
não é apenas ensinar conteúdos, nem vincular a instrução com a aprendizagem. 
revisar a organização do currículo por disciplinas e a maneira de situá-lo no tempo e no espaço 
b. escolares. O que torna necessária a proposta de um currículo que não seja uma representação 
do conhecimento fragmentada, distanciada dos problemas que os alunos vivem e necessitam 
responder em suas vidas, mas, sim, solução de continuidade. 
c. levar em conta o que acontece fora da escola, nas transformações sociais e nos saberes, a 
enorme produção de informação que caracteriza a sociedade atual, e aprender a dialogar de uma 
maneira critica com todos esses fenômenos.
Dessa forma, o projeto educacional se fortalece e vem sendo mais utilizado por se constituir em um instrumento: 
• Que possibilite a aproximação com e entre os alunos. 
• Que contribua para a implementação de práticas de ensino que extrapolem a abordagem fragmentada 
e tradicional dos conteúdos. 
• Que permita a contextualização do ensino com a prática social, conforme recomendado na pedagogia 
revolucionária de Saviani (2008).
Para Brito; Sabariz (2011, p. 9), trabalhar com projetos educacionais representa “um caminho seguro para a intro-
dução de mudanças e inovações nas organizações humanas, [além de se constituir em uma atividade] eminen-
temente instrutiva”. Por meio do projeto, é possível defi nir e gerenciar tarefas que, somadas, contribuirão para a 
mudança de uma determinada realidade, de acordo com os prazos estipulados e os recursos disponíveis.
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Figura 3.1 – Trabalhando com projetos na escola.
Legenda: A imagem ilustra uma professora rodeada por alunos atentos ao que ela apresenta. Traba-
lhar com projetos, além de possibilitar ações em prol de uma educação emancipatória, poderá pro-
porcionar a participação e o envolvimento dos alunos com o tema estudado.
Fonte: <https://br.123rf.com/photo_34815789_education-elementary-school-learning-technology-and-people-con-
cept--group-of-school-kids-with-teache.html>.
Os projetos educacionais, dessa forma, se constituem em um importante caminho para a implementação da 
prática pedagógica crítica e revolucionária, sendo uma alternativaviável para a solução dos desafios frente à 
premissa de uma escola crítica, revolucionária e cidadã. 
Assim, os projetos se constituem em um caminho para solucionar problemas, propor inovações ou implementar 
novas atividades e uma alternativa para mudanças do papel da escola no contexto educacional. 
Quando falamos em projetos educacionais, devemos buscar esclarecer o que é a pedagogia de projetos. Esse 
termo é utilizado para designar a adoção de projetos como prática de ensino, pois no seu desenvolvimento
o professor pode trabalhar com [os alunos] diferentes tipos de conhecimentos que estão imbrica-
dos e representados em termos de três construções: procedimentos e estratégias de resolução de 
problemas, conceitos disciplinares e estratégias e conceitos sobre aprender (VALENTE, 2002, p. 4). 
Assim, a pedagogia de projetos se constitui em um novo caminho que rompe com as práticas tradicionais de 
ensino e, por isso mesmo, se constitui em um desafio para o professor, para a escola e para o sistema de ensino. 
No entanto, para o aluno, a prática de projetos possibilita a articulação de conhecimentos de variadas disciplinas, 
a adoção de recursos novos que favoreçam a aprendizagem (internet, livros, materiais audiovisuais) e também 
promove a curiosidade e a participação.
Importante considerarmos que uma das premissas da educação é a participação, isto é, um princípio atrelado à 
própria democracia e, considerando que a educação possui um viés político, as práticas educativas devem sem-
pre buscá-la. 
Dessa forma, é importante, ao propor um projeto educacional, identificar quais os atores envolvidos e impactados 
por ele. Envolvê-los na elaboração promoverá a participação e isso é muito importante, pois contribui para a apren-
dizagem significativa e para o sucesso do projeto (pois mobiliza os executores), conforme afirma Prado (2001). 
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Refl ita sobre essa questão, identifi cando os atores que poderão se tornar grandes parceiros e colaboradores na 
elaboração e execução do projeto.
Nos dias de hoje, para a construção de projetos educacionais, falamos muito do princípio 
de participação, que se caracteriza pela possibilidade em dar a voz para variados atores do 
processo, que irão contribuir para o alcance dos resultados. É um princípio e, por isso mesmo, 
democrático. Quer saber mais sobre o planejamento participativo? Acesse: <http://joaojo-
sefonseca1.blogspot.com.br/2009/08/o-que-e-planejamento-participativo.html>.
Ressaltamos que nessa disciplina optamos em utilizar a nomenclatura projetos educacionais em vez de pedago-
gia de projetos, para que possamos contemplar outros tipos de planejamento que circundam a área da educação: 
projeto político-pedagógico; projetos com fi nanciamento externo, entre outros.
Portanto, abordamos nesse tópico a importância de a escola contribuir para uma sociedade mais igualitária, parti-
cipativa e democrática. Diante dessa preocupação, o trabalho com projetos educacionais se apresenta como uma 
alternativa estratégica para fortalecer o papel emancipatório da escola, principalmente por favorecer a participação. 
Diante das questões apresentadas, você consegue identifi car a importância dos projetos educacionais para uma 
educação de qualidade? Como podemos elaborar um projeto e tornar essa prática uma realidade no contexto 
educacional? Quais as etapas necessárias? Vamos tratar disso adiante.
3.2 Transformando ideias em ações: estrutura básica do projeto
No dia a dia, seja no ambiente de trabalho ou nas relações sociais, vivenciamos muitas experiências e temos 
conhecimento de fatos que ilustram a nossa necessidade de aprendermos a planejar. Quantas vezes, por exem-
plo, tomamos conhecimento que uma obra pública foi mal dimensionada e o orçamento inicial previsto aumen-
tou, não é mesmo? 
Para entender a complexidade da prática de elaboração de um projeto, imagine uma situação corriqueira: no 
fi m de semana, você irá realizar um churrasco para todos os seus amigos. Você idealiza: qual o horário, a dura-
ção, o local, o número de convidados, quem irá cozinhar, como serão feitos os convites etc. No entanto, no dia, 
alguma coisa não sai como você pensou: ou participam mais pessoas do que você previa - ou menos, ou faltam 
alimentos, ou sobram bebidas, ou é necessário fazer um novo gasto, a duração da festa é maior ou menor, o 
convite não foi entregue em tempo e algumas pessoas se ausentam... Esse exemplo serve para refl etirmos como 
é comum idealizarmos uma situação e, ao observarmos a execução e o seu resultado, verifi carmos que ela não 
saiu conforme planejamos.
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Corriqueira: o que é comum ou habitual.
Glossário
Figura 3.2 – Aprendendo a planejar.
Legenda: A imagem mostra uma lista de compras para ilustrar que, inclusive em nossa vida pes-
soal, temos dificuldade em planejar. Devemos reconhecer que, para planejar e para ela-
borar um projeto de sucesso, precisamos de dedicação e aprendizado. 
Fonte: <https://br.123rf.com/photo_10774301_image-of-senior-woman-hands-holding-product-list-with-goods-in-
-cart-near-by.html>.
O exemplo do churrasco é ilustrativo, mas é importante para reconhecermos que elaborar um projeto é uma ati-
vidade que exige dedicação, reflexão e participação (sobretudo se envolver diferentes atores). Quando falamos 
de projeto na área educacional, conforme aponta Saviani (2008), temos que refletir não somente a metodologia, 
mas também a importância do projeto para a mudança ou ressignificação da prática social. 
Antes de iniciarmos a descrever sobre a elaboração de um projeto, devemos observar que a sua elaboração é uma 
atividade criativa e reflexiva. Por isso, é necessário traçar uma estratégia de como será promovida a participação 
dos agentes envolvidos: “É preciso viabilizar dinâmicas que caracterizem a participação, inovando coletivamente 
os processos decisórios” (SILVA; COSTA, 2014, p. 4). 
Além disso, é importante, durante o processo, estudar e problematizar o tema e o perfil do público-alvo a que 
se destinam o projeto. É fundamental também identificar qual é o cenário ideal desejado, fazendo uma análise 
crítica sobre a situação atual.
Observados esses elementos, apresentamos a seguir os seguintes passos para a elaboração de um projeto edu-
cacional, de acordo com Brito; Sabariz (2011):
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I – Escopo do projeto: a situação geradora
a. Definindo o problema
b. Elaborando a justificativa
c. Definindo os objetivos
d. Identificando os resultados
e. Delimitando a abrangência 
II – Elaborando um plano de ação
a. Planejando os recursos
b. Delimitando as tarefas necessárias
c. Definindo o sequenciamento e a estimativa de tempo das atividades 
d. Estimando custos e recursos
e. Elaborando cronograma
III – Monitoramento e alcance de resultados do projeto 
a. Indicadores de desempenho
b. Avaliação de projetos
c. Encerramento do projeto
Nessa unidade, iremos analisar com cuidado as etapas de escopo e plano de ação. Vamos lá?
3.3 Escopo do projeto: a situação geradora
Conforme os nossos estudos até o momento, percebemos que trabalhar com projetos educacionais se configura 
em uma opção metodológica e também consiste em uma maneira de repensarmos a educação como elemento 
capaz de contribuir para a superação da marginalidade social.
Metodológica: advém de metodologia, que corresponde ao método ou o caminho para se 
atingir determinado objetivo.
Glossário
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Mas como nascem os projetos educacionais? Eles surgem a partir de uma situação geradora a qual consiste 
no(s) elemento(s) que impulsiona(m) a mudança e que acarreta(m) aelaboração de um projeto (BRITO; SABARIZ, 
2011, p. 21). A situação geradora pode ser uma dificuldade, uma necessidade, uma oportunidade ou um desafio 
enfrentado por determinado agente ou grupo em uma dada situação. Vamos exemplificar?
Figura 3.3 – Como nascem os projetos educacionais.
1. Situação geradora
2. Inquietação: como resolver esse problema?
3. Identificação de necessidade / oportunidade de intervenção 
4. Elaboração e proposição do projeto
Legenda: A imagem demonstra, de forma sequencial, como nascem os projetos educacionais.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Imagine que você é um professor. Em um dia letivo, seus alunos chegaram assustados à sala de aula, pois se 
depararam com um acidente de trânsito na porta da escola. Você observa que não é a primeira vez que isso 
ocorre no fluxo de entrada e saída dos alunos, que ele foi ocasionado pela imprudência no trânsito e, a partir de 
um diálogo rápido, identifica que os alunos não estão muito seguros quanto às regras de trânsito. 
Essa situação pode fomentar ideias em se trabalhar o tema “trânsito” na sala de aula, concorda? Por isso, essa é 
uma das possibilidades de situação geradora de um projeto educacional.
Após a identificação da oportunidade de intervenção, podemos estabelecer o escopo do projeto, que corres-
ponde ao “trabalho a ser desenvolvido para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e 
funções especificadas” (MEDEIROS, 2011, p. 255). Aqui, iremos considerar que ele é composto essencialmente 
pelo problema gerador, pela justificativa, pelos objetivos, pelo título do projeto, pelos resultados/produtos ou 
impactos almejados e pela abrangência do projeto, conforme classificação de Brito; Sabariz (2011).
3.3.1 Problema gerador
De acordo com Moura; Barbosa (2008), um dos elementos decisivos para um projeto é a identificação do pro-
blema gerador, que se constitui na questão a ser superada por meio do projeto educacional. Para delimitá-lo, de 
acordo com Moura; Barbosa (2008, p. 2), se faz necessário identificar “o quê” e quais as questões estão implícitas 
e explícitas na situação geradora.
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Identificado adequadamente a situação geradora e o seu problema, a próxima etapa consiste em justificar a 
importância do projeto.
Figura 3.4 – Exemplo de identificação do problema.
1. Situação geradora: acidente de trânsito no entorno
da escola.
2. Problema: falta de conhecimento sobre as regras de trânsito 
por parte dos alunos.
Legenda: A imagem demonstra de forma sequencial o exemplo de situação geradora e a definição do pro-
blema, considerando o exemplo utilizado para ilustrar a elaboração de projetos educacionais.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
3.3.2 Justificativa
A justificativa corresponde à argumentação sobre a necessidade do projeto educacional. Ela deverá conduzir o 
leitor a convalidar a importância dele, dada a relevância da necessidade de mudança do cenário pré-existente. 
Convalidar: tornar válido. No texto, corresponde à confirmação da importância do projeto 
educacional.
Glossário
De acordo com Brito; Sabariz (2011), a justificativa contribui para a fase de negociação do projeto e sua aprova-
ção. Por isso, se constitui em um elemento que complementa a situação geradora e contribui para o entendi-
mento sobre a utilidade do projeto, buscando responder o porquê de se fazê-lo necessário. 
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Figura 3.5 – Exemplo de justificativa do projeto educacional.
1. Situação geradora: acidente de trânsito no entorno
da escola.
2. Problema: falta de conhecimento sobre as regras de 
trânsito por parte dos alunos.
3. Justificativa: a conscientização sobre as regras e o 
comportamento adequado no trânsito permite tanto um fluxo 
melhor como também previne acidentes.
Legenda: A imagem demonstra, de forma sequencial, o exemplo de situação geradora, da definição do pro-
blema e da justificativa, considerando o exemplo utilizado para ilustrar a elaboração de projetos educacionais.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
3.3.3 Objetivos 
Após delimitar a situação geradora, o problema gerador e a justificativa, deverão ser elaborados os objetivos do 
projeto. Alguns especialistas, tal como Brito; Sabariz (2011), consideram que essa é a fase de maior importância 
na sua elaboração e, por isso, deverá ser uma das primeiras coisas a ser feita. 
Recomendamos que, ao criá-los, tenha sempre em mente a situação geradora e o problema para que consiga 
traçá-los adequadamente.
Para Brito; Sabariz (2011, p. 25),
a definição dos objetivos de um projeto é um dos pontos de maior importância na fase de pla-
nejamento. Tudo que vier a ser feito depois vai depender do conteúdo e da forma como estão 
declarados os objetivos do projeto.
Normalmente, se divide os objetivos em geral e específicos: o geral possui uma dimensão ampla e se caracteriza 
por ser aquele que irá conduzir a resolução descrita na situação geradora; já os específicos são aqueles que des-
crevem ações das quais irão conduzir ao alcance do objetivo geral.
Vamos exemplificar como podem ser elaborados os objetivos para clarear a questão?
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Figura 3.6 – Exemplo de objetivos do projeto educacional.
1. Situação geradora: acidente de trânsito no entorno
da escola.
2. Problema: falta de conhecimento sobre as regras de 
trânsito por parte dos alunos.
3. Justificativa: a conscientização sobre as regras e o 
comportamento adequado no trânsito permite tanto um fluxo 
melhor como também previne acidentes.
4. Objetivo geral: conscientizar os alunos do primeiro ciclo 
do Ensino Fundamental em relação às regras de trânsito, 
explicando qual é a conduta necessária para um trânsito 
seguro.
Objetivos específicos: 1) Problematizar sobre os riscos da 
transgressão das regras de trânsito. 2) Instruir sobre as regras 
de trânsito dos pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas. 
necessárias para um trânsito seguro. 3) Desenvolver 
habilidades e atitudes para o comportamento conscientizado 
dos alunos frente às regras de trânsito.
Legenda: A imagem demonstra, de forma sequencial, o exemplo de situação geradora, do problema, da justifi-
cativa e dos objetivos, considerando o exemplo utilizado para ilustrar a elaboração de projetos educacionais.
Fonte: Elaborada pelo autor.
3.3.4 Resultados esperados
Todo projeto possui uma finalidade, a qual se traduz nos produtos, resultados e/ou impactos esperados do pro-
jeto educacional. Assim, busque deixar claro no escopo do projeto quais os resultados esperados, sejam eles um 
produto, um resultado ou um impacto em uma determinada realidade. 
Para apontar os resultados esperados, recomendamos, conforme Moura; Barbosa (2008), fazer uma análise sobre 
os “para que” se irão perseguir os objetivos do projeto. A resposta corresponderá aos resultados esperados.
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Figura 3.7 – Exemplo de resultados do projeto educacional.
1. Situação geradora: acidente de trânsito no entorno
da escola.
2. Problema: falta de conhecimento sobre as regras de 
trânsito por parte dos alunos.
3. Justificativa: a conscientização sobre as regras e o 
comportamento adequado no trânsito permite tanto um fluxo 
melhor como também previne acidentes.
4. Objetivo geral: conscientizar os alunos do primeiro ciclo 
do Ensino Fundamental em relação às regras de trânsito, 
explicando qual é a conduta necessária para um trânsito 
seguro.
Objetivos específicos: 1) Problematizar sobre os riscos da 
transgressão das regras de trânsito. 2) Instruir sobre as regras 
de trânsito dos pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas 
necessárias para um trânsito seguro. 3)