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Atividade A3 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

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BACHARELADO EM TEOLOGIA
Atividade A3 – TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
EDUARDO DIAS PEREIRA
Anápolis – GO
2022
"O processo de ensino-aprendizagem inclui sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas". (Vygotsky)
TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
O ministério terreno de Jesus foi cercado por movimentos de grupos filosóficos, políticos e religiosos que exerciam forte influência na vida do povo. Quando examinamos as páginas das Escrituras, mais especificamente os evangelhos, deparamo-nos com vários grupos religiosos. Alguns são bem conhecidos, como escribas, fariseus, sacerdotes e saduceus. Além desses, houve outros que, apesar de não terem o mesmo destaque, participaram de alguma forma da vida e ministério de Jesus, como Herodianos, samaritanos, publicanos e zelotes. Vários movimentos, seitas e partidos políticos estavam presentes na época e no ministério terreno de Jesus, e que muito influenciou para revelar a postura e a atitude do Mestre.
Em nenhum momento, Jesus mudou o foco do cumprimento de Sua missão. Ele cumpriu o propósito do Pai até o fim. Jesus não se deixou intimidar apesar da pressão externa que sofreu durante todo Seu ministério terreno.
Somos advertidos a não nos deixarmos envolver por movimentos e grupos que se levantam contra a igreja, na tentativa de apresentar outro evangelho (Gl 1.6-9). Que a vida, o caráter e o exemplo de Jesus sejam bússolas para nos dirigir nas pegadas do Mestre! Raymond Edward Brown é considerado internacionalmente o decano dos especialistas do Novo Testamento. Como ilustre professor emérito de Estudos Bíblicos de Auburn, no Union Theological Seminary de Nova Iorque, recebeu cerca de trinta títulos honoríficos de universidades católicas e protestantes pelo mundo afora. Além de ser ex-presidente da Society of Biblical Literature, da Catholical Biblical Association e da Sociedade of New Testament, foi o único norteamericano escolhido por dois papas para integrar a Pontifícia Comissão Bíblica. Brown é também um dos mais conhecidos comentaristas joaninos do mundo. Durante sua vida escreveu mais de trinta e cinco livros sobre a Bíblia. O padre Raymond Brown já se encontra em seu lar definitivo desde 1998.
A obra de Brown é dividida em 5 capítulos, onde o primeiro trata do problema e do método para discernir a eclesiologia joanina; o segundo analisa a primeira fase da comunidade joanina, o terceiro, a segunda fase, o quarto, a terceira fase; o quinto, a quarta fase. No final do livro contamos ainda com dois apêndices; o primeiro fala sobre as reconstituições recentes da história da comunidade joanina e o segundo sobre os papéis de mulheres no quarto evangelho. 
A segunda fase da comunidade joanina cobre o intervalo o qual o Evangelho foi escrito. Podemos abstrair do quarto evangelho que existia uma animosidade entre os não-crentes e os cristãos da comunidade joanina. Portanto, houve uma tendência cada vez maior de separação entre os joaninos e o mundo, entretanto, isso não quer dizer, como alguns especialistas afirmam que o Evangelho tenha sido elaborado na fase de perseguição do Imperador Domiciano. A atitude para com o Imperador e Pilatos no Evangelho não tem o tom implacável em relação a Roma que se encontra em Apocalipse. Brown diz que quando muito pode ter havido hostilização local por parte dos oficiais romanos relacionada com as lutas entre a sinagoga e a igreja (p. 67). Quanto a relação dos cristãos joaninos com o judaísmo, Brown diz que no tempo em que o Evangelho foi escrito estes cristãos tinham sido expulsos das sinagogas (p. 68) porque eles reconheciam Jesus como Deus. Tal expulsão reflete a situação no último quartel do século primeiro, quando o centro de ensino do judaísmo era em Jâmnia (Jabneh) - um judaísmo que era predominantemente fariseu e assim não mais tão pluralístico como antes de 70. Aponta Brown para o erro o qual muitos estudiosos foram levados, ou seja, embora o Evangelho tenha sido escrito depois deste ponto no tempo, a história pré-evangélica certamente incluía as controvérsias entre os cristãos joaninos e os chefes da sinagoga. Na primeira fase, anterior a elaboração do Evangelho, vimos que ocorreu a entrada na comunidade de um segundo grupo formado por judeus de tendências contrárias ao Templo, que acreditaram em Jesus e fizeram convertidos em Samaria. Eles entenderam Jesus segundo uma cristologia alta, ou seja, criam na preexistência e na divindade de Jesus. Essa cristologia mais alta, posteriormente, levou a debates intensos entre os cristãos joaninos e os "judeus" (criptocristãos). 
Os criptocristãos eram àqueles cristãos os quais pertenciam as sinagogas e não confessavam publicamente serem cristãos a fim de não serem expulsos das sinagogas. Estes pensavam que a comunidade joanina estava abandonando o monoteísmo judaico, fazendo de Jesus um segundo Deus. Posteriormente esses cristãos joaninos foram expulsos das sinagogas, e assim, alienados dos seus, viram os "judeus" como filhos do diabo. Proclamavam a realização das promessas escatológicas em Jesus para compensar o que tinham perdido no judaísmo. O Discípulo que fez esta transição e ajudou outros a fazê-la, segundo o autor, foi o Discípulo Amado. A expulsão das sinagogas já passou, mas a perseguição (16.2-3) continua, e há profundas cicatrizes na alma joanina em relação "aos judeus". A insistência numa alta cristologia, tornada cada vez mais intensa pelas lutas com "os judeus" afeta as relações da comunidade com os outros grupos cristãos, cuja avaliação de Jesus é inadequada segundo os padrões joaninos. As tentativas de proclamar a luz de Jesus aos gentios podem também ter encontrado dificuldades, e o "mundo" tornou-se um termo geral para todos aqueles que preferem as trevas à luz. Esta fase nos fornece informações detalhadas sobre o local da comunidade joanina num mundo pluralístico de crentes e não-crentes, no final do século (Éfeso). Outro grupo importante para a história da comunidade joanina são os adeptos de João Batista. Como as demais comunidades a comunidade joanina também teve desentendimentos com os seguidores do Batista, entretanto, notamos que nessa comunidade os confrontos foram bem mais intensos dos que nas demais comunidades cristãs do primeiro século. Brown coloca também na constituição dessa fase da história da comunidade joanina a presença de um grupo de cristãos judeus de fé inadequada (p. 77). Estes foram cristãos que deixaram a sinagoga (ou dela foram expulsos), que eram conhecidos publicamente como cristãos, que formavam igrejas, e, contudo, João tinha para com eles uma atitude hostil no final do século. Sabe-se da sua existência pela presença no Evangelho de judeus que eram publicamente crentes ou discípulos, mas cuja falta de fé verdadeira é condenada pelo autor (6.60-66). 
	Do que foi exposto por Brown no seu livro A comunidade do discípulo amado, não cabem muitas críticas. Chamo atenção apenas para o fato do autor não explicar muito bem o propósito que levou a comunidade joanina a se transferir da Palestina para a Diáspora. Um fato que deve ressaltado é o conflito entre "judeus" (criptocristãos) e cristãos na década de 40-50. Pode parecer que ocorreu somente na comunidade joanina, em virtude da cristologia alta que adotaram, mas o conflito entre o judaísmo e cristianismo nessa mesma época se estende a todas as comunidades cristãs como observamos os reflexos nos demais Evangelhos. Salvo essas considerações, o livro de Raymond Edward Brown é de suma importância para o contexto brasileiro, tão carente de conhecimento sobre as origens cristãs, talvez não por falta de material publicado sobre o tema e sim pela falta de interesse tanto dos teólogos como dos cristãos das igrejas brasileiras.
Notamos estudiosos importantes do quadro teológico nacional manifestando uma grande falta de conhecimento acerca do cristianismo do primeiro século. Isso ocorre, em razão da maior parte deles crerem que a Bíblia é a visão do "todo".
Na verdade, ela traz a respeito das origens cristãs uma visão essencialmente "católica" da história da Igreja. Nesseponto a reconstrução das comunidades dos Evangelhos está sendo de fundamental importância, pois, estamos conhecendo e compreendendo a face cristã que até então estava esquecida. Quanto mais investigamos sobre essas comunidades mais compreendemos alguns versos isolados do livro de Atos que até hoje não faziam o menor sentido. Destarte, creio que este livro está recomendado para todos os cristãos que almejam conhecer uma das primeiras formas que assumiu a Igreja de Cristo.

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