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@RAFAELACLM 1 Capitulo 38 INTRODUÇÃO O pulmão tem duas circulações 1- Circulação de baixo fluxo e alta pressão (artéria brônquica) 2- Circulação de alto fluxo e baixa pressão (artéria pulmonar) circulação funcional: responsável de levar sangue até os pulmões para promover a hematose Artérias brônquicas (ramos colaterais da aorta descendente) vão levar para os nossos pulmões uma quantidade de sangue que vai representar de 1 a 2 % do debito cardíaco A circulação de baixo fluxo e alta pressão vai suprir as estruturas pulmonares (traqueia, a arvore brônquica, os tecidos de sustentação do pulmão e as camadas externas dos vasos sanguíneos, artérias e veias. - As artérias brônquicas suprem a maior parte de sangue arterial sistêmico, com pressão ligeiramente inferior a pressão aórtica. A circulação de alto fluxo e baixa pressão é responsável por levar sangue venoso do corpo para os capilares alveolares, onde vai ganhar oxigênio e perder dióxido de carbono A artéria pulmonar vai receber sangue do ventrículo direito e os seus ramos vão levar sangue para os capilares alveolares, onde vão ocorrer as trocas gasosas Depois disso, as veias pulmonares vão devolver o sangue para o átrio esquerdo, que vai ser bombeado para toda a circulação pelo ventrículo esquerdo ANATOMIA FISIOLOGICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO PULMONAR Artéria pulmonar: • Tem a extensão de 5 cm além do ápice do ventrículo direito e vai se dividir em ramos principais direito e esquerdo, que vão suprir os dois pulmões, respectivamente • É fina • A sua espessura é 1/3 da espessura da aorta • Os seus ramos são curtos Todas as artérias pulmonares têm diâmetro maior que as suas correspondentes na circulação sistêmica A arvore pulmonar possui grande complacência (chegando até a 7Ml/mmHg) o que permite que as artérias pulmonares acomodem o volume sistólico do ventrículo direito Veias Pulmonares: • Também são curtas • Drenam o sangue efluente no átrio esquerdo, que vai ser bombeado pelo lado esquerdo do coração para toda a circulação sistêmica Vasos Brônquicos: • Responsável por 1% a 2% do debito cardíaco total • O sangue é oxigenado • O sangue que passou pelos brônquicos e pelas artérias vai ser drenado para as veias pulmonares e entra no átrio esquerdo O fluxo e o debito do ventrículo esquerdo são cerca de Circulação Pulmonar @RAFAELACLM 2 1 a 2% maiores do que o do ventrículo direito Vasos linfáticos: • Presente em todo o tecido de suporte do pulmão • As partículas que chegam aos alvéolos são parcialmente removidas por meio desses vasos, assim como as proteínas plasmáticas que escapam dos capilares Ajuda a prevenir edema pulmonar PRESSÃO NO SISTEMA PULMONAR A curva de pressão aórtica é muito mais alta Pressão sistólica do ventrículo direito: 25 mmHg Pressão diastólica do ventrículo direito: 0 a 1 mmHg Esses valores representam apenas 1/5 dos medidos n ventrículo esquerdo Pressão na artéria pulmonar durante a sístole: 25 mmHG Pressão na artéria pulmonar durante a diástole: 8 mmHg Pressão arterial pulmonar média: 15 mmHg Pressão capilar pulmonar: 7mmHG Pressão na veia pulmonar no ser humano em decúbito é de aproximadamente 2mmHg, podendo alterar de 1 a 5 mmHg VOLUME SANGUINEO NOS PULMÕES Volume sanguíneo nos pulmões: cerca de 450 ml (equivale a 9% do total de sangue do sistema circulatório) 70 ml desse volume se localiza em capilares pulmonares (serve como uma reserva sanguínea) O restante (380 ml) ficam nas artérias e veias Os pulmões servem como reservatório de sangue, podendo compensar, de forma parcial, a perda de sangue em uma hemorragia, pelo desvio automático do sangue dos pulmões para os vasos sistêmicos. FLUXO DE SANGUE NOS PULMÕES O fluxo de sangue nos pulmões é essencialmente igual ao debito cardíaco Quando o oxigênio no ar dos alvéolos cai abaixo do normal (<70%), os vasos sanguíneos adjacentes vão se contrair, aumentando a resistência pulmonar por mais de 5x nos níveis de oxigênio extremamente baixos. O2 Contração dos esfíncteres pré capilares (vasoconstricção) O fluxo sanguíneo vai ser distribuído pra onde ele for mais eficiente Explicando: se alguns alvéolos estão com concentração baixa de O2, os vasos locais vão se contrair, fazendo com que o sangue flua para áreas do pulmão que estejam mais aeradas, gerando um efeito de controle para a distribuição do fluxo. Ou seja, ocorre o desvio do fluxo para alvéolos que estão bons para que ocorra a troca gasosa Efeito dos gradientes de pressão hidrostática nos pulmões sobre o fluxo sanguíneo regional pulmonar A pressão arterial pulmonar na porção mais superior do pulmão é 15 mmHg menor que a pressão da artéria pulmonar no nível do coração e a pressão na porção mais inferior dos pulmões é aproximadamente 8 mmHg maior Pressão no ápice 15mmHg < que a nível cardíaco Pressão na base do pulmão 8 mmHg> que no nível cardíaco @RAFAELACLM 3 Pressão sistólica no ápice: 10 mmHG Pressão diastólica no ápice: - 7 mmHg Pressão sistólica na base: 33 mmHg Pressão diastólica na base: 16 mmHg Essas diferenças de pressão vão ter efeitos profundos sobre o fluxo de sangue no pulmão Na porção ereta em repouso existe pouco fluxo no topo do pulmão O fluxo na porção inferior na posição ereta em repouso é cerca de 5x maior Além disso, se a pressão no alvéolo for maior que a pressão no capilar, não vai existir fluxo Porém, quando a pressão no capilar for maior que a pressão no alvéolo, vai existir fluxo sanguíneo no capilar Para explicar isso, descreve-se o pulmão dividido em 3 zonas: ZONAS DE FLUXO SANGUÍNEO Os capilares nas paredes alveolares são distendidos pela pressão arterial em seu interior e, ao mesmo tempo, comprimidos pela pressão do ar alveolar sobre suas paredes externas Logo, se a pressão do alvéolo pulmonar for maior, o capilar se fecha e o fluxo é interrompido Zona 1: • Não tem fluxo sanguíneo durante todas as partes do ciclo cardíaco • A pressão capilar alveolar NUNCA se eleva acima da pressão do ar do alvéolo Zona 2: • Fluxo sanguíneo intermitente somente durante os picos de pressão arterial • Pressão sistólica > pressão do ar alveolar • Pressão diastólica < pressão do ar alveolar Zona 3: • Fluxo sanguíneo continuo • Pressão capilar alveolar > pressão do ar alveolar Os pulmões normalmente só têm as zonas 2 e 3 Zona 2 – fluxo intermediário no ápice Zona 3 – fluxo continuo em todas as áreas inferiores Ápice do pulmão: Pressão arterial sistólica: 10 mmHG (25 mmHg – 15 mmHg) Pressão arterial diastólica: Fluxo intermitente pois a pressão de 8mmHg no nível do coração não é suficiente para empurrar o sangue pelos 15 mmHg do gradiente de pressão hidrostática. Ou seja, a pressão fica negativa, não tendo fluxo Região inferior do pulmão: A pressão arterial pulmonar durante a sístole e a diástole permanece superior a pressão do ar alveolar, fazendo que o fluxo pelos capilares seja contínuo Importante: Durante a realização de exercícios físicos a pressão vascular pulmonar aumenta, fazendo com que todo o pulmão se converta em zona 3 pois vamos ter um aumento muito grande do fluxo Além disso, a zona 1 é patológica, não acontecendo em pulmões normais. Um exemplo dessa zona é na ocorrência de hemorragia grave, na qual a pressão sistólica do ventrículo direito será muito baixa, não havendo fluxo de sangue nos pulmões @RAFAELACLM 4 Função da circulação pulmonar quando a pressão atrial esquerda se eleva A elevação normal da pressão é de 1 a 5 mmHg.. se essa pressão eleva até 7mmHG, teremos pouco efeito na circulação pulmonar Pores, se essa pressão s eleva para um valor maior que 7 mmHg,nos iremos ter alterações. Nesse caso, temos o aumento da pressão na artéria pulmonar, aumentando a carga e afetando o coração direito Já se a elevação for superior a 30 mmHg no átrio esquerdo, podemos ter um edema agudo de pulmão Temos fatores intrapulmonares para evitar esse edema de pulmão DINAMICA CAPILAR PULMONAR Total de força direcionada pra fora: - Pressão capilar pulmonar é de 7 mmHg - A pressão do liquido intersticial é negativa de 8mmHg -Além disso, temos a pressão coloidosmotica do liquido intersticial de 14 mmHg Total de força direcionada para dentro: - Pressão colodoismatica do plasma é de 28 mmHg Pressão de filtração média de 1 mmHg que causa um leve fluxo continuo de líquidos dos capilares pulmonares para os espaços intersticiais EDEMA PULMONAR Causas mais comuns: Insuficiência cardíaca esquerda ou doença da válvula mitral com grandes elevações da pressão venosa pulmonar e alargamento dos espaços intersticiais e alveolares Lesão das membranas dos capilares pulmonares, causando vazamento de proteínas plasmáticas e liquido dos espaços intersticiais e alveolares Fatores de segurança do edema pulmonar Se aumentar a pressão capilar, pode-se apresentar edema agudo de pulmão Para que se desenvolva um EAP, a pressão do capilar precisa se igualar a pressão coloidosmotica do plasma, gerando, portanto, um fator de segurança de 21 mmHg Fatores de segurança em condições crônicas: Em pacientes com estenose mitral encontrou- se pressões capilares entre 40 e 50 mmHg, sem que houvesse desenvolvimento de EAP LIQUIDO NA CAVIDADE PLEURAL Para facilitar o deslizamento dos pulmões na expansão e na contração, existe um liquido entre as pleuras parietais e viscerais o liquido pleural tem uma pressão de negativa de 4 mmHG Essa pressão tem que ser negativa para que não exista uma força comprimindo o pulmão, o que promoveria colapso do pulmão Na vida real essa pressão é de aproximadamente – 7 mmHg Derrame pleural: Acumulo de liquido entre as pleuras, aumentando a pressão
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