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Unidade 3 desenvolvimento Humano

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17/06/2022 16:58 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 1/22
DESENVOLVIMENTO	HUMANO	NA	VIDA
ADULTA	E	ENVELHECIMENTO
UNIDADE 3 – ENVELHECIMENTO
Autoria: Ana Izabel Oliveira Lima – Revisão técnica: Márcia Maria Martins
Parreiras
17/06/2022 16:58 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 2/22
Introdução
Prezado estudante, seja muito bem-vindo ao estudo do desenvolvimento humano na velhice! Você já se
questionou acerca do processo de envelhecimento? Ou sobre o que signi�ica propriamente tornar-se idoso?!
Alguma vez chegou a ponderar a respeito dos impactos da velhice sobre a vida? Ainda, já re�letiu sobre as
adequações e os limites da de�inição de velhice, basicamente pautada em aspectos cronológicos, determinada
pela Organização Mundial de Saúde (ONU, 2019), que a identi�ica como alguém que alcançou os 60 anos ou
mais? E quanto aos aspectos biológicos, psicológicos e sociais do envelhecer? Quais são as transformações,
os desa�ios e os cuidados que devemos incorporar para alcançar e vivenciar essa fase singular do
desenvolvimento humano de forma saudável? 
E� a partir dessas re�lexões que abordaremos, nesta unidade, os signi�icados, as caracterı́sticas e as
consequências atreladas ao envelhecer. 
Não é de hoje que os estudos sobre desenvolvimento humano apontam uma tendência de aumento da
população idosa no mundo e no Brasil. De acordo com a ONU (2019), a quantidade de pessoas com idade a
partir de 60 anos irá aumentar “[...] de 962 milhões em 2017 para 1,4 bilhão em 2030 e 2,1 bilhões em 2050,
quando todas as regiões do mundo, exceto a A� frica, terão quase um quarto ou mais de suas populações com
60 anos de idade ou mais” (s. p.). 
O Brasil, em 2018, possuı́a 28 milhões de pessoas acima de 60 anos (representando 13% da população).
Calcula-se que, em 2043, esse quadro se altere de tal forma que haverá nada menos do que um quarto da
população formada por idosos no paı́s (IBGE, 2019).
As possı́veis causas atreladas a essa tendência de envelhecimento da população são a queda da taxa de
fecundidade (menor número de nascimentos) e o aumento da expectativa de vida. No que se refere ao Brasil,
em 2017, a expectativa de vida chegou aos 76 anos e, em 2060, poderá chegar a 81 anos (IBGE, 2019).
Diante de um mundo com uma população cada vez mais idosa, a necessidade de se investir em discussões e
ampliar o conhecimento acerca do fenômeno do envelhecimento torna-se mais evidente. 
Desse modo, iniciaremos nossos estudos analisando as perspectivas teóricas que descrevem o processo de
envelhecimento, tanto do ponto de vista biológico quanto psicológico. 
Em seguida, discutiremos os aspectos �isiológicos, sociais, afetivos e sexuais relacionados à velhice. Por �im,
re�letiremos sobre a importância de mantermos parcerias ao longo da vida, sejam de amizades, sejam
amorosas, para a promoção da nossa saúde mental.
Importantes e instigantes discussões o aguardam. 
Bons estudos!
3.1 Teorias sobre envelhecimento
Compreender por	que e como as pessoas envelhecem é um tema muito explorado pela comunidade cientı́�ica
e que já resultou em diversas pesquisas e teorias. 
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#PraCegoVer: a �igura mostra uma ı́ndia idosa de frente, com fundo desfocado nos tons marrom, verde e
laranja. Ela está sorrindo levemente e encostada em um tronco de uma árvore no qual está pendurado um
colar de ossos. A idosa usa colar de sementes brancas e está com rosto e ombros pintados com motivos
tribais em vermelho e preto. 
Amparados por Berger (2017), podemos dividir tais teorias em pelo menos quatro grupos, organizados sob
um enfoque biológico ou sob um enfoque psicológico. Assim, de acordo com uma perspectiva biológica,
discutiremos: 
Figura 1 - Envelhecimento
Fonte: Renan Martelli da Rosa, Shutterstock, 2020.
1
a teoria do desgaste natural 
2
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Já do ponto de vista psicológico, conheceremos as chamadas 
4
teorias do Self
Vamos nos aprofundar mais sobre essas teorias a seguir.
3.1.1 Desgaste natural
A teoria do desgaste natural é considerada a mais generalista e antiga forma de analisar como o corpo
envelhece (PAPALIA; FELDMAN, 2013). De acordo com essa teoria, nosso corpo vai se desgastando a partir da
exposição frequente a estressores ambientais, chegando à exaustão com o passar das décadas (BERGER,
2017). 
as teorias genéticas 
3
a teoria do envelhecimento celular 
•
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E� importante ressaltar que a teoria do desgaste, hoje, é constantemente questionada pela comunidade
cientı́�ica, uma vez que não se aplica a todas as partes do corpo. Por um lado, faz sentido pensarmos que
alguns tipos de adoecimentos que vamos desenvolvendo ao longo da vida (como o câncer) sofrem in�luência
de exposição excessiva a agentes, como sol, radiação e má alimentação, ou, ainda, que nossas articulações
(por exemplo, joelhos e ombros) podem ser prejudicadas pelo excesso de impacto causado no decorrer dos
anos. Por outro lado, algumas funções desempenhadas pelo nosso corpo se bene�iciam pelo uso frequente,
como quanto mais exercı́cios fı́sicos, melhor o funcionamento dos sistemas respiratório, cardiovascular e
digestivo, assim como quanto mais investimos na atividade sexual, melhor nosso desempenho no dia a dia
(BERGER, 2017).
3.1.2 Teorias genéticas
De acordo com as teorias de bases genéticas, o envelhecimento estaria programado geneticamente, do
nascimento até a morte (FARINATTI, 2002). Segundo tais teorias, nós possuı́mos um relógio genético, ou seja,
um mecanismo no nosso DNA (ácido desoxirribonucleico), no núcleo das nossas células, que “[...] regula o
envelhecimento ativando mudanças hormonais e controlando a reprodução e substituição celular” (BERGER,
2017, p. 1133), in�luenciando o modo como nosso corpo irá crescer e envelhecer.
A partir de uma análise genética, é possı́vel identi�icarmos informações sobre quais partes do nosso corpo
irão envelhecer mais rapidamente ou, ainda, se existe ou não probabilidade de desenvolvermos hipertensão,
diabetes e algumas formas de câncer, por exemplo (BERGER, 2017).
Podemos nos questionar: por que nosso próprio organismo promove envelhecimento? Farinatti (2002, p. 130)
esclarece que isso se dá por uma questão de sobrevivência, ou seja, com uma programação do tempo de vida,
conciliarı́amos as “[...] necessidades da reprodução e o não sobrecarregamento do meio ambiente com
excesso de população, garantindo um quantitativo mı́nimo de indivı́duos para a preservação de cada espécie”.
E� importante destacarmos que as teorias genéticas não apontam fatores genéticos como os únicos
responsáveis pelo processo de envelhecimento de uma pessoa, uma vez que hábitos de saúde também
in�luenciam no envelhecer, como ter acesso a uma alimentação saudável, praticar exercı́cios fı́sicos e evitar o
uso de substâncias psicoativas, como álcool e cigarro.
3.1.3 Envelhecimento celular
Considerando que as células do corpo humano têm a capacidade de se dividir, dando origem a outras células
em um processo reprodutivo em que elas copiam as informações da célula que morrerá, as teorias do
envelhecimento celular postulam que, com o passar dotempo, nossas células são dani�icadas em seu
processo de reprodução (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Dessa forma, quanto mais as células se renovam, mais
elas podem apresentar “[...] perda natural de �idelidade molecular – ou seja, inevitáveis erros na transcrição
de uma célula para outra no processo de reprodução celular” (BERGER, 2017, p. 1136). 
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Uma das mudanças que pode ocorrer na divisão celular, com o passar do tempo, está relacionada aos
telômeros, “[...] material nas extremidades dos cromossomos que �ica mais curto a cada duplicação”
(BERGER, 2017, p. 1136). Quando nosso organismo não consegue mais reparar tais danos celulares, o
processo de envelhecimento se intensi�ica, seja fora (rugas, manchas e �lacidez na pele), seja dentro do corpo
(falhas no sistema imunológico e câncer).
Mesmo que as teorias do envelhecimento celular defendam que é preciso analisar o processo de
envelhecimento humano a partir das células, é possı́vel, também, constatar que fatores como estresse, uso
abusivo de drogas, hábitos alimentares inadequados e ausência de exercı́cios fı́sicos regulares aceleram nosso
envelhecer. Ou seja, quanto menos cuidarmos da nossa saúde, menores serão as chances de atingirmos a
velhice de forma saudável e mais rapidamente iremos morrer (BERGER, 2017; FARINATTI, 2002).
3.1.4 Teorias do Self
Assim como algumas teorias compreendem que, do ponto de vista biológico, o processo de envelhecimento
humano é in�luenciado por diversos fatores, por exemplo, questões ambientais, genéticas e celulares, ao
serem considerados fatores psicológicos relacionados ao envelhecer, é possı́vel, também, veri�icar que a
velhice pode ser vivida de diferentes formas. 
VOCÊ SABIA?
O chamado limite	 de	 Hay�lick (cientista que fez essa descoberta) consiste no
número de vezes que a célula humana é capaz de se dividir em duas novas
células, cujo limite aproximado da maioria das nossas células é de 50 divisões
(BERGER, 2017). 
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#PraCegoVer: em um fundo desfocado em tom verde, a �igura mostra um homem negro de cabelos e bigode
brancos, com óculos de grau com armação em prata, vestindo camisa azul-claro de mangas longas. O homem
está olhando para a câmera, expressando um leve sorriso e colocando a mão esquerda no queixo, como se
estivesse pensando. 
Para compreendermos esse processo, evocamos as teorias do Self, ou seja, teorias que focam no autoconceito
dos indivı́duos (como eles se veem) e em suas respostas aos desa�ios vividos ao longo de sua história,
buscando manter sua integridade e identidade (BERGER, 2017).
Com o passar dos anos, o corpo sofre transformações ocasionadas pelos processos de senescência
(envelhecimento natural) e senilidade (envelhecimento in�luenciado por fatores externos e patológicos) que,
ao afetarem a aparência e a capacidade produtiva do idoso, podem prejudicar sua autoestima. Por isso, é
comum entre os idosos a necessidade de manter seu autoconceito, sua identidade preservada.
Quantas vezes nos deparamos com idosos que insistem em atividades que, aparentemente, não precisam ou
conseguem mais fazer, como dirigir, trabalhar ou cozinhar? Continuar realizando tais atividades é uma forma
de autoproteção, de manter o self, de os idosos sentirem que continuam sendo a pessoa que sempre foram; é
uma forma de não deixar que as limitações impostas pela idade retirem o que eles possuem de mais precioso:
a sensação de integridade.
Figura 2 - Autoaceitação
Fonte: Diego Cervo, Shutterstock, 2020.
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A busca por essa integridade é apontada por Erikson et	al. (1986 apud BERGER, 2017) como uma necessidade
de sentir-se completo, confortável consigo mesmo, integrando experiências pessoais únicas com visões sobre
a comunidade em que se está inserido.
Por exemplo, é comum vermos idosos orgulhosos de suas histórias pessoais, sempre compartilhando as
experiências vividas na infância, na adolescência ou na vida adulta. Quantas vezes escutamos exatamente a
mesma história daquele idoso próximo de nós? A contação dessa história é uma forma de o idoso se
aproximar de seus familiares, amigos e de si mesmo, de rea�irmar sua relevância, de promover sua
autoestima, de analisar a própria vida e, posteriormente, aceitar a morte.
VOCÊ QUER VER?
UP	 –	 Altas	 Aventuras conta a história do vendedor de balões de 78 anos, Carl
Fredricksen. Um grande empresário força Carl a vender a casa em que sempre viveu
com sua esposa, já falecida, Ellie. Para evitar a venda e manter o self, o idoso encontra
uma forma de transportar sua residência para uma �loresta na América do Sul, lugar
onde sempre desejou morar com Ellie. 
17/06/2022 16:58 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
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No próximo tópico, vamos discutir sobre a experiência do envelhecimento. 
VAMOS PRATICAR?
Nesse tópico, estudamos algumas teorias que buscam compreender com
que envelhecemos, e quais os aspectos relacionados a esse processo no qu
estamos imersos. Que tal fazer uma pesquisa para descobrir o que o
próximos a você pensam sobre o envelhecimento? Converse com, pelo
cinco pessoas que tenham idade a partir de 60 anos e faça as se
perguntas: (1) Como é a vida nessa idade, de acordo com sua exp
pessoal?; (2) O que faz com que a gente envelheça?; (3) Quais as vantag
desvantagens de envelhecer? 
Em seguida, analise as respostas obtidas, considerando as teorias
envelhecimento estudadas, e responda: a) qual das teorias sobre envelhe
mais fundamenta as respostas dos participantes da pesquisa? b) Do p
vista psicológico, as teorias do Self ajudam a compreender as vantage
desvantagens da velhice que foram citadas?
3.2 A experiência do envelhecimento
Ficamos um pouco mais velhos a cada instante; vivemos, a cada momento, um processo de envelhecimento
caracterizado por mudanças fı́sicas, psicológicas e sociais que nos impactam de diferentes formas (MENDES
et	al., 2005). 
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#PraCegoVer: em um fundo escuro, a �igura mostra, em primeiro plano, um homem branco, grisalho, camisa
preta, olhando para a câmera. Ao fundo, aparecem seis fotos de momentos importantes vividos pelo homem
em questão. Na primeira foto, há um bebê no colo de alguém. Na segunda, um homem jovem deitado na grama
e sorrindo. Na terceira, um casal vestido de noiva e de noivo, beijando-se. Na quarta, um homem de óculos e
capacete de aviação. Na quinta, um homem já idoso tocando saxofone. E, por �im, um homem idoso, de terno
preto, com uma taça nas mãos. 
Iniciamos nossas discussões apresentando os aspectos �isiológicos, sociais, afetivos e sexuais relacionados à
velhice. Em seguida, re�letimos sobre a importância de mantermos parcerias ao longo da vida, sejam de
amizades, sejam amorosas, para a promoção da nossa saúde mental. 
3.2.1 Aspectos fisiológicos, sociais, afetivos e sexuais
Entre as mudanças vividas na velhice, as fı́sicas são as mais evidentes. Podemos citar algumas: a pele tende a
se tornar mais pálida e enrugada, perdendo elasticidade; a gordura e os músculos encolhem; o cabelo torna-se
mais �ino, grisalho e depois branco; os pelos do corpo tornam-se maisralos; a estatura diminui em
decorrência do atro�iamento dos discos entre as vértebras da espinha; e os ossos �icam mais �inos,
aumentando o risco de fraturas (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
No entanto, mesmo sendo menos visı́veis, mudanças nos órgãos internos, no cérebro e no funcionamento
sensorial, além dos aspectos sexual, afetivo e social, também são importantes no processo de envelhecer. 
Os efeitos da senescência aliados a fatores ambientais como estresse – percepção de uma ameaça real ou
imaginária que pode afetar nossa integridade fı́sica ou mental (FARO; PEREIRA, 2013) – podem enfraquecer a
função imunológica, deixando o idoso mais suscetı́vel a in�lamações crônicas e infecções respiratórias, além
de contribuir para a elevação da pressão arterial (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Quanto às mudanças que ocorrem no cérebro ao longo dos anos, é possı́vel constatar que, aos poucos, ele vai
diminuindo de volume e de peso, especialmente no córtex pré-frontal, responsável pelas funções executivas,
ou seja, “[...] atenção, concentração, seletividade de estı́mulos, capacidade de abstração, planejamento,
�lexibilidade de controle mental, autocontrole e memória” (HAMDAM; PEREIRA, 2009, p. 387). 
Figura 3 - Vendo o tempo passar
Fonte: Ollyy, Mediapool, 2020.
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Tais alterações podem ter consequências cognitivas e também sociais. A perda das funções executivas pode
diminuir a capacidade de inibir pensamentos inadequados, isto é, adultos mais velhos podem apresentar
discursos aparentemente sem sentido diante do contexto em que tal conversa está acontecendo. Por outro
lado, mudanças no funcionamento da amı́gdala, responsável pela manifestação de reações emocionais, fazem
com que o indivı́duo reduza as respostas negativas diante de acontecimentos. Dessa forma, os idosos tendem
a ser mais construtivos e otimistas na solução de con�litos do que pessoas mais jovens. 
Com o passar dos anos, os órgãos dos sentidos passam a funcionar de forma diferente também. Em geral, os
olhos dos idosos precisam de mais iluminação para conseguir enxergar e são mais sensı́veis ao brilho. Com a
percepção de profundidade e de cor comprometida, tarefas como dirigir, costurar e ler podem �icar mais
difı́ceis. Outro sentido que também sofre no decorrer do processo de envelhecimento é a audição, “[...]
de�iciências auditivas aumentam com a idade e afetam 31,6% entre 65 e 74 anos, e 62,1% daqueles com 85
anos ou mais” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 573).
Outro importante aspecto que precisamos analisar quando estudamos o envelhecimento é a manutenção das
funções sexuais. Di�icilmente, encontramos a imagem da velhice associada à sensualidade, à beleza e à
vivacidade, uma vez que ser velho está comumente atrelado à ideia de declı́nio, de fracasso e de
improdutividade, o que pode promover autoconceito negativo (“[...] sou feio, sou velho, não presto para nada,
ninguém me quer”), diminuição da autoestima e prejuı́zo da saúde mental do idoso (MOREIRA, 2012). No
entanto, sexo na velhice não somente é possı́vel como necessário. 
Com as mudanças fı́sicas proporcionadas pela senescência, o sexo entre idosos pode sofrer algumas
mudanças. Por exemplo, os homens podem demorar mais para ter uma ereção e para ejacular, assim como
vivenciar intervalos mais longos entre as ereções; os sinais de excitação sexual nas mulheres podem ser
menos intensos do que antes e elas podem ter di�iculdades com a lubri�icação vaginal (PAPALIA; FELDMAN,
2013). 
Todavia, mesmo diante de tal cenário de transformações, as disfunções sexuais tanto em homens quanto em
mulheres são mais frequentemente ocasionadas não por questões de ordem �isiológica, e sim emocionais. A
saúde mental precária (autoconceito negativo) e a insatisfação com o relacionamento estão mais associados a
di�iculdades sexuais do que qualquer outra questão (PAPALIA; FELDMAN, 2013; MOREIRA, 2012).
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Portanto, aspectos como a satisfação com a vida, o bom funcionamento cognitivo, manter-se ativo
�isicamente, preocupar-se com o próprio bem-estar e cultivar os vı́nculos com amigos, familiares e
relacionamentos amorosos são partes essenciais do processo de envelhecer, independentemente da idade. 
3.2.2 Parcerias de longo prazo: amores e amizades
Da mesma forma que existe uma imagem da velhice como um momento desprovido de vida e em constante
declı́nio, existe, também, a ideia de que o envelhecimento promove a solidão e o isolamento (BERGER, 2017). 
CASO
Para nos aproximarmos dos desa�ios impostos na velhice, apresentamos o caso de
Silvia: 
“Olá, meu nome é Silvia, tenho 65 anos e 3 �ilhos: um rapaz de 30 anos e duas moças
de 27 e de 23 anos. Sou viúva há 10 anos e estou muito feliz em poder estar aqui
compartilhando minha história. Casei com Antônio aos 25 anos, cuidava da casa,
trabalhava como professora, cuidei dos meus �ilhos, �iz tudo o que deveria ter feito da
melhor forma possıv́el. Sempre que meu marido me procurava na cama eu permitia,
mesmo não gostando, até porque cresci escutando que sexo era uma coisa feia, que
somente homens gostavam, mas que era obrigação da mulher satisfazer seu marido;
caso contrário, ele poderia procurar outras mulheres na rua. Depois que Antônio
morreu, eu me aproximei mais das minhas amigas e me dediquei mais ao meu
trabalho. Naquela época, ainda trabalhava na escola; hoje, já consegui me aposentar.
Depois que passou o luto de falecimento de meu marido, comecei a compreender,
com a ajuda de amigos e de um pro�issional terapeuta, que eu poderia, sem culpa,
seguir a minha vida, sair para dançar, viajar, me divertir, conhecer pessoas etc., pois eu
estava viva e com saúde. Decidi, desde então, a fazer movimentos nesse sentido. Fui,
portanto, me descobrindo, conhecendo novos sabores, lugares, adquirindo novos
gostos. Sinto como se estivesse vivendo um novo capıt́ulo da minha jornada. Há 3
anos, conheci Carlos, um homem de 60 anos, bonito, gentil, engraçado e companheiro.
O�icializamos nosso compromisso um com o outro e, imersa nessa nova relação e mais
madura como pessoa e mulher, fui redescobrindo o sexo com a ajuda de meu novo
parceiro. Comecei a conhecer melhor meu corpo e descobri que, usando lubri�icante,
o sexo pode, sim, �icar muito bom, já que tenho ressecamento vaginal. Hoje, dou
prioridade a quem eu sou, a quem eu desejo ser, sou cada vez mais dona de mim.” 
A partir da história de Silvia, podemos perceber que a atividade sexual pode se
tornar mais satisfatória para pessoas mais velhas quando elas se permitem
reconhecer que esta é uma atividade normal e saudável, em que é possıv́el explorar
outras possibilidades de promover satisfação a si próprio e a seu parceiro ou parceira.
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Um dos fatores que contribui para a fragilização dos laços sociais de alguns idosos é o momento da
aposentadoria, isto é, idosos que já se aposentaram há muito tempo têm menos contato social do que idosos
que ainda trabalham. Aliado a esse cenário, o acometimento de algumas enfermidades, por exemplo, acidentes
vasculares cerebrais e fraturas de ossos como o fêmur, pode tornar cada vez mais difı́cil o idoso sair de casa e
estar em contato com pessoas (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Por isso, os cônjuges assumem um papel central no cı́rculo social dos idosos, representando fator de proteção
contra os sofrimentos que podem vir com a velhice. Berger (2017) apresenta uma pesquisa em que apontaque “[...] idosos casados são mais felizes, saudáveis e mais estáveis �inanceiramente do que seus pares não
casados” (p. 1156), ou seja, a felicidade, os cuidados com a saúde, bem como as preocupações com �inanças,
com os �ilhos e o enfrentamento de crises são compartilhados, e, assim, o casal se aproxima cada vez mais,
tornando a velhice mais leve.
Todavia, a importância de um passado compartilhado não é restrita somente ao cônjuge, mas também às
amizades (BERGER, 2017). A� medida que envelhecemos, é comum haver a diminuição do número de amigos,
em comparação com os relacionamentos da juventude, visto que vamos priorizando relacionamentos mais
importantes e nos desvinculando de pessoas com as quais não nos identi�icamos mais. Quando há o
afastamento de antigos colegas de trabalho e de amigos mais distantes, a maioria dos idosos mantém um
grupo de pessoas mais próximas e mais estáveis em suas vidas, isto é, amigos mais ı́ntimos e membros da
famı́lia com quem eles podem contar e que contribuem para seu bem-estar (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Entre esses familiares mais próximos, estão os �ilhos adultos. Se houve um tempo em que as relações de
parentalidade foram atravessadas por grandes responsabilidades, como na infância, ou por con�litos, como na
adolescência, na adultez dos �ilhos, as relações construı́das são de parceria e de cuidado mútuo, contribuindo,
signi�icativamente, para a promoção da saúde do idoso.
Para que possamos analisar os relacionamentos na velhice, destacamos a teoria da seletividade
socioemocional, desenvolvida por Laura Carstensen.
De acordo com a referida teoria (CARSTENSEN, 1996 apud PAPALIA; FELDMAN, 2018), a velhice é um
momento em que escolhemos estar com pessoas e realizar atividades que atendam às nossas necessidades
imediatas, uma vez que constatamos que não temos mais tempo a perder. Ou seja, diante da aproximação da
VOCÊ O CONHECE?
Laura L. Carstensen é professora de psicologia na Universidade de Stanford, onde é
diretora fundadora do Centro de Longevidade de Stanford e pesquisadora principal
do Laboratório de Desenvolvimento de Vida U� til de Stanford. Vale a pena acompanhar
as publicações dessa importante cientista do desenvolvimento humano! 
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morte, por que dedicar nosso tempo e energia a pessoas e acontecimentos que não fazem sentido, que não nos
fazem felizes? 
Um jovem adulto pode passar anos dedicando-se a um trabalho do qual não gosta, esperando um dia
encontrar, �inalmente, um emprego que o faça feliz. Esse mesmo jovem pode manter-se em um relacionamento
que não considera satisfatório, ou ter amigos com os quais não tem nada em comum, ou, ainda, dedicar seu
tempo livre para atividades que ele considera dispensável. Um idoso, a partir da teoria da seletividade
socioemocional, provavelmente não faria tais escolhas. 
Nesse sentido, o apoio emocional é fundamental na vida do ser humano, mostrando-se sobretudo mais
relevante na velhice, pois ajuda a promover satisfação na vida e a melhorar a saúde e o bem-estar, mesmo
diante do estresse e de possı́veis traumas como perdas de familiares ou doenças letais (PAPALIA; FELDMAN,
2013).
Vamos prosseguir nossos estudos sobre envelhecimento?
VAMOS PRATICAR?
Já ouviu falar da série Gracie	and	Frankie? Ela conta a história de duas m
com mais de 70 anos que descobrem que seus maridos, Robert e Sol, namo
20 anos e agora desejam se casar. Se antes elas não eram muito próxim
vez que acreditavam que não tinham nada em comum, agora descobri
podem ser amigas e cuidar uma da outra. Atualmente, a série pos
temporadas que apresentam as transformações pelas quais as prota
passam, tendo de construir um novo relacionamento com seus ex-marido
enfrentar as limitações impostas pela idade, construir novas amizade
negócios e muito mais. Se ainda não conhece essa série, assista pelo m
primeiro episódio da primeira temporada e analise as caracterıśti
personagens Gracie, Robert, Frankie e Sol, apontando os aspectos �isi
sociais, afetivos e sexuais demonstrados. 
3.3 Envelhecimento saudável 
Neste tópico, retomamos o questionamento feito logo no inı́cio desta unidade: o que é ser velho? Você já se
perguntou por que existem tantos termos para de�inir a velhice? Podemos citar alguns: 
idoso
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Este último termo teve origem na França por volta de 1960, usado para descrever a idade em que a pessoa se
aposentava. A primeira idade seria a infância, a época de improdutividade, mas com possibilidade de
crescimento. Já a segunda idade seria a vida adulta, o auge da produtividade (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
Entretanto, por que não usar simplesmente a palavra “velho”? Schneider e Irigaray (2008) esclarecem que
“velho” signi�ica “[...] antigo, gasto pelo tempo, experimentado, veterano, que há muito tempo exerce uma
pro�issão ou tem certa qualidade, desusado, obsoleto” (p. 588). Fica evidente, aqui, que essa palavra é
atravessada por sentidos não desejados em uma sociedade que exalta a inovação e a juventude. O “velho”,
portanto, personi�ica algo ultrapassado, descartável, desgastado. 
No entanto, estudos contemporâneos acerca do processo de envelhecimento contestam a ideia de que o
envelhecimento resulta de processos inevitáveis e relacionados à perda e ao declı́nio, ao apresentarem a ideia
de envelhecimento saudável ou de envelhecimento ativo (PAPALIA; FELDMAN, 2013; BERGER, 2017;
SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
maduro
melhor idade
terceira idade
Figura 4 - Envelhecimento saudável
Fonte: Monkey Business Images, Shutterstock, 2020.
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#PraCegoVer: a �igura mostra sete pessoas de idade madura sorrindo. Quatro sentadas e três em pé. Sentados,
temos uma mulher branca, um homem branco grisalho, outro homem branco grisalho, e um homem negro, de
cabelos e barba brancos. Logo atrás deles, estão em pé uma mulher branca de cabelos curtos grisalhos, outra
mulher branca de cabelos castanhos e chapéu bege, e, por último, uma mulher negra de cabelos castanhos. Ao
fundo, vê-se uma barraca de acampamento armada, árvores no entorno e o sol brilhando por trás das
mulheres que estão de pé. 
No próximo tópico, discutiremos os aspectos neurocognitivos associados ao envelhecimento, para, em
seguida, re�letirmos sobre como podemos construir um caminho rumo ao envelhecimento saudável. 
3.3.1 Aspectos neurocognitivos 
Como já pontuamos anteriormente, o fato de o cérebro mudar à medida que envelhecemos não é novidade
para a comunidade cientı́�ica. Existem evidências apontando que, à medida que envelhecemos, nosso cérebro
vai desacelerando. Tal lenti�icação se dá pela diminuição da produção de neurotransmissores (que permitem
a comunicação dos neurônios) e pela diminuição dos �luidos neurais, fazendo com que o sangue circule mais
devagar pelo cérebro. “O resultado disso tudo é um cérebro mais lento, o que podemos ver no tempo de
reação, no movimento, na fala e no raciocı́nio dos idosos” (BERGER, 2017, p. 1151).
Quanto ao processamento de informações (compreensão e aprendizado), algumas perdas são constatadas na
velhice. Com os sentidos menos aguçados (visão e audição, por exemplo), algumas pessoas não conseguem
receber a informação, ou seja, se não viu ou escutou, não compreendeu ou aprendeu, a informação não é
processada. A memória também trabalha mais devagar, em especial quanto à retenção de nomes e de lugares.
Entretanto, algumas memóriasparecem intactas, incluindo a memória para palavras, emoções e habilidades
automáticas (BERGER, 2017).
E� importante ressaltar que, a exemplo do que acontece com qualquer outro órgão, os sinais da senescência no
cérebro variam de pessoa para pessoa, sejam por questões de ordem genética, sejam relacionadas aos hábitos
de vida de cada indivı́duo. Todavia, estudos apontam que pessoas com alto nı́vel de escolaridade e elevado
nı́vel socioeconômico comumente tem maior di�iculdade de apresentar declı́nio cognitivo (BERGER, 2017).
Nesse sentido, podemos compreender essa informação a partir de duas linhas de análise: 
De acordo com Schneider e Irigaray (2008), os quadros clı́nicos de declı́nio no funcionamento cognitivo são,
em grande parte, ocasionados por: 
1
desuso (falta de prática)
2
1
Quanto mais usamos o cérebro, menor a probabilidade de apresentarmos perdas
signi�icativas em termos de memória e processamento de informação. 
2
Pessoas com mais recursos �inanceiros conseguem evitar poluição, alimentam-se
melhor e fazem atividades fı́sicas de forma mais tranquila, em comparação com
pessoas mais pobres – fatores que estão diretamente relacionados à saúde do corpo,
de modo geral, e que também afetam o funcionamento cerebral (PAPALIA; FELDMAN,
2013). 
•
•
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doenças (como depressão e acidentes vasculares
cerebrais)
3
fatores comportamentais (como consumo
abusivo de álcool e medicamentos)
4
fatores psicológicos (como falta de motivação, de
con�iança e baixa autoestima)
5
fatores sociais (como abandono e solidão)
Ao mesmo tempo em que capacidades cognitivas, por exemplo, a rapidez de aprendizagem e memória,
diminuem com a idade, também existem evidências de produção de novos neurônios (células cerebrais) em
pessoas de idade avançada (BERGER, 2017). Isto é, na velhice, nosso cérebro continua renovando-se,
continuamos capazes de aprender, de mudar, de ser quem podemos ser, mas em um ritmo diferente. 
Dessa forma, as possibilidades de lenti�icação cerebral e de perdas nos sentidos vividas na velhice podem ser
compensadas por ganhos em sabedoria, em conhecimento e em experiência (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
3.3.2 Pensando na velhice: o que podemos fazer agora?
Existe alguma forma de nos prepararmos para a velhice? O que podemos fazer hoje para que tenhamos um
futuro mais saudável e ativo? 
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#PraCegoVer: a �igura mostra as mãos de cinco pessoas brancas sobrepostas. Entre as mãos apresentadas, há
as de uma criança pequena vestindo uma blusa de manga cumprida listrada em azul, branco e vermelho. Não é
possı́vel ver os detalhes das roupas das demais pessoas, mas, pelas caracterı́sticas das mãos, é possı́vel
perceber que existem mãos de crianças maiores, de adultos e de idosos. 
De acordo com Papalia e Feldman (2013), podemos citar três aspectos a serem considerados para a promoção
de um envelhecimento saudável: 
Pensar sobre o envelhecimento saudável é considerar a saúde não como ausência de doença mas sim como a
capacidade de adaptação a mudanças que vão ocorrendo ao longo da vida. Um idoso saudável, nesse sentido, é
aquele que consegue manter, na medida do que é possı́vel para ele, seu bem-estar fı́sico, mental e social
(VALER et	al., 2015). 
Figura 5 - Apoio familiar
Fonte: Dmitry Naumov, Mediapool, 2020.
1
Prevenção de doenças que podem acometer o indivı́duo, partindo de uma análise dos
fatores genéticos relacionados ao desenvolvimento de patologias. 
2 Preservação das funções cognitivas, mantendo-se ativo intelectualmente. 
3
Engajamento em atividades sociais e produtivas, como o desenvolvimento de um
trabalho que não seja somente fonte de renda mas também uma forma de obter apoio
social e emocional, ou prática de atividade fı́sica, possibilitando uma inserção maior
na comunidade, por meio do fortalecimento de vı́nculos de amizade e de lazer. 
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E� a partir dessa concepção de envelhecimento que programas de promoção da saúde do idoso são
desenvolvidos ao redor do mundo, fundamentados no conceito de empoderamento, ou seja, colocando o
idoso como protagonista de sua própria vida, em que ele tem o poder de escolher seu caminho, seja
relacionado à sua condição de saúde, seja na formação de apoio social (ARAU� JO et	al., 2011).
VOCÊ QUER LER?
No artigo “Envelhecer no Brasil: a construção de um modelo de cuidado”, Veras e
Oliveira (2018) analisam os modelos de atenção à saúde do idoso desenvolvidos até o
momento e apresentam uma proposta de linha de cuidado: o modelo de cuidados
integrados, com foco na promoção e na prevenção da saúde, mais resolutivo e com
melhor relação custo-efetividade.
VAMOS PRATICAR?
Imagine que você foi convidado a participar do planejamento de um Prog
Saúde do Idoso que uma Unidade de Saúde da Famıĺia deseja impleme
uma comunidade. Chegando à reunião de planejamento, você toma conhe
das principais demandas apresentadas pelos idosos da comunidade em q
hipertensão, diabetes, consumo abusivo de medicamentos para do
depressão. Considerando as discussões apresentadas até aqui, quais seria
sugestões para a operacionalização do Programa de Saúde do Idoso? 
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E, assim, concluı́mos esta unidade. Esperamos que você tenha aprofundado seus conhecimentos! 
Conclusão
Ao longo desta unidade, o processo de envelhecimento mostrou-se complexo e multifatorial. Ficou claro que
não podemos somente de�inir o envelhecer pelo tempo de vida de uma pessoa (idade cronológica); é
necessário considerar outros elementos, uma vez que a idade é somente um dos fatores presentes no processo
de desenvolvimento (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
Para estudarmos o desenvolvimento humano na velhice e contribuirmos para um envelhecimento saudável, é
necessário considerarmos, também, a idade biológica (como o corpo está funcionando, in�luenciado pelos
hábitos de vida), o fator psicológico (como a pessoa se enxerga, até que ponto acredita nas próprias
potencialidades) e o fator social (papéis sociais desempenhados de pai, trabalhador, marido, amigo, cidadão)
(SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Analisar as perspectivas teóricas para descrever o processo de
envelhecimento, tanto do ponto de vista biológico quanto
psicológico.
Analisar os impactos das mudanças nos relacionamentos (de
amizade, conjugais e parentais) na vida dos idosos.
Descrever os aspectos fisiológicos, neurocognitivos, sociais,
afetivos e sexuais atrelados ao processo de envelhecimento.
•
•
•
Bibliografia
ARAU� JO L. F. et	 al. Evidências na contribuição dos programas de assistência ao idoso na promoção do
envelhecimento saudável no Brasil. Rev.	Panam	Salud	Publica, [s.	l.], v. 30, n. 1, p. 80-86, 2011. Disponı́vel
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17/06/2022 16:58 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
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