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Resenha Crítica Moonlight

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS 
 
 
CALINE VICTÓRIA SANTANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA 
MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR – BA 
2022 
CALINE VICTÓRIA SANTANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA 
MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR – BA 
2022 
Resenha Crítica apresentada à 
disciplina de Desenvolvimento 
Humano lll da Faculdade de 
Tecnologia e Ciências para 
obtenção de nota na 2ª unidade do 
4º semestre. 
Orientador: Prof. Mateus Vieira 
Soraes 
MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR 
 
Antes de começar a falar diretamente sobre o desenvolver da obra cinematográfica 
Moonlight: Sob a luz do luar, eu gostaria de explicitar a temática principal que nela está 
envolvida, os diversos sentimentos daqueles que estão inseridos na comunidade 
LGBTQIA+. Nascer, crescer e se desenvolver como uma pessoa LGBT é estar vulnerável 
à diversas incógnitas que muitas vezes nos fragilizam. O sistema foi estruturado para 
inferiorizar, menosprezar e anular tudo aquilo que diz respeito à comunidade LGBTQIA+, 
pelo simples da história de mundo ter como base um processo de violência, silenciamento 
e doutrinação. 
O personagem além de LGBT, é uma pessoa negra e esse fator já influencia em diversos 
atravessamentos diferentes. Uma pessoa negra LGBT enfrenta três vezes mais o ódio 
social do que uma pessoa branca, pelo simples fato de que as pessoas negras já não são 
vistas como seres humanos dignos de respeito por questões históricas, fazendo com que 
o indivíduo se torne cada vez mais vulnerável e adoeça psiquicamente muito mais 
rapidamente. Geralmente, essas pessoas não possuem acesso às informações 
importantes que instruem sobre como recorrer a um tratamento psicológico de qualidade, 
na maioria das vezes por banalização do que é dito como saúde mental ou por viverem em 
bairros periféricos que afasta tudo aquilo que é de nosso direito, levando ao aumento 
significativo no percentual do suicídio. 
O filme Moonlight dá vida a história do Chiron (interpretado pelo ator Alex Hibbert quando 
criança, pelo Ashton Sander na adolescência e na fase adulta pelo ator Travante Rhodes), 
um homem preto que mora em um bairro periférico extremamente violento de Miami. Chiron 
enfrenta diversas questões delicadas de muita dificuldade, isso começa com o bullying que 
vivenciava no período escolar até o momento que começou a se envolver no mundo do 
crime, e nessa complexidade de amadurecimento, o jovem começou a passar pelo 
processo de autoconhecimento e adentrar na questão da sua própria sexualidade. 
A obra possui um aspecto singular e bastante autêntico na sua confecção que é construção 
inteligente no seu jogo de cores. Esse simbolismo nos traz a possibilidade de falar um pouco 
sobre a psicologia das cores no cinema, que na peça original se chama “In Moonlight Black 
Boys Blue”, traduzindo para o português “Sob a luz do luar, garotos negros parecem azuis” 
- trazendo uma perspectiva de algo triste, já que a cor azul pode ser utilizada para 
externalizar melancolia, tristeza e solidão. A cor por si só já deixa bem claro o estilo do filme 
e o que o mesmo está tentando transmitir, e ao decorrer do longa metragem podemos 
reparar que a cor se sobressai do início ao fim da obra. 
Para trazer fluidez à essa análise, vou resumir o desenvolver do filme de maneira bem 
objetiva para que possamos analisar melhor as temáticas que nele estão envolvidas e que 
precisam de maior ênfase. O filme se centraliza, principalmente, na jornada de Chiron, 
garoto negro e pobre que vive com a mãe. Como já havia sinalizado, Chiron vivencia 
diversos fatores traumáticos na escola, em casa e nas ruas. Nesse caminhar podemos 
claramente observar o filtro psicológico do jovem, um corpo negro e gay violentado, cheio 
de inseguranças e carência de afeto. 
A obra nos permite o olhar sobre a sexualidade, mas o que muitos acham e acabam 
pecando é enxergar a obra somente até o ponto da homossexualidade, quando na verdade 
é algo muito mais além. O filme fala sobre sexualidade, sensibilidade, descobertas, 
autoconhecimento, resiliência, homens negros gays que é uma realidade totalmente 
distante da dos homens brancos gays, entre outras questões importantíssimas que 
merecem total atenção do telespectador. 
Agora que já temos uma base de qual a história da obra Moonlight, não podemos deixar de 
abrir vários parênteses sobre essas grandes temáticas que estão sendo desenvolvidas no 
filme. Ser uma pessoa negra é crescer sabendo que o racismo tentará nos engolir em suas 
diversas facetas. Sentimento de inferioridade, não pertencimento, negligência, rejeição de 
diversas partes da sociedade são alguns fatores da estrutura racista na qual estamos 
inseridos nessa história de mundo. Ser uma pessoa negra e gay é triplicar a violência 
sofrida. Homens negros gays sofrem uma pressão social absurda, e não falo isso somente 
por conta da vivência na sociedade brasileira, existe uma inconsciência da existência de 
homens negros gays, pelos motivos de hiperssexualização, virilidade e 
heteronormatividade, e tudo isso impacta diretamente na saúde mental das pessoas 
negras. 
Para isso, precisamos entender certos fatores para conseguir intervir e fazer a diferença. 
Qual o papel da psicologia em meio a tudo isso? A psicologia ainda ignora a subjetividade 
negra por ser uma ciência construída sob um alicerce branco. O quão danoso pode ser uma 
psicologia que não busca se desprender do olhar colonizador? Como oferecer uma escuta 
de qualidade, que propõe alívio dos sofrimentos, se não existe uma compreensão dos 
atravessamentos de uma sociedade completamente racista na construção da história do 
sujeito ali presente? Além da fala que é o gás para a prática psicológica, é necessário 
também que haja muita leitura de escritoras (es) negras (os) para que exista o entendimento 
dos “não ditos”. É através da fala que organizamos as dores, realinhamos caminhos, 
deixamos a nossa história muito mais compreensível. Se a psicologia não se interessa com 
a existência dessa maquiagem que invisibiliza o ser negro, ela está contribuindo para o 
desenvolvimento de novas violências. 
Ser um psicólogo (a) preto (a) não é o suficiente, afinal, esse mesmo profissional pode estar 
fazendo análises utilizando as lentes do colonizador, e para que isso não aconteça 
precisamos aprofundar a existência dos diversos pensadores e pensadoras negras para 
além do que as universidades nos propõem. 
Nós malmente temos contato com autores (as) negros (as) em nossa graduação, então 
como reconheceremos a potência e ancestralidade nesse processo de cura? Sem contar 
que nos ensinaram durante uma vida a não enxergar os cuidados ancestrais como ciência, 
então, além de nos silenciar, nos condicionam a negar nossa origem. O adoecimento 
psíquico também é política! Essa coisa de imparcialidade/neutralidade é um absurdo e para 
mim significa ignorar toda uma estrutura, e alimentar aquela ideia de que “somos todos 
iguais e ocupamos os mesmos espaços”. Não somos todos iguais e isso fica bem claro na 
obra, precisamos de acolhimento, escuta e um olhar mais sensível para as nossas 
subjetividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Reiniger, Roberto GustavoMoonlight: a intertextualidade e o seu diálogo com a crítica genética na 
adaptação cinematográfica contemporânea. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da 
Comunicação [online]. 2021, v. 44, n. 2 [acessado 4 outubros 2022], pp. 201-214. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/1809-58442021211>. Epub 03 Set 2021. ISSN 1980-3508. 
https://doi.org/10.1590/1809-58442021211. 
 
Fernandes, Hugo et al. Violência interpessoal contra homossexuais, bissexuais e transgêneros. 
Acta Paulista de Enfermagem [online]. 2022, v. 35 [acessado 4 outubros 2022], eAPE01486. 
Disponível em:<https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO014866 https://doi.org/10.37689/acta-
ape/2022AO0148666>. Epub 29 Ago 2022. ISSN 1982-0194. https://doi.org/10.37689/acta-
ape/2022AO014866. 
 
Veiga, Lucas MottaDescolonizando a psicologia: notas para uma Psicologia Preta. Fractal: Revista 
de Psicologia [online]. 2019, v. 31, n. spe [acessado 4 outubros 2022], pp. 244-248. Disponível em: 
<https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29000>. Epub 20 Dez 2019. ISSN 1984-0292. 
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29000. 
 
 
https://doi.org/10.1590/1809-58442021211
https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO014866
https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO014866
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29000

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